O Ministério Público do Estado do
Rio de Janeiro (MPRJ) ajuizou Ação Civil Pública por ato de improbidade
administrativa, com pedido de reparação de dano moral coletivo e
indisponibilidade de bens, de Carlos Augusto Carvalho Baltazar, ex-prefeito
de Rio das Ostras. Ele e outras cinco pessoas, incluindo o diretor e o
presidente da Fundação Roberto Trompowsky, são responsabilizados por fraudes
em concurso público para cargos na prefeitura. Entre as irregularidades
apontadas estão falta de segurança, desorganização, plágio de questões de
outros concursos, desaparecimento de provas e favorecimento de candidatos.
A medida foi tomada pelos
promotores de Justiça Luiz Fernando Lemos Duarte de Amoedo e Rafaela
Dominguez Figueiredo Ramos da 1ª e 2ª Promotorias de Justiça de Tutela
Coletiva Núcleo Macaé. No documento entregue à Justiça, eles narram que a
dispensa de licitação que possibilitou à Fundação organizar o VI Concurso
para vagas na administração direta da Prefeitura, na Fundação Rio das Ostras
Cultura (FRC) e na OSTRASPREV, é ilegal.
Os promotores explicaram que o
próprio contrato firmado é irregular, pois não havia previsão do valor a ser
pago pelos serviços prestados - a projeção inicial da Prefeitura era de um
custo de R$ 160 mil, mas foram pagos à Fundação quase R$ 7 milhões.
Além do ex-prefeito, são réus na
Ação o então Secretário Municipal de Administração Marcelo Chebor da Costa e
a Secretária Municipal de Planejamento Rosemarie da Silva e Souza Teixeira, a
Fundação Roberto Trompowsky Leitão de Almeida, o presidente da fundação,
Flávio Serra Terra de Faria e o diretor da entidade, Antônio Carlos Guelfi.
Assessoras do ex-prefeito foram
favorecidas
Além do edital, o MPRJ constatou
ainda as seguintes irregularidades no concurso: cartões-resposta trocados,
candidatos usando celular na hora da prova, pessoas começando a prova após o
horário previsto e resultados fraudulentos, com favorecimento de candidatos.
Três candidatas tiveram suas notas alteradas para serem incluídas no número
de vagas ofertadas. Duas ocupavam cargo de confiança na prefeitura, e uma é
prima do então Secretário Municipal de Planejamento, Luciano Macário dos
Santos.
Liminar obtida pelo MPRJ já havia
suspendido o concurso
Após receber centenas de
reclamações, o MPRJ ajuizou Ação Cautelar em junho de 2012 e obteve liminar
para suspender o concurso até que o inquérito fosse concluído. Agora, com o
término das investigações, os promotores requereram, em caráter liminar, a
decretação da indisponibilidade dos bens dos réus até o limite de R$ 14 milhões.
O valor foi estimado com base na lesão patrimonial ao erário, ou seja, no
valor pago à Fundação Trompowsky mais os valores a serem reembolsados pelo
Município de Rio das Ostras pelas taxas de inscrição pagas.
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sábado, 13 de abril de 2013
MPRJ requer indisponibilidade de bens do ex-prefeito de Rio das Ostras
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