Mostrando postagens com marcador Sérgio Cabral. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Sérgio Cabral. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Dr. Marcelo Bretas autorize o olho no olho de Cabral com o povo do Rio

"Autorize o 'olho no olho' de Sérgio Cabral com essa população sofrida", foto jb




Carta aberta ao juiz Marcelo Bretas 

Autorize o "olho no olho" de Cabral com o povo desempregado do Rio

"Não somos autorizados a isso, mas temos a certeza de que a população do Rio de Janeiro agradece por todas as providências tomadas por Vossa Excelência, juiz Marcelo Bretas, contra os ladrões do estado, responsáveis diretos pelo desrespeito no processo hierárquico que hoje os servidores do Rio são quase obrigados a ter. Não recebem salários, são tratados como animais e sabem que as autoridades maiores e o ex-governador tinham no entorno deles uma quadrilha diretamente responsável pela falência do estado.

Participaram, segundo delatores - também delinquentes -, de todos os negócios sujos que, na administração desse senhor, foram feitos. E ainda participavam dos negócios sujos em áreas do governo federal. 

No Rio, balas perdidas matam crianças antes mesmo de elas nascerem. Matam fetos por responsabilidade desse ex-governador e sua quadrilha que descaradamente não assaltavam os cofres públicos, sequer deixavam que o dinheiro entrasse lá, pois roubavam antes, como meliantes de estrada.

O que se pergunta, Vossa Excelência, mesmo tendo que agradecer por sua atuação, é como esses delinquentes estão respondendo a processo por corrupção, algumas já constatadas e comprovadas, e continuam conseguindo pagar suas contas de gastos de luxo. 

Consta que Sérgio Cabral tem dois apartamentos no mesmo prédio. Como é um edifício de superluxo, onde residem apenas cinco famílias, o condomínio não pode ser inferior a uns 40 salários mínimos. Sendo que os apartamentos desse senhor são os maiores, e a média do metro quadrado deve dar a ele uma parcela de condomínio maior que para os outros.
Como se não bastasse, eles ainda pagam pela manutenção dos carros de luxo, pelos motoristas, empregados... Que movimentação de dinheiro é essa? 

Temos que fazer mais uma observação: o povo do Rio, por sugestão do próprio Cabral, quer ter um "olho no olho" com o ex-governador. Autorize que ele venha à praça pública fazer um "olho no olho" com todos os desempregados, todas as famílias que não podem pagar escola, saúde dos próprios filhos, moradia, comida... Mande ele vir fazer um "olho no olho" com os empresários que fecharam as portas pela falência do Rio. Mas quando ele vier fazer o "olho no olho", não deixe de autorizar que seus ex-secretários - principalmente da Saúde e aqueles que ainda não foram presos, que foram os grandes organizadores jurídicos dessa quadrilha que se instalou para a desgraça da Cidade Maravilhosa e do Estado Maravilhoso -, venham também.

Os 7 a 1 da Alemanha, na Copa do Mundo dos estádios superfaturados, eram um prenúncio da catástrofe que se instalava no país não só no futebol, mas também nos cofres públicos. Autorize, Vossa Excelência, o "olho no olho", mas não entre delinquentes. Autorize o "olho no olho" entre essa população sofrida e aqueles ratos que contaminaram e destruíram o nosso estado.


Fonte: "jb"

terça-feira, 4 de julho de 2017

Dezenas de deputados estaduais recebem da "caixinha" da Fetranspor (Garotinho)

Logo da Lava Jato

Na petição com os pedidos do MPF fica claro (ver grifo em vermelho em trechos da petição) o envolvimento de Deputados Estaduais na ORCRIM de Cabral. 

"No processo cautelar a ser distribuído por dependência aos AUTOS 0504252-24.2017.4.02.5101 Demais referências: AUTOS nº 0509503-57.2016.4.02.5101 (Operação Calicute) 050956767.2016.4.02.5101 (buscas e apreensões); nº 0506602-19.2016.4.02.5101 (quebra de sigilo telemático); nº 0506980-72.2016.4.02.5101 (quebra de sigilo de registros telefônicos); nº 0504612-56.2017.4.02.5101 (quebra fiscal e bancária); nº 0504668-89.2017.4.02.5101 (quebra fiscal e bancária); nº 050467581.2017.4.02.5101 (quebra de sigilo de registros telefônicos); nº 0504767-59.2017.4.02.5101 (interceptação telefônica) ...

... A presente medida cautelar é desdobramento das Operações Calicute (processo nº 0509503-57.2016.4.02.5101) e Eficiência (processo nº 051028212.2016.4.02.5101) e das investigações realizadas após a sua deflagração, tendo como escopo aprofundar o desbaratamento da organização criminosa responsável pela prática dos crimes de corrupção e lavagem de capitais envolvendo contratos para realização de obras públicas pelo Estado do Rio de Janeiro ...

... Consoante desvendado na Operação Calicute, a ORCRIM, assim como as demais investigadas pela Operação Lava Jato, possuía sua estruturação e divisão de tarefas em quatro núcleos básicos:
 a) o núcleo econômico, formado por executivos das empreiteiras cartelizadas contratadas para execução de obras pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro; 
b) o núcleo administrativo, composto por gestores públicos do Governo do Estado do Rio de Janeiro, os quais solicitaram e administraram o recebimento das vantagens indevidas pagas pelas prestadoras de serviços; 
c) o núcleo financeiro operacional, formado por responsáveis pelo recebimento e repasse das vantagens indevidas e pela ocultação da origem espúria, inclusive através da utilização de empresas e escritórios de advocacia, algumas delas constituídas exclusivamente com tal finalidade; 
d) o núcleo político, formado pelo líder da organização criminosa, o ex-governador SÉRGIO CABRAL ...

