segunda-feira, 26 de junho de 2017

E agora, Doutor?

Óbitos por ano no Hospital de Búzios

No dia 16/02/2017 publiquei o post "Taxa de mortalidade em Búzios cresceu 177% durante a gestão de Dr. André" ( ver "ipbuzios") onde relatava que os dados do ano de 2016 estavam incompletos, pois só iam até o mês de junho, faltando portanto os dados dos seis meses do segundo semestre. Hoje, verifiquei que o site do DATASUS já atualizou os dados. O quadro publicado no blog era este abaixo:

Dados:

2011 - 34 mortes - taxa de mortalidade = 3,58 
2012 - 27                                                   2,64
2013 - 35                                                   3,88
2014 - 42                                                   3,89
2015 - 50                                                   6,11
2016 (até junho) – 33 mortes – taxa de mortalidade = 7,33  

Número de mortes nos meses de 2016 que faltavam: 
Julho/2016 - 3
Agosto/2016 - 4
Setembro/2016 - 10
Outubro/2016 - 4
Observação: o Hospital Municipal foi fechado em 22/10/2016.
Novembro/2016 - 12
Dezembro/2016 - 5

Total de óbitos em 2016: 71 

Notas técnicas:  
Óbitos: Quantidade de internações que tiveram alta por óbito, nas AIH aprovadas no período.
Taxa de Mortalidade: Razão entre a quantidade de óbitos e o número de AIH aprovadas, computadas como internações, no período, multiplicada por 100.



Observação: não deixe de votar na ENQUETE (canto superior da coluna da direita) ou através do link "Enquete do Facebook"

Comentários no Facebook:


Paula Newlands compartilhou a sua publicação.
12 h
Quem vai nos socorrer? Cada vez mais relegados ao descaso e estatísticas pavorosas!
Aristóteles B. Da S. Filho O atendimento de urgência tem que voltar para o hospital.

Responder
3
17 h
Luiz Carlos Gomes Imediatamente, Aristóteles .

Responder
1
16 h
Aristóteles B. Da S. Filho Ele está vendo o que está acontecendo,mas não está nem aí para a população, enfim se acha o dono da verdade.

Responder16 h
Luiz Carlos Gomes Não escuta ninguém.

Responder16 h
Manoel Eduardo da Silva Somando se chega aos 225 óbitos – isso significa que já estamos passando da hora e os nossos vereadores devem pensar em um projeto de lei que cria o “Crematório Público” no município de Armação dos Búzios, tudo em função de faltar à cidade um local par...Ver mais

Responder
4
16 h
Aristóteles B. Da S. Filho Como sempre você mostrando o seu conhecimento, muito legal.

Responder16 h
Raquel Castro Um absurdo!! 
Ninguém faz nada.

Responder15 h
Beth Prata Credo nada bom isso. Tenho medo de precisar desse serviço.

Responder15 h
Sonia Pimenta E, pior. A maioria erros médicos.

Responder2 h
Sonia Pimenta Mesmo antes de 2012. Pra ser sincera, o melhor desempenho do hospital, foi no tempo do Toninho Branco. Inclusive a policlínica.

Responder2 h
Thomas Sastre 71 O NÚMERO MALDITO,, QUE PERSEGUE A MAIORIA D,,OS POLÍTICOS ,VOCÊ SABIA LUIZ QUE 71 E ESTELIONATO EM O C. PENAL QUE VEM DA PALAVRA EM LATIN " STELIUS " QUE SIGNIFICA CAMALEÃO,, O BICHO MUDA DE COR PARA PEGAR A VITIMA E A VITIMA QUE QUER SE DAR VEM,,E LEVAR VANTAGEM ACABA CAINDO ,,,UMA BOA INSPIRAÇÃO PARA FAZER O ARTICULO ..
Sonia Pimenta Como já havia comentado, antes disso já haviam muitas mortes, a maioria por imperícia médica. E,pra mim, este hospital, funcionou muito bem na época do Toninho Branco. 
Recebeu vazio das mãos do Mirinho, e o equipou devidamente, inclusive a troca de roupa de cama era feita à cada troca de pacientes. Sem falar da reforma da policlinica e da fartura de medicamentos.. Hoje, quando preciso, vou ao Rio.

domingo, 25 de junho de 2017

Quando tudo começou ... 2

A fisioterapeuta Ariane Lopes, o prefeito Toninho Branco, o secretário de Saúde Drº André Granado e o Chefe de Gabinete da Saúde Salomão Júnior. Foto Jornal O Fala Sério, 22/09/2006 

Observação: não deixe de votar na ENQUETE (canto superior da coluna da direita) ou através do link "Enquete do Facebook"

Ministros do STJ sem detalhes sobre inquéritos contra eles

Prédio do STJ

Ministros do STJ estão em pânico. Não têm conseguido saber detalhes dos inquéritos contra eles, frutos da Lava-Jato.


