Do jornal O Estado de São Paulo. Documento, parte 1 |
ESQUEMA
DE CONTRATAÇÃO DE FANTASMAS
Um
relatório da Polícia
Federal baseado
em interceptações telefônicas conclui que há indícios de um
esquema de contratação de servidores fantasmas que repassariam
parte de seus salários para deputados estaduais e assessores
da Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
As informações estão em um documento produzido pelo grupo de
trabalho da PF responsável pelos casos relacionados à Lava Jato e
que foi anexado à Operação
Furna da Onça – que apura o suposto envolvimento de parlamentares
fluminenses com corrupção e loteamento
de cargos públicos.
OS
SENHORES FEUDAIS DA ALERJ
A
investigação, batizada pela PF de “Senhores
Feudais”, aponta suposta atuação do servidor Jorge
Luis de Oliveira Fernandes, responsável pelo setor do
“preparo de pagamentos” da Casa, na “coordenação
de nomeações fraudulentas” para cargos comissionados na
Alerj. Ele é um dos citados no relatório do Conselho de
Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que mostra funcionários e
ex-funcionários da Casa com movimentações de valores incompatíveis
com suas capacidades financeiras.
Assim
como Fabrício
de Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador
eleito Flávio
Bolsonaro (PSL), o servidor Jorge
Fernandes apareceu
no documento produzido pelo Coaf por causa de transações suspeitas
de R$
845 mil em
um ano e por ter um fluxo padrão de recebimentos
em sua conta proveniente de outros funcionários da Alerj.
UMA
PRÁTICA CRIMINOSA DISSEMINADA NA ALERJ
O
relatório sobre a atuação de Fernandes foi feito a pedido da
delegada da Furna da Onça, Xênia Ribeiro Soares, e trata apenas de
parte da documentação recolhida na investigação. Até o momento,
segundo a PF, foi possível mapear a atuação de Fernandes na
nomeação de funcionários atrelados aos deputados Coronel
Jairo (preso na Furna da Onça), Jair
Bittencourt, Gilberto Palmares e Márcio
Pacheco. Entretanto, segundo a delegada do caso, a
nomeação de funcionários fantasmas e posterior devolução de
parte dos salários seria “uma
prática criminosa disseminada na Alerj”.
FUNÇÃO:
ARREGIMENTAR PESSOAS
O
documento de 30 páginas explica a função de Fernandes em
“arregimentar pessoas”, sendo que a remuneração
de cada cargo seria repartida, segundo a PF, entre os envolvidos no
esquema. Nas interceptações telefônicas feitas pela PF, o servidor
diz aos fantasmas como devolver parte até da restituição do
imposto de renda dos funcionários (ver abaixo Documento parte 2, 3 e 4).
Em
uma delas, um funcionário de nome “Lerri” diz que ligou para
Fernandes para “dar uma satisfação” que “bateu” R$ 4 mil em
sua conta e que o dinheiro não é seu. Após isso, Fernandes afirma
que ele deve repassar R$ 1.500 e que isso “foi um esquema
que o contador fez”. Ao ouvir esta resposta, Lerri avisa a
Fernandes que ele pode ir buscar o dinheiro, mas recebe a orientação
para transferir a quantia para a conta do “contador”. “Mil e
quinhentos e o restante é seu, tá bom?”, diz ele.
Em
outra conversa, desta vez com uma pessoa identificada como “Rômulo”,
Fernandes negocia um repasse de R$ 200 porque o cargo da pessoa “é
baixo”.
“Tipo
assim, vamos dizer que vai perder uma semana do cargo, vai tipo R$
250, R$ 300, porque o cargo que eu vou dar a ela é baixo, aí dá
até para fazer isso. Ela vai perder essa pratinha, entendeu? Mas aí
ela já está dentro do esquema”, afirma o servidor, na gravação
feita pelos agentes da Polícia Federal.
observação: Jorge
Luis de Oliveira Fernandes foi exonerado da ALERJ por
determinação judicial do TRF-2.
Do Jornal O Estado de São Paulo. Documento, parte 2 |
Do Jornal O Estado de São Paulo. Documento, parte 3 |
Do Jornal O Estado de São Paulo. Documento, parte 4 |
Fonte: Estadão
Já apareceu um nome de Araruama. Trata-se de uma servidora comissionada lotada no gabinete da Deputada Estadual Márcia Jeovani. Em postagem anterior já publiquei o nome dela. Será que vão aparecer nomes de "servidores" de algum outro município da Região dos Lagos? E de Búzios?
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