...  A partir de depoimentos prestados e documentos apreendidos quando da deflagração da Operação e durante a instrução da respectiva ação penal, foi possível reunir indícios de que a Orcrim liderada por SÉRGIO CABRAL também tinha em sua folha de pagamentos e recolhimentos empresas ligadas à área de transporte público no Estado do Rio de Janeiro, conforme narrado adiante ...

... ÁLVARO JOSÉ GALLIEZ NOVIS, o doleiro e operador financeiro da organização criminosa capitaneada por SÉRGIO CABRAL, e cuja atuação foi revelada pela deflagração da Operação Eficiência, firmou perante o Superior Tribunal de Justiça acordo de colaboração premiada, oportunidade em que revelou ter sido contratado pelo presidente (Conselho de Administração) da FETRANSPOR e da VIAÇÃO FLORES, JOSÉ CARLOS LAVOURAS, para recolher regularmente dinheiro de algumas empresas de ônibus integrantes dessa Federação, administrar a sua guarda e distribuir a diversos políticos, controlando os aportes e despesas por meio de contabilidade paralela ...


... Ou seja, o doleiro e operador financeiro da Orcrim de SÉRGIO CABRAL detalhou a dinâmica de arrecadação e pagamento de propina por empresários do setor de transporte no Estado do Rio de Janeiro a agentes públicos, incluindo o ex-governador, um ex-presidente do DETRO e políticos não incluídos nesta medida cautelar por gozarem de foro por prerrogativa de função nos tribunais, mas que tinham direta ou indiretamente influência sobre a política de transporte no Estado ...

Fonte: "mpf"

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Tem Deputado Estadual do Rio de Janeiro na delação da JBS?

Sérgio Cabral e Pezão. Foto: Wilton Júnior, Estadão

"Pelo menos R$ 500 milhões e de US$ 80 milhões a US$ 150 milhões foram distribuídos pela JBS a políticos, lobistas, advogados e agentes públicos, segundo os delatores do grupo. Dinheiro que, de acordo com eles, foi repassado a algumas das principais lideranças da política nacional, como o presidente Michel Temer, os ex-presidentes Lula e Dilma, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e os últimos dois candidatos do PSDB à Presidência, os senadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG)".
"Mas a lista dos beneficiários, conforme a delação, é muito maior: inclui governadores, ex-governadores, parlamentares, ministros, ex-ministros, jornalista, entre outras pessoas. Uma relação com 1.829 candidatos a cargos eletivos de 28 partidos, nas contas do diretor de Relações Institucionais do grupo, Ricardo Saud. Segundo ele, os repasses chegaram a R$ 600 milhões. “Tirando esses R$ 10 milhões, R$ 15 milhões aqui, o resto é tudo propina”, disse Saud". 
Com isso, de acordo com  o delator, a empresa ajudou a eleger 179 deputados estaduais, de 23 estados.  e 167 deputados federais, de 19 partidos. São cerca de 7 deputados estaduais por estado. Será que não tem nenhum deputado estadual do Rio de Janeiro? Certamente que sim. Os nomes devem aparecer em breve. 
Demos propina para 28 senadores da República, sendo que alguns disputaram e perderam eleição para governador e alguns disputaram reeleição ou eleição para o Senado. E demos propina para 16 governadores eleitos, sendo 4 do PMDB, 4 do PSDB, 3 do PT, 2 do PSB, 1 do PP e 1 do PSD”, relatou.
Com base nos documentos da delação premiada que o Congresso em Foco publicou Sérgio Cabral aparece como beneficiário de repasse de R$ 40 milhões:
- Sérgio Cabral (ex-governador do Rio de Janeiro) – R$ 40 milhões
Pessoas citadas: Julio Bueno, Hudson Braga.
Dos R$ 40 milhões, R$ 20 milhões foram realizados como doações oficiais ( R$ 5 milhões para o PMDB-RJ; R$ 1,660 milhão para o PMDB-RJ; R$ 900 mil para o PDT; R$ 1 milhão para o PMDB-RJ; R$ 1,440 milhão para o PMDB-RJ; R$ 2,5 milhão para o PMDB/RJ; R$ 5 milhão para o PMDB-RJ; e R$ 2,5 milhão para o PMDB-RJ). Os pagamentos foram feitos em momentos distintos. Além dos valores pagos, R$ 7,5 milhões foram pagos em espécie para Hudson Braga.
Compra de partidos para formação de coligação em campanha presidencial de 2014 – Valor não especificado
Pessoas citadas: Guido Mantega, Vital do Rego, Michel Temer, Eduardo Cunha, Sergio Cabral, Eunício Oliveira, Aécio Neves, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Valdir Raupp, Henrique Eduardo Alves, Antonio Carlos, Ciro Nogueira, Carlos Luppi, Edinho Silva, Renato Rabello, Gilberto Kassab.
A contrapartida, segundo os delatores: os valores eram oriundos da conta corrente a partir de tratativas com Guido Mantega. Foram realizados diversos pagamentos a políticos e a partidos políticos, de forma a trazê-los para a coligação da qual o Partido dos Trabalhadores fazia parte nas eleições de 2014.