Fonte: "lauro-jardim"


Observação: não deixe de votar na ENQUETE (canto superior da coluna da direita) ou através do link "Enquete do Facebook"

Mulher de Cabral influenciou nomeações em tribunais

Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sergio Cabral, chega em sua residência, no Leblon Ricardo Borges, Folhapress

"No início da campanha pela vaga de desembargador no Tribunal de Justiça do Rio em 2010, o então promotor Paulo Rangel dizia não ter apoio de ninguém. Ao procurar uma autoridade, afirmou contar com "Deus apoiando e guiando os passos". Ouviu como resposta: "Meu filho, Deus não vota no Órgão Especial".
"Fui embora chocado com o que acabava de ouvir. Não tardou muito veio a resposta divina: 'Rangel, a primeira-dama está recebendo os candidatos que a estão procurando e receberá você com prazer'", relatou o magistrado em seu discurso de posse.

A advogada Adriana Ancelmo, 46, estava em seu quarto ano como primeira-dama. Rangel seria o quarto nomeado a passar em seu escritório para pedir apoio junto ao então governador Sérgio Cabral (PMDB). Uma indicação decisiva, segundo relatos ouvidos pela Folha.

Até o marido chegar ao governo do Estado, Ancelmo era uma advogada de pouco destaque, sócia do ex-marido Sérgio Coelho num escritório de médio porte. "Braço jurídico" do casal, ganhou a atribuição de avalizar nomes para o tribunal. Segundo pessoas próximas do casal, era uma forma de Cabral prestigiá-la.

A ex-primeira-dama, alvo de quatro ações penais da Lava Jato, teve uma infância de classe média baixa em Copacabana, onde estudou em escolas públicas. Morava num apartamento de dois quartos, mas por vezes dividia o mesmo cômodo com a mãe e a irmã para que o outro fosse alugado.

Aos 16, trabalhou como vendedora em lojas. De formação católica, participava do grupo jovem da paróquia da Ressurreição.

Formou-se em Direito na PUC-Rio, onde conheceu Regis Fichtner, que viria a ser secretário da Casa Civil de Cabral. Foi ele quem levou Ancelmo para trabalhar na procuradoria da Assembleia Legislativa, onde ela conheceu Cabral num encontro casual no elevador. Os dois se casaram em 2004.

No início do governo, por ciúmes, ela vetou assessoras que trabalhariam diretamente com o governador. Buscou também ter presença pública. Apoiou, por exemplo, a ONG Pró-Criança Cardíaca para arrecadação de fundos para a construção de um hospital.

"A presença dela fazia diferença. Mandava e-mails para empresários mostrando a seriedade do projeto", disse a médica Rosa Célia, fundadora da ONG.

A placa de agradecimento ao casal está até hoje no saguão do hospital. Na parede oposta, a lista de doadores inclui alvos da Lava Jato, como a Carioca Engenharia e Arthur Menezes de Soares, ex-dono do grupo Facility.

Prestigiar a primeira-dama era uma forma de agradar Cabral. Além do apoio às suas iniciativas públicas, o escritório dela despertou interesses.

Fundada em 1997, a banca tinha como especialidade até a posse de Cabral causas cíveis no setor de saúde. Depois, se diversificou.

A receita subiu, em valores atualizados, de R$ 3,9 milhões em 2006 para R$ 13,2 milhões em 2008. Concessionárias de serviços públicos, bancos e o setor imobiliário aderiram à cartela de clientes.

"Quando a Adriana se torna primeira-dama do Estado, ela gerou uma grande atratividade. O escritório cresceu bastante por ela", disse o ex-sócio Coelho à Justiça.

Relatos indicam que o acesso de Ancelmo a desembargadores do TJ-RJ impressionava os clientes. Enquanto concorrentes tinham dificuldade em marcar uma audiência com magistrados, ela os contactava pelo celular na frente de potenciais contratantes.

Agora, executivos da OAS prometem delatar atuação dela junto ao Judiciário para favorecer a empreiteira.

INFLUÊNCIA

A chance de influenciar na composição do TJ surgiu a Ancelmo por acaso. Em 2006, semanas antes da posse do já eleito Cabral, o então defensor público Marco Aurélio Bezerra de Mello bateu na porta de seu escritório.

