Vereador Bitó, presidente da Câmara de Vereadores de Casimiro de Abreu, foto prensadebabel |
O
Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da
2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo de Macaé,
com auxílio da Promotoria de Justiça de Casimiro de Abreu, através
de nova Ação Civil Pública (desdobramento da Operação “Os
Bastidores”), obteve na Justiça, nesta quarta-feira (08/08),
decisão favorável ao afastamento cautelar, por 180 dias, do
vereador Ademílson Amaral da Silva, mais conhecido como ‘Bitó’,
de suas funções como presidente interino da Câmara de Vereadores
de Casimiro de Abreu.
Além
do vereador Ademilson, figuram como réus na ACP o ex-prefeito
Antonio Marcos de Lemos Machado e Rodrigo Lins de Barros, os quais
respondem pela prática de ato de improbidade administrativa.
Conforme apurado pelo Ministério Público, os réus utilizaram meios
espúrios para derrubar o parecer contrário do TCE-RJ e garantir a
aprovação das contas do ex-prefeito pela Câmara Municipal, tudo
com o objetivo final de evitar a inelegibilidade de Antônio Marcos e
perpetuar seu grupo político no poder em Casimiro de Abreu.
A
ação civil pública proposta pelo MPRJ detalhou a situação
política do município de Casimiro de Abreu, composta por dois
grupos antagônicos, que se utilizam de meios ilegais e antiéticos
para se perpetuarem no poder. O grupo político do atual prefeito,
Paulo Cezar Dames Passos, buscou manipular a votação, na Casa
Legislativa, pela compra de parlamentares, para obter a reprovação
das contas da gestão anterior sem, contudo, obter êxito. Por outro
lado, o grupo político liderado pelo ex-prefeito Antônio Marcos,
com o intuito de voltar ao poder nas eleições municipais de 2020,
prometia vantagens e se valia de ameaças para obter dos vereadores
os votos favoráveis à aprovação das contas de sua gestão.
O
Juízo da Comarca de Casimiro de Abreu, concordou com o MPRJ e
declarou na decisão que “os esquemas montados pelos grupos são
tão arraigados na política municipal que a troca de favores é
tratada de modo natural na municipalidade”, e “que o cenário
político da cidade não é composto apenas pelos membros eleitos
pela população; terceiros, estranhos aos poderes que compõem a
estrutura do município, participam de forma ativa e amedrontam os
detentores de mandato eletivo junto à Casa Legislativa".
Além
do afastamento de Ademilson Bitó, o MPRJ requereu a anulação da
sessão da Câmara Legislativa que julgou as contas do ex-prefeito
Antônio Marcos, tendo em vista que maculada por práticas criminosas
e ímprobas que violaram os princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, como
demostrada na peça inicial da ação. A decisão judicial obtida
também determinou, além da anulação da sessão legislativa, a
nomeação dos vereadores suplentes e a realização de nova sessão
para análise das contas, no prazo de 60 dias, de acordo com o artigo
67, §2º, da Lei Orgânica do Município.
O
município de Casimiro de Abreu tem, agora, quatro parlamentares
afastados, incluindo o presidente da Câmara, por atos de improbidade
administrativa.
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