"EU PRECISO GANHAR A ELEIÇÃO"
Eu preciso ganhar a eleição’, disse Cabral ao exigir propina de R$ 40 mi para campanha de Pezão, segundo delator.
Ricardo Saud, da JBS, relatou à Procuradoria que, em 2014, então governador do Rio queria eleger seu sucessor; em troca, Grupo assumiu fábrica inutilizada em Piraí, interior do Estado
O diretor da JBS Ricardo Saud (Relações Institucionais e de Governo) relatou à Procuradoria-Geral da República que pagou  R$ 27,5 milhões em propina para a campanha de Luiz Fernando Pezão (PMDB) ao governo do Rio em 2014. Em delação premiada, o executivo afirmou que negociou o dinheiro com o antecessor e padrinho político de Pezão, o ex-governador Sérgio Cabral, também do PMDB – preso na Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato, desde novembro de 2016. Cabral exigiu entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões, segundo o delator.
Em troca, a JBS assumiu, sem custos, segundo o delator, uma fábrica inutilizada da BR Foods de 400 mil m² em Piraí, no interior do Rio. Ele afirma que foram R$ 20 milhõesde propinas ‘dissimuladas em doações oficiais’ e mais R$ 7,5 milhões em espécie, supostamente entregues ao ex-secretário de Obras do estado Hudson Braga.
Eu fui até o Sérgio Cabral e falei que a fábrica era tudo para nós. Eu perguntei se ele teria peito de tomar da BR Foods e ele disse que sim. Eu conversei com o Joesley (Batista, acionista da JBS) e disse: ‘Ganhar uma fábrica de graça num momento desse é a melhor coisa que tem'”, disse no depoimento.
Saud ressaltou que nunca tratou diretamente com Pezão sobre recursos financeiros. Toda a negociação teria sido feita com Cabral, que era o articulador da campanha, segundo o executivo. Ele disse ainda que, quando iniciaram as conversas sobre o pagamento, Cabral disse: “Preciso ganhar a eleição”, se referindo à campanha de Pezão.
Ele pediu entre 30 e 40 milhões de propina. Eu falei: ‘Você tá louco’. Aí, fechamos em 27 milhões e meio. Uma parte grande foi para a eleição do Pezão e outra parte para deputados que ele queria eleger”.
Segundo Saud, o dinheiro teria sido pago de forma parcelada entre julho e outubro de 2014. O delator informou que, além dos montantes para a campanha e para o PMDB do Rio, R$ 900 mil teriam sido destinados ao PDT.
Ele disse: ‘Preciso de tempo de televisão. Você precisa trazer um ou dois partidos’. Eu disse: ‘Posso te apresentar alguns presidentes de partidos, que você já conhece e falar que nós damos a garantia, que se houver negócio, nós vamos pagar’. Mas depois de três ou quatro dias, ele disse: ‘Não, você me dá o dinheiro e eu resolvo o problema’”.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

TOGAS NA MIRA

Reprodução da Revista Isto É

A delação de Cabral e o Judiciário

Três integrantes do STJ, outros três do Tribunal Regional Federal e 20 do Tribunal de Justiça do Rio. Esse seria o cardápio da delação premiada que Cabral quer negociar com MPF. Já foi noticiado que Cabral pretenderia delatar 97 nomes do Judiciário e do MP Estadual. Mas o fato é que existe muita pressão para que a Lava Jato não chegue ao Judiciário. Mas um fato é incontestável, pelo menos no caso do Rio de Janeiro. Por tudo o que já se sabe da roubalheira da quadrilha de Sérgio Cabral seria impossível ter reinado a impunidade por quase 10 anos sem a conivência de alguns integrantes do Judiciário e do MP. Aliás, já foi delatado que um ex-chefe do MP Estadual, Cláudio Lopes, teria avisado o então secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, de uma operação que aconteceria no dia seguinte. Vamos aguardar. 



sábado, 8 de abril de 2017

“Não sei da vida pessoal do governador”, diz Pezão sobre réu Sérgio Cabral



Aparentando desconforto, governador do Rio prestou depoimento ao juiz federal Sérgio Moro como testemunha de seu antecessor e padrinho político e negou ter participado de reunião com o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa para discutir propina.