"Busquei todas as autoridades. Um amigo em comum me disse: 'A futura primeira-dama é advogada. Por que você não procura ela?'. Fui lá e apresentei meu currículo", disse.

Todos os TJs reservam 20% das vagas para membros do Ministério Público e da OAB ""o chamado quinto constitucional. Os candidatos buscam apoiadores capazes de influenciar o governador, que escolhe um nome da lista tríplice enviada pelo TJ.

Por acordos previamente firmados, Mello não foi nomeado em 2006. Ganhou a vaga seguinte da OAB, em 2008. Desde então, a ex-primeira-dama compareceu à cerimônia da maioria dos desembargadores nomeados pelo quinto. Passou a ser chamada de "madrinha" por alguns.

A influência de Ancelmo chegou ao Superior Tribunal de Justiça. Os ministros Bendito Gonçalves, Luis Felipe Salomão e Marco Belizze pediram à advogada o endosso do governador em suas campanhas.

A nomeação do último, em 2011, culminou numa briga do casal, origem da sucessão de fatos que provocaram a queda de popularidade de Cabral. Embora tenha recebido Belizze em seu escritório, Ancelmo defendeu a nomeação de seu sócio Rodrigo Cândido de Oliveira.

Ao ter a indicação recusada, Ancelmo se separou de Cabral. Foi quando Fernando Cavendish, ex-dono da Delta Construções, convidou o governador para seu aniversário na Bahia. Um helicóptero caiu, matando sete pessoas e revelando a relação próxima entre os dois.

Meses depois, Ancelmo e Cabral reataram o casamento. Amigos relatam que o episódio agravou um problema crônico dela: a depressão que há anos lhe acometia.

RECONCILIAÇÃO

Curiosamente, quase todas as acusações contra a ex-primeira-dama referem-se a fatos ocorridos após a reconciliação com Cabral.

Foi quando teria recebido e comprado as joias mais valiosas –usadas, segundo a procuradoria, para ocultar patrimônio. É também o período em que seu escritório é acusado de receber quase todos os pagamentos sem a prestação de serviço, meio pelo qual teria lavado dinheiro de propina.

A maioria dos repasses suspeitos à firma ocorre após 2013, quando a sociedade dela com Coelho foi desfeita. O escritório passou a ter metade do número de advogados e de área ocupada. Apesar disso, deu um salto real de 24% no faturamento em 2014, recebendo R$ 17,5 milhões.

A defesa de Ancelmo afirma que ela prestou serviços para todos os pagamentos recebidos. E nega que ela tenha adquirido joias de forma ilegal.

A ex-primeira-dama foi presa em dezembro de 2016 e, desde março deste ano, aguarda julgamento em regime de prisão domiciliar".


Fonte: "folha"


Observação: não deixe de votar na ENQUETE (canto superior da coluna da direita) ou através do link "Enquete do Facebook"

sábado, 24 de junho de 2017

Todo mundo em pânico na Prefeitura



Meu Comentário:

Buzinildo tem razão. Realmente tá todo mundo em pânico na Prefeitura. Tem ex-vereador ligando pra ex-vereador pedindo socorro. Tem gente, que a gente sabe o que fez no verão passado, muito preocupada. Tem gente se escondendo pra não ser comunicado, de sabe lá o quê. Tem gente correndo atrás da documentação pedida pra entregá-la a tempo. Tem gente muito preocupada com o que possa ser perguntado e revelado durante a sabatina. Todo mundo em pânico. Até terça-feira, muita gente boa não vai dormir.

Mas não vejo razão alguma pra isso. Se todos são probos, como dizem, por que se preocupar?

Observação: não deixe de votar na ENQUETE (canto superior da coluna da direita) ou através do link "Enquete do Facebook"

Qual foi o melhor Presidente da Câmara de Vereadores de Búzios de todos os tempos?

Enquete, arte do portalaltopiquiri


Vote na ENQUETE através do link abaixo ou click na figura ENQUETE na parte superior da coluna da direita:

Link: "Enquete do Facebook"


Quando tudo começou ...

Foto jornal O Pescador, 20/1202004

Dr. Taylos da Costa jasmim Júnior, secretário de Saúde de Búzios do governo Toninho Branco (2005-2008). 

