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quinta-feira, 4 de abril de 2019

Arraial do Cabo recebe parecer prévio contrário do TCE-RJ à aprovação das contas de 2017 de Renatinho Viana



O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) emitiu, nesta quarta-feira (03/04), parecer prévio contrário à aprovação das contas de 2017 da cidade de Arraial do Cabo. A conselheira Marianna Montebello Willemam, relatora do processo, apontou duas irregularidades em seu voto: a abertura de R$ 2.845.049,27 de créditos adicionais sem a respectiva fonte de recurso e o descumprimento do limite de despesas com pessoal desde o 3º quadrimestre de 2015, desrespeitando a regra de retorno, que dá quatro quadrimestres para que o gestor volte a gastar no máximo 54% da Receita Corrente Líquida (RCL) com os salários. O parecer prévio será encaminhado para a Câmara de Vereadores local para a análise final.
Além das irregularidades, foram enumeradas 25 impropriedades nas contas sob responsabilidade do prefeito Renato Martins Vianna, entre elas: déficit financeiro de R$ 57.604.751,07; inscrição de R$ 4.764.637,58 em restos a pagar não processados sem a devida disponibilidade de caixa; e não cumprimento integral das obrigatoriedades estabelecidas na legislação relativa aos portais da transparência e acesso à informação pública.
O gestor, no entanto, realizou os investimentos mínimos em Educação e Saúde, tendo usado, respectivamente, 28,37% e 41,36% dos impostos e transferências - os mínimos são 25% e 15%. Já o gasto com pessoal chegou a 67,42% da RCL, bem acima do teto de 54% definidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Fonte: "tce"

Meu comentário:
Renatinho transformou a prefeitura de Arraial em uma colossal agência de emprego. Gasta quase todo o orçamento (67,42%) do município com folha de pagamento. Um absurdo! Nessas condições, na verdade, não governo para o povo de Arraial mas para sua clientela política. Como assumiu em 1º de janeiro de 2017, está há 15 meses gastando mais do que a LRF permite com pessoal. E agora Renatinho? 

Será preciso conseguir 6 votos na câmara para derrubar o parecer do TCE-RJ. O que não deve ser difícil, né prefeito, pois entre a clientela empregada na prefeitura encontra-se também a clientela dos vereadores da base de apoio. Veja o paradoxo. O que leva à reprovação das contas pelo Tribunal é o mesmo que leva à aprovação das contas pela Câmara de Vereadores: o empreguismo. 

Será que a Renatinha vai publicar esta notícia? 


quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Câmara de Vereadores de Cabo Frio terá que abrir sua caixa preta em 2019, divulgando a folha de pagamento dos servidores do Legislativo

Foto: MPRJ


A Câmara de Vereadores de Cabo Frio terá que abrir sua caixa preta divulgando a folha de pagamento dos servidores do Legislativo

O MPRJ firmou acordo com a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Cabo Frio para adequação do portal da transparência da Casa legislativa. 

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva – Núcleo Cabo Frio, celebrou nos últimos dias 18 e 19/12 Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com vereadores da Mesa Diretora da Câmara de Cabo Frio determinando a adequação do portal da transparência da Casa Legislativa

A criação dos portais e a divulgação de informações de interesse público em poder dos órgãos governamentais, em tempo real, são exigências da Lei da Transparência (131/2009) e da Lei de Acesso à Informação (12.527/2011)

O TAC prevê, entre outras obrigações, a de publicar, em tempo real, todos os atos referentes a processos licitatórios e contratos, observados os prazos de publicidade de editais e avisos previstos na Lei de Licitações (8.666/93), e a divulgação de informações detalhadas sobre receitas e despesas, folhas de pagamento de servidores, prestações de contas e relatórios de execução orçamentária.  Também estabelece que o portal deverá atender ao conjunto de recomendações para acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência nos portais nacionais de governo, conforme o Modelo de  Acessibilidade de Governo Eletrônico (e-MAG). Além disso, determina adesão do órgão ao Programa Brasil Transparente, da Controladoria-Geral da União, e a adequação do Serviço de Informação ao Cidadão para o correto atendimento dos pedidos de acesso à informação.
 
