terça-feira, 16 de abril de 2013

Dizer o quê?

Hoje acompanhei a minha segunda licitação na vida. Pensei que a primeira fosse inesquecível. Ledo engano.  A segunda a superou, e como! Claro que tive que tomar algumas providências. Tive sorte por ter sido  privilegiado pelos deuses com algumas "informaçõezinhas" básicas. Em primeiro lugar, nunca tive um edital em minhas mãos. Desta vez, ele caiu em minhas mãos de forma digital, por banda larga. Pelo espaço, como queira. Que maravilha. Serviço quase completo. Precisei de pouca coisa pra saber de tudo. Apenas uma pequena pesquisa em boletins oficiais (BOs) anteriores, me deu o quadro geral, que postei em "Como é bom um paraíso terceirizado".

Sabendo de tudo isso, resolvi dar uma de jornalista investigativo,  imitando Jânio de Freitas da Folha de São Paulo, que publicava anúncios no próprio jornal antecipando resultados de licitações dirigidas do governo federal. Fui até Cabo Frio e com R$ 4,00 publiquei no jornal Folha dos Lagos um anúncio classificado cifrado sobre o resultado da licitação para "contratação de empresa especializada em tecnologia da informação para licença de uso de sistemas integrados (software) de gestão pública" de Búzios (Ver foto do anúncio).

Jornal Folha dos Lagos, 16/04/2013, página 7

 Confesso que o erro de português do anúncio não foi meu.

Às 14:00 horas de hoje, estava a postos para acompanhar a licitação e confirmar meu anúncio classificado. Qual não foi meu espanto, ao não ver entre as empresas participantes do pregão a tal da Feire que me garantiram, via banda larga, que ia ganhar a licitação. A ganhadora foi uma tal de "Mobilização Pública" com R$ 108.000,00 mensais, já incluídos os custos com a implantação do sistema. As duas empresas que cuidavam do TI  (saúde e fazenda) no governo Mirinho consumiam 64 mil reais, sem contar os custos de implantação. Contando com eles, não chegavam a 80 mil reais. Ainda deve-se aguardar os aditivos de praxe, mais ou menos 25% de acréscimo. Vamos gastar mais de 50% do que gastávamos.

Quando sai da licitação, tudo se esclareceu ao conversar com uma outra pessoa que estava acompanhando a licitação comigo. Ele, que acompanhava a licitação a serviço de uma outra empresa preterida no processo via edital também dirigido, me informou que havia nome fantasia e nome real das empresas participantes. O nome "Mobilização Popular" talvez fosse o nome real da empresa que adotava o nome-fantasia "Freire informática". Toda charada foi solucionada com uma simples visita ao site da empresa-fantasia. Ver abaixo:

"Somos a FREIRE INFORMÁTICA. E assim como você, estamos de olho no futuro. Para isso, desenvolvemos sistemas da mais alta tecnologia, que têm como objetivo facilitar cada vez mais a sua administração.

A palavra de ordem é Modernização Pública.



Observação 1:

Mais uma vez a pregoeira, de Araruama, Graciana, não me forneceu a ata da licitação, apesar de me identificar como membro da ONG Ativa Búzios, entidade que faz acompanhamento, há mais de 10 anos, do uso do dinheiro público em Búzios. Diga-se de passagem, os governos anteriores dos INHOS sempre forneceram as atas pedidas pela entidade. Ao outro assistente da licitação foi negado o direito de manifestar-se durante o pregão. A ditadorazinha-pregoeira teve comportamento bem de acordo com o resultado da licitação.

Observação 2:

Este relato será enviado para a Procuradoria Municipal de Búzios, Ministério Público Estadual, Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e Controladoria Geral da União. E, ia me esquecendo, para todos os vereadores de Búzios. 

Comentários:
  1. Oi Luiz, parabéns!!

    Para colaborar: a razão social da empresa que detém esse domínio é Freire Informática Ltda.

