sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Denúncia do MP na Operação Plastógrafos: 1 - A individualização das condutas

 O blog teve acesso à Denúncia do MP. Como é de interesse público, resolvi publicá-la na íntegra. Afinal de contas, o povo buziano tem o direito de saber tudo o que ocorre na Prefeitura de Búzios, principalmente más condutas de seus servidores. O Inquérito por razões óbvias era sigiloso, mas a partir do seu encerramento, com a formalização da Denúncia à 1ª Vara de Búzios, deixa de ser. Registro que tive o cuidado de cobrir com uma tarja branca dados pessoais dos denunciados como os números de CPFs e Identidades. O mesmo fiz com seus endereços. Também cobri com a mesma tarja as suas fotos publicadas na Denúncia. Finalmente, resolvi dividir a publicação em cinco partes devido grande número de páginas da Denúncia. Esta é a primeira parte.



Processo na 1ª Vara de Búzios (Criminal): 0003575-10.2019.8.19.0078 

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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

UM PEDIDO




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A investigação sobre a quadrilha dos alvarás terá desdobramento, diz delegado de Búzios

O Promotor do GAECO Eduardo Fonseca disse à Intertv que existe um vínculo próximo entre os membros da quadrilha presos e altas autoridades da Prefeitura de Búzios, incluindo o prefeito André Granado. Este, inclusive, demonstrou esta proximidade, nomeando para cargo comissionado em dezembro, Maurício Rodrigues de Carvalho do Nascimento, um dos que havia sido objeto de busca e apreensão na primeira fase da Operação Plastógrafo, em novembro. 
O Promotor adiantou também que, além do aprofundamento da investigação sobre a falsificação de alvarás, outros fatos criminosos estão sendo investigados. 






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Edissão istórica do Enem



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ALERJ instala CPI para investigar despejo de esgoto na Lagoa de Araruama

Plenário da ALERJ. Foto: Julia Passos


A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) instalou, nesta terça-feira (11/02), uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a ocorrência de danos ambientais e o derramamento de resíduos químicos na lagoa de Araruama. Segundo o presidente da CPI, deputado Dr. Serginho (PSL), o grupo pretende apresentar medidas para restabelecer a qualidade da água lagunar da região.

O objetivo é justamente apontar erros no contrato de concessão, constatar que há um crime ambiental, verificar responsabilidades e apresentar soluções para que a gente consiga acabar com esse derramamento de esgoto na lagoa de Araruama. Verificar o cumprimento do contrato de concessão também é um dos objetivos da nossa CPI, principalmente no que se refere à cobrança da taxa mínima em cima do consumo de água”, explicou o parlamentar.

Dr. Serginho ressaltou que a presença de esgoto na água gera impactos no turismo e nas famílias que vivem da atividade pesqueira: “Hoje, a gente não conseguiria explorar o turismo no entorno da lagoa por conta da poluição. As pessoas não podem tomar um banho de lagoa, nem praticar atividades esportivas. E as famílias que têm sua subsistência retirada da lagoa estão vivendo com menos, porque a produção pesqueira da lagoa está cada vez menor por conta do derramamento de esgoto”.

Nomeado relator da CPI, o deputado Gustavo Schmidt (PSL) frisou a necessidade de fiscalizar os contratos e investimentos das concessionárias. “O trabalho que a gente está começando vai ajudar outros municípios, como a própria Niterói, que tem problemas nas lagoas de Piratininga e de Itaipu. Queremos cobrar, de fato, as concessionárias em relação aos contratos, vamos olhar se os investimentos na Prolagos foram devidos e o porquê de a lagoa de Araruama estar dessa forma”, comentou.

A deputada Zeidan Lula (PT) foi nomeada vice-presidente da CPI. Também estiveram presentes os deputados Anderson Alexandre (SDD), Jorge Felippe Neto (PSD) e Martha Rocha (PDT).

Fonte: "alerj"

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MPRJ deflagra operação em Armação dos Búzios para prender despachantes acusados de falsificação de alvarás

Operação Platógrafos II em Búzios. Arte: MPRJ


O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), e da Secretaria de Polícia Civil do Estado do Rio, por meio da 127ª Delegacia de Polícia, com o apoio da DHNSG, deflagraram, nesta quinta-feira (13/02), a 2ª fase da Operação Plastográfos, em Armação dos Búzios, para cumprimento de cinco mandados de prisão expedidos pelo juízo da 1ª Vara Criminal de Armação dos Búzios contra despachantes acusados de falsificarem alvarás no município.
 
A 1ª fase da operação ocorreu em 3 de outubro de 2019, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos despachantes. Foram imputados aos denunciados Henrique Ferreira Pereira (vulgo ‘Japonês’), Thiago Silva Soares, Jonatas Brasil Rodrigues da Silva (‘John John’), Maurício Rodrigues de Carvalho do Nascimento e Weliton Quintanilha de Souza (‘Ginho’) a prática dos crimes de organização criminosa, estelionato, fraude processual e ameaça.
 
De acordo com a investigação, empresários que buscavam a legalização de seus estabelecimentos junto à Prefeitura de Búzios eram indicados por funcionários da própria administração municipal a procurar despachantes que, supostamente, agilizariam o processo para liberação do alvará. Em seguida, as vítimas entravam em contato com os referidos despachantes e ora denunciados, que cobravam valores em torno de R$ 5 mil pela emissão de alvarás definitivos, os quais, posteriormente, foram confirmados como sendo documentos falsos. No decorrer da investigação, os denunciados ainda ameaçaram vítimas e destruíram provas, retirando alvarás de estabelecimentos lesados sem qualquer autorização.

Fonte: "mprj"


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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Ex-Procurador Geral de Justiça Claudio Lopes vira réu por corrupção

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Em sessão realizada nesta segunda-feira (10/02), o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) aceitou, por unanimidade de votos, a denúncia feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) contra o ex-procurador-geral de Justiça Claudio Lopes. Além dele, também viraram réus o ex-governador Sérgio Cabral, o ex-secretário de Governo Wilson Carlos, e Sérgio de Castro (conhecido como Serjão), apontado como operador financeiro da organização criminosa chefiada por Cabral. Os 19 desembargadores presentes à sessão, conduzida pelo presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Claudio de Mello Tavares, acompanharam o voto do relator do processo, desembargador Elton Leme.

De acordo com a denúncia, os réus cometeram os crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa e quebra de sigilo funcional, que teriam sido praticados entre o final de 2008 e dezembro de 2012. É a primeira vez que um ex-procurador-geral de Justiça vira réu numa ação penal.

Segundo a denúncia do MPRJ, Cláudio Lopes recebeu cerca de R$ 7,2 milhões enquanto exercia o cargo de procurador-geral de Justiça para obstruir investigações de possíveis irregularidades durante a gestão de Sérgio Cabral à frente do Executivo fluminense. “Os pagamentos de propina a Lopes teriam começado ainda durante a campanha dele para a chefia da instituição, no valor de R$ 300 mil. Depois de escolhido procurador-geral de Justiça por Sérgio Cabral, Cláudio Lopes passou a receber, a partir de março de 2009, a mesada de R$ 150 mil. A propina foi paga até dezembro de 2012, quando Lopes deixou o cargo máximo no MPRJ” (Fonte: "mprj")

A denúncia cita ainda que Lopes, em determinada ocasião, alertou o então secretário de Saúde Sérgio Côrtes a respeito de uma operação - feita pela própria instituição que chefiava – que procurava indícios de corrupção em endereços relacionados à pasta. O vazamento da busca e apreensão teria permitido a destruição de extratos bancários de contas no exterior.

Fonte: "tjrj"


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MPRJ ajuíza ação contra prefeito de Niterói por recebimento de propina de empresas de ônibus

Ação Civil Pública da propina de empresas de ônibus de Niterói


O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ), ajuizou nesta terça-feira (11/02) ação civil pública (ACP) contra o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), o ex-secretário municipal de Obras, Domicio Mascarenhas, dois empresários, dois consórcios e nove empresas de transporte por atos de improbidade administrativa, com requerimento de indisponibilidade de bens dos envolvidos. De acordo com a ACP, o grupo liderado pelo prefeito recebeu vantagens financeiras indevidas pagas pelos consórcios de empresas de ônibus da cidade, em situação similar ao esquema irregular de pagamento de propinas capitaneado pela Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor), durante o governo Sérgio Cabral.

