Deputado Eliomar Coelho no MPRJ. Foto: do perfil do Facebook |
O
Deputado Eliomar Coelho esteve na terça-feira (29) no MPRJ prestando
esclarecimentos sobre movimentações atípicas identificadas pelo
COAF que foram realizadas por alguns de seus assessores. A reunião
foi agendada há cerca de duas semanas a pedido do parlamentar.
Eliomar entregou suas declarações
de Imposto de Renda e extratos da conta-corrente do período de 2015
a 2018. Em seu perfil no
Facebook, o deputado diz que permanece à "disposição
para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários, e nem
poderia ser diferente".
O
relatório do Coaf apontou que funcionários do gabinete de Eliomar
Coelho na Alerj movimentaram
um total de R$ 1,7 milhão entre janeiro
de 2016 e janeiro de 2017.
O
seu chefe de gabinete Eduardo
Augusto Dudenhoeffer Botelho,
segundo o COAF, movimentou R$1,4 milhão nesse período. Além da
movimentação acima de sua renda, ele também recebeu depósitos de
ao menos outros sete
funcionários da Alerj. Maria
Teresa Avance de Oliveira, por
exemplo, outra assessora do deputado Eliomar Coelho,
depositou R$ 60 mil dos 87 mil reais que recebeu de salário
nesses 13 meses (janeiro de 2016 e
janeiro de 2017) em sua conta
bancária.
A
ida do deputado ao MPRJ é bom sinal. Alguns deputados estão fugindo
do MPRJ como o diabo foge da cruz. Mas por si só entregar declarações
de Imposto de Renda e extratos da conta-corrente do período não
resolve o imbróglio em que o deputado se enredou. Assim como ele,
muitos deputados não receberam depósitos de seus assessores em suas
contas bancárias, apesar da intensa movimentação financeira entre os próprios
assessores. Seu Chefe de Gabinete, por exemplo, recebeu depósitos em
sua conta de sete outros funcionários da ALERJ (seus
assessores também?), entre eles da assessora Maria Teresa. O que o
MPRJ investiga é se o destino final desses recursos todos são os bolsos dos deputados, obviamente em dinheiro vivo, sem passar por suas contas correntes. Esta é a essência
da chamada "rachadinha" ou "cotização".
Eliomar
Coelho faz questão de ressaltar que há citação a dois
servidores do seu gabinete,
mas NENHUMA referência a
qualquer movimentação financeira relacionada ao seu nome.
Em sua página no Facebook diz que "conversei
com o assessor citado, Eduardo
Botelho, que esclareceu
que a movimentação financeira entre ele e a outra assessora, Maria
Teresa, teria se
dado no âmbito
privado, e diz respeito a
uma segunda atividade
exercida pela servidora,
que é proprietária de um hostel,
portanto nenhuma relação com as atividades do gabinete. O servidor
citado segue carreira
artístico-profissional,
já tendo sido premiado e campeão de sambas-enredo inúmeras vezes
no grupo especial. Mais detalhes vai prestar ao MPRJ".
A
questão que resta esclarecer é o que foi feito com o dinheiro de todos os depósitos realizados na conta do seu Chefe de Gabinete Eduardo Botelho. E não só com os 60 mil que a Maria
Teresa depositou, mas com todos os valores depositados por outros sete
funcionários da ALERJ (ou funcionários do gabinete do Deputado Eliomar?)? Como foram movimentados estes valores? Foram sacados em dinheiro vivo? Quem era o destinatário final?
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