    Não sei como é o processo licitatório mas se ela ganhou mesmo, é o nome acima que deve aparecer numa possível contratação. Ah, o CNPJ dela, caso queira consultar na receita, é 01.210.562/0001-22

  2. Trabalho completo! BARBA, CABELO E BIGODE! mandou muito bem. Parabéns, cidadão Luiz!

  3. já passa o contato da empresa aqui no Rio pra facilitar a vida de todo mundo (ofícios):
    Freire Rio
    Rua Passos da Pátria, nº 105 - salas 501,503,505 e 507 (Office Mont Blanc), Bairro 25 de Agosto, Duque de Caxias/ RJ
    Telefone: (21) 3167-4046 / 3167-4075 / 3167-4076 e 3167-4077

  4. Parabéns nobre Luiz, pelo excelente trabalho. É uma lastima observar que o carro forte da então campanha, denominado de " MUDANÇA ", tá longe de ocorrer, os vícios continuam, e em alguns aspectos como este até pior, haja vista o fato de quase dobrar o valor pago. Conheço servidor Buziano ou até mesmo contratado ainda atuando na administração, que faz estes tipos de trabalho perfeitamente. Não haveria ônus a mais para a municipalidade, mas fazer o que se tem-se que justificar uma boa lavanderia d
    e roupas! Rsrs... .
    Este governo ainda acredito, vai superar os outros 2 mole mole, em estilo mais ditatorial do que nunca! Quero saber quando o MP vai resolver fechar as portas da Prefeitura e fazer uma varredura. Em 100 dias de governo, e já tantos indicios suspeitos nos atos licitatórios geral!
    É a Onda do 20, VinTe Fu fu ... .

    Comentários no Facebook:

    Andre Coutinho Acertou você e o Jornal O Peru Molhado




    Meu comentário:

    André, não só eu e o Perú Molhado. O vereador Henrique Gomes me disse ontem que também fez um discurso na quinta-feira passada (dia 11) antecipando a  vitória da Freire Informática. Tá gravado!


    A "transpárência" em Búzios está meio ofuscada...


    Muitas vezes a transparência não é transparente, ela simplesmente não existe.


    Não se trata de ter votado ou não no atual Prefeito. Tal forma de agir, em licitações, é a mais pura tradução da traição, pois, certamente, a imensa maioria que depositou nas urnas o seu voto, para impedir que o "inho" ganhasse, esperava um pouco mais. Isto é vil, porque mina a esperança em dias melhores. O atual Prefeito comprometeu-se a fazer tudo diferente, dos anteriores, e está muito pior, porque nem as atas entrega. Seu relacionamento é obscuro. Vamos lutar até o fim, pois o dinheiro do povo de Búzios está sendo jogado na lata do lixo, com farta distribuição de emprego público e licitações super faturadas (basta ver a de aluguel de carros), dirigidas. Vamos mobilizar o povo de Búzios, para dar um basta nisso, pois, se este governo está assim, nos 4 primeiros meses, imagina daqui a 6 meses, daqui a 1 ano, daqui a 4 anos???? Vamos à luta, minha gente.

Ficha Limpa em Búzios

Temos dois projetos de Lei tramitando que pretendem disciplinar a nomeação para cargos em comissão (e de agentes políticos) no âmbito dos órgãos do Poder Executivo e Legislativo. E isso é muito bom. Um, na Câmara de Vereadores, da lavra do vereador Lorram Gomes da Silveira e outro, nas ruas e na internet, através de abaixo-assinado, elaborado pela ONG Ativa Búzios com base na Lei de Iniciativa Popular. São idênticos, com apenas duas exceções. O projeto de lei ordinária da ONG traz um paragrafo a mais, o IV, que inclui nas vedações da Lei:

"os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas, por irregularidade insanável que configures ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, aplicando-se o disposto no ínciso II do artigo 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição, desde a decisão até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos"

e no artigo 4º, do projeto da ONG, onde se pretende estabelecer que:

"o nomeado ou designado, obrigatoriamente antes da posse, deverá apresentar certidões de ações civis e criminais que comprovem a não inserção nas vedações do artigo 1º".   

o vereador, talvez querendo desburocratizar o processo, estabelece que o nomeado ou designado "terá ciência das restrições e declarará por escrito não se encontrar inserido nas vedações do artigo 1°". 

Apesar de serem quase idênticos na forma, são bem distintos no conteúdo material. Um, o projeto do vereador Lorram, é uma PEC - projeto de emenda constitucional. O outro, o projeto da ONG Ativa Búzios, é um projeto de lei ordinária. 

Como o artigo 79 de nossa Lei Orgânica Municipal estabelece que:
- Compete privativamente ao Prefeito: 
I - nomear e exonerar os Secretários Municipais, o Procurador-Geral do Município e os 
dirigentes dos órgãos da administração direta, indireta e fundacional

acredito que a Lei da Ficha Limpa municipal só pode ser criada alterando-se este artigo da nossa Lei maior. Portanto, tem razão o vereador quando propõe uma emenda constitucional para instituir a Ficha Limpa em nossa cidade.    