O inquérito civil que instruiu a ação foi instaurado em dezembro de 2018 para apurar possíveis atos de improbidade administrativa por parte de autoridades municipais de Niterói, em razão da prática de um esquema de corrupção que arrecadava propina de 20% sobre os valores arrecadados, a título de gratuidades, nas passagens do transporte municipal coletivo, modal ônibus. O esquema criminoso movimentou o pagamento de propina, por parte das empresas de ônibus aos líderes da organização criminosa, na ordem de R$ 11 milhões apenas no período entre abril de 2014 a dezembro de 2018, em valores aferidos à época.

No decorrer da investigação, o GAECC/MPRJ obteve informações precisas a respeito do esquema de corrupção instituído no Município de Niterói, envolvendo empresários de transporte rodoviário, Rodrigo Neves e Domicio Mascarenhas, que além de ex-secretário foi conselheiro de Administração da NITTRANS, empresa responsável pelo planejamento e gerenciamento do sistema de transporte do sistema viário de Niterói.

A ação aponta que, nas campanhas eleitorais de 2012 e 2016, consórcios filiados ao Setrerj fizeram doações não oficiais para as campanhas de Rodrigo, com os pagamentos tendo sido entregues pelos presidentes dos Consórcios Transnit e Transoceânico ao operador do prefeito, Domicio Mascarenhas. De acordo com informações da ACP, a Prefeitura de Niterói deveria pagar valores aos consórcios pelas gratuidades, mas somente efetuava os pagamentos mediante um retorno de 20% destes valores, a título de propina.

Também é relatada, na ação, que a intenção de Rodrigo Neves era de que a campanha de 2016 fosse realizada com a estrutura utilizada na campanha anterior. Para tanto, segundo apurado, Rodrigo Neves solicitou a Domício que fossem feitos os ajustes financeiros necessários, através das empresas de ônibus que operavam em Niterói, com vistas ao pagamento do valor de R$ 5 milhões ao responsável pela campanha do prefeito, por meio de caixa dois.

Fonte: "mprj"

Veja a denúncia da Operação Alameda em "estadao"

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TCE inscreve na Dívida Ativa débitos de ex-secretário de urbanismo e de empresa responsáveis por irregularidades em obras realizadas em Búzios em 2004

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Na sessão do TCE-RJ de ontem(11), o Conselheiro-Relator RODRIGO MELO DO NASCIMENTO decidiu monocraticamente, DE ACORDO com a proposta do Corpo Instrutivo e com o parecer do Ministério Público Especial, pela inscrição na Dívida Ativa Municipal de Búzios das multas e do débito solidário impostos ao Sr. Humberto Alves da Silva, Diretor de Fiscalização de Obras Públicas da Prefeitura Municipal de Armação dos Búzios à época dos fatos e da sociedade empresária Oriente Construção Civil Ltda, tendo em vista que os débitos não foram recolhidos no prazo legal.

O PROCESSO TCE-RJ n° 231.001-3/05 trata da Tomada de Contas Especial Ex Officio, resultante da conversão do processo de Auditoria Governamental Ordinária, na modalidade Inspeção, realizada na Prefeitura Municipal de Armação dos Búzios, no período de 29/08/2005 a 16/09/2005, que teve por objetivo verificar contratações de obras e serviços de engenharia celebradas pela Prefeitura Municipal, selecionadas a partir de uma amostragem de 12 (doze) obras pré-selecionadas.

Na sessão anterior, de 24/07/2018, o Tribunal decidiu Pela IRREGULARIDADE DAS CONTAS, objeto da Tomada de Contas Ex Officio, sob a responsabilidade do Sr. Humberto Alves da Silva e da sociedade empresária Oriente Construção Civil Ltda e pela IMPUTAÇÃO DE DÉBITO, solidariamente, ao dois no valor equivalente a 47.813,35 vezes o valor da UFIR-RJ, em face de uma série de irregularidades encontradas na execução do Contrato nº 08/04, tratando de terraplenagem, drenagem, pavimentação em diversos logradouros, Bairro Cem Braças e do Contrato nº 06/04, referente à Construção da Escola Municipal Professora Eliete Mureb de Araújo Góes, Bairro de José Gonçalves (ver "ipbuzios").

