Policia Federal. Foto: G1 |
A
Operação Patrón, nova fase da "Câmbio, Desligo", trouxe a Polícia
Federal a Búzios. Os 37 mandados – 16 de prisão
preventiva, 3 de prisão temporária e 18 de busca e apreensão-
foram realizados na Grande São Paulo, em Ponta Porã, no Rio de
Janeiro e em Armação dos Búzios.
O
"Estadão" noticiou que o doleiro Najun Azario Flato foi
preso no âmbito da ação que busca ainda o ex-presidente do
Paraguai Horácio
Cartes. A
Operação Patrón cumpre 37 mandados expedidos pela 7ª Vara Federal
Criminal do Rio de Janeiro para investigar grupo que deu apoio a fuga
e à ocultação de bens de Dario Messer, conhecido como o 'doleiro
dos doleiros'.
Segundo
a PF, o nome da Operação, Patrón, ‘patrão’ em espanhol, é o
termo que Dario Messer utilizava para se referir a Cartes. O
doleiro foi preso no fim de julho, em São Paulo, em uma ação
coordenada da Polícia Federal e da Procuradoria da República.
Os
mandados foram expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de
Janeiro e cerca de 100 agentes participam das ações.
Entre
os investigados há residentes do Paraguai e dos Estados Unidos,
entre eles o ex-presidente Cartes. Segundo a PF, eles terão seus
nomes incluídos na Difusão Vermelha da Interpol, por decisão
judicial.
Ainda
de acordo com a Polícia Federal, o doleiro dos doleiros Dario Messer
pediu meio milhão de dólares em julho de 2018 ao então presidente
do Paraguai, Horacio Cartes, para manter-se foragido das autoridades
paraguaias e brasileiras. A força-tarefa da Lava Jato afirma que a
quantia foi paga por Cartes via intermediários.
Segundo
imagens colhidas no celular de Dario em junho de 2018 — logo após
a deflagração da Operação Câmbio Desligo —, o “doleiro dos
doleiros” encaminhou uma carta para o “Patrão” solicitando US$
500 mil para seus gastos iniciais jurídicos, que deveriam ser
entregues a ROQUE
FABIANO SILVEIRA, que fez fortuna no Paraguai com fabricação de
cigarros que são contrabandeados para o Brasil. Ele é o "ZERO
UM", um dos empresários mais poderosos do Paraguai.
A
BUSCA E APREENSÃO EM BÚZIOS
Segundo
o MP Federal (ver em "mpf"),
“o material analisado pela Polícia Federal revelou que uma das
formas de recebimento dos dólares provavelmente obtidos no Paraguai
foi através de uma pessoa ainda não identificada, chamada pelos
interlocutores de “FELIPE”, indicado por ROQUE SILVEIRA, com quem
DARIO manteve diversos contatos pelo Whatsapp (“FELIPE AMI PEDRA”)
solicitando a entrega do dinheiro na ENTERTOUR CÂMBIO E TURISMO LTDA
ou por depósitos em conta da empresa de fachada QUIMICLEAN BRASIL
INDUSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS DE LIMPEZA LTDA”.
“Além
de entregas de dinheiro na ENTERTOUR (cerca de R$ 50 mil
periodicamente), ou por depósitos na QUIMICLEAN, DARIO recebia
entregas de dinheiro por intermédio de depósitos na conta corrente
de ANTÔNIO SIQUEIRA SOARES CAMARGO, e na conta corrente da
empresa SERENA RESORT HOTEL, com sede em Búzios, no Rio de
Janeiro, ambas indicadas por NAJUM TURNER”, advogado
e doleiro uruguaio, atualmente foragido da justiça (condenado pela
Justiça Federal em SP), amigo e conselheiro de longa data de Dario
Messer".
“Em
determinado diálogo ROQUE SILVEIRA reencaminha os comprovantes dos
depósitos, retirados os valores de conta corrente “de passagem”
em nome da empresa de fachada LUKSCHAL COMÉRCIO DE RESÍDUOS OLEOSOS
LTDA ME, no total de R$ 25.000,00 no dia 25/06/2019 para a conta
corrente da empresa SERENA RESORT HOTEL, e outros R$ 25.000,00
no dia 26/06/2019 na conta corrente de ANTÔNIO SIQUEIRA SOARES
CAMARGO”.
“Há
inclusive um diálogo com ROQUE SILVEIRA em que DARIO MESSER afirma
que o valor total dos depósitos foi de R$ 791 mil, sendo que R$ 535
mil já estariam liberados e R$ 100 mil o seu amigo (FELIPE) já
teria em cash para entregar, num total de R$ 1.426.000,00, que com a
conversão aproximada chegaria a cerca de USS 400 mil”.