A
oligarquia política e empresarial corrupta do Brasil, depois de um
tempo recolhida, aproveitando a desmobilização geral atual,
contra-atacou nesta semana conseguindo quatro importantes vitórias a
favor da corrupção, com a ajuda de aliados poderosíssimos que têm
no país.
1) Tira COAF de Moro
A
comissão de deputados e senadores que analisa a medida provisória
da reforma ministerial tirou o Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça e
Segurança Pública, pasta comandada pelo ministro Sérgio
Moro.
O
Centrão, composto por muitos deputados multiprocessados, com a ajuda
da esquerda e do PT, que também têm deputados processados,
aproveita a votação da Medida Provisória 870 para dar duas
cacetadas em dois instrumentos importantes de combate à corrupção.
Um deles- COAF- tirado do temido Moro e jogado de volta para o o
guarda-chuva do Ministério da Economia, onde o órgão estava
“esquecido”. O texto ainda precisa passar pelos plenários
da Câmara e do Senado, mas já dá para cravar o resultado.
2)
Impede a Receita Federal de investigar corrupção/outros crimes
O
outro instrumento é a Receita Federal. Com um jabuti colocado na MP,
consegui-se afastar os auditores fiscais do Ministério Público. Os
primeiros terão que ater-se aos crimes tributários exclusivamente.
Os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e outros correlatos, só
poderão ser comunicados aos promotores com autorização judicial. O
nome disso é “mordaça”, como bem definiu o secretário da
receita Marcos Cintra.
A
comissão de deputados e senadores que analisa a reforma ministerial
no Congresso manteve no relatório do senador Fernando Bezerra Coelho
(MDB-PE), por 15 votos a 9 (com votos da esquerda e do PT), a
restrição que proíbe a Receita
Federal de
investigar crimes não tributários.
3) Permite que Assembleias Legislativas Estaduais liberem seus
deputados da prisão preventiva
O
Supremo Tribunal Federal (STF) declarou
nesta quarta-feira que as assembleias
legislativas têm
poderes para revogar
prisões ou medidas
cautelares impostas a deputados estaduais. Por seis votos a
cinco, foram mantidos trechos das constituições do Rio de Janeiro,
do Rio Grande do Norte e de Mato Grosso que davam esse benefício aos
parlamentares nos estados. O entendimento é válido apenas para os
três casos, mas deve nortear as regras para assembleias de todo o
país. Ou seja, se a ALERJ assim decidir, Picciani, Paulo Melo,
Albertassi e outros, estarão livres. Só falta estender a
prerrogativa aos vereadores também.
4) Autoriza perdão de 80% da pena, inclusive corrupção (decreto
de Temer)
O
STF validou o decreto de indulto natalino de Michel Temer de 2017.
Beneficiários: condenados por corrupção peculato, concussão,
tráfico de influência, lavagem de dinheiro, formação de
quadrilha, etc. Com perdão de 80% da pena e 100% da multa.
O
Supremo Tribunal Federal (STF)
decidiu por 7 a 4 declarar constitucional o decreto assinado pelo
então presidente Michel
Temer (MDB)
em 2017 que pode beneficiar condenados pela Operação
Lava Jato e
pelo crime de colarinho branco.
Prevaleceu
o entendimento de que o indulto é um ato privado do presidente da
República, não cabendo ao Supremo definir ou rever as regras
estabelecidas no decreto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário