Fonte:
"tjrj"
HÁ
NOVE ANOS NO BLOG – 4 de Abril de 2010
TÍTULO: Farinha do mesmo saco 1
Farinha
do mesmo saco 1
Post
004 do blig
Data
da publicação: 04/04/2010 20:16
Republicado
em 27 de agosto de 2010
O
texto abaixo foi publicado no Jornal Primeira Hora, na coluna Opinião
do dia 13/03/2007. Republico-o na íntegra por sua atualidade. A
emenda Ibsen Pinheiro, ao colocar na agenda nacional a discussão
sobre a redistribuição dos recursos dos royalties, coloca também,
para nós moradores do Rio de Janeiro, a necessidade de avaliarmos o
que os nossos prefeitos estão fazendo com estes recursos.
"O
prefeito anterior, Mirinho, e o prefeito atual, Toninho, apesar das
diferenças pessoais- um fechado, tímido até, e o outro só
sorrisos e expansivo- na essência, do ponto de vista político e
administrativo são iguais. Listamos abaixo uma série de
características que comprovam tal afirmação.
1-
Os dois só veem duas atividades econômicas no município: o
turismo
e a construção
civil.
A pesca, a agricultura familiar, o artesanato e os trabalhadores do
turismo não receberam a menor atenção do governo anterior assim
como não recebem do governo atual.
2-
O governo Mirinho fez uma série de concessões à construção
civil
sob o argumento falacioso de que o operário da construção civil
não poderia ficar sem emprego. Toninho faz o mesmo.
3-
Mirinho defendeu a vinda de hotéis 5 estrelas para a parte
continental do município. Toninho, com o Hotel Breezers, está
colocando em prática o projeto.
4-
Mirinho implantou e Toninho segue a risca o modelo
de desenvolvimento insustentável
baseado no tripé turismo predatório, construção civil e royalties
de petróleo. Mirinho não se preocupou em criar fontes alternativas
de receitas para o município para quando os royalties de petróleo
acabarem, apesar ter prometido criar um mini-distrito
industrial
na campanha eleitoral de 1996. Em seu programa vitorioso em 2004,
Toninho prometeu criar uma Incubadora de empresas, incentivar a
instalação de um pólo
de produção cinematográfica e um pólo tecnológico.
Até agora nada.
5-
Mirinho não se preocupou com a formação profissional sistemática
dos trabalhadores buzianos. Da mesma forma, Toninho não implantou
ainda uma Escola
Técnica
na cidade como prometera na campanha.
6-
Mirinho não planejou o desenvolvimento da cidade como um todo. A
Secretaria de Planejamento, tanto no governo anterior como no atual,
só trata de urbanismo.
7-
Mirinho estabeleceu um cabide
de empregos
na prefeitura. Toninho continua criando cargos de confiança e
contratando funcionários por prazo determinado. Empregos de parentes
(nepotismo)
e cabos eleitorais, na sua maioria incompetentes, ferindo o príncipio
constitucional da impessoalidade e da eficiência na gestão da coisa
pública, é uma constante nas duas administrações.
8-
Mirinho dispendia em torno de 85%
do orçamento municipal com
folha de pagamento e manutenção da máquina municipal . Toninho
continua na mesma faixa. Resultado: nas duas administrações sempre
sobrou muito pouco para investimento.
9-
Mirinho gastava entre 41%
e 45% do orçamento com a folha de pagamento.
Toninho segue na mesma linha.
10-
A função do orçamento que mais dispendia recursos do orçamento no
governo Mirinho era urbanismo,
mais até que saúde e educação (ver orçamento de 2002 e 2003). No
governo Toninho continuamos privilegiando o urbanismo
(Via Azul).
11-
Depois de criar o cabide de empregos na prefeitura Mirinho resolveu
criar o cabide
de estágios em 2004
– ano eleitoral.- pomposamente chamado de iniciação
do jovem ao trabalho.
Esse programa caiu como uma luva nas mãos de Toninho que o rebatizou
de “fomento
ao trabalho”.
O que prova que não existe muita diferença em termos de gestão
administrativa entre os dois.
12-
Mirinho alocava migalhas do orçamento para programas
de geração de trabalho e renda.
Toninho faz o mesmo. Para este ano estão previsto gastos de míseros
R$ 31.295,00 no programa “Modelando o presente e costurando o
futuro”.
13-
Mirinho gastou em torno de R$ 1,2 milhões com assistência
social
em 2002 e 2004. Como o governo anterior que não fazia investimentos
na geração de trabalho e renda, achando que o turismo de qualidade
resolveria tudo, o governo Toninho prevê gastar este ano R$
2,4 milhões com assistencialismo.
Claro que quando não se dá dignidade ao trabalhador buziano através
do emprego e de alternativas para o aumento de sua renda , cria-se
uma grande demanda pele assistência social, ao mesmo tempo em que se
mantém o povo pobre dependente dos favores dos político no poder.
14-
Mirinho alocou no orçamento de 2004 R$ 3.190.000,00 para gastos com
publicidade
e R$ 1.040.000,00 para eventos.
Toninho, na mesma linha, prevê gastar R$ 1.613.000,00 com
publicidade
e R$ 900.000,00 com eventos.
É a República
dos Eventos
em ação, passando de um governo para o outro".Réplica:
No
dia 09/08/2008, na mesma coluna Opinião, o Sr Carlos Gonçalves
dos Santos foi escalado pelo grupo do Mirinho para a
réplica, sob o título abaixo.
Propostas realizadas
Gostei
e admirei a coragem senhor Luiz Carlos Gomes da Silva, conhecido como
Luiz do PT, ao se manifestar, comparando as propostas de governo de
Mirinho Braga (1996-2000) com as de Toninho Branco (2004). Relevo o
fato de o senhor Luiz Carlos viver ainda um período recente na
Cidade, sem ter nem
sequer participado da luta pela emancipação
político-administrativa,
menos ainda por não ter participado da luta, que foi iniciar a vida
de uma cidade, construindo-a, mais do que isso,
organizando-a.
COMPARA as propostas apresentadas nos
planos de governo de Mirinho Braga (1996 e 2000), com as de Toninho
Branco (2004). Pena que ele fez uma comparação
sem base explicativa
que deixa o leitor e eleitor, com a impressão de que se trata de uma
manifestação
meramente política,
mas partidária, de um recém chegado, sem conhecer a
verdade.
COMPARAR as ações de um administrador com as do
outro é tudo que queremos, afinal de contas, a
qualidade e a quantidade das obras realizadas pelos dois primeiros
governos de Mirinho Braga
devem ser, sim, comparadas. E quem as compara é o povo buziano, que
viveu e sentiu os efeitos, com os seus ônus e bônus, das duas
administrações, e, certamente o fará de forma mais sensata do que
a apresentada pelo professor
aposentado nas bases do PT do José Dirceu
- o mesmo PT que com bandeiras esteve à frente da campanha do atual
prefeito, e que deixa pegadas ainda na atual administração, já que
tem
o seu atual presidente nos quadros da atual administração.
Algumas
das propostas, que não foram realizadas no governo Mirinho Braga,
assim aconteceu, porque foram conseqüências da responsabilidade
administrativa
e da participação popular, por exemplo, durante as reuniões do
Governo
Itinerante
e das Assembléias
do Orçamento Participativo,
onde se rastreavam as demandas e os anseios do cidadão num livre e
direto exercício da Democracia. O governo Mirinho Braga foi
ajustando algumas de suas propostas às realidades encardas ao longo
de sua administração, sempre como uma conseqüência do contato com
o povo, numa permanente e continua interação com esse mesmo
povo.
Não só a criação
da APA Azeda/Azedinha,
mas a fiscalização firme e atuante, pôde contribuir para a
preservação ambiental e inibir, ao contrário do que hoje acontece,
a degradação, causada por licenciamentos
de obras em costões rochosos
e em áreas
de interesses ecológicos.
Apenas para citar uma das ações.
Sem dúvida, o professor
chegou tarde para ver de perto um
dos maiores crescimentos administrativos que o Estado do Rio de
Janeiro já teve.
A Cidade de Búzios, com a seriedade e o respeito que poucos
governantes ousam administrar, viu Mirinho Braga dar a largada em 96
com um orçamento de apenas R$ 6,6 milhões por ano, e entregar a
Cidade 80%
pavimentada
e com uma rede
pública de ensino premiada
por renomados institutos e órgãos do setor. Sem contar a
implantação de uma Saúde
Pública,
que atendia o cidadão com respeito e dignidade, sem excluir nenhum
segmento.
O professor, aposentado
pelas bases do PT
de Latour e de Hamber, também omite o que prometeu Mirinho no seu
plano de governo, quando falava em trazer para a Cidade uma política
no setor do Turismo,
nossa principal fonte de renda, que era a de um turismo de
qualidade.
Pouco sabe ele, que em 96 a Cidade ocupava
apenas o 36°
lugar no ‘ranking’ de cidades que recebem turistas estrangeiros
e que ao finalizar a sua participação no governo em 2004, Mirinho
deixou Búzios no 6°
lugar,
à frente inclusive de grandes capitais do Nordeste
brasileiro.
Compara mesmo senhor Luiz Carlos, pois o
atual governo desfazendo tudo aquilo que foi sucesso administrativo,
já regrediu o ‘status’ e a posição de nossa cidade para o 16°
lugar.
Só
comparando mesmo para ver que respeito ao cidadão não se dá com
artigos
tendenciosos
nem com provas
de desconhecimento de causa.
Mirinho Braga sempre pautou seu governo na promoção da qualidade de
vida para os buzianos e visitantes. Por isso, nunca transgrediu as
Leis e muito menos chegou a admitir que as
leis existem, mas que nem todas merecem cumprimento,
como se manifestou o atual governante. Mirinho sempre esteve atento
‘as necessidades de sua gente e a qualquer hora, do dia ou da
noite, desempenhava o seu papel de homem público e de um exemplar
chefe de família.
A omissão de socorro quer seja na área da Saúde, ou das ações
sociais nunca pontuaram negativamente contra Mirinho Braga, por ser
ele um homem que respeita o cidadão e os valores que suportam a
Constituição desse País.
Mas tenho certeza que não só o
atento professor Luiz, como outros recém chegados, poderá comparar
e verificar que as promessas
não cumpridas fazem parte da cartilha do então candidato em 2004,
que hoje finaliza um governo totalmente desmoralizado e deixa uma
cidade depenada em todos os sentidos.
Mas respeito as críticas
e parabenizo a coragem
do nobre professor
que, mesmo sem conhecer a realidade, pontua as falhas e nos abre os
olhos para acertar ainda mais. Mirinho, como sempre, pautado na
honestidade,
seriedade e amor a Búzios,
agora mais amadurecido, vai estar atento a essas críticas e
trabalhar dobrado para garantir a todos os buzianos um futuro
melhor.Tréplica:
Na
seção Teclado do Leitor, escrevi uma carta respondendo ao
artigo do Sr Carlos Gonçalves.
Resposta ao artigo “Propostas
realizadas”.
Me desculpe a franqueza, Carlos Gonçalves, mas
o senhor não entendeu o que escrevi. Em nenhum momento comparei as
“propostas do governo de Mirinho Braga com as de Toninho”. O que
eu fiz, foi simples. Peguei os três programas de governo (1996,2000
e 2004) e, em seguida, listei o que não foi cumprido nos respectivos
governos. Mas essas promessas não cumpridas eu não citei, porque
não me interessou neste estudo específico. O que eu quis fazer e
fiz, foi mostrar as
semelhanças entre eles até naquilo que não cumpriram.
Isso para mim é bastante revelador para se entender a política em
Búzios. Não foi à toa que ambos vieram da mesma escola do PDT
de José Bonifácio,
lembra-se?
Tendo ficado clara essa premissa, não faz o mínimo
sentido o senhor dizer que a comparação não tem “base
explicativa”, que “se trata de uma manifestação meramente
política, mas (sic) partidária”, que meu artigo foi “tendencioso”
e que o povo vai fazer a comparação de forma “mais sensata” que
eu.
Também é preciso ficar claro que para ler três
programas de governo, verificar o que não foi cumprido e listar o
que tem de comum neles, eu não preciso ter muito tempo na cidade,
posso ser um “recém chegado”, não preciso ter “participado da
luta pela emancipação” e do primeiro governo Mirinho, como o
senhor. Eu só preciso saber ler e entender o que leio. Existe uma
ciência chamada História, feita a partir do estudo de documentos
(antigos e recentes), que nos permite compreender determinada
sociedade ou época sem que necessariamente a gente precise ter
vivido nela. Às vezes, compreendendo até melhor do que aqueles que
nela viveram.
Feito esses esclarecimentos, seria muito bom que
essas promessas fossem realizadas no próximo governo que a cidade
tiver, seja ele quem for. Sabe por quê? Porque elas são bastante
atuais e necessárias para o desenvolvimento econômico-social
sustentável de Búzios. O
programa de governo defendido por Mirinho em 1996 era excelente.
Falo isso sem nenhuma intenção de fazer pilhéria. Basta ver que a
maioria de suas propostas não realizadas (1997-2000) está no Plano
Diretor de Búzios,
votado com a mais ampla participação popular.
Para que
seu grupo político possa abrir “os olhos para acertar ainda mais”,
seria bom que, além de analisar os reais motivos que impediram que
essas propostas fossem implementadas, o senhor e o seu grupo parassem
com o ufanismo.
A sua empolgação ufanista o leva a afirmar coisas sem pé nem
cabeça quando diz que com o governo Mirinho se viu “um
dos maiores crescimento administrativo (sic) que o Estado do Rio de
Janeiro já teve”.
