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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Carlos Terra morreu na madrugada desta segunda-feira (19)

Carlos Terra

"O empresário Carlos Terra morreu na madrugada desta segunda-feira, dia 19. Ele se encontrava em um hospital de Brasilia onde passou por algumas cirurgias mas não resistiu as complicações que se seguiram. O corpo de Carlos Terra será  cremado hoje em Brasília e seus restos  mortais serão levados para o jazigo perpétuo da família no cemitério do Cajú no Rio de Janeiro".



sábado, 15 de fevereiro de 2014

Justa indignação

Carlos Terra na rádio NovaBuziosOnline
Quarta-feira dia 12, do corrente mês de Fevereiro, fui chamado por um amigo durante episódio da apreensão de seu automóvel, por uma blitz da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, fiscalizando documentação de veículos e seus condutores, na entrada da Praia da Ferradura, aqui em Búzios. A indignação coletiva reinante me fez meditar para identificar as razões daquela ira.

O aparato mobilizado pela PM dava a impressão, pelo número de militares e veículos envolvidos, de que tentavam desbaratar uma poderosa quadrilha de malfeitores, fortemente armados e, declaradamente, dispostos a resistir. Lá não faltavam metralhadoras, outras armas de grosso calibre, camburões, veículos leves e motocicletas (várias), todos estes veículos com suas luzes de emergência ligadas. A desproporção entre a força empregada na ação e seu objetivo (abordar pacatos motoristas) me fez pensar que uma das razões em que repousa o repúdio da população à sua polícia é justamente a truculência que caracteriza, não só o aparato, mas também a atitude de seus agentes, que via de regra se apoderam dos documentos e os recolhem sem maiores explicações, informando-o apenas da apreensão do (mesmo) e do veículo, em nome da Lei e da Legalidade.

Entretanto, quando o cidadão medita sobre os precedentes que envolvem aquela ação de repressão à sonegação, sua revolta se amplia eis que:  
a)     embora vedada pela Constituição a multitributação (neste caso é muito maior do que bi) é explícita, eis que a alíquota deste imposto (IPVA) é aplicada sobre o preço final do veículo, nele já embutidos o ICMS em cascata e o IPI idem;
b)      quando se trata de veículo usado, a Lei faculta ao Estado arbitrar o valor do veículo, por critérios difusos, sem transparência para o contribuinte. No meu caso particular, venderia qualquer um dos três veículos que possuo para o Estado, pela metade do valor por ele arbitrado, como de mercado.
A lei deveria prever essa hipótese e obrigar o Estado à aquisição compulsória, sempre que o proprietário optasse por vender o veículo por 70% ou menos, do valor arbitrado;
c)      recorrendo a guia de recolhimento deste tributo, encontro como parcelas: TAXA DE LICENCIAMENTO ANUAL (R$ 107,72) e TAXA DE EMISSÃO CRLV (R$ 43,09), duas aberrações burocráticas, eis que em ambos os casos estou pagando para que o cobrador me forneça o recibo do que paguei, constituindo-se em um acréscimo odioso ao valor do tributo, travestido com o nome de TAXA.
Para que o leitor tenha ideia, estão licenciados no Estado do Rio de Janeiro 5.500.000 (cinco milhões e quinhentos mil) veículos, o que nos permite concluir que a arrecadação decorrente dessas taxas atinge o incrível montante de R$ 829.000.000,00. Trata-se de um confisco fantasiado inocentemente de taxa;
d)     depois do pagamento do tributo e das taxas, a autoridade me obriga ainda a pagar outro instrumento de suplício chamado DUDA – Documento Único de Arrecadação, (que representa uma receita suplementar de R$ 255.000.000,00) para me habilitar a tal inspeção veicular, a vulgar vistoria, para só então poder circular com meu veículo regularizado.Considere o leitor que nenhuma dessas cobranças chega no meu endereço. Sou obrigado a me deslocar para locais específicos, obter as guias, pagá-las  e ainda, por fim, marcar a vistoria e lá comparecer com o veículo, em hora marcada, que no meu caso nunca foi respeitada.
e)      o Estado leviatã arbitrário e autoritário, não se apercebe de que além da extorsão do meu dinheiro, comete séria agressão aos meus direitos de cidadania, quando usa o bem mais valioso que possuo (o meu tempo) ao seu bel prazer, deslocando-me de minha função de produtor na sociedade para perder dias inteiros realizando tarefas menores, sempre dependentes da boa vontade inexistente de funcionários terceirizados, em ambientes imundos, dotados de sistemas inoperantes que terminam por frustrar meus objetivos, fazendo-me retornar no dia seguinte para ver se o sistema voltou a funcionar.

Esta é a via crucis que o infeliz do proprietário de um veículo  automotor tem que percorrer para se habilitar a participar de engarrafamentos monstruosos, transitar em  ruas e estradas esburacadas e mal sinalizadas (estas sim deviam passar por uma vistoria), ser surpreendido por “pardais” que se constituem em verdadeiras armadilhas e se sujeitar a ter seu veículo apreendido (pois uma lâmpada pode se queimar no dia seguinte ao da vistoria) e aí sim esgotar sua paciência, ao ter certeza de que a operação de apreensão envolve, mais uma vez, dose exemplar de arbitrariedade e corrupção, quando constata que:
1)     não lhe é permitido transitar com o veículo até o pátio onde permanecerá aguardando liberação, apelidado jocosamente de PÁTIO LEGAL. No caso de Búzios, o pátio é terceirizado e os valores da estadia recomendam um conluio entre quem libera (o agente público) e o particular dono do pátio, fazendo com o que os trâmites da liberação sejam tortuosos e cheios de imprevistos, prolongando intencionalmente a permanência da custódia;
2)      reboques da empresa, “Rodando Legal” (reparem que o LEGAL consta tanto do pátio quanto do reboque – me engana que eu gosto), numerosos na cena da blitz, agilmente empilham três veículos em cada viagem de 500mts, com faturamento impensável em qualquer outro tipo convencional de operação.

Por fim, o faturamento superlativo do terceiro envolvido na operação, explica a intransigência e arrogância dos PM’s e dão a certeza ao coitado do proprietário do veículo, de que ele foi vítima de um estupro, articulado entre autoridades criminosas e empresários corruptos e oportunistas com elas acumpliciados.

É cansativo e repetitivo, pois não é só nesse caso que a sociedade está sofrendo e cada vez mais, neste contexto predador que amplia a tributação na mesma proporção em que a consome, com a voracidade da corrupção, de que temos notícias diariamente pela mídia. Minha esperança reside no fato da História relatar, em diversos episódios, que esta ousadia de nossos algozes sempre terminou em revoluções sangrentas. Tenho certeza de que aqui não será diferente, quem viver verá...

Atenciosamente,
Carlos Terra Ferreira


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A realidade é que o tal Depósito da citada Rodando legal esta tão irregular quanto qualquer veículo com seus documentos atrasados pois a quase 12 anos eles trabalham com Alvará provisório renovado

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

SEQUELAS DA IMORTALIDADE

Carlos Terra na rádio Connect Búzios

Muito velho que sou, pensei ter tido notícia de todas as nuances do caráter humano e que portanto, nada mais seria capaz de me fazer corar, de me surpreender negativamente ao ponto de ter que meditar sobre os limites da audácia dos hipócritas e coragem dos desonestos. É certo que estes personagens do submundo, sempre existiram pois, ainda na primeira metade do século passado, o "Águia de Haia", boquiaberto setenciava: "De tanto ver triunfar as nulidades, te tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto".

Tivesse aquele sábio brasileiro sobrevivido até hoje e presenciado o cenário político de nosso País, teria certamente se utilizado de palavras muito mais rudes e contundentes para retratar as barbaridades perpretadas contra a sociedade, por um punhado de bandidos encastelados no poder.

Inocentemente me enchi de esperança quando, mobilizada pelas mídias modernas, a sociedade resolveu protestar uníssona, aos milhares, pelas ruas de todos os recantos deste País, gritando em alto e bom som, veementemente: " vocês não nos representam", "não aceitamos participação de nenhum Partido Político", "queremos saúde, educação", "corrupção nunca mais" e por aí afora, sempre resoluta e decidida a permanecer nas ruas, até que soluções fossem implementadas.

O reflexo desse movimento espontâneo, foi a total perplexidade de todo o ambiente político, que como protegido por uma carapaça, não tinha a menor sensibilidade sobre a realidade que agora lhes assaltava, ameaçando-os de morte, pela ruptura iminente do ambiente de impunidade em que reinavam tranquilamente.

Assim é que, os aumentos da tarifa de transporte público, foram revogados imediatamente comprovando que não eram indispensáveis, médicos de todas as nacionalidades foram convocados em urgência,  a PEC 37 que ameaçava castrar do Ministério Público o direito de investigação, foi rejeitada por unanimidade e o voto aberto foi universalizado na Câmara e no Senado. Há de se notar também que “pela primeira vez na história deste País”, parafraseando o protagonista principal do teatro macabro da política brasileira, um deputado e um senador foram condenados à prisão, sendo que o deputado foi recolhido ao presídio da Papuda, onde está obrigado a tomar banho de água fria e comer a mesma "bóia" dos outros detentos, situação que o revoltou quando atônito afirmou: "estou sendo tratado como um preso comum", como se todos os presos não fossem iguais, não tivessem sido excluídos do convívio social por prejuízos causados à sociedade.

No sopro desses bons ventos de mudanças, aconteceram a condenação dos mensaleiros e o aparecimento de uma figura pública merecedora do respeito de todos por seu destemor e desprendimento no comando e relatoria da Ação Penal 470, no âmbito do Supremo Tribunal Federal- STF. Fazendo valer a autonomia deste Poder, o Ministro Joaquim Barbosa, ganhou status de estadista, de personagem a ser copiado, admirado e reconhecido por todos os brasileiros. Quanta esperança por dias melhores, parecia que os maus ventos, carregados de tormentas e escândalos, estavam mudando de quadrante e sendo substituídos por uma brisa acalentadora de sonhos, parecia ...

As ruas se calaram, arrefeceu o medo e com isso foi restaurado o ambiente anterior, de impunidade absoluta, de passividade pusilânime, que servia de garantia para a sucessão de atrocidades arquitetadas nos porões de Brasília, para posteriormente serem exibidas à luz dos plenários da Câmara e do Senado,  sem nenhum temor da reação dos ofendidos.

Abusando da paciência do leitor, lembrarei da sessão que manteve o mandato do Deputado-Presidiário Natan Donadan, como se fosse possível existir um pinto na ausência do ovo que o gerou. Os direitos políticos do deputado-presidiário, condição necessária à existência de seu mandato, foram cassados pela sentença do STF - Supremo Tribunal Federal, fato que arrasta a perda do mandato em sua esteira. Numa manobra vergonhosa que deixou a Nação perplexa, os deputados mantiveram o mandato do "presidiário", ignorando todas as circunstâncias legais e fáticas de sua impertinência, sem nenhum receio da mobilização da multidão para se vingar desta traição.  É inacreditável, mas foram capazes !!!

Escrever essas linhas é consequência de duas tardes dedicadas à votação pelo Supremo Tribunal Federal, da admissibilidade de embargos infringentes quanto ao acórdão da Ação Penal 470, conhecida como "Mensalão". Minha revolta com relação à argumentação dos defensores do cabimento desse recurso revisor que, em última análise, assegura um novo julgamento do mesmo fato, tem raízes em questões práticas, de lógica elementar, inatingíveis pelos argumentos cínicos, travestidos de tecnicidade falaciosa, sustentados pelos ministros novatos, certamente em pagamento de suas indicações. Jamais o preechimento das vagas da mais alta Corte de Justiça, poderia se dar pelo impulso político de um outro Poder, no caso do Executivo, uma vez que as decisões dos escolhidos, afetam diretamente o poder de quem os indicou. Essa regra há que ser modificada urgentemente, para que constrangimentos semelhantes ao das duas últimas sessões do Plenário do STF - Supremo Tribunal Federal -não se repitam.

Os argumentos que fundamentam os votos dos Ministros Joaquim Barbosa, Luis Fucs, Marco Aurélio Melo, Gilmar Mendes e Carmem Lúcia, são impregnados de lógica,  técnica, oportunidade e principalmente, estão amparados por extensa Jurisprudência, em situações similares transitadas em julgado.
Em resumo são:
a) a premissa de Instância bi-cameral não tem cabimento quando a Sede corresponde à mais alta Corte do Poder Judiciário, não há para quem recorrer;
 b) a ordem jurídica há que respeitar isonomia sempre, portanto, como não existe a figura dos embargos infringentes nas esferas inferiores do Judiciário, como é o caso do STJ - , não pode perseverar a existência deste tipo de recurso na esfera superior, pois à contrário senso, rompe-se a isonomia;
c) admitir o cabimento do reexame do processo, pelo mesmo Plenário, composto em tese pelos magistrados mais competentes deste País, seria ridicularizar a decisão anterior, como muito bem argumentou o Ministro Gilmar Mendes quando, sarcasticamente, se referiu a não ser aquela uma Corte Juvenil;
d) conclusivo também, é o fato de que este  julgamento, por sua importância e singularidade, consumiu 53 sessões de uma Instância abarrotada de responsabilidades cujo exame foi postergado face à necessidade de cnsagrar que políticos desonestos estão ao alcance das garras da Justiça, não são imunes às consequências de seus desmandos.

Enfim, como bem enfatizou o Ministro Marco Aurélio, pesa sobre os ombros do decano Ministro Celso de Melo desempatar a votação, que caso represente a vitória dos embargos infringentes, materializará as razões do medo de Ruy Barbosa, isto é, sairão vencedores as nulidades, as injustiças e o poder nas mãos dos maus. A virtude, a honra e a honestidade, serão valores dos quais devemos nos envergonhar !!!

Tanta audácia e coragem só podem ser sustentadas pela certeza da impunidade, da inércia dos ofendidos. Meu medo, diferentemente do de Ruy Barbosa, é que a revolta tenha consequências e termine em sangue e lágrimas, que neste caso farão sentido. Democrata que sou, lamento muito concluir assim, mas “não há mal que sempre dure”, diz o ditado popular. Será que teremos que recorrer à violência para terminar com esse?

Carlos Terra Ferreira – Pecuarista

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  • Keyla Sant Ana Leite violência com a certeza da impunidade!! Sinceramente, não me deixei enganar por tais protestos... o povo tmb é corrupto, difícil mudança, cultural talvez

domingo, 18 de agosto de 2013

EU JÁ SABIA ...

Carlos Terra lendo a Revista Piauí
A expressão se vulgarizou para falar de consequências previsíveis quando de sua consumação. Vou utilizá-la fazendo as vezes de dois famosos expoentes do conhecimento humano, nada mais nada menos que Wernher Von Braun e Albert Einstein.

Esses dois físicos são os pais incontestes de nossa ousadia espacial e da manipulação do poder atômico para os mais diversos fins. Não resta dúvida de que sabiam das coisas. 

É conhecido o desencanto de ambos com relação ao uso de suas excepcionais invenções para fins militares. Várias foram as declarações de ambos de desagrado quanto às consequências catastróficas para a humanidade do uso destruidor de suas invenções maravilhosas a exemplo das bombas V-2 sobre Londres e Antuérpia e as bombas atômicas de Nagazaki e Hiroshima. Fácil de imaginar qual o sentimento do criador quando de frente com as consequências de sua genialidade. 

Até aqui nada demais, uma vez que tudo isto é de domínio público e já foi objeto de vários estudos, publicações, faz  parte do passado. Terão esses gênios se preocupado só com as consequências de destruição material causada por seus inventos ou imaginaram eles que outras mazelas deles poderiam resultar?. Um pensamento de Einstein revela toda a sua preocupação com a evolução do conhecimento e se antecipa setenta anos à realidade. 

Certa feita, lidando com suas dúvidas quanto à utilização do conhecimento, revelou: “Tenho medo do dia que a tecnologia vai se sobrepor à interação humana. O mundo terá então uma geração de idiotas”. O medo que  Einstein tinha ontem, hoje se transformou em realidade, sobre a qual devem os pais meditar responsavelmente, avaliando as consequências que o vício coletivo da reclusão dos jovens à solidão da tela de um computador, terá  na interação da sociedade de amanhã quando, a continuar assim, a afetividade interpessoal deixará de existir.

Nostalgicamente, recordo-me de quantas vezes recorri ao meu velho pai para desfrutar de seu conhecimento sobre quase tudo e quanto me encantava saber e a experiência que ele possuía. Eu o admirava e o tinha como exemplo porque sabia de seu valor como pessoa. Por outro lado, participava das reuniões da minha família por interesse, uma vez que eram frequentes e de presença obrigatória. Inesquecível também, é que a presença de todos os membros da família na hora das refeições era imperiosa e impensável se ausentar antes que meu pai o fizesse. O mundo era assim e não  só na minha família, o mundo de ontem, de Einstein e Von Braun era assim. 

Meu espírito crítico percebe que o avanço da tecnologia tem ocorrido em escala geométrica face ao barateamento dos receptores de informação, haja vista que simples celulares têm capacidade de comunicação e armazenamento de dados impensáveis há poucos anos atrás. 

Recentemente, em um restaurante de bastante frequência, na hora do almoço, havia um grande número de crianças e adolescentes e pude constatar que todos, sem exceção, estavam confinados com a sua “máquina”, totalmente ausentes no microambiente das suas mesas.

Pode parecer nostalgia, mas recordo do bando de moleques tijucanos que se reuniam para jogar futebol, brincar de pique, jogar bola de gude, pião, uma interação social impórtante na formação do caráter de cada um, eis que nesse convívio, éramos obrigados a enfrentar diferenças, desafios, obstáculos, cuja solução dependia de cada um, de improviso, exercitando a capacidade de escolha e gerando confiança individual e, mais do que isso, despertando o sentimento de que coletivamente somos mais fortes, pois os conflitos com os grupos vizinhos eram constantes. Fascinado por esse  convívio, minha mãe reclamava diariamente da sofreguidão com que fazia meus exercícios escolares para  ir ao encontro dos meus amigos do bairro. Assim aconteceu com todos da minha geração e hoje, aos 71 anos, posso assegurar o quanto foi importante o círculo de convivência de minha infância e  adolescência, na minha vida pessoal e profissional.

Voltando à assertiva de Einstein de que “ o mundo terá então uma geração de idiotas” e apoiando-me nela, pergunto com preocupação: o que fazer para evitar?. Não acredito que exista uma receita genérica mas, sem sombra de dúvida, alguma coisa urgentemente há que ser articulada coletivamente pela sociedade para evitar a catástrofe profetizada por Einstein e em paralelo,  os pais precisam se conscientizar das consequências dessa histeria coletiva e, cada um agir no ambiente de seu lar para racionalizar o uso adequado da tecnologia, obrigando seus filhos a frequentar ambientes coletivos, a praticar esportes e outras atividades tais  que sejam capazes de afastá-los da escravidão da “maquininha”.

Carlos Terra 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

POBRES COITADOS

Carlos Terra
Algumas situações do cotidiano, pelo absurdo que representam, enchem o cidadão de revolta, repúdio  e lhe dão a certeza de que a voracidade por recursos do setor público, está ultrapassando o limite do razoável, maxime quando a agressão ao bolso do cidadão se dá pelo simples fato de necessitar  se locomover por meios próprios para executar a função social que lhe cabe no âmbito da sociedade produtiva. Falo dos possuidores de qualquer tipo de condução própria que estão sendo agredidos não só no bolso, mas também em sua dignidade quando são submetidos às mais variadas atrocidades para poderem se enquadrar num emaranhado de taxas, tributos, vistorias, seguros, licenças, enfim, um cipoal de obrigações de dificílima satisfação, motivo pelo qual ser parado por um guarda de trânsito representa enorme desconforto para o cidadão, vítima da abordagem. 

Falarei de situações corriqueiras na nossa minúscula província que merecem uma avaliação criteriosa de cada um de nós, proprietário de veículos, que somos vítimas de “blitzes” de frequência incomum à caça de possíveis infrações ou não-conformidades, que via de regra, representam retenção e reboque do veículo para um indefectível  “pátio legal”. Este sim, trespassado de ilegalidade e de violências perpretadas contra o proprietário que a cada uma dessas brutalidades, vê abalado seu equilíbrio orçamentário, tal o descalabro dos valores do reboque e da estadia no tal “pátio legal”. 

Meu filho foi  abordado por essa intencional fiscalização predatória em frente ao tal  “pátio legal” e teve que pagar o reboque destarte o portão do “pátio legal” estar  distante 50 metros. Nesta abordagem, a retenção do veículo se deu por falta de vistoria , que estava agendada para o dia seguinte, o que poderia ser comprovado pelo agente fiscalizador. Nenhuma argumentação o demoveu da apreensão e reboque, sendo agravante do fato, tratar-se de um veículo novo, cuja presunção de conformidade era óbvia.

Constrangimento maior se deu para liberação do veículo, demandando dois dias de presença constante nas instalações do Detran, de posse da documentação liberatória, no aguardo da presença da “pessoa que libera”, que lá se encontrava incógnita. Cientificado do fato pela minha nora e inconformado, dirigi-me pessoalmente ao balcão onde devia se encontrar a “tal pessoa que libera” e fiz ver da minha indignação em não obter a liberação face a ausência de uma determinada pessoa, embora tivesse eu cumprido a incrível rotina de idas e vindas a Bancos para obtenção dos condicionantes para a liberação. Quando exigi ser atendido, o funcionário que lá se encontrava, falou-me que eu poderia ser preso apontando para um cartaz que falava sobre “desacato à autoridade”. Como poderia desacatar uma autoridade ausente? Não se apercebeu, na sua ignorância funcional, o agente do Detran, que o desacatado era eu, agredido nos meus direitos de cidadão e na continuidade da polêmica, apareceu a tal “pessoa que libera” e, pasmem leitores, o atestado continuou pendente eis que “o sistema estava fora do ar”. Mais uma vez, fui obrigado a fazer ver àqueles funcionários públicos que o meu direito de liberar o veículo independe de quem quer que seja ou do funcionamento do sistema ou equipamento, de cuja eficácia não me compete responsabilidade. Fiz esse relato para sublinhar o quanto somos desafiados em nossos direitos pelos funcionários, sistemas e enquadramentos que estes algozes representantes do poder, nos submetem invariavelmente, embora recebam seus salários através do pagamento de nossos impostos, sendo portanto, nada mais do que nossos empregados. Estão ali para nos servir, jamais para nos maltratar ...

Continuemos a via crucis iteomizando diversas situações que nos enchem de insatisfação e acabam por criar dentro de cada um de nós, um grande preconceito sobre tudo que diz respeito à ingrata tarefa de ter que possuir um veículo para poder trabalhar e produzir riqueza, senão vejamos:

* Pardais que são verdadeiras arapucas registrando velocidades ridículas, cuja intenção é penalizar, jamais proteger quem quer que seja;
*Rodovias pedagiadas com velocidades máximas injustificáveis e reduções abruptas de velocidade permitida, que se cumpridas à risca, resultariam em engavetamentos horrorosos;
*Filas intermináveis para vistoria de veículos que acabam por consumir, no mínimo, um dia de trabalho de cada motorista;
*Casuísmos inexplicáveis destas vistorias, eis que exigidas apenas em parte da Federação;
Valor extorsivo para ser vistoriado;
*Para pagamento do IPVA, a alíquota aplicada é maior do que a do IPTU, sem nenhum motivo plausível;
Obrigatoriedade de fabricar placas através do Detran pelo valor abusivo de R$ 150,00, quando a anteriormente se obtinha o mesmo fim por um terço deste valor;
*Por incrível que pareça, pagamos o valor absurdo próximo de R$ 100,00 para que o Detran emita o documento único de trânsito;
 *Deste imposto (IPVA), nenhuma contrapartida o Estado presta, eis que, a sinalização vertical de trânsito é inexistente, ninguém sabe o que é mão e contra-mão e o lastimável estado do pavimento de ruas e rodovias;
Imaginem o trajeto do “ATÉ Q’UENFIM”, na entrada de Búzios até a Rua das Pedras e tentem se lembrar de alguma faixa delimitadora horizontal das pistas de rolamento, inexistência essa responsável por inúmeras mortes nesse trajeto;
*Nenhuma orientação do tráfego nas horas de movimento intenso que está tornando Búzios, no que diz respeito ao trânsito, uma cidade caótica;
*Nenhuma sinalização de direção que possa ajudar o motorista a se orientar no trajeto ao seu destino;
*Inexistência de um Posto Bancário nas instalações do Órgão de Trânsito que pudesse facilitar a vida do usuário e muito mais, que agora me escapa.

Toda essa introdução, representa uma revolta recôndida acumulada por desventuras múltiplas sempre que preciso atender as exigências da complicada legislação pertinente ao trânsito e à propriedade veicular. O motivo que despertou a minha ira e que fez brotar em mim todo esse desabafo, é a última das violências desses tiranos que sempre à procura de mais e mais recursos, mudam as regras e as exigências à seu bel prazer.

Falo do mais recente suplício inventado por esses monstros detentores do poder que se consubstancia a necessidade repentina, sem aviso prévio do licenciamento das motocicletas de cilindradas igual ou inferior a 50 c.c. Estes veículos, de baixo custo e operação, foram preferidos pela parcela mais humilde da população, muito por conta de estarem isentas do “fantasma” do emplacamento e taxação. O Leviatã, percebendo o incremento do uso destes veículos, avaliou qual seria a arrecadação decorrente do enquadramento e, ato contínuo, desencadeou “blitzes” perversas, sem nenhum aviso prévio, criando verdadeiro pânico entre os usuários. Essa atitude não me surpreende, eis que,o fluxo de recursos para saciar a máquina, não tem dó nem piedade do despreparo das vítimas na provisão dos recursos necessários da satisfação da nova regra. Ora, se apreendendo os veículos, será arrecadado reboque, estadia, multa, mais todas as taxas para o licenciamento, não há porque não deslanchar uma operação cruel de perseguição.

A continuar assim, não só no que diz respeito às multas,  taxas, seguros, IPVA’s, mas também, relativamente ao arsenal de tributos assemelhados a estes, será impossível para a população, continuar custeando o paquiderme lerdo e ineficiente representado pelo Estado Brasileiro.

Minha insatisfação se acentua quando me deparo com policiais armados de metralhadoras para abordar motoristas,enquanto nossas crianças consomem drogas comercializadas à nossa vista, nas praças e portas de escolas, sem que haja qualquer repressão ostensiva direcionada e especializada para evitar a catástrofe.
Registros históricos mostram que Impérios poderosos foram dizimados pela insatisfação popular, sempre com derramamento de sangue, consequência da Lei de Newton que assegura haver sempre uma reação em sentido contrário a qualquer ação. A reação quando ocorrer, será legítima, pois será em defesa da honra, da dignidade e do patrimônio... Quem viver, verá !

Carlos Terra

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A LEI, A JUSTIÇA E O HOMEM

Carlos Terra, foto do Facebook
Bons ventos trazem de volta ao Brasil a sensação de que a Justiça existe e seu Código de Leis também, tal qual seu símbolo de balança na mão e olhos vendados sugere. O motivo dessas linhas é perceber o quanto de desconforto este caminho de retorno à normalidade do convívio social, semeia no ambiente dos infratores contumazes, cujo hábito de transgredir o que está combinado, fez parecer que podiam transitar livremente na ilegalidade, sem serem molestados, elegendo a impunidade dos poderosos com uma das feridas que fazia sangrar e debilitava de morte este País maravilhoso.

Impressionante é que a reação dos criminosos contrariados não se dá contra o texto legal, a Lei propriamente dita, mas sempre contra os agentes que, por mérito a sociedade contratou para aplicá-la. Assim se dá porque esses agentes, seres humanos, são  muito mais frágeis e suscetíveis de agressões e suspeitas do que o Código que lhes foi confiado aplicar. De tempos para cá, a Magistratura Brasileira, que flagrantemente reassume as rédeas de suas funções, sofre ataques corporativos orquestrados pelos revoltados com o retorno das regras que deles retira prestígio, poder e dinheiro. Não é outra a razão da enorme polêmica que cercou o STF – Superior Tribunal Federal - quando julgou os homens politicamente mais poderosos do Brasil e os condenou, à frente de toda população brasileira, revelando seus ilícitos, desmoralizando-os ao privá-los da liberdade.

Vale lembrar que o homem ao decidir fazer valer sua natureza gregária, reuniu-se  em grupos que  em decorrência de seu crescimento, exigiram proteção contra agressões externas,  além da disciplina e ordem intragrupo. Essa disciplina e ordem dentro da sociedade grupal são reguladas por um código de conduta que estabelece o que o consenso considera válido e o que  transgride. Foi assim que o homem criou o Estado tal qual conhecemos hoje, muito mais complexo do que nos seus primórdios, a ponto de alguns questionarem quem nasceu antes, o homem ou o Estado. De notar que o homem ao criar as regras do Estado, tinha como objetivo, exclusivamente, segurança contra agressões externas e regras definidas de convívio social, surgindo daí o conceito de Segurança, Lei e Justiça, tal qual o conhecemos hoje. Não faz nenhum sentido, portanto, a rebelião daqueles que, alcançados pela mão pesada da justiça em consequência dos seus desvios da ordem constituída, se rebelam contra os delegados encarregados de observar a aplicação de tais regras, eis que, remunerados para tanto.

Viajei no tempo, na evolução do homem como animal social para chegar a Búzios de nossos tempos, nessa outrora pacata vila de pescadores, agora uma adolescente, que aos dezessete anos abriga uma sociedade diversificada e miscigenada que fazem dela um contexto de grande complexidade. Por incrível que possa parecer, a ausência  da Justiça, acostumou os homens públicos rudimentares de nossa cidade, face à total impunidade diante da Lei, que a normalidade não estava restrita por nenhum enquadramento, que a legalidade de seus atos estava atrelada somente aos seus interesses pessoais mais imediatos, conduta que permitiu ao CNJ – Conselho Nacional de Justiça, exumar 36 processos dos porões da Comarca de Búzios, trazendo luz sobre eles que agora começam a produzir os efeitos que deveriam ter ocorrido anos atrás, dando razão à crença popular de que “ a Justiça tarda mas não falha”. A nova realidade decorrente da ação de jovens Magistrados, que fazem acontecer o que deles se espera, evidentemente contraria, revolta e cria nos atingidos pelo efeito de seus malfeitos, uma reação que pretende deslustrar e comprometer a imagem desses Magistrados perante à população. A consagração que mereceu a Dra. Alessandra na cerimônia de Diplomação, mostrou que fracassaram até aqui.

Escrevi anteriormente algumas matérias em que  saudava a presença desses Magistrados entre nós,creditando-lhes o retorno da esperança de que os direitos da cidadania e a prevalência do Estado de Direito, agora desimpediam o caminho do nosso futuro. Tenho certeza que a demolição de uma dinastia perversa, representada pela continuidade de Mirinho Braga no poder, teve como artíficie principal, determinante, sua desmoralização pública quando foi desmascarado, desnudado de sua hipocrisia revoltante em decorrência de diversas condenações que cassaram seus direitos políticos, seu cargo público e seu patrimônio.

Outros personagens que ocupavam espaços face à omissão da justiça, também foram catapultados por decisões judiciais para longe do que é público, cujo Tesouro sempre foi a vítima preferida. Claro que esse degredo fere fundo o ego, a megalomania, a soberba e a pretensão de continuidade que esses cupins sociais pretendiam eternizar, diante da até então total omissão do Judiciário.