Aparentemente desconfortável na cadeira de testemunha da Operação Lava Jato, o governador do Rio, Luiz Fernando de Souza Pezão (PMDB), prestou depoimento nesta quinta-feira, 6, ao juiz federal Sérgio Moro por meio de videoconferência, como testemunha de defesa de seu antecessor e padrinho político, o também peemedebista Sérgio Cabral. De camisa branca e paletó cinza, Pezão permaneceu o tempo todo de braços cruzados à mesa marrom da Justiça Federal do Rio.
Nesta ação, o ex-governador Sérgio Cabral é réu por propina de pelo menos R$ 2,7 milhões da empreiteira Andrade Gutierrez, entre 2007 e 2011, referente às obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da Petrobrás. O ex-chefe do Executivo fluminense, preso desde 17 de novembro em Bangu 8, é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele arrolou Pezão como sua testemunha.
Pezão começou a responder a Moro de forma monossilábica. A defesa de Sérgio Cabral fez três perguntas ao governador do Rio. O advogado quis saber se o antecessor de Pezão havia mencionado cobrança de vantagem econômica indevida em relação a alguma obra, se o governador do Rio viu interferência de Sérgio Cabral na escolha de empresas vencedoras de licitações e de membros da comissão de licitação de obras.
A resposta de Pezão foi a mesma. “Nunca.”
O advogado do réu questionou Pezão sobre uma reunião na qual supostamente teria havido pedido de propina. Segundo o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, um dos delatores da Operação Lava Jato, em 2010, antes da campanha ao governo do Rio, houve um encontro do qual Pezão teria participado e Sérgio Cabral teria solicitado ‘percentual financeiro a alguns contratados da estatal para despesas eleitorais’.
Pezão disse ‘nunca’ ao advogado de seu sucessor.
Nunca. Participei de diversas reuniões com o Paulo Roberto como coordenador de infraestrutura, junto com diversos secretários, onde eu era o coordenador de infraestrutura, ainda como secretário de obras, de agilizarmos as licenças, principalmente um problema que tem na região do Comperj para abastecimento de água. Iria crescer muito aquela região e não teria água ali. Foram diversas reuniões que nós participamos juntos, mas com outros diversos secretários da Pasta de secretária de obras, de meio ambiente, de desenvolvimento econômico. Tivemos diversas reuniões no Palácio Laranjeiras.
O depoimento durou cerca de oito minutos.
Após responder às perguntas da defesa de Sérgio Cabral, Pezão foi alvo de questionamento do Ministério Público Federal. O procurador Athayde Ribeiro Costa perguntou ao governador do Rio se ele conhecia Carlos Miranda, apontado pela Lava Jato como ‘o homem da mala’ de Sérgio Cabral.
Conheço”, respondeu Pezão. “Conheci diversas vezes com a turma do Sérgio que participou na campanha de 2007 quando eu fui vice-governador, todos os amigos deles. Depois também em 2010. Sempre em confraternização, algumas festas que nós participamos juntos.”
Atahyde perguntou ao governador do Rio se ele tinha ciência se Carlos Miranda ‘financiava ainda que parcialmente a vida do ex-governador’.
Não. Não sei da vida pessoal do governador, eu não conheço”, afirmou Pezão.
por Julia Affonso, Ricardo Brandt, Luiz Vassallo e Fausto Macedo


quarta-feira, 5 de abril de 2017

As empresas de quentinha delatadas por Jonas

Sérgio Cabral e Jonas Lopes, foto do blog do Lauro jardim


O blog do "lauro-jardim" noticiou hoje que "Jonas Lopes (à direita), o ex-presidente do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, cita em sua delação premiada, ao descrever o esquema de fraude nas quentinhas para presídios do Rio, as empresas Denjud, Cor e Sabor, Prol, Sublime, Masan, Home Bread, Comercial, Milano, Magov e Galley".

A Milano (Comercial Milano Brasil Ltda) também participou de esquema de fraude na Prefeitura de Búzios. Seu nome aparece no relatório final da CPI do BO como uma das 21 empresas beneficiadas com as fraudes nos Boletins Oficiais de capa dupla. Ela ganhou contrato (processo administrativo nº 5264/2013) originário do Pregão Presencial nº 025A da Secretaria de Educação para "aquisição de gêneros alimentícios para as escolas da rede municipal" (as informações podem ser encontradas no BO nº 601, de 19/09/2013). E continua fornecendo merenda para as escolas de Búzios até os dias de hoje 

sábado, 1 de abril de 2017

Delação de Cabral: “O quinto dos infernos”

O inferno de Cabral, Foto blogdogarotinho

A tão propalada delação premiada de Sérgio Cabral tem verdades, motivos e dúvidas. Vamos começar pelo motivo. Cabral desconfiava já há algum tempo que a não inclusão do nome de Regis Fichtner em qualquer operação ou investigação cheirava a proteção. Ou seja, o homem que o acompanha desde os tempos de deputado estadual, foi seu suplente de senador e seu chefe da Casa Civil, estaria entregando informações do grupo do qual fazia parte em troca de não ser investigado. No início da semana passada Sérgio Cabral teve certeza disso, e quem lhe contou foi um dos enviados, que foi especialmente a Bangu para detalhar o acordo de proteção a Regis Fichtner. Tomado de ira, entre outras palavras, referiu-se a Regis Fichtner como “ladrão fdp”, “mau caráter”, “traíra”. Disse mais: “agora vou f... todo o esquema dele e da família com a Justiça do Rio”. 

Foi a partir daí que Cabral deu autorização para a negociação de sua delação, que está em fase de apreciação dos temas e nomes a serem delatados, já sugeridos por ele. Não são apenas juízes, promotores e magistrados, como alguns colunistas têm afirmado. Há vários capítulos dedicados a eles, mas também envolve sua relação com Jorge Picciani, Pezão, Eduardo Paes e outros nomes do PMDB. Há também um capítulo onde ele propõe entregar o nome do emissário petista que recebia parte das propinas de verbas federais enviadas para obras no Rio. Aliás, isso está anotado em uma das cadernetas apreendidas pelo Ministério Público Federal. 

Muitas das afirmações de Cabral têm como ser provadas, são fatos incontroversos numa possível delação. Envolvem a citação de contas, aquisição de imóveis, acertos feitos na presença de outras testemunhas, e que serão facilmente verificados e comprovados. Há outros casos, inclusive envolvendo integrantes de tribunais superiores, que o ex-governador, agora hóspede em Bangu, conta histórias, mas não tem elementos materiais que possam incriminar os acusados ou dar veracidade a suas palavras. Teriam que haver investigações que pudessem comprovar ou não as gravíssimas acusações de Cabral. 