Débito solidário (Humberto e Oriente): 47.813,35 UFIR-RJ. Em valores de hoje, com a UFIR-RJ valendo R$ 3,5550, temos R$ 169.976,45.
Multa (Humberto): 50% do valor do débito imputado, 23.906,67 UFIR-RJ (R$ 84.988,21)
Multa (Oriente): 50% do valor do débito imputado, 23.906,67 UFIR-RJ ((R$ 84.988,21)

O ex-prefeito DELMIRES DE OLIVEIRA BRAGA, prefeito à época dos fatos, não teve seu nome inscrito na Dívida Ativa porque pagou todas as 06 (seis) parcelas da multa aplicada na sessão de 28.04.2015 no valor equivalente a 2.500 (duas mil e quinhentas) UFIR-RJ.

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Comentários no Facebook:
Mônica Casarin Caraca Humberto se ferrou. Ser fiscal de obra é coisa seríssima. Olha a tromba que sobrou para ele.
Darci Sales Cadê o toucinho que estava aqui?......
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terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Presidente do Flamengo poderá ser conduzido coercitivamente para dar esclarecimentos à CPI dos Incêndios da ALERJ

Plenário da CPI dos Incêndios da ALERJ na sexta-feira (7). Foto: Thiago Lontra 



Rodolfo Landim poderá até ser conduzido de forma coercitiva se não comparecer, como aconteceu na reunião da comissão desta sexta-feira

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que investiga os recorrentes incêndios no Estado vai convocar o presidente do Clube de Regatas do Flamengo, Rodolfo Landim, para prestar esclarecimentos ao grupo sobre o incêndio do Ninho de Urubu, que há um ano vitimou 10 atletas da base do time. Segundo o presidente da CPI, deputado Alexandre Knoploch (PSL), caso o presidente não compareça ou não envie como representante o vice-presidente jurídico do clube, Rodrigo Dunshee – o novo encontro já está marcado para o dia 14/02 -, Landim poderá ser conduzido coercitivamente. A deliberação aconteceu na sexta-feira (07/02) durante reunião da CPI que teve quase seis horas de duração.

Knoploch afirmou que também será convocado, com possibilidade de condução coercitiva, o ex-vice-presidente de patrimônio Alexandre Wrobel. Tanto Wrobel quanto Landim foram convidados a participar da reunião desta sexta-feira, mas não compareceram. "Se eles não estiverem presentes ao primeiro minuto da próxima reunião, serão alvos de condução coercitiva imediata pela Polícia Civil. Estamos cumprindo o que determina a justiça. Primeiro convidamos esses dirigentes, agora eles serão convocados. Esperamos não ter que usar a condução coercitiva, já que o advogado do Flamengo informou que eles virão à reunião", afirmou o parlamentar.

Famílias das vítimas

Após um ano do incêndio no alojamento das divisões de base do Flamengo, onde 10 meninos morreram e três ficaram feridos, familiares e advogados das vítimas presentes à reunião reclamaram da falta de acolhimento por parte do Flamengo. O clube chegou a acordos de indenização com apenas três famílias. Segundo Wedson Candido de Matos, pai de Pablo Henrique – uma das vítimas -, ele ficou sabendo da tragédia pela mídia e o clube não prestou nenhuma tipo de atendimento. "Nesse um ano não tivemos quase nenhum contato com o Flamengo. Total desprezo. O Flamengo nos abandonou. Não procura, não conversa. Não tive atendimento psicológico, não tive nenhum tipo de atenção. Apenas pagam a pensão, que é a conta de comprar os remédios que eu e minha esposa passamos a tomar depois da tragédia”, revelou Wedson.

Advogada da família de Pablo Henrique, Mariju Maciel disse que o que se pede é acolhimento e carinho. "Ainda não tivemos acesso aos autos do processo e estamos há um ano enfrentando o descaso. O que queremos é ouvir do Flamengo 'desculpa por ter colocado seu filho para dormir num container de alta combustão'. O Flamengo só me procurou uma vez estipulando um teto de indenização e não querendo dialogar. Todas as famílias tinham aceitado o acordo feito em conjunto pelo Ministério Público, Ministério Público do Trabalho e Defensoria Pública. O clube é que não aceitou e preferiu tratar com cada família individualmente", disse.