Levanto aqui a minha voz para lançar luz sobre a questão e dar sentido e origem às agressões, ofensas e injúrias, quando Ruy Borba, surgido das trevas, maléfico e repugnante,  lança por todos os meios  injúrias e invencionices despropositadas, carregadas de veneno e ódio, justamente contra aqueles que representam o retorno da normalidade nas relações institucionais, estabilidade esta que representava a maior carência de nossa combalida sociedade buziana. Convoco o povo de Búzios e de todos aqueles que se ocupam rotineiramente das mídias sociais a formar um grande mutirão, um exército de justos, para repudiar veementemente os devaneios desse cidadão que, despropositadamente se considera terceiro melhor currículo deste País, inferior somente ao de dois ministros do STF- Supremo Tribunal Federal, até fazer calar de vez suas manifestações. Parodiando o Rei Juan Carlos pergunto, com mais veemência do que ele: “POR QUE NÃO TE CALAS?”.

Carlos Terra
Pecuarista

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  • Ricardo Guterres Aguardo ansiosamente que a justiça que tarda mas não falha, coloque na cadeia estes pulhas que se valeram de cargos públicos para roubar de todas as formas e todos os meios....a hora deles está chegando....
  • Maria Do Horto Moriconi Concordo que o movimento reage Búzios e todos que queriam mudanças deva continuar ativo e mandar o 'NEFASTO" para um lugar onde ele não consiga destruir mais nada...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

BATISMOS INFELIZES

Carlos Terra, Facebook


Búzios é realmente surpreendente. O noticiário da mídia e a própria rádio-peão, semeiam sem cessar novidades horripilantes, que não guardam nenhuma semelhança com os fatos recentes e a história dos envolvidos.

Encontrei nas páginas do Jornal Primeira Hora, uma coluna intitulada “O Periscópio”, no rodapé da qual consta como responsável Ruy Borba Filho e como coadjuvantes Vicente Martins, Thiago Ferreira e Ana Tardelli,  o que faz parecer a coluna mais um jornal, cuja redação necessita de colaboradores. O mesmo rodapé registra ser a coluna “matéria paga”, cuja existência não será suficiente para convencer o povo de Búzios de sua efetividade, embora estampada em destaque de negro.

Vamos comentar o nome e o personagem que subscreve a coluna.  Inicialmente, temos que periscópio é um equipamento constituído por um jogo de espelhos de tal forma que seu operador escape do plano de visão dos vigiados. É utilizado principalmente em submarinos, que se movendo na escuridão das profundezas, por intermédio dele, são capazes de enquadrar aqueles que pretendem abater sem que as vítimas os perceba. É assim o periscópio, um espião sorrateiro, um ardil que pretende fazer da surpresa sua principal arma. No passado, durante o governo de Toninho Branco, este mesmo comandante de submarino disparou pela mesma mídia, milhares de torpedos contra seu inimigo, sugerindo que seria capaz de manobrar muito melhor o couraçado que tinha como alvo do que aquele que então o comandava. Guindado pelas urnas e pela mão do ex-prefeito Mirinho, assumiu o leme do couraçado e foi tão infeliz no seu comando que os torpedos que o atingiram, não só o destronam como o levaram à cadeia. Não foi preciso um periscópio para visualizar suas fragilidades, pois a sua paranóia por holofotes e destaques, fez dele um ridiculo e pretensioso “Asmodeus” . Essa comparação não é original, foi ventilada no passado, por pena mais brilhante, mas vejam quanta semelhança guardam Ruy Borba e Asmodeus: Asmodeus, um anjo caído que ao cair se tornou um dos cinco príncipes do inferno, abaixo apenas de Lúcifer- O Imperador. Dentre os príncipes, ele é o especialista enviado pelo inferno para aumentar a violência e a desordem, para encolerizar pessoas, separar casais, liberar obras irregulares, manipular o amor, enfim, Asmodeus é o demônio da luxúria e da lascívia. É este mesmo personagem que reaparece dos quintos do inferno para onde foi devolvido por uma sentença judicial, para atuar em suas especialidades com o único objetivo de desestabilizar aqueles que o venceram. Em sua primeira aparição, já escolhe vítimas, encontra-as, despacha seus torpedos repletos de ira e insanidade.

Tenho comigo que, o povo de Búzios, reconhecedor das bravatas e idiotices desse senhor, vai passar batido pela sua coluna. Acho melhor Ruy, economizar seu dinheiro, porque perdeu a crediblidade, ninguém mais dá crédito à fala de um ex-presidiário.

O outro batismo infeliz é o do blog de Alan Câmara, um dos lacaios de Mirinho, agora no ostracismo. Escolheu o nome de “Buzina de Búzios” para batizar seu blog na Internet, sugerindo que o barulho dele disparado, assuste e afaste as pessoas e os fatos na sua trajetória, como o faz o equipamento dono do nome original.

Presente no teatro de operações da última eleição, pude perceber a destruição total de todos os aparatos do governo Mirinho Braga que foi literalmente atropelado pelo carroussel de insatisfaçãoes do povo buziano. É inacreditável que daquele montão de entulho e  dos destroços, ainda exista uma buzina que possa emitir sons capazes de impressionar seus ouvintes.

A derrota de Mirinho e seu séquito, se deu de maneira global e irrestrita, eis que foi vencido aqui, em Cabo Frio, na eleição pela presidência da Câmara e no Judiciário, sua derrota foi tão fragorosa que não restou sequer um refúgio para juntar seus destroços, foi perda total. Poderia falar muito mais sobre as desventuras que os  personagens acima causaram na nossa comunidade, mas ficarei por aqui, pedindo ao meu leitor que dê asas à sua memória e some aos fatos por mim relatados, outros do seu conhecimento, para nunca mais dar ouvidos ou atenção ao gemido revoltado dos derrotados. Eles merecem somente a nossa clemência e jamais serão perdoados.

