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sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Que todos os traidores do povo tenham o mesmo destino!

Sérgio Cabral condenado a 45 anos de prisão, foto falarn

A Justiça Federal condenou o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral a 45 anos de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Outros 11 denunciados foram condenados por envolvimento no esquema que desviou R$ 224 milhões dos cofres do estado: Adriana Ancelmo, Wilson Carlos, Hudson Braga, Carlos Bezerra, Carlos Miranda, Wagner Jordão, Paulo Pinto, José Orlando, Luiz Paulo Reis, Carlos Jardim e Luiz Igayara. Pedro Miranda, denunciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa, foi absolvido. Luiz Igayara, Carlos Borges e Luiz Paulo Reis foram absolvidos do crime de organização criminosa.

Processo nº 0509503-57.2016.4.02.5101 (2016.51.01.509503-9) 
Autor: MINISTÉRIO PUBLICO FEDERAL 
Réu: SÉRGIO DE OLIVEIRA CABRAL SANTOS FILHO E OUTROS

Veja trecho da sentença:

"Principal idealizador dos esquemas ilícitos perscrutados nestes autos, o condenado Sérgio Cabral foi o grande fiador das práticas corruptas imputadas. Em razão da autoridade conquistada pelo apoio de vários milhões de votos que lhe foram confiados, ofereceu vantagens em troca de dinheiro. Vendeu a empresários a confiança que lhe foi depositada pelos cidadãos do Estado do Rio de Janeiro, razão pela qual a sua culpabilidade, maior do que a de um corrupto qualquer, é extrema.

Seus antecedentes não interferem na dosimetria. Ao analisar a conduta social, noto que o condenado Sergio Cabral, político de grande expressão nacional, foi deputado estadual por três legislaturas subsequentes, sempre com expressiva votação popular, inclusive ocupando a presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro - ALERJ. Senador da República por este Estado, igualmente com expressiva votação (mais de 4 milhões de votos!), e apesar de tamanha responsabilidade social optou por agir contra a moralidade e o patrimônio públicos.

Não há relatórios psicossociais a autorizarem a negativação da personalidade do agente. Quanto aos motivos que levaram à prática criminosa, se se pensar que a corrupção é crime formal, a obtenção de dinheiro ilícito, em grande escala, pode não ser elementar do crime. De qualquer forma, nada mais repugnante do que a ambição desmedida de um agente público que, tendo a responsabilidade de gerir o atendimento das necessidades básicas de milhões de cidadãos do Estado do Rio de Janeiro, opta por exigir vantagens ilícitas a empresas.

As circunstâncias em que se deram as práticas corruptas, além das altas cifras envolvidas, por vezes combinadas na sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro, são perturbadoras e revelam desprezo pelas instituições públicas. Além disso, a atividade criminosa do condenado mostrou-se apta à criação de um ambiente propício à propagação de práticas corruptas no seio da administração pública, pelo mau exemplo vindo da maior autoridade no âmbito do Estado. Terríveis são as consequências dos crimes de corrupção pelos quais Sergio Cabral é condenado, pois, além do prejuízo monetário causado aos cofres do Estado do Rio de Janeiro e da União, a utilização indevida dos valores obtidos de repasses e financiamentos federais nos contratos em prol de obras no Estado do Rio de Janeiro, que foram realizadas de modo incompleto, frustrou os interesses da sociedade.

Eleito para dois mandatos consecutivos de governador do Estado do Rio de Janeiro, protagonizou gravíssimo episódio de traição eleitoral, em que mostrou-se capaz de menosprezar a confiança em si depositada por milhões de pessoas. Ainda que não se possa afirmar que o comportamento deste condenado seja o responsável pela excepcional crise econômica vivenciada por este estado, é indubitável que os episódios de corrupção tratados nestes autos diminuíram significativamente a legitimidade das autoridades estaduais na busca para a solução da crise atual".

Rio de Janeiro/RJ, 20 de setembro de 2017. 
MARCELO DA COSTA BRETAS
Juiz Federal Titular
7ª Vara Federal Criminal


Fonte: "mpf"

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Dr. Marcelo Bretas autorize o olho no olho de Cabral com o povo do Rio

"Autorize o 'olho no olho' de Sérgio Cabral com essa população sofrida", foto jb




Carta aberta ao juiz Marcelo Bretas 

Autorize o "olho no olho" de Cabral com o povo desempregado do Rio

"Não somos autorizados a isso, mas temos a certeza de que a população do Rio de Janeiro agradece por todas as providências tomadas por Vossa Excelência, juiz Marcelo Bretas, contra os ladrões do estado, responsáveis diretos pelo desrespeito no processo hierárquico que hoje os servidores do Rio são quase obrigados a ter. Não recebem salários, são tratados como animais e sabem que as autoridades maiores e o ex-governador tinham no entorno deles uma quadrilha diretamente responsável pela falência do estado.

Participaram, segundo delatores - também delinquentes -, de todos os negócios sujos que, na administração desse senhor, foram feitos. E ainda participavam dos negócios sujos em áreas do governo federal. 

No Rio, balas perdidas matam crianças antes mesmo de elas nascerem. Matam fetos por responsabilidade desse ex-governador e sua quadrilha que descaradamente não assaltavam os cofres públicos, sequer deixavam que o dinheiro entrasse lá, pois roubavam antes, como meliantes de estrada.

O que se pergunta, Vossa Excelência, mesmo tendo que agradecer por sua atuação, é como esses delinquentes estão respondendo a processo por corrupção, algumas já constatadas e comprovadas, e continuam conseguindo pagar suas contas de gastos de luxo. 

Consta que Sérgio Cabral tem dois apartamentos no mesmo prédio. Como é um edifício de superluxo, onde residem apenas cinco famílias, o condomínio não pode ser inferior a uns 40 salários mínimos. Sendo que os apartamentos desse senhor são os maiores, e a média do metro quadrado deve dar a ele uma parcela de condomínio maior que para os outros.
Como se não bastasse, eles ainda pagam pela manutenção dos carros de luxo, pelos motoristas, empregados... Que movimentação de dinheiro é essa? 

Temos que fazer mais uma observação: o povo do Rio, por sugestão do próprio Cabral, quer ter um "olho no olho" com o ex-governador. Autorize que ele venha à praça pública fazer um "olho no olho" com todos os desempregados, todas as famílias que não podem pagar escola, saúde dos próprios filhos, moradia, comida... Mande ele vir fazer um "olho no olho" com os empresários que fecharam as portas pela falência do Rio. Mas quando ele vier fazer o "olho no olho", não deixe de autorizar que seus ex-secretários - principalmente da Saúde e aqueles que ainda não foram presos, que foram os grandes organizadores jurídicos dessa quadrilha que se instalou para a desgraça da Cidade Maravilhosa e do Estado Maravilhoso -, venham também.

Os 7 a 1 da Alemanha, na Copa do Mundo dos estádios superfaturados, eram um prenúncio da catástrofe que se instalava no país não só no futebol, mas também nos cofres públicos. Autorize, Vossa Excelência, o "olho no olho", mas não entre delinquentes. Autorize o "olho no olho" entre essa população sofrida e aqueles ratos que contaminaram e destruíram o nosso estado.


Fonte: "jb"