Para mais informações veja a íntegra do Termo abaixo:
 
TAC MPRJ Câmara de Cabo Frio

Observação 1: outros TACs foram firmados. No caso de Cabo Frio, o MPRJ assinou TAC conjunto com o Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria da República em São Pedro da Aldeia, para a adequação dos portais do município e de duas de suas autarquias. (Companhia de Serviços de Cabo Frio e o Instituto de Benefícios e Assistência aos Servidores Municipais).  Além deste, o MPRJ assinou Termos separados com as Câmaras Municipais de Cabo Frio e Búzios, determinando a mesma adequação.

Observação 2: dei ênfase ao TAC com a Câmara de Vereadores de Cabo Frio porque o seu Portal é um dos que possui menos transparência entre todos os portais citados.   


Fonte: "mprj"

domingo, 11 de novembro de 2018

Maquiaram a despesa com a folha de pagamento da Prefeitura de Búzios? Chama o Kléber!!!

Representantes do Poder Executivo na Audiência Pública realizada na Câmara de Vereadores de Búzios. Foto: camarabuzios


No dia 17 de outubro, os representantes do Poder Executivo (Gestão Henrique Gomes) apresentaram o Relatório de Gestão Fiscal (RGF) referente ao segundo quadrimestre de 2018 na audiência pública de prestação de contas do município de Búzios, no plenário da Câmara de Vereadores.

Conforme o Relatório de Gestão Fiscal (RGF) apresentado pelos representantes da prefeitura - o novo ex-Secretário de Fazenda e Renda Leonardo Machado Rodrigues,  o controlador geral Jeferson Teixeira e o subcontrolador Rosenildo Avelar Araújo- o custeio de pessoal na prefeitura de Búzios, até o segundo quadrimestre de 2018, corresponderia a 55,91% da sua receita corrente líquida apurada, ultrapassando o limite de 54% que a Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece.

Sobre o gasto com pessoal, o novo ex-secretário de Fazenda Leonardo apontou algumas medidas que estavam sendo tomadas pelo ex-prefeito em exercício Henrique Gomes, como a redução de comissionados e de horas extras"Em relação à hora extra, isso também está sendo revisto. O (ex)prefeito foi enfático no sentido de que (seria) é necessária a redução em muitos casos.” 

O controlador Jeferson Teixeira acrescentou que o chefe do Executivo passou uma circular, limitando as horas extras em até 40 horas/mês. “Vai ter redução muito grande com relação a isso ”, finalizou.


Acontece que no site da Prefeitura e do TCE-RJ, o RGF apresentado aponta  números completamente diferentes. A despesa total com pessoal até o 2º quadrimestre de 2018 estaria em R$ 107.693.992,38, o que corresponderia a 45,32% da Receita Corrente Líquida (RCL) de R$ 237.640.642,18. Esse valor é 10,59% menor que o apresentado na Audiência Pública citada, que é de 55,91%.

Nunca na história de Búzios aconteceu de os números apresentados na Audiência não coincidirem com os números publicados no site da prefeitura e os enviados para o TCE-RJ. Isso é inadmissível. É crime contra a Lei de Responsabilidade Fiscal! Tem algo de muito estranho acontecendo com as finanças de Búzios. A discrepância em relação a folha nos dois relatórios é enorme, de 10,59%. Para uma Receita Corrente Líquida de R$ 237 milhões teremos uma diferença de gasto com a folha de mais ou menos 23 milhões de reais. Ou seja, no relatório do site da Prefeitura o gasto com a folha é de 107 milhões. Já o gasto no relatório apresentado na audiência pública seria de 130 milhões de reais. 

O ex-Chefe de Gabinete da Prefeitura Robinho do Salão, em entrevista à TV Búzios, disse que a folha estaria "maquiada". Ele não adianta na entrevista o motivo do Sr. Kléber maquiar a folha, mas um possível objetivo buscado seria, maquiando os gastos para menos, justificar que está tudo bem com nosaa folha de pagamento, não havendo, portanto, necessidade de demissões e redução de horas extras como vinha apregoando Henrique Gomes. Alô MINISTÉRIO PÚBLICO!!! 

Observação: 
No post "Os números não batem, Prefeito?" (ver em  "ipbuzios"), publicado no dia 16 de outubro, eu já havia alertado para a discrepância dos números. Não recebi nenhuma resposta, tanto da prefeitura quanto da câmara de vereadores.


terça-feira, 16 de outubro de 2018

Os números não batem, Prefeito?