O certo é que caiu na real pela traição de Regis Fichtner, aquele a quem chama de “corrupto dissimulado”, e que, segundo ele, vem recebendo “proteção de seus amigos”. 

As autoridades estão divididas sobre a delação de Cabral. Uma grande parte quer que ele faça a delação e ela seja homologada. Já outro grupo acha “temerário” aceitar uma delação que vai colocar sob suspeita diversos integrantes dos maiores do poderes do Estado e até da República. 

A operação no Tribunal de Contas do Estado foi denominada “O Quinto do Ouro”. A delação de Cabral, se for homologada, está sendo chamada de “O quinto dos infernos” porque vai encerrar a carreira de muita gente prematuramente, gente grande, poderosa, que segundo Cabral está num lago de enxofre. 

Não será surpresa já que há dez anos venho dizendo que a proporção da corrupção era tão grande, que não seria possível sem a participação de figuras de outros poderes.




segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Em eventual delação casal Cabral exporia nomes do Judiciário, como pretende o MPF

Casal Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo, foto brasil247


"Em negociação para delatar, Sergio Cabral disse aos procuradores que tem provas para explodir Pezão, Eduardo Paes e Jorge Picciani. Mas o MP está firme: quer nomes do Judiciário". ("radar-on-line")

Segundo Mônica Bergamo, Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral, teria um trunfo na manga:  o Judiciário, e não apenas do Rio. "Como advogada e mulher de Cabral, ela acompanhou indicações de magistrados e conheceria o relacionamento de alguns deles com o setor empresarial". ("folha")

"Uma eventual delação premiada do casal Cabral faz sentido porque a Lava Jato e seus desdobramentos, apesar de terem descobertos muitos casos de corrupção no Executivo e Legislativo, pouco sabe, com exceção de algumas revelações pontuais, como se dá a corrupção no Poder Judiciário. Nesse contexto, a delação da esposa de Cabral, que transitou com desenvoltura pelo Judiciário, poderia trazer informações relevantes a respeito de como a corrupção age nesse Poder". ("blogdokennedy")

De acordo com Élio Gaspari, se o casal conseguir oferecer uma "boa colaboração ao Ministério Público, ele pode sonhar com um desfecho no qual passa quatro anos trancado em Bangu (até 2020). Só depois disso poderá pedir tornozeleira eletrônica. O Ministério Público parece interessado em boas histórias sobre o Poder Judiciário". ("Élio Gaspari")

Meu Comentário:
Realmente, quem acompanhou a política no estado do Rio de Janeiro durante o reinado da quadrilha de Sérgio Cabral- e lá se vão mais de 10 anos-, sabe muito bem que os tribunais superiores (eleitoral ou não) eram, pra dizer o mínimo, muito tolerantes com os crimes cometidos por Cabral e seus comparsas. No TCE-RJ, os prefeitos do PMDB, entre outras "vantagens", tinham suas contas aprovadas pelos Conselheiros à revelia dos pareceres dos técnicos da Corte. 
     

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Nome de Jânio Mendes aparece em planilha apreendida na Operação Calicute

Jânio e Pezão, foto blog cartaovermelho

A Folha dos Lagos noticiou ontem (15) que o deputado Jânio Mendes teve seu nome listado como recebedor de R$ 19 mil em uma planilha de pagamentos entre as seis encontradas durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na casa de Luiz Carlos Bezerra. A ação ocorreu em novembro de 2016 durante a Operação Calicute, em que Sérgio Cabral foi preso. Bezerra é acusado de ser o operador da organização criminosa liderada pelo ex-governador. 

Planilha em que o nome de Jânio Mendes aparece

 A PF investiga se a contabilidade de Bezerra é referente ao pagamento de propinas, inclusive ao governador cassado Luiz Fernando Pezão, que recebeu cerca de R$ 300 mil, segundo a lista. O nome do governador aparece em seis planilhas de contabilidade apreendidas. 

Segundo o jornal O Dia, nas planilhas, a Polícia Federal diz que o apelido “Pé” refere-se a Pezão e aponta quatro pagamentos de R$ 140 mil. As grafias “Pezão” e “Pzão” aparecem em outras duas planilhas com repasses de R$ 100 mil (parcelados em duas vezes) e de R$ 140 mil. 


Planilha dois


Na lista, há outros apelidos como “Fani”, “Ramos”, “Susi”, “Stern” e “Tia” com repasses que chegam a R$ 200 mil. O nome do Deputado Jânio Mendes aparece por completo, sem apelido. 


Planilha três


O agente federal que fez o relatório diz que não há dúvidas do recebimento do dinheiro por parte do governador. “Apesar de ainda não determinada a análise do material (outras pessoas recebedoras de valores estão sendo identificadas) é certo que foi identificado como recebedor de valores o Sr. Luiz Fernando Pezão”, escreveu.

Como o governador possui foro privilegiado, a documentação deverá ser encaminhada ao Superior Tribunal de Justiça, mas antes o Ministério Público Federal dará o parecer sobre o caso. 

As anotações não dizem o ano em que os repasses foram feitos, somente os dias. Eles seriam entregues em mochilas por Bezerra no escritório de Adriana Ancelmo e para o seu sócio, o advogado Thiago Gonçalves Pereira, que se encontram presos.