   

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Falta de transparência pode gerar injustiça

Seção de classificados do Jornal Povo do Rio do dia 12/04/2013 

Reparem bem como são as coisas. A secretária de planejamento de Búzios, Maria Alice Passeri, assina despacho no dia 11 de abril nos autos do processo administrativo nº 502/2013, que é publicado no dia seguinte no jornal Povo do Rio, de Duque de Caxias, baixada fluminense. Trata-se de NOTIFICAR o senhor UBIRATAM ASSUNÇÃO CARVALHO DE SOUZA para que apresente defesa no prazo de 10 dias, a contar da data da publicação, dia 11. No BO oficial, nº 577, de 5 a 11 de abril de 2013, nenhuma NOTIFICAÇÃO foi publicada.

Aí é que começam os problemas. Ninguém lê esse jornal da baixada fluminense em Búzios, exceto eu que o estou lendo todo dia pra ver se aparece alguma publicação da prefeitura. Com certeza, o senhor Ubiratam também não o lê. O que pode ser um problema sério para ele, já que está respondendo a um processo administrativo na secretaria de planejamento. Não sei de que se trata o processo. Não sei se o Ubiratam cometeu alguma falta grave ou se está sendo objeto de alguma injustiça, como muitas  ocorridas nos governos anteriores, que ouvimos falar ou que soubemos através de funcionários públicos amigos. Uma coisa é certa, devido ao fato de a notificação ter sido publicada em um jornal que não circula em Búzios, muito provavelmente o UBIRATAM vai perder o prazo de defesa, que se encerra no dia 21 de abril. O próximo BO de número 578 vai trazer os atos oficiais relativos aos dias 12 a 18 de abril. E, normalmente, ele só circula a partir de segunda-feira, dia 22, apesar de ser impresso na sexta-feira, dia 19.

Será que o objetivo do governo e da secretária era esse mesmo, que o funcionário perdesse o prazo, para poder demiti-lo? Se for isso, é muito primarismo, porque todo mundo sabe que ele obteria rapidinho uma liminar na Justiça do Trabalho para ser reintegrado em suas funções, por não ter tido direito à ampla defesa. 

De qualquer maneira, fica aqui o registro para que o governo municipal pare de publicar, como os governo anteriores, qualquer ato oficial no jornal Povo do Rio. 

Para finalizar, um pedido: se por acaso algum leitor do blog o conhecer, por favor o informe da notificação. Com o gesto talvez estejamos impedindo que se cometa uma grande injustiça com um funcionário público municipal.     

sábado, 13 de abril de 2013

MPRJ requer indisponibilidade de bens do ex-prefeito de Rio das Ostras



O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) ajuizou Ação Civil Pública por ato de improbidade administrativa, com pedido de reparação de dano moral coletivo e indisponibilidade de bens, de Carlos Augusto Carvalho Baltazar, ex-prefeito de Rio das Ostras. Ele e outras cinco pessoas, incluindo o diretor e o presidente da Fundação Roberto Trompowsky, são responsabilizados por fraudes em concurso público para cargos na prefeitura. Entre as irregularidades apontadas estão falta de segurança, desorganização, plágio de questões de outros concursos, desaparecimento de provas e favorecimento de candidatos.

A medida foi tomada pelos promotores de Justiça Luiz Fernando Lemos Duarte de Amoedo e Rafaela Dominguez Figueiredo Ramos da 1ª e 2ª Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva Núcleo Macaé. No documento entregue à Justiça, eles narram que a dispensa de licitação que possibilitou à Fundação organizar o VI Concurso para vagas na administração direta da Prefeitura, na Fundação Rio das Ostras Cultura (FRC) e na OSTRASPREV, é ilegal.
Os promotores explicaram que o próprio contrato firmado é irregular, pois não havia previsão do valor a ser pago pelos serviços prestados - a projeção inicial da Prefeitura era de um custo de R$ 160 mil, mas foram pagos à Fundação quase R$ 7 milhões.

Além do ex-prefeito, são réus na Ação o então Secretário Municipal de Administração Marcelo Chebor da Costa e a Secretária Municipal de Planejamento Rosemarie da Silva e Souza Teixeira, a Fundação Roberto Trompowsky Leitão de Almeida, o presidente da fundação, Flávio Serra Terra de Faria e o diretor da entidade, Antônio Carlos Guelfi.