No site da prefeitura de Búzios consta que o gasto com a folha de pessoal até o 2º quadrimestre foi de 55,91% da Receita Corrente Líquida (RCL). Já no Prensa do Henrique/ Babel, consta 57%Mas nenhum dos dois dados está correto. 

Consultando o Demonstrativo da Despesa com Pessoal do Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do 2º quadrimestre de 2018 no site da transparência da prefeitura de Búzios somos informados que o valor correto é de 45,32%. O resultado é obtido dividindo-se a Despesa Total com Pessoal (DTP) de R$ 107.693.992,38 pela Receita Corrente Líquida (RCL) de R$ 237.640.642,20. Portanto, o gasto com a folha de pessoal, além de não ter ultrapassado o limite máximo de 54%, não chegou nem perto do limite de alerta que é de 48,60%. Muito menos do limite prudencial de 51,30%. Alem disso, a proporção do gasto com a folha vem diminuindo ao longo do ano, pois no 1º quadrimestre a porcentagem era de 48,03%.  

Na verdade, o prefeito Henrique Gomes não tomou a medida porque o gasto teria extrapolado limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. Tomou a mediada porque foi obrigado pelo MP-RJ e pela Justiça de Búzios. Inventar a mentira foi uma forma de não ficar mal com os demitidos e tentar capitalizar algum dividendo político com a medida, apresentando-se como gestor público corajoso e eficiente. Vejam o que a sua Assessoria de Comunicação publicou:

"Nenhum setor será prejudicado por esta medida. É um novo recomeço do zero. Não tínhamos outra saída. A máquina pública estava inchada. O gestor público tem que ter coragem para agir. Nossa folha de pagamento sem os encargos sociais estava em 10 milhões e 300 mil reais por mês. A cidade não suporta isso. Meu compromisso é com a população, com os direitos constitucionais do cidadão" – destaca o prefeito. (Fonte: "Prefeitura de Búzios"). 

Também não é verdade que a folha de pagamento seja de 10 milhões e 300 mil reais por mês. Se pegarmos a Despesa Total com a Folha citada acima, de R$ 107.693.992,38 e a dividirmos por 13 meses (12 meses mais 13º salário) teremos um gasto mensal de R$ 8.248.153,26. Veja declaração ao Jornal de Sábado: 

JS – A partir de hoje o senhor estaria exonerando todos os comissionados da Prefeitura. O que está acontecendo?
HG – "A gente tem que começar do zero, ver quem trabalha e quem não trabalha. Eu não posso prejudicar a população, em função do inchaço da máquina administrativa. Eu tenho um compromisso constitucional com a Saúde e Educação do nosso povo e não pode ser prejudicada pelo inchaço da máquina. Temos hoje uma folha de pagamento com mais R$ 10 milhões por mês, sem os encargos que vai para R$12 milhões, e, é impossível uma cidade como Búzios ter esse inchaço. Então, nós estamos avaliando tudo isso, tem que começar do zero, para isso temos que exonerar e nós vamos encaixar os funcionários de acordo com as necessidades que a administração pública necessita para atender os seus munícipes".

JS – O senhor está fazendo isso baseado em que?
HG – "Nós estamos com o limite ultrapassado e tenho que baixar para 51%. Eu tenho que cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, não posso ser negligente nisso aí. Vou fazer isso, como fiz na Câmara, quando fui presidente. Enfim, eu não abro mão disso. A prefeitura é como se fosse uma empresa. A empresa tem que dar o lucro e tem que dar a sociedade o que é direito deles, então é isso que eu vou fazer, doa a quem doer". (Fonte: "jornaldesabado")

No site Fique bem Informado:
"Vamos começar do zero, estamos com uma nova mentalidade na questão de administração pública. Vamos convocar os concursados e chamar pessoas para ocupar cargos comissionados conforme a necessidade para atender a população" (Fonte: "fiquebeminformado").

Finalizando veja o que ele declarou ao seu prezado Prensa:
Realizamos estes cortes para garantir à população os direitos constitucionais” confessa o Prefeito Henrique. É uma nova mentalidade política, e é preciso coragem para tomar decisões do tipo. Trata-se de uma primeira medida na sequência de outras atividades, na luta por uma administração mais eficiente e com menos gastos” conclui o Prefeito. (Fonte: "prensadebabel"). 