Segundo Mariju, a família de Pablo veio de Minhas Gerais para a reunião e pediu, por e-mail, ao clube a liberação para visitar o Ninho do Urubu na manhã deste sábado (08/02), quando completa exatamente um ano da tragédia, para colocar uma vela onde o adolescente morreu. Inicialmente a diretoria do Flamengo havia negado o pedido, informando que o time principal se concentraria para o jogo contra o Madureira pelo Campeonato Carioca. No entanto, durante a reunião, o CEO do clube, Reinaldo Belotti, chegou a um consenso e as famílias poderão visitar o CT sem a presença da imprensa.

O vice-presidente da CPI, deputado Rodrigo Amorim (PSL), disse que o Flamengo está fugindo do debate. "A instituição usa a sua força para intimidar. Se nós parlamentares estamos enfrentando dificuldades em dialogar, imagina como está sendo para essas famílias", questionou Amorim. Representando a família do Jorge Eduardo, a advogada Paula Wolf, argumentou que o clube trata os advogados dos parentes das vítimas como entraves. "O Flamengo age como se as famílias não tivessem direitos. O presidente Landim diz que nós estamos atrapalhando as negociações, mas o clube não procura essas pessoas", lamentou.

Posição do Flamengo

O advogado do Flamengo, Willian Oliveira, pediu desculpas aos familiares presentes e disse que após o incêndio, o clube realizou todos os procedimentos legais para que o Centro de Treinamento (CT) pudesse voltar a funcionar. A nova gestão, segundo ele, constituiu um diretor para cuidar do CT. Com mais de três horas de reunião da CPI em andamento, o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, e o atual CEO do clube Belotti chegaram à Alerj.

Segundo Bandeira de Mello, único dirigente do clube indiciado inicialmente pela polícia, sua gestão havia acabado em 2018 e ele não era mais presidente do Flamengo em fevereiro de 2019. Ele negou todas as acusações e disse que não tinha acesso às informações de manutenção dos equipamentos e nem sobre as licenças e alvarás do Corpo de Bombeiros e da prefeitura. "Essas questões não chegam diretamente ao presidente do clube. Só soube dos problemas de alvará, das licenças e do pedido de interdição do CT pela prefeitura através da mídia e depois do incêndio", declarou. "Agora eu sou um torcedor. Fiquei seis anos na presidência e melhoramos todo o patrimônio e as finanças do clube. Quando eu sai de lá todos estavam vivos e com saúde", finalizou.

Já o CEO Belotti afirmou que o incêndio pode ter sido causado por possíveis problemas elétricos devido às chuvas que caíram na cidade do Rio dois dias antes da tragédia. "Foi uma das maiores tempestades registradas no ano passado. Soubemos de relatos de quedas de energia no CT, além de um ar-condicionado ter parado de funcionar. Esclareço que o aparelho foi reparado e não foi o mesmo que causou o incêndio. Além disso, os jovens estavam eufóricos com um treino e há relatos de que foram dormir mais tarde naquele dia, o que pode ter dificultado a saída deles do alojamento", disse.

Ele assegurou, ainda, que no Flamengo está tomando todas as providências possíveis. “Oferecemos ajuda e apoio médico aos 16 atletas sobreviventes, como auxílio psicológico. Quanto às vítimas fatais, sabemos que nenhum valor indenizatório vai ser o suficiente devido à perda dos jovens. Mas já fizemos acordo com três famílias e tem outro caso em que os país da vítima eram separados e um dos parentes também já aceitou um acordo com o clube", concluiu.

Participaram também da reunião da CPI os deputados Jorge Felippe Neto (PSD) e Renata Souza (PSOL)

Fonte: "alerj"

Veja o link do vídeo da sessão da CPI: "youtube"


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Meu comentário: 
O Flamengo está usando algo semelhante à tática de "dividir para reinar", muito usada pelos poderosos diante dos mais fracos. Ou seja, não negocia coletivamente com as famílias para ter ganhos financeiros. É jogo sujo, baixo mesmo, porque sabe das necessidades pelas quais estão passando as famílias dos jovens atletas mortos no incêndio. Chega a ser desumano. 