Assessoras do ex-prefeito foram favorecidas

Além do edital, o MPRJ constatou ainda as seguintes irregularidades no concurso: cartões-resposta trocados, candidatos usando celular na hora da prova, pessoas começando a prova após o horário previsto e resultados fraudulentos, com favorecimento de candidatos. Três candidatas tiveram suas notas alteradas para serem incluídas no número de vagas ofertadas. Duas ocupavam cargo de confiança na prefeitura, e uma é prima do então Secretário Municipal de Planejamento, Luciano Macário dos Santos.

Liminar obtida pelo MPRJ já havia suspendido o concurso

Após receber centenas de reclamações, o MPRJ ajuizou Ação Cautelar em junho de 2012 e obteve liminar para suspender o concurso até que o inquérito fosse concluído. Agora, com o término das investigações, os promotores requereram, em caráter liminar, a decretação da indisponibilidade dos bens dos réus até o limite de R$ 14 milhões. O valor foi estimado com base na lesão patrimonial ao erário, ou seja, no valor pago à Fundação Trompowsky mais os valores a serem reembolsados pelo Município de Rio das Ostras pelas taxas de inscrição pagas.



sexta-feira, 12 de abril de 2013

Como é bom um paraíso terceirizado!

Edital de licitação de TI Finanças e Saúde do governo André

O governo municipal vai realizar no dia 16 próximo a licitação para contratação de empresa especializada em Tecnologia da Informação (TI) para licença de uso de softwares de gestão pública para as secretarias da fazenda (ISS, IPTU, dívida ativa, ITBI, contabilidade, etc) e saúde. Eles sonegam informações mas na era da informação fica difícil escondê-las. No edital a que tive acesso consta como preços estimativos para a  secretaria de finanças o valor de R$ 95.116,33 para a implantação do sistema e R$ 84.535,00 para a locação mensal. Na secretaria de Saúde, os valores são 62.930,00 e 46.580,00, respectivamente. O valor total, mantidos as estimativas, seria de R$ 289.161,33. O custo de implantação seria de R$ 158.046,33. Já o custo mensal com as locações dos dois sistemas, R$ 131.115,00.

Edital de prorrogação de contrato de TI Finanças do governo Mirinho

Dividindo-se o valor total (R$ 574.800,00) por 12 obtemos a mensalidade da locação da TI da secretaria de Fazenda no governo Mirinho: R$ 47.900,00. Reparem que o contrato vigoraria até novembro de 2013. A empresa Tecnologia Global Ltda havia ganho também a licitação no governo de Toninho. Ou seja, provavelmente vamos pagar R$ 84.535,00 mensalmente, a partir de agora, por uma locação que pagávamos R$ 47.900,00,  até novembro. Na Saúde, é a mesma coisa.

Edital de prorrogação do contrato de TI Saúde do governo Mirinho

Dividindo-se o valor total (R$ 230.226,72) por 12 obtemos a mensalidade da locação do TI da secretaria de Saúde no governo Mirinho: R$ 19.185,56. Este contrato vigoraria até julho de 2013. Passaremos a pagar R$ 46.580,00 por mês. 

Não sei os valores dos custos de implantação anteriores. Acredito que se os contratos fossem mantidos não haveria, obviamente, a necessidade de nova implantação. Economizaríamos só nessa rubrica R$ 158.046,33. Já com os aluguéis dos softwares dispenderemos mensalmente R$ 131.115,00, enquanto antes gastávamos R$ 67.085,56. Passamos a gastar quase o dobro. Não é uma maravilha a terceirização! Resta saber pra quem? Como em cidade pequena tudo se sabe, já rola à boca pequena, pelos quatro cantos da cidade, o nome da empresa vencedora. Mamão com açúcar!

Eles são parceiros?

Renovação do contrato com o jornal Povo do Rio no apagar das luzes do governo Mirinho

Questionado por um vereador por não ter dado ampla publicidade à licitação da capina e varrição ocorrida no dia 22/03/2013, vencida pela NP (dos laranjinhas), o prefeito de Búzios, Dr. André Granado, justificou-se, através de ofício endereçado ao presidente da Câmara de Vereadores, Leandro Pereira, afirmando que os avisos de licitação foram veiculados  tanto no Boletim oficial nº 573, de 8 a 14 de março de 2013 quanto no Jornal Povo do Rio, edição nº 6859, de 8 de março de 2013. 