JBS e Vigor se posicionam sobre doação

Citadas na representação que provocou a cassação da chapa Pezão-Dornelles pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), as empresas JBS e Vigor enviaram nota ao DIA depois de reportagem publicada ne edição desta quinta-feira. Em junho de 2014, elas ganharam do governo do estado um empréstimo por 30 anos de terreno em Barra do Piraí, no Sul Fluminense. Depois, a JBS (à qual pertence a Vigor) doou R$ 6,6 milhões para o Comitê Financeiro Único do PMDB do Rio.

A JBS reiterou que todas as doações foram realizadas de forma legal, e que “é desleal a tentativa de quem (...) tenta associar doações políticas a investimentos produtivos que geram empregos e fomentam a economia.” A Vigor informou que o investimento fez parte de estratégia de expansão regional e que hoje, com 100 empregados, a fábrica apresenta crescimento de 50% ao ano.

Fonte: "odia"

A resposta dada por Jânio assemelha-se às dadas por todos os suspeitos pegos pela Operação Lava Jato: todas as doações que recebi foram legais e declaradas à Justiça Eleitoral, que aprovou minhas contas. 

Por telefone, Jãnio negou à Folha dos Lagos fazer parte de ‘esquema’. Diz que esse valor é referente a uma doação de campanha legal, feita em 2014, inclusive declarada à Justiça Eleitoral.  Deputado diz que recebeu doações legais e que está à disposição da Justiça

 Não recebi doação de Cabral, recebi doação estimada em material de campanha, placas, santinhos e cotas do programa de TV. Muito menos conheço a pessoa de quem se fala [Bezerra] – ele disse, ontem, por telefone, à Folha.

"Jamais recebi propina. Todas as doações que recebi foram oficiais. A doação que recebi está na página do Tribunal de Contas no ano de 2014. O valor foi de R$ 19 mil. Se chamado pela Polícia Federal, prestarei esclarecimento".
A notícia repercutiu na Região dos Lagos. O blog RC24h ("rc24h"publicou o post "SÓ SE FALA NELE",  onde garante que "o povo não está se dando por convencido com as alegações do deputado".

Comentários no Facebook:
Blanca Larocca porque não estou surpresa ?

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Modo de atuação da quadrilha chefiada por Sérgio Cabral - 4 AS DELAÇÕES



As delações (processo nº 0510282-12.2016.4.02.5101) de RENATO HASSON CHEBAR e MARCELO HASSON CHEBAR, revelou como, onde e quando essa organização criminosa ocultou mais de USD 100.000.000,00, correspondentes a cerca de R$ 340.000.000,00, por um engenhoso processo de envio e depósito no exterior de parte dos recursos oriundos da propina espoliada dos cofres públicos.

Conforme amplamente narrado e provado no âmbito da operação Calicute, o ex-governador SÉRGIO CABRAL reiteradamente cobrava, por meio de seu secretário de governo WILSON CARLOS, e operacionalização principal de CARLOS MIRANDA, propina no valor de 5% de todos os contratos celebrados com o Governo do Estado do Rio de Janeiro. O destino de parte desse dinheiro foi demonstrado nas denúncias apresentadas perante a Justiça Federal do Rio de Janeiro e de Curitiba, mas sua maior parte só foi possível rastrear graças a acordo de colaboração premiada firmado com RENATO CHEBAR e MARCELO CHEBAR.

Com efeito, no bojo do mencionado acordo foi revelado que SÉRGIO CABRAL se valeu dos serviços dos referidos irmãos, operadores do mercado financeiro, para ocultar, em contas bancárias no exterior, em nome destes ou empresas de fachada por eles constituídas, o dinheiro da propina que recebeu no Brasil e que foi remetido ao exterior, por meio de operações dólar-cabo. As provas de corroboração apresentadas pelos colaboradores demonstraram que SÉRGIO CABRAL, WILSON CARLOS e CARLOS MIRANDA acumularam mais de USD 100.000.000,00 em propinas (Desse total USD 80 milhões pertencentes a CABRAL, USD 15 milhões a WILSON e USD 8 milhões a MIRANDA)., distribuídas em diversas contas em paraísos fiscais no exterior, principalmente durante o seu mandato como à frente do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

No anexo 3 do acordo de colaboração premiada, RENATO e MARCELO CHEBAR afirmaram que foi celebrado contrato fictício entre a empresa ARCADIA ASOCIADOS, de propriedade de RENATO CHEBAR, e a CENTENNIAL ASSET MINING FUND LLC, holding de propriedade de EIKE BATISTA, de forma a justificar a transferência dos recursos ilícitos (processo de colaboração nº 0510282-12.2016.4.02.5101):

QUE em 2010 o Colaborador RENATO foi procurado por CARLOS MIRANDA e WILSON CARLOS, sendo informado que deveria viabilizar o recebimento de USD 16.500.000.00 (Dezesseis Milhões e Quinhentos mil dólares), devidos por EIKE BATISTA a SÉRGIO CABRAL, cuja natureza desconhece; QUE se dirigiu, ainda no ano de 2010, ao escritório de EIKE BATISTA, localizado na Praia do Flamengo, acompanhado por WILSON CARLOS e foram recebidos por FLÁVIO GODINHO, responsável por toda engenharia financeira para viabilizar o pagamento; QUE, em execução às sugestões de FLÁVIO GODINHO, foi celebrado um contrato de fachada entre as empresas Arcádia Asociados S.A., de propriedade do Colaborador RENATO, e a Centennial Asset Mining Fund LLC, de propriedade de EIKE BATISTA; Que, seguindo as sugestões de FLÁVIO GODINHO, o contrato foi celebrado com o falso objeto de intermediação da compra e venda de uma mina de ouro pelo Grupo X; QUE o contrato cujo objeto é falso foi celebrado em 2011; QUE os pagamentos se deram através de transferência de títulos acionários e dinheiro da conta GOLDEN ROCK FOUNDATION no TAG BANK, de propriedade de Eduardo Plass, para a Arcadia; QUE tais ativos foram depositados no Banco Winterbotham – Uruguay também em 2011 (...)”