O senhor está falando do Estado ou de Búzios? E o que é
crescimento administrativo? O mesmo ufanismo o leva a falar em “rede
pública de ensino” premiada na época de Mirinho. A Educação do
governo Toninho também foi premiada. Na verdade, essas premiações
valem muito pouco. O
que vale mesmo é a avaliação feita pelo MEC - o Enem e a Prova
Brasil.
O desempenho de Búzios nessas avaliações prova que Búzios nunca
teve educação de qualidade.
Para abrir “os olhos
para acertar ainda mais” é preciso parar de pintar o seu candidato
com a aura
de santo,
como se ele fosse o único representante do bem na cidade. É como se
o senhor dissesse: Mirinho e seu grupo representam o bem, os outros
são o mal. Esse maniqueísmo
infantil
não contribui em nada para o pensamento, que é dialético, para a
cidade e muito menos para o seu candidato, que o senhor diz estar
hoje “mais amadurecido”. É esse maniqueísmo que o leva a uma
análise superficial dos motivos que fizeram Mirinho não
implementar suas propostas.
Vejamos. O senhor dá dois motivos principais: 1)a responsabilidade
administrativa; 2)a participação popular (Governo Itinerante e
Orçamento Participativo). A sua explicação por si só diz tudo: “O
governo Mirinho foi ajustando algumas de suas propostas às
realidades encontradas (é isso?) ao longo de sua administração,
sempre como uma conseqüência do contato com o povo, numa permanente
e continua interação com esse mesmo povo”. Para ficar claro vamos
pegar uma proposta concreta, a
construção de um hotel-escola,
por exemplo. Deixa eu ver se entendi o raciocínio lógico: 1) tem
uma proposta de construir um hotel-escola; 2) Mirinho vai ajustando
essa proposta; 3) Mirinho interage com o povo; 4) a proposta some
(não se constrói o hotel-escola).
Para acertar “ainda
mais” também é preciso utilizar dados
corretos.
Não sei de onde o senhor tirou que, em 1996, Búzios encontrava-se
em 36º
lugar no ranking de cidades que mais recebem turistas estrangeiros.
Segundo os “Estudos de Demanda Turística Internacional” da
Embratur, nesse ano, Búzios encontrava-se em 11º lugar. Nos anos
anteriores, estava em 10º lugar em 94 e em 11º lugar em 95. Nos
anos seguintes, as colocações foram: 98 (8º); 99 (10º); 00 (10º);
01 (10º); 02(10º); 03 (7º); 04 (8º) e 05 (9º). Analisando-se
friamente os dados parece que a existência
ou não do governo Mirinho em nada influenciou a colocação.
Parece-me que a
colocação independe dos governos.
De onde o senhor tirou, também, que Búzios, hoje, está
em 16º lugar?
Também está incorreto dizer que Mirinho Braga deu a “largada em
96 com um orçamento
de apenas R$ 6,6 milhões”.
Esse valor era a receita prevista. O que foi gasto (receita
realizada) foram R$ 9,3 milhões. Nos anos seguintes foram gastos (em
milhões de reais): 98 (15,5); 99 (22,3); 00 (31,9); 01 (42); 02
(56,2); 03 (74,3); 04 (77,3). Total da receita nos 8 anos de governo
Mirinho (1997-2004): R$328,8
milhões.
Não dá mais para ficar dizendo que Mirinho nos seus 8 anos de
governo não teve nem
R$200 milhões de receita,
a metade do que Toninho teve nos 4 anos. O importante é saber o que
foi feito com essas receitas. Como Toninho, pelo menos a metade (um
pouco menos) foi
gasta com folha de pagamento dos funcionários da prefeitura.
Entre eles os
amigos, os parentes e os cabos eleitorais do seu grupo político.
E a responsabilidade administrativa a que o senhor se referiu antes
como justificativa para não cumprir as promessas? Entre as promessas
e os cargos, optou-se pelos cargos, não?
Luiz do PT
Comentário à época:
Foi
um raro momento da pré-campanha eleitoral em que se debateu idéias.
Por isso publico aqui esses textos.
Meu comentário atual:
Pode ser incluído no saco o governo André Granado. Ele foi candidato a vereador pela coligação de Mirinho e secretário de saúde do governo toninho Branco. É farinha do mesmo saco porque também é clientelista e patrimonialista. Também não rompe com o modelo de desenvolvimento insustentável de Búzios. Nenhuma alternativa econômica ao modelo baseado no tripé turismo predatório-royalties de petróleo- construção civil.
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