Faltou dizer que o jornal, com sede na Avenida Washington Luiz nº 54, Duque de Caxias, RJ, não circula no município de Armação dos Búzios. O jornal foi publicado no dia 8 e aparentemente, o BO também. Aparentemente, apenas. Teoricamente, ele deveria ser publicado no dia 15, trazendo todos os atos do Executivo e Legislativo dos dias 8 a 14. Como dia 15 de março foi uma sexta-feira, basta que não seja distribuído na segunda, dia 18, para não se ter ampla divulgação dos certames licitatórios. No caso, o BO só veio a público no dia 20, quarta-feira, divulgando uma licitação que ocorreria dois dias depois, na sexta, 22 de março. 

O estranho é que esse jornal de Duque de Caxias foi usado por todos os governos que já tivemos. Mais estranho ainda foi o fato do governo anterior de Mirinho, no apagar das luzes, no BO 563, de 28/12/2012, prorrogar o contrato com a A. AHMED - empresa jornalística que o produz. Parece até uma parceria entre governos. Muito estranho.         

Os 100 primeiros dias do governo André: muito pouca transparência!


Completados os 100 primeiros dias de gestão, o governo do Dr. André, eleito sob o signo da mudança,  "deixa de observar a Lei 8666/93 e demais legislações ligadas às licitações públicas, quando contrata serviços e/ou compra produtos", repetindo o comportamento dos governos anteriores dos INHOS. 

As primeiras publicações do novo governo foram feitas no jornal Noticiário dos Lagos, periódico que não circula regularmente em nossa cidade. É tão pouco lido que chegou a trazer constrangimento à família Sobral, pois ninguém dela ficou sabendo da data de exumação do corpo do Sr. Eurico, conforme previsto em Edital publicado na edição de 8/1/2013.



Segundo levantamento feito pela ONG Ativa Búzios, " primeiro Boletim Oficial (BO) do ano de 2013 foi o de número 564 e as contratações de serviços públicos, realizadas em janeiro e fevereiro (não se sabe se todas) passaram a chegar ao conhecimento da população, a partir do B.O. nº 568, de 01 a 7 de fevereiro. Até o B.O. 568, a distribuição só estava ocorrendo nas Secretarias Municipais, em desconformidade com a Lei Municipal do Boletim Oficial que regulamenta os pontos de distribuição. A partir do B.O. 570 é que a distribuição começou a alcançar grande parte dos pontos regulamentados (não todos) mas, sempre atrasados 

 No Boletim 573,  de 8 a 14/03, foram publicadas diversas licitações, na modalidade pregão eletrônico, com data de abertura anunciadas para ocorrer nos dias 21 e 22 de março. No entanto, esse BO passou a circular no dia 20 de março, apenas dois dias antes do certame. Questionado por um vereador da tribuna pelo atraso na circulação do BO, o prefeito enviou Mensagem à Câmara, informando que as referidas licitações teriam sido publicadas, no Jornal Povo do Rio, outro jornal que também não tem distribuição regular no município. Os governos anteriores dos INHOS também utilizavam-se desse mesmo jornal para publicar editais de determinadas licitações. 

Em sua representação, dirigida à 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva – Núcleo Cabo Frio, a ONG Ativa Búzios frisa que  "estão sendo licitados serviços públicos que estão proibidos de ocorrerem via terceirização, já que existe ação ajuizada pelo Ministério do Trabalho, com a finalidade de que os serviços de coleta dos resíduos, varrição, entre outros sejam realizados por servidores públicos" e que  a maioria dos contratos "não poderia ocorrer por dispensa de licitação, já que não se enquadra no rol de exigências da Lei 8.666/93 , para a dispensa".

A licitação, na modalidade  pregão, para varrição, capina, catação e remoção de resíduos sólidos, vencida pela empresa NP CONSTRUÇÕES E SERVIÇOS, com fortes indícios de direcionamento do certame,  mereceu um post aqui no blog. Em sua representação, a ONG Ativa Búzios, encaminha ao MP, em anexo, cópia de matérias da atuação da mesma empresa, no Espírito Santo.


Também não se tem notícia se a atual administração compra por carta-convite, porque, na verdade, não existe nenhuma documentação a esse respeito, no mural destinado a esse fim, como manda a legislação.

