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Aécio Neves. Foto: El Pais |
O
Jornal Folha de São Paulo traz reportagem assinada pelo
repórter José
Marques que
mostra que os “Inquéritos
sobre Aécio ficam sem conclusão”. O que abre espaço para sua
defesa argumentar que os procedimentos têm que ser arquivados. Ou
então, o novo objeto de desejo dos corruptos brasileiros: o envio
dos inquéritos à Justiça Eleitoral. Aécio já conseguiu que um
desses inquéritos fosse enviado
para o juízo eleitoral de Minas Gerais, ano passado. Nele,
apura-se a suspeita de que a Odebrecht teria pago, a pedido de Aécio,
caixa dois nas campanhas de 2010 em Minas Gerais.
Também
ganhou precioso tempo, pois algumas dessas apurações foram
remetidas do STF para a primeira instância após a restrição do
foro privilegiado (só vale para supostos crimes cometidos no
mandato), mas ainda estão inconclusas. Seus advogados entraram duas
vezes com embargos de declaração para adiar a remessa. A única
ação em que o tucano é réu- relativa ao episódio em que
solicitou R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista- foi uma
delas. Chegou à Justiça Federal de São Paulo em abril deste ano,
um ano depois de o STF acolher a denúncia da Procuradoria-Geral da
República.
Publico
trechos da reportagem para mostrar que nossa legislação precisa
urgentemente ser mudada. Não é possível que políticos como Aécio
continuem na vida pública- recentemente votou com o PT para que o
COAF fosse retirado de Moro- mesmo existindo provas consistentes de
que eles cometeram crimes graves.
O
QUE PESA CONTRA AÉCIO – UM COMBO DE ACUSAÇÕES
O
deputado foi alvo de ao menos 9 investigações desde 2016; apenas
uma virou denúncia.
Aécio, ex-senador
e ex-governador de Minas Gerais, atual deputado federal, foi
alvo de ao menos nove investigações oriundas das delações
da Odebrecht, da JBS e do ex-senador Delcidio do
Amaral (ex-PT).
Até
agora, apenas uma delas resultou em denúncia e o transformou em réu,
sob acusação de corrupção e obstrução de Justiça, no caso
relacionado ao episódio em que solicitou R$ 2 milhões do
empresário Joesley Batista (JBS).
AÇÃO
PENAL
1)
R$ 2 MILHÕES DE JOESLEY
Aécio
é réu sob acusação de corrupção passiva e obstrução de
Justiça, relativo ao episódio em que solicitou R$ 2 milhões ao
empresário Joesley Batista
Onde
tramita? Justiça
Federal de São Paulo
INVESTIGAÇÕES
1)
DELAÇÃO DA JBS
Apura
se Aécio Recebeu mais de R$ 60 milhões por meio de notas fiscais
frias, como aponta delação dos empresários
Onde
tramita? Justiça
Federal de São Paulo
2)
CIDADE ADMINISTRATIVA
Aécio,
de acordo com ex-executivos da Odebrecht, organizou esquema de fraude
a licitações quando era governador de Minas Gerais, em troca de
receber 3% do valor do contrato, como propina
Onde
tramita? Justiça Estadual de Minas Gerais
A
investigação chegou à primeira instância no meio do ano passado e
está sob sigilo desde então. Em fevereiro, os autos voltaram à
Polícia Federal para novas diligências. A promotora responsável
pelo caso é Patricia Medina Varotto de Almeida.
3)
CAMPANHA DE 2010 (JUSTIÇA ELEITORAL)
Odebrecht
teria pago, a pedido de Aécio, caixa dois a campanhas de 2010 em
Minas Gerais
Onde
tramita? Justiça
Eleitoral de Minas Gerais
4)
CAMPANHA PRÓPRIA DE 2014
Aécio
solicitou, por meio de contratos fictícios com empresa de marketing,
R$ 6 milhões para a campanha à Presidência de 2014, segundo
delatores
Onde
tramita? Supremo
Tribunal Federal
5)
CAMPANHA DE ALIADOS DE 2014
A
pedido do tucano, aliados receberam R$ 6 milhões não contabilizados
em 2014, de acordo com executivos da empreiteira
Onde
tramita? Supremo
Tribunal Federal
6)
FURNAS
Investiga
se o tucano esteve envolvido em suposto esquema de lavagem de
dinheiro na estatal
Onde
tramita? Supremo
Tribunal Federal
A
investigação chegou a ser arquivada por Gilmar Mendes, mas
foi desarquivada para mais apurações por decisão da Segunda Turma.
O inquérito aponta suspeita de repasses de propinas em contratos da
estatal Furnas a pessoas ligadas a Aécio.
7)
HIDRELÉTRICA
Aécio
teria acertado propina de R$ 50 milhões para defender interesses
da Odebrecht e Andrade Gutierrez nas obras das usinas de
Santo Antônio e Jirau
Onde tramita? Supremo
Tribunal Federal
Uma
outra dessas nove investigações, sobre suposta interferência nas
investigações do mensalão tucano, foi arquivada pelo ministro
Gilmar Mendes (STF) a pedido da procuradora-geral da República,
Raquel Dodge.
O
QUE FOI ARQUIVADO
1)
MENSALÃO TUCANO
Aécio
foi investigado por suposta maquiagem para esconder a existência do
esquema que irrigou a campanha de Eduardo Azeredo em 1998.
Procuradora-geral da República Raquel Dodge pediu arquivamento.