Em sede de depoimento, RENATO CHEBAR deu mais detalhes da operação, inclusive revelando que embora o pagamento da propina tenha sido na ordem de USD 16,5 milhões, o valor originariamente solicitado a EIKE BATISTA por SERGIO CABRAL foi de USD 18 milhões (processo de colaboração nº 0510282-12.2016.4.02.5101):

Que foi chamado por CARLOS MIRANDA e WILSON CARLOS para viabilizar o pagamento de USD 18.000.000,00 de EIKE BATISTA para SERGIO CABRAL; Que desconhece a razão do referido pagamento; Que em uma das reuniões na sede das empresas de EIKE, na Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro, FLÁVIO GODINHO, executivo de EIKE BATISTA, sugeriu que fosse feito um contrato entre uma empresa a ser criada pelo Colaborador com a empresa Centennial de propriedade de EIKE; Que não esteve com EIKE BATISTA nas reuniões, apesar de FLÁVIO GODINHO afirmar que falava em seu nome; Que naquela ocasião a Centennial estava celebrando uma transação com uma empresa de nome Ventana; Que a transação foi da ordem de USD 1.387.585.000,00; Que FLÁVIO GODINHO sugeriu que fosse celebrado um contrato fictício, de intermediação do negócio, para justificar o pagamento dos USD 18.000.000,00 entre a Centennial e a Arcadia; Que inicialmente o valor a ser pago seria de USD 18.000.000,00; Que não saber dizer por qual motivo o pagamento efetivo foi de USD 16.592.620,00; Que acredita que a diferença foi paga, mas não sabe precisar como; Que foi sugerido que fosse aberta conta no banco TAG Bank pois a empresa de EIKE de nome GOLDEN ROCK FOUNDATION tinha conta na referida instituição financeira; Que, por algum motivo que desconhece, não foi possível abrir conta no referido banco, tendo sido indicado o banco WINTERBOTHAM no Uruguai...”

No referido anexo 3 os fatos são descritos pelos colaboradores, e inclusive revelam, em conjunto com os seus depoimentos prestados ao MPF, a massiva atuação de FLÁVIO GODINHO no episódio:

Que no de 2015, após operação de busca e apreensão na casa de EIKE BATISTA, o Colaborador RENATO foi procurado por SERGIO CABRAL, alertando que havia um risco da transação financeira entre a GOLDEN ROCK e a ARCADIA ser descoberta, uma vez que foi apreendido extrato bancário na casa de EIKE onde havia a indicação do nome de RENATO CHEBAR ao lado da empresa ARCADIA; Que SERGIO CABRAL pediu que os Colaboradores RENATO e MARCELO procurassem o advogado ARY BERGHER para resolver a questão; Que os Colaboradores tiveram duas ou três reuniões, na residência de ARY BERGHER, localizada na Avenida Delfim Moreira, nº 632, Leblon, Rio de Janeiro, onde FLÁVIO GODINHO se fez presente em uma delas; Que nestas reuniões os Colaboradores foram chamados para que mantivessem a versão de que o contrato fictício teria de fato ocorrido, inclusive com a sugestão de que os Colaboradores estudassem as empresas que participaram da transação para dar ares de legalidade”.

As declarações de RENATO CHEBAR prestadas ao MPF são contundentes:

Que em 2015 foi chamado por SÉRGIO CABRAL para um encontro em sua residência no Leblon, alertando o Colaborador para procurar o advogado Ary Bergher, uma vez que, numa busca e apreensão na casa de EIKE, foi descoberto um extrato bancário onde constava junto ao nome da empresa Arcadia o nome do Colaborador ("Renato Chebar"); Que isso poderia gerar problemas, haja vista que a referida conta de EIKE já tinha sido descoberta na Operação Lava Jato pagando Mônica Moura, mulher do publicitário João Santana; Que em reuniões na casa e no escritório de Ary Bergher, na presença do Colaborador, do seu irmão, do advogado Rafael Mattos e do próprio Ary Bergher foi dito que o Colaborador deveria procurar escritório tributarista para declarar a referida conta; Que todos que participaram das reuniões estavam cientes que o contrato era fictício; (…) Que, em uma das reuniões na residência de Ary Bergher, FLAVIO GODINHO esteve presente e reforçou a necessidade de que o Colaborador estudasse a transação entre a Centennial e a Ventana a fim de que, caso fosse chamado para prestar esclarecimentos, pudesse sustentar a versão de que a intermediação do negócio realmente existiu...”