A falta de transparência deste novo governo é tanta que a "ONG ATIVA BÚZIOS não consegue retirar os editais, para acompanhar a legislação, e a administração atual, a despeito de ter sido informada pela Controladoria Geral da União/RJ, cobra taxa de expediente para que a ONG retire tais editais, além de ter se negado a fornecer à entidade ata das licitações, dos dias 21 e 22 de março, quando exigiu pagamento de taxa de expediente, ferindo o disposto na Lei da Informação". 

"No dia 21 de março, por volta das 9h30min, a ONG ATIVA BÚZIOS, após entrega do ofício 14/13, no Gabinete da Prefeitura, dirigiu-se ao DEMAL, para entregar o mesmo ofício, como forma de dar ciência, ao setor, dos pedidos da Entidade. No entanto, o Sr. Renato de Jesus, Chefe de Gabinete do Prefeito, que preside a Comissão de Licitação, informou na Recepção Geral que o ofício não era para ser recebido. A entidade retornou à recepção do Gabinete para entregar cópia do Ofício para ser endereçado ao DEMAL, entendendo que, mesmo que as licitações estejam sob a responsabilidade da Chefia de Gabinete, o Ofício ia com cópia para o Departamento de Licitações, integrado por outros servidores, além do Sr. Renato de Jesus".

Tendo em vista o relatado acima, a ONG Ativa Búzios pede: 
1) o cancelamento das licitações que ocorreram, nos dias 22 e 23 de março último; 
2) análise de todos os contratos divulgados nos boletins; 
3) a adoção de Termo de Ajustamento de Conduta, com o fim de que a atual administração passe a observar a Lei 8.666/93 e demais Leis que tratam das licitações públicas, bem como passe a adotar a transparência, nos termos da legislação em vigor, como conduta esperada no relacionamento com cidadãos, em especial com as entidades que trabalham com o controle fiscal.

POBRES COITADOS

Carlos Terra
Algumas situações do cotidiano, pelo absurdo que representam, enchem o cidadão de revolta, repúdio  e lhe dão a certeza de que a voracidade por recursos do setor público, está ultrapassando o limite do razoável, maxime quando a agressão ao bolso do cidadão se dá pelo simples fato de necessitar  se locomover por meios próprios para executar a função social que lhe cabe no âmbito da sociedade produtiva. Falo dos possuidores de qualquer tipo de condução própria que estão sendo agredidos não só no bolso, mas também em sua dignidade quando são submetidos às mais variadas atrocidades para poderem se enquadrar num emaranhado de taxas, tributos, vistorias, seguros, licenças, enfim, um cipoal de obrigações de dificílima satisfação, motivo pelo qual ser parado por um guarda de trânsito representa enorme desconforto para o cidadão, vítima da abordagem. 

Falarei de situações corriqueiras na nossa minúscula província que merecem uma avaliação criteriosa de cada um de nós, proprietário de veículos, que somos vítimas de “blitzes” de frequência incomum à caça de possíveis infrações ou não-conformidades, que via de regra, representam retenção e reboque do veículo para um indefectível  “pátio legal”. Este sim, trespassado de ilegalidade e de violências perpretadas contra o proprietário que a cada uma dessas brutalidades, vê abalado seu equilíbrio orçamentário, tal o descalabro dos valores do reboque e da estadia no tal “pátio legal”. 

Meu filho foi  abordado por essa intencional fiscalização predatória em frente ao tal  “pátio legal” e teve que pagar o reboque destarte o portão do “pátio legal” estar  distante 50 metros. Nesta abordagem, a retenção do veículo se deu por falta de vistoria , que estava agendada para o dia seguinte, o que poderia ser comprovado pelo agente fiscalizador. Nenhuma argumentação o demoveu da apreensão e reboque, sendo agravante do fato, tratar-se de um veículo novo, cuja presunção de conformidade era óbvia.