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Boquinhas buzianas na ALERJ



Dando uma passadinha pelo site da ALERJ para pesquisar se um ex-vereador de Búzios permanecia na folha de pagamento da Casa Legislativa, qual não foi a minha surpresa ao encontrar os quatro nomes abaixo. Ha! o nome do ex-vereador de Búzios não consta mais da folha. (Observação: a última folha de pagamento publicada é a de junho de 2018. Ver clicando em "folha-de-pagamento"). Ajude-nos a descobrir mais nomes de Búzios. 

Na navegada, encontrei três nomes de Búzios. Infelizmente, ao lado do cargo de Assistente/Assessor não vem o nome do deputado estadual para o qual o funcionário "trabalha". Mas não é difícil saber para qual deputado o Sr. Aziel e Genilson "trabalham". O problema é que o deputado Paulo Melo encontra-se preso atualmente. Como é que seria ser "assistente" de um deputado preso? 

Vejam os salários deles:  

AZIEL DA SILVA VIEIRA ASSISTENTE VIII
Comissão: 562,04
Representação: 1.405,10
Previdência: 177,04 
Total Líquido: 1.790,10

GENILSON DRUMOND DE PINA ASSISTENTE VI
Comissão: 1.124,07
Representação: 2.810,16
Imposto de Renda: 432,76
Previdência: 170,42
Total Líquido: 3.331,05


CARLOS JOSE GONCALVES DOS SANTOS ASSISTENTE VII 
Comissão: 843,05 
Representação: 2.107,61 
Bolsa Referência Escolar/ Abono Permanência: 1.193,36 
IRPF:472,37
Previdência: 223,79 
Total Líquido: 3.447,86

O outro nome de Búzios é a ex-secretária de Desenvolvimento Social Trabalho e Renda do governo Mirinho, a Senhora CRISTINA AMARAL LIMA BRAGA ASSESSORA PARLAMENTAR V. Felizmente, como o Deputado Jânio Mendes não se elegeu, teremos mais dois meses de salário apenas. 
Comissão: 1.854,39
Representação: 4.635,96
Bolsa Referência Escolar/ Abono Permanência: 1.193,36
Previdência: 621,03
IR: 1.142,29 
Total Líquido: 5.920,39

Observação: o que é Bolsa Referência Escolar/ Abono Permanência? A ex-secretária/ex-primeira dama está estudando?

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

SE ESSA BÚZIOS FOSSE NOSSA ... A MINHA PRIORIDADE NÚMERO UM SERIA A GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA NO MUNICÍPIO

Se essa Búzios fosse nossa 3

Todos os prefeitos que tivemos defenderam em todas as campanhas eleitorais a criação de um minidistrito industrial no município. Mas nenhum deles fez nada para a realização do projeto, talvez por falta de vontade política, preguiça ou incompetência, ou por todas essas razões juntas. Todos apresentaram a ideia como a grande política pública de geração de trabalho e renda e a melhor alternativa para superar a dependência dos recursos dos royalties do petróleo, com a geração de impostos que adviriam das atividades das empresas que aqui se instalassem. Pensava-se na criação de um distrito industrial que atraísse empresas não poluentes. Talvez um polo de informática ou de cinema.

Temos aqui ao nosso lado, em Rio das Ostras, uma realização concreta da ideia de criação de um distrito industrial, que é a Zona Especial de Negócios (ZEN). Criada pela Prefeitura de Rio das Ostras em 2002, através da Secretaria de Turismo, Industria e Comercio, a fim de atrair investimentos produtivos, diversificar a economia do município, ordenar as atividades empresariais de produção de bens e serviços, estimular o turismo de negócios e gerar empregos.

Com 1,424 milhão de m², a ZEN está localizada em área estratégica, no limite com Macaé, ao lado do Parque de Tubos, onde além de uma base da Petrobrás, existe um grande número de empresas que atuam no setor onshore e offshore na Bacia de Campos.

Na ZEN a administração pública investiu mais de R$ 15 milhões em obras de infraestrutura com pavimentação, redes de abastecimento de gás natural, água, sistema de esgotamento sanitário, energia elétrica, telefonia e drenagem de águas pluviais (Portal da Prefeitura de Rio das Ostras).