No mesmo sentido as declarações de MARCELO CHEBAR ao MPF:

Que em 2014/2015 Renato foi chamado na casa de SERGIO CABRAL para uma reunião; Que Renato posteriormente relatou ao Colaborador que em uma busca e apreensão feita em São Paulo, em endereço vinculado a EIKE BATISTA, foi encontrado um documento onde constava um pagamento da GOLDEN ROCK para a ARCADIA com referência ao nome de RENA TO CHEBAR; Que SÉRGIO CABRAL teria orientado Renato a procurar o advogado ARY BERGHER na residência deste para uma reunião; Que o Colaborador participou desta reunião em conjunto com seu irmão Renato, ARY BERGHER e o advogado RAFAEL MATTOS; Que nesta reunião os Colaboradores foram tranquilizados pelos advogados, em razão da existência de um contrato para justificar o pagamento, em parâmetros normais do mercado (performance fee de 1,2%); Que havia um contrato entre a CENTENNIAL MINING e a ARCADIA a justificar os pagamentos; Que a performance fee seria devida em razão de uma intervenção de Renato na operação entre a CENTENNIAL MINING e a VENTANA; Que não sabe dizer se a operação entre a CENTENNIAL MINING e a VENTANA de fato existiu; Que pode afirmar que a ARCADIA não participou de fato desta operação, sendo o contrato meramente de fachada para viabilizar o pagamento de EIKE BATISTA para SÉRGIO CABRAL; Que houve uma segunda reunião também na casa de ARY BERGHER onde estavam presentes ARY BERGHER, RAFAEL MATTOS, FLÁVIO GODINHO, RENATO CHEBAR e o Colaborador; Que nesta reunião GODINHO veio tranquilizar os Colaboradores, pedindo para que a operação com a VENTANA fosse estudada; Que GODINHO explicou a operação, que a taxa paga era normal de mercado, etc; Que a reunião durou cerca de 30 minutos a 60 minutos; Que após esse período os Colaboradores deixaram o apartamento de ARY BERGHER, tendo os demais ficado no local em reunião; Que o dinheiro encontra-se depositado atualmente no WINTERBOTHAM...”

Fonte: "MPF"


domingo, 5 de fevereiro de 2017

Modo de atuação da quadrilha chefiada por Sérgio Cabral - 3 AS DELAÇÕES

Sérgio Cabral

Publico abaixo, na íntegra, a delação do presidente da Andrade Gutierrez Rogério Nora, feita no Rio de Janeiro, no dia 14/07/2016, que vem complementar a delação do dia 22/06/2016, feita em Brasília, pelo que ela tem de elucidativo do processo de corrupção que tomou conta de nosso país em quase todos os níveis. O processo que Sérgio Cabral responde na Justiça Federal do Rio de Janeiro já acumula 66 documentos, todos eles tornados públicos pelo Juiz Marcelo Bretas, considerado o Moro do Rio de Janeiro. Nada de sigilo. E que sirva de aprendizado para quem pretende fiscalizar nossos governantes. A delação é uma aula sobre o modo de atuação de uma quadrilha que assalta os cofres públicos fraudando licitações. Nossa Região dos Lagos está repleta de gestores que atuam da mesma forma. 

TEMA DA DELAÇÃO: Estádios da Copa do Mundo

DELAÇÃO COMPLEMENTAR DE ROGÉRIO NORA (RN) - PRESIDENTE DA ANDRADE GUTIERREZ (AG)

JFRJ 1

JFRJ 2

Rogério Nora (RN) confirma que para a AG participar das obras do Estádio do Maracanã, ela teria que se entender com o diretor da CNO, Benedito Júnior, e dar a Cabral uma "contribuição" (propina) de 5%, como contrapartida.

JF3

Na reunião, realizada no Palácio Laranjeiras, também estavam presentes Alberto Quintaes, diretor da AG, e Wilson Carlos, secretário de Governo. RN e Cabral acordarvam os valores e Wilson Carlos (WC) e Alberto Quintaes (AQ) operacionalizavam o acordo. AQ promovia, por parte da AG, a distribuição da propina e WC definia, por parte do governo, a forma de pagamento.


JF4
Quem recebia a propina paga pela AG era Carlos Miranda (CM).
RN conheceu CM quando ele era assessor de Cabral, entaõ presidente da ALERJ.
Retificação de seu depoimento anterior: a primeira vez que SC solicitou pagamentos a AG em relação a obras futuras foi em 2007, em seu primeiro mandato como governador do RJ. Quem fazia os pagamentos desde essa época era Alberto Quintaes (AQ).
Esses pagamentos eram uma “espécie de mesada”. Inicialmente, Cabral solicitou mesada de 350 mil reais a título de adiantamento da propina de 5%, que seriam abatidos nas contratações futuras.

JFRJ 5

Qualquer obra do governo de RJ tinha acerto. Era a “regra”.
Na reunião de 2009 para tratar da entrada da AG no consórcio das obras do Maracanã Cabral pediu propina de 5%.
Os recursos destinados ao pagto de propina eram provenientes do caixa 2 da AG, gerados através das empreas de Adir Assad. Flávio era o intermediário da AG com Adir.


JFRJ6



Era o governo do estado do RJ que definia previamente as empresas e consórcios que ganhariam cada obra pública. 
Após a reunião com Cabral, Clóvis primo fechou a parceria com Benedito Júnior da Odebrecht. Em nenhum momento a AG conversou com a Delta ou Cavendish. 
O processo licitatório das obras do Maracanã foi simulado, Tudo foi acertado de antemão.


JFRJ 7
Comentários no Facebook:
Maria Elena Olivares grandes negocios