Constrangimento maior se deu para liberação do veículo, demandando dois dias de presença constante nas instalações do Detran, de posse da documentação liberatória, no aguardo da presença da “pessoa que libera”, que lá se encontrava incógnita. Cientificado do fato pela minha nora e inconformado, dirigi-me pessoalmente ao balcão onde devia se encontrar a “tal pessoa que libera” e fiz ver da minha indignação em não obter a liberação face a ausência de uma determinada pessoa, embora tivesse eu cumprido a incrível rotina de idas e vindas a Bancos para obtenção dos condicionantes para a liberação. Quando exigi ser atendido, o funcionário que lá se encontrava, falou-me que eu poderia ser preso apontando para um cartaz que falava sobre “desacato à autoridade”. Como poderia desacatar uma autoridade ausente? Não se apercebeu, na sua ignorância funcional, o agente do Detran, que o desacatado era eu, agredido nos meus direitos de cidadão e na continuidade da polêmica, apareceu a tal “pessoa que libera” e, pasmem leitores, o atestado continuou pendente eis que “o sistema estava fora do ar”. Mais uma vez, fui obrigado a fazer ver àqueles funcionários públicos que o meu direito de liberar o veículo independe de quem quer que seja ou do funcionamento do sistema ou equipamento, de cuja eficácia não me compete responsabilidade. Fiz esse relato para sublinhar o quanto somos desafiados em nossos direitos pelos funcionários, sistemas e enquadramentos que estes algozes representantes do poder, nos submetem invariavelmente, embora recebam seus salários através do pagamento de nossos impostos, sendo portanto, nada mais do que nossos empregados. Estão ali para nos servir, jamais para nos maltratar ...

Continuemos a via crucis iteomizando diversas situações que nos enchem de insatisfação e acabam por criar dentro de cada um de nós, um grande preconceito sobre tudo que diz respeito à ingrata tarefa de ter que possuir um veículo para poder trabalhar e produzir riqueza, senão vejamos:

* Pardais que são verdadeiras arapucas registrando velocidades ridículas, cuja intenção é penalizar, jamais proteger quem quer que seja;
*Rodovias pedagiadas com velocidades máximas injustificáveis e reduções abruptas de velocidade permitida, que se cumpridas à risca, resultariam em engavetamentos horrorosos;
*Filas intermináveis para vistoria de veículos que acabam por consumir, no mínimo, um dia de trabalho de cada motorista;
*Casuísmos inexplicáveis destas vistorias, eis que exigidas apenas em parte da Federação;
Valor extorsivo para ser vistoriado;
*Para pagamento do IPVA, a alíquota aplicada é maior do que a do IPTU, sem nenhum motivo plausível;
Obrigatoriedade de fabricar placas através do Detran pelo valor abusivo de R$ 150,00, quando a anteriormente se obtinha o mesmo fim por um terço deste valor;
*Por incrível que pareça, pagamos o valor absurdo próximo de R$ 100,00 para que o Detran emita o documento único de trânsito;
 *Deste imposto (IPVA), nenhuma contrapartida o Estado presta, eis que, a sinalização vertical de trânsito é inexistente, ninguém sabe o que é mão e contra-mão e o lastimável estado do pavimento de ruas e rodovias;
Imaginem o trajeto do “ATÉ Q’UENFIM”, na entrada de Búzios até a Rua das Pedras e tentem se lembrar de alguma faixa delimitadora horizontal das pistas de rolamento, inexistência essa responsável por inúmeras mortes nesse trajeto;
*Nenhuma orientação do tráfego nas horas de movimento intenso que está tornando Búzios, no que diz respeito ao trânsito, uma cidade caótica;
*Nenhuma sinalização de direção que possa ajudar o motorista a se orientar no trajeto ao seu destino;
*Inexistência de um Posto Bancário nas instalações do Órgão de Trânsito que pudesse facilitar a vida do usuário e muito mais, que agora me escapa.

Toda essa introdução, representa uma revolta recôndida acumulada por desventuras múltiplas sempre que preciso atender as exigências da complicada legislação pertinente ao trânsito e à propriedade veicular. O motivo que despertou a minha ira e que fez brotar em mim todo esse desabafo, é a última das violências desses tiranos que sempre à procura de mais e mais recursos, mudam as regras e as exigências à seu bel prazer.

Falo do mais recente suplício inventado por esses monstros detentores do poder que se consubstancia a necessidade repentina, sem aviso prévio do licenciamento das motocicletas de cilindradas igual ou inferior a 50 c.c. Estes veículos, de baixo custo e operação, foram preferidos pela parcela mais humilde da população, muito por conta de estarem isentas do “fantasma” do emplacamento e taxação. O Leviatã, percebendo o incremento do uso destes veículos, avaliou qual seria a arrecadação decorrente do enquadramento e, ato contínuo, desencadeou “blitzes” perversas, sem nenhum aviso prévio, criando verdadeiro pânico entre os usuários. Essa atitude não me surpreende, eis que,o fluxo de recursos para saciar a máquina, não tem dó nem piedade do despreparo das vítimas na provisão dos recursos necessários da satisfação da nova regra. Ora, se apreendendo os veículos, será arrecadado reboque, estadia, multa, mais todas as taxas para o licenciamento, não há porque não deslanchar uma operação cruel de perseguição.