A ZEN tornou-se um importante espaço do movimento econômico do município gerando milhares de empregos diretamente. Dados de 2011, mostram que apenas na ZEN foram gerados 5.193 empregos diretos e mais de 2 mil indiretos e que a área foi responsável pela arrecadação de mais de 12 milhões em impostos e taxas para o município. Nos três primeiros anos de implantação da ZEN, apenas uma empresa havia se instalado no local. Mas, em 2016, já havia 46 empresas atuando, mostrando o grande de sucesso do empreendimento. Um dos trunfos da ZEN é o modelo de concessão, onde as empresas tem direito ao uso da área por 15 anos, pagando R$ 0,50 por metro quadrado ao ano (no município, o metro quadrado custa, em média, R$ 150). 

Além do mais, a ZEN também servia para ordenar as atividades empresariais, industriais de produção, bens e serviços para que as áreas residenciais e turísticas do município não sofressem o impacto da industrialização e crescimento local. Dessa forma, a população continuaria tendo qualidade de vida, o turista possuindo belas paisagens preservadas e o empresário uma área com infraestrutura.

A instalação da ZEN provocou a necessidade de qualificação da mão de obra local para que os trabalhadores de Rio das Ostras pudessem disputar os empregos oferecidos. Para isso foi criado o Centro de Qualificação Profissional dentro da própria ZEN, Nele os funcionários das empresas já instaladas no local realizam diversos cursos como administração e Salvatagem. Acrescente-se a isso que um Polo Universitário também foi criado: o Pólo Universitário de Rio das Ostras (PURO).  

Para mostrar a importância da ZEN na geração de emprego, apresento a seguir os dados relativos ao total de empregos formais gerados no município de Rio das Ostras nos anos de 2005, 2006 e de 2009 a 2017, extraídos do site do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e publicados nos “Estudos Socioeconômicos” dos municípios da Região dos Lagos e de Rio das Ostras pelo TCE-RJ (Ver quadro abaixo). Os anos não foram escolhidos por mim. São os únicos disponíveis nos "Estudos".

Totais de empregos formais 

Comparado com os municípios da Região dos Lagos, Rio das Ostras (RO) foi o município que mais cresceu em termos de geração de empregos com carteira assinada. Cresceu mais de 300% entre os anos de 2005 e 2017. Partiu de 4.936 empregos formais no primeiro ano para 20.061 no último ano. Reparem que em 2005 Rio das Ostras tinha menos empregos formais que Armação dos Búzios (AB): 4.936 contra 5.902. Já em 2017, teve quase o dobro: 20.061 contra 10.537 de Búzios. O município que mais cresceu em termos de geração de emprego na Região dos Lagos São Pedro da Aldeia (SP) com 94% (4.748 empregos, em 2005, para 9.235, em 2017) nem chega perto da taxa de crescimento de |Rio das Ostras: 306%.

É óbvio que a implementação da ZEN exigiu muitos sacrifícios da população de Rio das Ostras. Seus gestores tiveram que fazer grande esforço de contenção dos gastos públicos, principalmente no que diz respeito aos gastos com o custeio da máquina pública. Em especial, com pagamento de pessoal.

Nos últimos vinte anos, de 1997 a 2016, Rio das Ostras foi o município que menos comprometeu suas receitas correntes com a manutenção da sua máquina pública, exceto nos anos de 1997, em que perde para Armação dos Búzios com 78 contra 93%; de 1998, para São Pedro da Aldeia (SP) com 72% contra 78%; e de 2007 para Cabo Frio (CF) com 81 contra 83%. Em dois anos- 2001 (35%) e 2002 (39%)- ano de instalação da ZEN, Rio das Ostras comprometeu menos de 40% de suas receitas com a máquina pública.


Comprometimento da receita com a máquina pública. Entre parenteses a colocação no estado.

Entre os principais gastos com a manutenção da máquina pública está o gasto com a folha de pagamento. Enquanto todos os municípios da Região dos Lagos, ao longo destes últimos 20 anos, flertaram com a irresponsabilidade fiscal gastando mais de 50% com a folha, Rio das Ostras gastava algo em torno de 30%. Em 2006, gastou apenas 19,94% com pessoal!


