Deputados
presos pela PF lotearam postos do Detran em 20 municípios do RJ, diz
MPF
Investigações
da força-tarefa da Lava Jato dizem que departamento cedeu cargos a
deputados, que nomeariam pessoas de sua confiança.
Divisão
por regiões do estado coincidiria com votação de parlamentares
nessas áreas.
Investigações
da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro mostram que os dez
deputados estaduais presos nesta quinta-feira (8)
lotearam
postos do Detran em 20 municípios do estado,
segundo a denúncia do Ministério Público Federal.
A
investigação do loteamento, de acordo com procuradores, começou
com a apreensão do notebook do deputado Edson Albertassi, então
líder do MDB, na Assembleia Legislativa do RJ e um dos supostos
beneficiados no esquema.
No
computador, constava a divisão
de controle dos postos em cada cidade.
As investigações mostram que a empresa Prol, vencedora dos
contratos para fornecimento de mão de obra nos postos,
disponibilizava
cargos para indicação dos deputados.
Na
planilha, cada
parlamentar aparece com um número determinado de cargos disponíveis,
chegando a indicar diretores de unidades.
São indicações para chefes de unidades, responsáveis por
vistorias, e assistentes.
De
acordo com as investigações, o ex-presidente da Alerj e deputado
afastado Jorge Picciani é quem indicou
a cargos em postos em mais cidades:
seis (Nova Iguaçu, Queimados, Belford Roxo, São João de Meriti,
Teresópolis e Três Rios).
Leitura
de e-mails, obtidos a partir de quebra de sigilo autorizada pela
Justiça, ainda na operação Cadeia Velha, em 2017, mostra
o deputado Paulo Melo com ingerência junto a uma funcionária do
grupo Facility/Prol e a Carla Adriana Pereira, diretora de Registro
de Veículos no Detran/RJ.
"Chiquinho
da Mangueira tinha 74 indicações. Luiz Martins, sozinho, tinha 137.
Entre os 40 que estavam com indicação de Paulo Melo, 15
apareciam como prestadores de serviço em campanhas eleitorais do
próprio deputado",
afirmou a procuradora Renata Ribeiro Baptista.
Segundo
os investigadores, o Detran
era manipulado para a realização de atividades de interesse de
grupos corruptos.
O deputado Paulo Melo era
considerado o “dono” do Detran",
disse a delegada Xênia Soares, da PF.
Ainda
de acordo com a denúncia, a empresa ganhava os contratos e, além da
propina
paga à quadrilha
do ex-governador Sérgio Cabral, disponibilizava
cargos aos deputados estaduais para que eles votassem projetos de
interesse da empresa de propriedade do empresário Arthur César
Soares, o Rei Arthur.
O
esquema começou, segundo os procuradores, em 2005, durante o governo
Rosinha Garotinho, e se expandiu no governo Sérgio Cabral. Não há,
até o momento, qualquer investigação contra a ex-governadora.
Além
de possíveis vantagens ilícitas que poderiam ser obtidas pelo grupo
nos postos do Detran, os
funcionários da terceirizada indicados pelos parlamentares ainda
atuavam em campanhas políticas.
Isso, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), lhes
garantiu votação
expressiva nas regiões onde eles têm controle das unidades.
Fonte:
"g1"
Observação:
Depois que fiz a postagem, recebi a informação de um leitor que ela está incorreta. O "dono" atual do Detran de Búzios seria o deputado Jânio Mendes, tanto que teria indicado todos os funcionários de lá. O deputado Marcelo Simão assumiria o Detran de Búzios apenas no ano que vem. Como perdeu a eleição não deve mais ficar com o órgão.
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Observação:
Depois que fiz a postagem, recebi a informação de um leitor que ela está incorreta. O "dono" atual do Detran de Búzios seria o deputado Jânio Mendes, tanto que teria indicado todos os funcionários de lá. O deputado Marcelo Simão assumiria o Detran de Búzios apenas no ano que vem. Como perdeu a eleição não deve mais ficar com o órgão.
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