A continuar assim, não só no que diz respeito às multas,  taxas, seguros, IPVA’s, mas também, relativamente ao arsenal de tributos assemelhados a estes, será impossível para a população, continuar custeando o paquiderme lerdo e ineficiente representado pelo Estado Brasileiro.

Minha insatisfação se acentua quando me deparo com policiais armados de metralhadoras para abordar motoristas,enquanto nossas crianças consomem drogas comercializadas à nossa vista, nas praças e portas de escolas, sem que haja qualquer repressão ostensiva direcionada e especializada para evitar a catástrofe.
Registros históricos mostram que Impérios poderosos foram dizimados pela insatisfação popular, sempre com derramamento de sangue, consequência da Lei de Newton que assegura haver sempre uma reação em sentido contrário a qualquer ação. A reação quando ocorrer, será legítima, pois será em defesa da honra, da dignidade e do patrimônio... Quem viver, verá !

Carlos Terra

quinta-feira, 11 de abril de 2013

É o pombo, é o pombo, é o pombo!”

























Dick Vigarista  
"...Mutley, faça alguma coisa!"
"Medalha... medalha... medalha!!!
(E sua cauda gira como uma hélice de helicóptero)

                  Um episódio ocorrido com a ONG ATIVA BÚZIOS, esta semana, lembrou-me da Corrida Maluca, desenho animado (de estúdio) inesquecível, produzido pelos irmãos Hanna- Barbera, que, do final dos anos 1960 aos anos 1980, divertiu a garotada.  Dick Vigarista, aquele personagem da Corrida Maluca, engraçadíssimo, protótipo do vilão, que vivia atrás de um pombo-correio (esperto e divertido) e que tentava, em todos os episódios, ganhar a corrida de forma nada ética. Quando seus planos davam errado, ele gritava pelo Mutley, seu cachorro, personagem incrível também, por causa da risada cínica e contínua. Dick Vigarista sempre gritava: “Mutley, faça alguma coisa” ou “Raios, raios triplos!”. O cachorro sempre pedia: “Medalha, medalha, medalha”, porque só ajudava em troca de medalha. (já conhecemos isto muito bem, na vida real da política).

Quando tudo dava errado mesmo para Dick Vigarista, ele dizia: “É o pombo, é o pombo, é o pombo!”.  

               Pois bem, há pouco mais de um mês, a ONG ATIVA BÚZIOS solicitou à Prefeitura Municipal de Armação dos Búzios, a folha de pagamento, referente aos meses de janeiro e fevereiro. A ONG, de olho na Lei da Informação, sancionada pela Presidente Dilma, ano passado, aguardou os 20 dias de prazo, embora a lei diga que quando se trata de informação pública, o poder público poderá responder, no ato. 

                Qual não foi a surpresa da ONG, quando se dirigiu à PMAB e viu que, além de terem cadastrado errado o nome da entidade, constava do protocolo o seguinte despacho: “A ONG deixou de especificar que folhas quer receber, das folhas de pagamento.”

                  Falta de transparência é a própria corrida maluca da vez, já que a atual gestão vem se relacionando com os cidadãos e entidades, em especial aquelas que trabalham com o controle fiscal, de forma lamentável. Outro exemplo é que o Presidente da Comissão de Licitações negou-se a entregar ao representante da ONG, a ata das licitações ocorridas, no dia 23/03. Não contente com isso, ainda mandou a ONG pagar taxa de expediente, no Protocolo, para obtê-las. Coisa totalmente irregular.

                  O leitor / eleitor só terá o trabalho de dizer, por enquanto, quem é o Dick Vigarista, o pombo e o Mutley desta história. Depois, não vão ficar por aí culpando o pombo-correio. O poder é passageiro e vão. Daqui a 4 anos: “É o pombo, é o pombo, é o pombo!”.

Ps.: os desenhos são do site www.nerdologialternativa.com.br/.../tirou-do-bau-corrida-maluca.ht..., de onde tirei todas as informações de que precisava. Visitado em 05/04/13.


Cristina Pimentel

 Membro da ONG ATIVA BÚZIOS e Servidora Pública Estadual.

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Olavo Pinheiro "Que folhas..." da folha de pagamentos é estupendo!!! não pude evitar a risada! Pena que a situação é tragicômica!