"Eu terei ao meu lado duas pessoas da minha total confiança, como assessores diretos. Salomão Júnior é um empresário, grande administrador, e ficará responsável pelo almoxarifado e pelos transportes. O objetivo é que esse setor seja tratado de maneira séria e empresarial. O outro é Marcelo Paz, grande profissional, atualmente ocupando o cargo de chefe de gabinete do Hospital estadual de Saracuruna. Marcelo é uma pessoa supercapaz, pós-graduado em Administração Hospitalar, e servirá como articulador político de nosso governo. Ele terá como objetivo principal trazer verbas dos governos Federal e Estadual para nossa cidade" (Dr. Taylor Júnior, jornal O Pescador, 20/12/2004).  
  

CITAÇÕES DO FACEBOOK - 4

Citações do Facebook 4

Observação: dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Desgovernos e desemprego: tudo a ver

Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (ver: "mte") nos cinco primeiros meses deste ano (janeiro a maio) o saldo entre admissões e desligamentos foi negativo em todos os municípios da Região dos Lagos, exceto em Arraial do Cabo, que teve um saldo positivo de 28 postos de trabalho.   
Armação dos Búzios -274
Araruama -691
Cabo Frio -797
Iguaba Grande -58
São Pedro da Aldeia - -104

Mesmo considerando que neste período do ano é comum na região a diminuição de contratações e o aumento de desligamentos, o quadro é preocupante porque os trabalhadores já perderam muitos postos de trabalho formais no ano anterior (2016)- o que é incomum- não só devido ao fechamento de empresas, mas também por causa do aumento da informalidade. Vejam o quadro abaixo:
  
                                    Admissão  Desligamento    Saldo
Armação dos Búzios      5.140           5.251             -111 
Arraial do Cabo              1.142          1.313              -171
Araruama                        4.189          5.374           -1.185  
Cabo Frio                      14.988        15.699              -711 
Iguaba Grande                   563              566                  -3
São Pedro da Aldeia        3.304          3.754              -450

Empregos formais: 
                                    Em 1/01/2017  Em 1/01/2016   Saldo
Armação dos Búzios          10.306               10.395            -89
Arraial do Cabo                    3.002                3.002             -35
Araruama                            14.003              15.515        -1.512 
Cabo Frio                            33.114              33.557           -443
Iguaba Grande                      1.535                1.490            +45
São Pedro da Aldeia             9.431                9.468            -37

Em relação ao número de empresas fechadas temos o seguinte quadro: 
                                   Saldo  Nº de empresas 2017   Nº de empresas 2016
Armação dos Búzios   + 3         2.350                                 2.347
Arraial do Cabo           -27            906                                    933
Araruama                    +15         3.452                                 3.437
Cabo Frio                     -98         8.526                                 8,624
Iguaba Grande             +76            621                                    545
São Pedro da Aldeia     -51         2.190                                 2.241 

Observação 1: reparem que em todos os municípios em que o número de empresas cresceu em 2016 (de 1/1/2016 a 1/12017), o saldo entre admissão-desligamento é negativo. Foi o caso de Búzios, Araruama e Iguaba Grande, o que significa que um número maior de trabalhadores deve ter sido contratado sem carteira assinada.  

Observação 2; E ainda tem gente que vive dizendo que "só não trabalha quem não quer. Se quiser trabalhar, tem trabalho". Foi o que disse a vereadora Joice na sessão do dia 20/06 em que o secretário de turismo foi sabatinado. Será que para a vereadora os 14 milhões de brasileiros que estão atualmente desempregados são vagabundos? 
             

      

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Bela e rica, mas muito atrasada politicamente

Estudos TCE-RJ
Os importantíssimos "Estudos socioeconômicos do TCE-RJ" recentemente publicados revelam o grande atraso politico dos governantes dos municípios da Região dos Lagos. Os indicadores financeiros relatados nos "Estudos" nos mostram que não temos gestores públicos dignos desse nome  nos seis municípios que compõem a região. O que temos nas cadeiras de prefeito são políticos atrasados, clientelistas e patrimonialistas, que torram orçamentos milionários ao seu bel prazer,  sem a menor cerimônia, se lixando para os anseios das populações desses municípios.

Em nenhum dos seis municípios da nossa região o povo participa da elaboração do orçamento anual, estabelecendo prioridades para a aplicação dos recursos públicos que, em última instância, são seus. Não se fala mais em orçamento participativo por estas bandas. Os prefeitos, seus financiadores de campanha e aliados políticos, apossam-se desses recursos, como se seus fossem, e decidem, a revelia do povo, o que fazer com eles. Não se sabe a que horas, onde e como o orçamento anual é elaborado. Também não se sabe quem participa desse processo mas, calcula-se, que os participantes-privilegiados são muito poucos. Uma minoria, que não chega a 1% da população municipal. Por isso podemos qualificar esses (des)governos, sem medo de errar, de GOVERNO DO 1%. CONTRA OS 99%.