Porcentagem do gasto das receitas correntes líquidas com a folha de pagamento 

Dessa forma, contendo gastos com o custeio da máquina, em especial, com a folha de pagamento da prefeitura, Sabino (1997-2004) e Carlos Augusto (2005-2012) conseguiram amealhar recursos para investir no projeto da ZEN. Nesses últimos 20 anos, de 1997 a 2016, Rio das Ostras foi o município que apresentou a maior média da taxa de investimentos comparada com a dos municípios da Região dos Lagos. Em média, Rio das Ostras aplicou 25,6% de suas receitas em obras e projetos novos, enquanto os municípios da Região dos Lagos tiveram taxas em torno de 10%. Pra se ter uma ideia da dimensão do investimento feito em Rio das Ostras, basta ver que em 2004 e 2006 se investiu no município quase 60% das receitas correntes. Em dinheiro, isso significa investimentos de 199 milhões de reais em 2004 e 251 milhões em 2006. 

Mesmo que hoje, Sabino e Carlos Augusto não sejam os mesmos gestores- ambos se tornaram fichas sujas- não se pode deixar de reconhecer o mérito dos dois como idealizadores e implementadores da Zona Especial de Negócios de Rio das Ostras, a melhor e maior obra de política pública de trabalho e renda realizada em município do interior do estado do Rio de Janeiro, nesses últimos 20 anos. Tanto que muitos municípios do estado visitaram Rio das Ostras para conhecer o processo de criação e a implantação da Zona Especial de Negócios (ZEN), como Cachoeiras de Macacu e Teresópolis. Cachoeiras de Macacu pretendia criar uma área de negócios para abrigar empresas que chegariam com o funcionamento do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ). O município já havia criado um comitê gestor para a criação da ZEN local e, por meio da FIRJAN, conheceu a experiência de sucesso de Rio das Ostras. 

Pelo que sei, infelizmente, nenhum município da Região dos Lagos visitou Rio das Ostras para conhecer a ZEN.. Mas que fique a lição, qualquer prefeito sério e comprometido com o povo trabalhador das cidades da Região dos Lagos precisa olhar a ZEN de Rio das Ostras com muito carinho, combater o clientelismo político reinante na região gastando menos de 30% com a folha de pagamento, para poder ter recursos, se quiser verdadeiramente resolver os problemas fundamentais da cidade que tanto afligem o povo trabalhador dos seus municípios. SE ESSA BÚZIOS FOSSE NOSSA ...Um polo de cinema em Búzios ... com as belíssimas paisagens que temos, seria qualquer coisa, não?

Observação: se algum leitor do blog souber fazer gráficos com base nestes dados eu agradeceria muito que me enviasse o trabalho. Confesso minha ignorância. Pela importância do tema, resolvi publicar o texto com minhas anotações pessoais. Privilegiei o conteúdo em relação à forma.
   

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Trens e mais trens da alegria entupiram as prefeituras dos municípios da Região dos Lagos de funcionários públicos

Foto do site e-farsas.com


O MPRJ publicou na segunda-feira (23) um estudo sobre gestão fiscal dos 92 municípios fluminenses entre 2013 e 2017 com o objetivo de “avaliar o resultado orçamentário do período e a qualidade dos gastos públicos, assim como instrumentalizar as Promotorias de Justiça”. Foram avaliados seis itens dos orçamentos dos municípios:
1) composição da receita
3) regime de previdência
4) despesa com pessoal
5) dívida consolidada
6) participações governamentais petrolíferas.

O estudo revela um “grande comprometimento das receitas municipais com gastos com pessoal”. De acordo com ele, dos 92 municípios do Rio, apenas no exercício fiscal de 2017, “21 ultrapassaram o limite legal de despesas nesta rubrica, que é de 54% da receita corrente líquida, como prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal. Outros 30 ficaram acima do limite prudencial estabelecido pela legislação, equivalente a 51,3% da receita”.

Para a coordenadora do estudo, procuradora de Justiça Márcia Tamburini, “o sucessivo aumento da folha salarial das prefeituras compromete a capacidade da administração em atender às demandas da população e melhorar os serviços de setores fundamentais como segurança, saúde e educação. O resultado desta má gestão dos recursos é a “precarização dos serviços causada pela redução dos investimentos.” 