Carlos Terra
Pecuarista

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  • Monica Werkhauser élamentavel que o Ruy Broba ainda se acha, a coluna dele não vai ter credito nenhum, os buzianos aprenderam, thiago ferreira sempre foi fake do Ruy, é êle mesmo, pena é usar o nome da ana tardelli .E pagar a coluna , faz me rir

  • Jose Figueiredo Sena Sena Luiz, Carlos Terra tá que tá danado, lá nas bandas das Minas Gerais lá pra dentro mesmo , tem um provérbio muito antigo mais com uma pequetita inteligência dá pra entende-lo " dereitinho " então vamos ao dito cujo " MACACO VELHO NÃO PÕE A MÃO EM CUMBUCA ", e o mais engraçado é que todo macaco velho que sobe em galho podre nunca cai de " PÉ ", sempre cai de cabeça. ( deu entender ou Luiz )

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Vícios do costume

Recentemente realizei uma viagem de 8.000 km, saindo de Búzios e percorrendo o Brasil no sentido noroeste, chegando até à fronteira da Bolívia e à cidade de Lucas do Rio Verde, no Estado do Mato Grosso,quase na fronteira do Estado do Pará. Meus companheiros de viagem foram Sandro Peixoto (ex-Peru Molhado) e Beto (Gráfica Matriz). Não os tivesse como testemunhas, não ousaria produzir o relato a seguir: vimos um interior paulista de Franca até à Santa Fé do Sul, congestionado por lavouras de cana, usinas de álcool e açúcar, plantações de laranja e café e cidades riquíssimas como Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Barretos, Jaguariúna, Ilha Solteira e bandeiras do Brasil, centenas delas, semeadas aqui e acolá como símbolo do orgulho de ser brasileiro. Ultrapassamos o rio Paraná com sua imensidão impressionante e adentramos o Estado de Mato Grosso do Sul, quando, nas duas margens da rodovia BR 364 e por mais de mil quilômetros, entre São Gabriel do Oeste e Rondonópolis, foi possível perceber por que possuímos 400 bilhões de dólares de reserva internacional. Nessa região, vastíssima, o alcance da vista é ocupado por uma lavoura contínua, variando entre as culturas de soja, sorgo, milho e algodão, sempre sombreadas por enormes bandeiras do Brasil, que, pela falta de hábito, nos arrepiava sempre que apareciam. Assim foi durante nosso percurso no Estado de Mato Grosso que percorremos até à fronteira da Bolívia, no rio Guaporé, retomando o rumo norte, passando pelo Chapadão dos Parecis, totalmente tomado pela agricultura de resultado, moderna, eficiente, de alta produtividade, que encanta e entusiasma quem quer que seja que por lá transite. Silos, secadores, colheitadeiras aos milhares, aviões agrícolas, fábricas de rações, criatórios de aves e suínos em cidades modernas, ricas, punjantes em cujo ambiente se respira trabalho, respeito, dignidade e orgulho, muito orgulho de ser brasileiro e produtivo.

Tive a oportunidade de, na minha Fazenda, durante a vacinação de um lote de gado, parar o serviço, chamar um dos peões que embretava o gado, trajado à caráter (chapéu e bota americanos, camisa de pala, perneira de couro para proteger sua calça jeans legítima, lenço no pescoço e uma fivela enorme na cintura) e perguntar-lhe: qual sua profissão? Prontamente respondeu: “peão de boiadeiro”, em sequência arguí: você gosta dela? obtendo como resposta: “me orgulho muito!”. Continuando a prosa: do que mais você se orgulha?, “do meu cadilac”, respondeu-me ele apontando para uma linda mula gateada, orelhas armadas, arreamento repleto de pelegos coloridos e o resto da tralha todo confeccionado em argolas de aço inox, cujas uniões tinham sido tecidas por ele mesmo. Esse homem, como a maioria absoluta dos demais que vivem nesse meio, rudes, autênticos, altivos e orgulhosos, constroem um contexto ambiental onde o roubo, a traição e a ofensa moral, são gravíssimos desvios de conduta. Função dessa gravidade à qual todos são sensíveis, os infratores são severamente punidos, sofrendo restrições da comunidade que os excluem do convívio, quando não os submetem a sofrimentos físicos comuns naquelas paragens. Chamar um homem de ladrão, traidor ou ofender a sua mãe, pode ser motivo para uma séria hospitalização ou um velório precoce.

Claro que meus leitores ambientados aqui em Búzios, vão estranhar esse procedimento, vão creditar essa prática à um barbarismo incompatível com os tempos modernos. Homem prático que sou, procuro em minhas avaliações pessoais, comparar sempre resultados com métodos e neste caso particular, os resultados destes métodos e hábitos, são incomensuravelmente superiores aos obtidos em outros lugares nos quais a habitualidade desssas práticas as vulgarizou a ponto de integrá-las na normalidade do cotidiano, passando assim os infratores despercebidos, eis que a crítica da sociedade afrouxou estes parâmetros.

Outro diferencial não menos importante refere-se ao trabalho juvenil, que naquelas regiões distantes é habitual, corriqueiro e imprescindível. Adolescentes a partir dos 14 anos, incitados pelo exemplo de seus pares, todos envolvidos na produção, buscam freneticamente ocupações através das quais possam se capacitar a merecer respeito e admiração da comunidade. Assim, em nossa visita a Lucas do Rio Verde, pudemos constatar que somente um restaurante funcionava após as 22h, sendo seus frequentadores, todos de meia idade, nenhum adolescente. Esta cidade ostenta duas marcas invejáveis no cenário brasileiro. É a segunda melhor administrada no país e registra a menor relação bolsa-família por nº de habitantes. Será por acaso?

Como vocês sabem, hoje resido em Búzios e boêmio que sou, faço desse convívio, um laboratório de aprendizado. Não temos hino, bandeiras, história, líderes e portanto, não temos exemplos e motivação para trilhar caminhos alternativos. Tenho certeza que permanecer estacionado na mediocridade de nosso ambiente, fará com que amanhã a realidade de nossos filhos e netos, mergulhados nesses exemplos nefastos, nos encha de vergonha e culpa, pois tudo será resultado de nossa criminosa omissão.

Deixo a critério de meus leitores a tarefa de comparar as duas realidades, para encontrar então por si o abismo e a escuridão que separam o hábito que produz resultados e o que produz viciados, ociosos e criminosos.

A esperança reside na percepção de que o voto popular optou por essa mudança radical de que falo, mas ela só acontecerá com muito trabalho, perseverança, tenacidade e honradez. Mudanças se dão mediante homens e projetos, cuidemos para que não nos faltem esses elementos....

Carlos Terra
Pecuarista

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sábado, 22 de dezembro de 2012

A DEMOCRACIA VIOLENTADA

Carlos Terra, foto Facebook
Pretendo nestas linhas convocar os leitores para uma meditação oportuna, na transição democrática do Poder, não só em Búzios como em todos os municípios brasileiros.