Na maior cara de pau, esses desgovernantes comprometeram as receitas municipais do jeito que quiseram. E ficou por isso mesmo! Alguns vereadores protestaram, mas nenhum Câmara de Vereadores, como Poder Fiscalizador, pôs fim a esses descalabros financeiros. Cabo Frio, por exemplo, em 2015, bateu recorde, comprometendo 116% de sua receita com a máquina administrativa. Ficou em primeiro lugar entre os 91 municípios do estado do Rio de Janeiro no quesito "comprometimento da receita corrente com a máquina administrativa". Ou seja, o Prefeito Alair Corrêa gastou o que tinha e o que não tinha, para empregar seus correligionários na Prefeitura e contratar empresas terceirizadas amigas, entre elas, muitas que, provavelmente, financiaram sua campanha eleitoral. Não se importou nem um pouco em empurrar com a barriga as dívidas (16% a mais de gasto do que a receita que dispunha em 2015) acumuladas ano a ano de seu mandato, até repassá-las impunemente para seu sucessor. E não só Cabo Frio: Arraial do Cabo comprometeu 108%; Armação dos Búzios, 98%. 

Esses desgovernantes sustentam seus currais eleitorais com dinheiro público na maior cara de pau. Armação dos Búzios terminou o ano de 2015 com absurdos 3.311 funcionários públicos, e apenas 1.914 concursados. Pelo pequeno tamanho do município, a taxa de funcionários por mil habitantes bateu recorde (107). É a quinta maior taxa do estado. Arraial do Cabo não fica muito atrás, em 7º lugar, com taxa 104. Dos seus 3.036 funcionários, apenas 1.322 são concursados. E Cabo Frio, com 14.539 funcionários, dos quais apenas 4.940 são estatutários.

Traduzindo esses dados em numerários pode-se avaliar melhor o prejuízo que o povo toma com esses gestores. Búzios, em 2015, comprometeu 58% (o que é é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal) de suas receitas com a folha de pagamento, o que equivale a gasto de mais de 110 milhões de reais. Em Cabo Frio, esses gastos superaram mais de 400 milhões de reais, onde quase 10 mil funcionários não são concursados, de livre nomeação do prefeito.

Sustenta-se também a patota amiga dos contratos terceirizados. É o pessoal do lixo, dos remédios, da merenda escolar, dos uniformes, dos carros alugados, etc. Na Região dos Lagos quase tudo é terceirizado a preços absurdos. Em geral, com preços superiores ao que se gastaria se a própria prefeitura realizasse os serviços. Para se ter a ideia de quanto essa farra das terceirizações monta basta fazer algumas continhas. Vamos lá.

Segundo o "Estudo", em 2015, Búzios comprometeu 98% de sua receita com a máquina administrativa (folha de pessoal mais manutenção da máquina). Se gastou 58% com a folha de pagamento, restam 40% dos 98% para a manutenção da máquina. Como quase todos os serviços de manutenção da prefeitura estão terceirizados, podemos dizer que, de um orçamento de 200 milhões de reais, estamos gastando 80 milhões com serviços terceirizados e compras de produtos. 

É óbvio que nesse modelo falido, de falta de gestão, o grande prejudicado é o povo. Essa gastança desenfreada para sustentar os membros do curral político-eleitoral e os terceirizados amigos faz com que os prefeitos disponham de muito pouco para investir na solução dos problemas fundamentais das populações dos municípios que administram. A milionária Búzios, depois da farra com o dinheiro público perpetrada pelo Prefeito André em 2015, investiu apenas 6% em obras novas ou politicas públicas no município. Mesmo assim, porque recorreu a convênios com o Governo Federal, pois dispunha de apenas 2% depois de haver comprometido 98% de sua receita total com a máquina pública.  

As taxas de investimentos dos outros municípios da região não são muito diferentes. Araruama e Arraial do Cabo, investiram apenas 3%. Iguaba Grande, 4%. 

É possível mudar esse quadro? Claro que sim. O "Estudo" nos informa que Miracema investiu 25%, Itaboraí 23%  e Maricá 19%. Se Búzios tivesse investido a taxa de Miracema, teríamos 50 milhões de dinheiro limpinho para investir na melhoria da qualidade de vida da população. Afinal é para isso que se destina um governo municipal. Já pensou 50 milhões em vez dos parcos 12 milhões, mesmo assim porque conveniamos 8 milhões com o governo federal.