Luiz
Carlos Bezerra, o “homem da mala” de Cabral, era o responsável
pelos recolhimentos e entregas de dinheiro em espécie para os
membros da organização criminosa. O conteúdo foi extraído da
PETIÇÃO 7824 do MPF no INQUÉRITO nº 1239/DF do STF
A
maioria dos bilhetes revela transferência de grandes vantagens
indevidas para o governador PEZÃO. O montante ultrapassa os dois
milhões e duzentos mil reais. Foi possível identificar pagamentos
realizados entre os anos de 2012 a 2014. As anotações nos bilhetes,
segundo o MPF, correspondem a entregas de dinheiro.
BILHETE 01: Demonstra o recebimento de 140 mil reais para pezão no dia 20.12.2014. |
RELEMBRANDO
OS FATOS
LUIZ
FERNANDO DE SOUZA, conhecido popularmente como
PEZÃO, atual governador do Estado do Rio de Janeiro, foi
vice-governador no mandato de SÉRGIO CABRAL entre 2007 e 2014, tendo
assumido o governo com a renúncia deste último, em 3/04/2014.
PEZÃO
foi também Secretário Estadual de Obras do Governo Cabral entre
1º/01/2007 e 13/09/2011. Seu subsecretário – HUDSON BRAGA – foi
condenado com o então governador SÉRGIO CABRAL.
Em
período compreendido entre 03/2007 a 03/2014, PEZÃO recebeu de
SÉRGIO CABRAL FILHO, quando exercia funções de Secretário de
Obras e de Vice-Governador, e em razão delas, vantagens indevidas,
provenientes de recursos públicos. SÉRGIO CABRAL FILHO ordenou a
CARLOS MIRANDA pagasse a LUIZ FERNANDO PEZÃO, então Secretário de
Estado de Obras e Vice-Governador do Estado do Rio de Janeiro, uma
mesada no valor mensal de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil
reais), mais o equivalente a um 13º, como remuneração
por integrar a organização criminosa. Estes valores eram recolhidos
de empreiteiras e de prestadores de serviços e foram entregues a
PEZÃO por SERGIO DE CASTRO OLIVEIRA, vulgo SERJÃO
ou BIG, então assessor do ex-Governador SERGIO
CABRAL, e por LUIZ CARLOS BEZERRA, funcionário de SERGIO CABRAL.
BILHETES 02, 03 e 04: - Foram encontradas 03 anotações referentes aos pagamentos realizados em janeiro de 2014, sendo que em todas as três apareciam os mesmos valores pagos para PEZÃO |
CARLOS
MIRANDA era o responsável pelo gerenciamento de parte da propina
destinada à organização criminosa do ex-Governador SERGIO CABRAL
FILHO, cobrada no valor de 5% sobre os contratos com as grandes
construtoras, como a CARIOCA ENGENHARIA, ANDRADE GUTIERREZ e DELTA
CONSTRUTORA, assim como prestadores de serviços como a COMERCIAL
MILANO e MASAN, que são fornecedoras de alimentos para o Estado do
Rio de Janeiro.
BILHETES 02, 03 e 04: - Foram encontradas 03 anotações referentes aos pagamentos realizados em janeiro de 2014, sendo que em todas as três apareciam os mesmos valores pagos para PEZÃO. |
Há
prova de que a cobrança de propina das pequenas e médias
construtoras ficava a cargo da Secretaria de Estado de Obras
(SEOBRAS), cujo operador financeiro era HUDSON BRAGA, homem de
confiança e braço direito de LUIZ FERNANDO PEZÃO.
BILHETES 02, 03 e 04: - Foram encontradas 03 anotações referentes aos pagamentos realizados em janeiro de 2014, sendo que em todas as três apareciam os mesmos valores pagos para PEZÃO. |
Posteriormente,
HUDSON BRAGA passou a exigir uma sobretaxa de 1% das grandes
empreiteiras, além dos 5% já exigidos pela ORCRIM. Essa sobretaxa
ficou conhecida entre os corruptores com o nome de Taxa de O2, por
conta da afirmação de HUDSON BRAGA de que precisava de um
“oxigênio” para seguir facilitando a vida das corruptoras.
BILHETE 05: Referência ao pagamento de 140 mil para “Pzao” em Fevereiro de 2014. |
Para
recolher os valores e fazer a distribuição do dinheiro, CARLOS
MIRANDA utilizava os serviços de outros aliados de SERGIO CABRAL. O
primeiro deles era SERJÃO, que exercia cargo de
assessor do Governo do Estado, a quem era permitido entrar e sair do
Palácio Guanabara (sede do governo) sem gerar desconfianças, e
assim ficava encarregado de entregar dinheiro em espécie para LUIZ
FERNANDO PEZÃO. E posteriormente passou a ser auxiliado por LUIZ
CARLOS BEZERRA, que basicamente fazia o transporte do
dinheiro.
BILHETE 06: Pagamento de 140 mil reais para “PÉ” em março de 2014. |
Neste
sentido, o colaborador CARLOS MIRANDA esclareceu em sede policial:
“(...)
QUE em relação ao salário extra-oficial recebido por LUIZ FERNANDO
PEZÃO, no valor de R$ 150.000,00 do início de março/abril de 2007
a março/abril de 2014, no primeiro governo sempre foi entregue por
SERJÃO, e no segundo mandato ou por SERJÃO ou por LUIZ CARLOS
BEZERRA; QUE SERJÃO não costumava fazer anotações das entregas,
mas LUIZ CARLOS BEZERRA costumava anotar; QUE os
apelidos que BEZERRA conferia a PEZÃO
era BIG FOOT, PEZONE, PE, CINDI ou CINDERELA (...)”
BILHETE 07: Pagamento de 50 mil reais para “PEZAO” em 02 dezembro de 2014. |
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