Na formulação da teoria da forma de governo denominada democracia, que pretensamente é praticada no Brasil, o Barão de Montesquieu considerou: “tudo estaria perdido se o mesmo homem,ou mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercessem estes três poderes: a) o de fazer leis; b) o de executar as resoluções públicas; c) o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos”. Foi diante desse impasse que a teoria da estrutura funcional da democracia, evoluiu para a divisão desse Poder enorme, descomunal, em parcelas com atribuições perfeitamente definidas que na maioria das nações democráticas, são representadas pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O propósito dessa divisão é criar equilíbrio que possibilite evitar excessos decorrentes do exercício do Poder, que como se sabe, se concentrado, corrompe inevitavelmente. A fragmentação do poder cria um sistema de pesos e contrapesos que em harmonia funcional, evita excessos de qualquer um deles em relação aos demais e de todos em relação ao povo. Esse sistema com origem na Grécia, vem se aprimorando desde então e hoje, apesar das imperfeições humanas, é indubitavelmente o que resultou em maior progresso e riqueza para as sociedades que o adotaram. Portanto, o que estou questionando nestas linhas, não é a democracia, mas as distorções que seus operadores vêm agravando com o correr do tempo.

O pensador liberal Alexis Tocqueville, no exercício da crítica filosófica, da prática do Poder e das virtudes e deficiências da democracia nos ensina que: “ o desenvolvimento da potencialidade humana só é possível, através do nível de excelência educacional e de uma orientação política embasados na ética e na liberdade individual”.

Vamos aplicar estes conceitos aos acontecimentos correntes no nosso vilarejo de Búzios, para facilitar o raciocínio. A democracia é o Poder do povo, como diz a própria palavra. No exercício da democracia, o povo soberanamente elegeu não só uma pessoa determinada (no caso Dr. André), mas e principalmente, um PROGRAMA DE GOVERNO, sendo o prefeito eleito, apenas a personificação desta obrigação. O povo optou claramente pela mudança de uma política arcaica, pautada por mesmices, elegendo um Programa inovador, diferente, voltado para as necessidades populares, íntegro, honesto,ético e revolucionário. É subentendido pela própria definição da democracia, que este PROGRAMA DE GOVERNO, inclusive registrado no Poder Judiciário como obrigação à realizar, é o norte a orientar as ações dos atores democráticos que foram mobilizados para ocupar os espaços de representação tanto no Legislativo quanto no Judiciário. Assim sendo, o Prefeito eleito tem como meta concentrar  todas as suas ações na perseguição desses objetivos e cabe ao Poder Legislativo adequar a Legislação de modo a atender a vontade popular e fiscalizar sem interferir, na execução do Programa de Governo. Concluindo, todos os funcionários públicos, inclusive os ocupantes de cargos eletivos, são operários remunerados pelo povo, com a obrigação única e específica de cumprir aquelas metas com eficiência, probidade e economia; é simples assim...!!!

Como todos nós sabemos, as coisas na prática, se distanciam da teoria e na maioria dos casos, de forma desonesta, intencional, mesquinha e revoltante. É o que se dá no cenário político de Búzios nesse momento, quando os membros eleitos do Legislativo promovem movimentos frenéticos, desonestos, repugnantes, para formar blocos que representem  OPOSIÇÃO, pura e simplesmente oposição, para se confrontar com a vontade popular, eis que pretendem obstaculizar as ações do Executivo, com qualquer pretexto, mesmo que tais ações sejam convergentes com os objetivos comuns de concretizar o Programa de Governo. Esse aleijão do processo democrático, entre nós brasileiros, já ganhou contornos de normalidade, pois consideramos que faz sentido o confronto pelo confronto, com evidentes prejuízos para a sociedade e para a própria democracia, que tem seus princípios feridos de morte, na ocorrência destes fatos. É a aceitação pacífica pela população dessa oposição inconsequente, extemporânea e despropositada que criou o conceito conhecido como “governabilidade”, em nome do qual se perpetram todos os equívocos éticos e morais que mancham nossa sociedade e nos enchem de vergonha. No exercício desta prática maligna, o representante do povo se organiza em facções criminosas com o objetivo claro e inquestionável de criar dificuldades para vender facilidades, representadas pelas conhecidas nomeações, licitações excusas, favores ao arrepio da lei, malas de dinheiro  e outras habilidades que estes agentes do mal se profissionalizaram em aperfeiçoar.

Impressionante é que isto tudo se dá diante da passividade popular e do silêncio da mídia que se quedam inertes diante de um fato corriqueiro, que por sua repetição é quase uma legalidade.

Voltando às palavras de Tocqueville, temos que este comportamento se distancia quilômetros da necessidade da ética e da liberdade individual existir no ambiente democrático, para dar legitimidade ao Poder de que estão investidos os representantes do povo. Vejo no noticiário quais os grupos que estão se formando, quais as tendências e até os patronos que comandam este movimento de formar a tal “governabilidade”, que deveria ocorrer função do exercício do arbítrio individual à vista do objetivo comum de realizar o programa de governo; tudo que ocorrer fora desse princípio simplório, tem objetivos inconfessáveis...

Esta oposição inconsequente de que falo, é exercida às claras, acintosamente, eis que, em reunião no dia 20/12/2012, na Assembléia da Câmara Legislativa, que examinava a proposta orçamentária para o exercício de 2013, um dos vereadores presentes reeleito, senhor Lorram Silveira, teve a ousadia de propor que a liberdade de remanejamento orçamentária pelo Executivo, que no governo anterior do qual era mosqueteiro do Rei fora fixada em 50%, fôsse reduzida para apenas 10%, com evidente prejuízo da agilidade funcional e da celeridade da execução do Programa de Governo. É um absurdo, uma ameaça e deveria ser repudiado por toda a população buziana identificando nesse senhor, um inimigo do progresso da cidade e um entrave à concretização da vontade popular. Novamente é simples assim, é essa a leitura correta da inconsequência desse parlamentar. A pergunta que não quer calar e que peço ao meu leitor para respoder é  qual o objetivo desse senhor quando procura dificultar e inviabilizar uma gestão democrática à qual está atrelado?

Para concluir, peço aos meus leitores que em suas reuniões sociais, comentem essa distorção absurda da natureza do processo democrático e, individualmente, não confiem doravante  seu voto a parlamentares que se prestam a formar blocos de pressão e extorsão. É o que podemos, cada um de nós, fazer para alertar o povo contra a ação desses cupins da democracia e afastá-los do ambiente político que necessita urgentemente ser dedetizado.

Carlos Terra
pecuarista