A notícia no site do MPRJ:


MPRJ participa na Alerj de reunião da CPI dos Incêndios
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) participou, nesta sexta-feira (07/02), na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), de uma reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar e apurar os casos de incêndios ocorridos no Estado do Rio, a CPI dos Incêndios. O objetivo da sessão foi debater as causas e consequências do incêndio que provocou a morte de dez jovens atletas do Flamengo, em fevereiro do ano passado, no Centro de Treinamentos do clube, conhecido como “Ninho do Urubu”. O encontro durou pouco mais de cinco horas.
Participaram da reunião a promotora de Justiça Ana Cristina Huth, titular da 4ª Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude da Capital, o promotor de Justiça Pedro Rubim, integrante do Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor (GAEDEST/MPRJ), os pais do atleta morto Pablo Henrique, o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Melo, deputados estaduais e representantes do clube, do Ministério Público do Trabalho no Rio (MPT-RJ), da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ).
De acordo com Ana Cristina, após uma tentativa extrajudicial frustrada para que as condições do CT se adequassem aos requisitos básicos de habitação, o MPRJ ajuizou, em 2015, uma ação civil pública para obrigar o clube a realizar as adequações necessárias. Ela acrescentou que é fundamental uma normativa própria para os atletas adolescentes que se encontram alojados em clubes longe de suas famílias. “Precisamos, com urgência, regulamentar estes casos específicos, com o objetivo de dar segurança a estes jovens, já que a nossa Constituição diz que é dever de todos proteger as crianças e os adolescentes. Atualmente, estes menores encontram-se fora de casa e não se sabe de quem é a sua guarda, pois os clubes, como pessoas jurídicas, não podem ter essa atribuição. Além disso, considerando que pela Constituição Federal é dever da família, da sociedade e do Estado a defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, é imperiosa uma campanha de empoderamento das famílias e da sociedade para levar ao conhecimento das autoridades as irregulares verificadas”, destacou a promotora.
Pedro Rubim informou que o inquérito policial que apura o incêndio retornou ao MPRJ esta semana para análise. Além disso, lembrou que foi o clube que procurou o Ministério Público logo após o incêndio, assumindo a obrigação de indenizar as vítimas. “Adotando os melhores padrões de Desenho de Solução de Disputas como no Programa de Indenização - PI 447, utilizado com sucesso no caso do acidente da Air France, a Câmara de Conciliação com MPRJ, Defensoria Pública do Estado e MPT formalizou ao Flamengo a proposta de um PI Ninho do Urubu para acolhimento das vítimas em um ambiente colaborativo, com valorização dos jovens atletas e de suas famílias. A proposta previa critérios objetivos de indenização, referenciados pela jurisprudência, equilíbrio das partes e resultado justo, célebre e adequado para a dor e sofrimento das vítimas. O Flamengo teria a oportunidade de pedir desculpas oficialmente em jornal de grande circulação, garantir a estabilidade dos sobreviventes por 24 meses e homenagear a memória das vítimas. Com o abandono das negociações pelo Flamengo, ajuizamos a ação coletiva para assegurar os direitos das vítimas, o que não impede ações individuais diretamente pelos familiares das vítimas”, relatou o integrante do GAEDEST/MPRJ.
Os pais de Pablo Henrique foram os primeiros a fazerem uso da palavra durante a reunião, relatando insatisfação com o tratamento que receberam do clube. Os advogados das vítimas e representantes jurídicos do Flamengo falaram em sequência, respondendo também às indagações dos deputados Alexandre Knoploch, presidente da CPI, Rodrigo Amorim e Jorge Felippe Neto, que compunham a mesa diretora da CPI, e da deputada Renata Souza, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj. O delegado Márcio Petra, responsável pelo inquérito policial, além de técnicos do Instituto Médico Legal e dos responsáveis pela perícia criminal no local do incidente, fizeram suas exposições, apontando detalhes da investigação sobre as causas do incêndio e das mortes dos adolescentes. Ao final, o CEO do clube, Reinaldo Belotti, e Eduardo Bandeira de Mello responderam às perguntas dos presentes. A CPI convocou o atual presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, para participar de uma nova reunião, inicialmente marcada para o próximo dia 14/02.

Fonte: "mprj"