GASTO PER CAPITA COM FOLHA DE PAGAMENTO:
Considerando as despesas brutas de pessoal em 2017 de cada município em relação a sua respectiva população projetada pelo IBGE para o mesmo ano, verifica-se que o Município de Macaé é o que mais gasta com pessoal em função da sua população: R$ 4.663,14. O segundo colocado no ranking é São João da Barra com gasto de R$ 4.070,14. O município que menos gasta com pessoal é o São Gonçalo com R$ 641,25 per capita. 

Para os gestores de todos os municípios, principalmente aqueles que se encontram com os gastos acima da mediana do gráfico, o MP recomenda a realização de “estudos frequentes no sentido de redimensionar sua estrutura de recursos humanos e verificar a real necessidade de cada prefeitura para gastos desta natureza, a fim de evitar o superdimensionamento da máquina pública e a precarização dos serviços prestados aos cidadãos”. Conclui o estudo, sugerindo medidas tais como o “controle dos aumentos salariais, nos gastos comissionados e contenção de contratações de terceirizados” para que se reverta o aumento de gastos. 

Não temos os números exatos dos gastos per capita com folhas de pagamentos dos municípios da Região dos Lagos, mas podemos extrair dos gráficos publicados no estudo (ver estudo na íntegra em "mprj") valores aproximados. No quadro abaixo podemos ver que apenas Rio das Ostras (RO), Araruama (AR) e São Pedro da Aldeia (SP) possuem gastos inferiores à mediana do estudo que é de R$ 1.873,05.

1º) Macaé - R$ 4.663,14
2º) S. J. da Barra - R$ 4.070,14
5º) Armação dos Búzios - R$ 3.500,00
15º) Arraial do Cabo - R$ 2.900,00
21º) Cabo Frio – 2.700,00
44º) Iguaba Grande – R$ 2.000,00
Mediana do estudo: R$ 1.873,05.    
57º) Rio das Ostras – R$ 1.650,00
67º) Araruama – R$ 1.500,00
78º) São Pedro da Aldeia - R$ 1.150,00 

GASTO COM PESSOAL VERSUS RECEITA CORRENTE LÍQUIDA (RCL)
Estão acima do limite legal de despesas nesta rubrica, que é de 54% da receita corrente líquida, como prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal, 21 municípios, 3 da Região dos Lagos:
1º) Itaguaí – 82%
2º) Paraíba do Sul – 71%
3º) Cabo Frio – 66%
4º) Arraial do Cabo – 66%
21º) Iguaba Grande – 54%
Acima do limite prudencial estabelecido pela legislação, que é equivalente a 51,3% da receita, ficaram 30 municípios, 2 da Região dos Lagos.
33º) Araruama – 53%
Mediana: 51,9%
51º) Armação dos Búzios  – 51%
Abaixo do limite prudencial ficaram apenas 2 municípios da região dos lagos
58º) São Pedro da Aldeia – 50%
85º) Rio das Ostras – 41%
90º) Maricá – 28%

Os Estudos Socioeconômicos do TCE-RJ teve recentemente publicado a sua edição 2017, com dados de 2016. 

MÉDIA DE FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS POR 1.000 HABITANTES
1º) Armação dos Búzios  – Total: 3.311    servidores. Média: 107 (5ª do estado)
2º) Arraial do Cabo – Total: 3.036   servidores.  Média: 104 (7ª do estado)
3º) Iguaba Grande -   Total: 1.926   servidores.  Média: 74 (25ª do estado)
4º) Cabo Frio –  Total: 14.539 servidores.  Média: 70 (33ª do estado)
5º) Araruama – Total: 7.536   servidores.   Média: 61 (40ª do estado)
6º) Rio das Ostras – Total: 7.189  servidores.    Média: 54 (46ª do estado)
7º) São Pedro da Aldeia –  Total: 990     servidores.    Média: 47 (56ª do estado)

Quem sustenta os trens da alegria é o sofrido povo desses municípios, pois comprometendo-se mais de 50% das suas receitas totais apenas com os gastos das folhas de pagamento, sobra quase nada para investimentos naquilo que é fundamental para a população que é Educação, Saúde, Segurança e Assistência Social.

INVESTIMENTOS
1º) Iguaba Grande – 10% (4º maior do estado)
2º) Arraial do Cabo – 8% (13º do estado)
3º) Rio das Ostras – 7% (17º do estado)
4º) Armação dos Búzios  – 6% (18º do estado)
5º) Araruama – 4% (28º do estado)
6º) São Pedro da Aldeia – 3% (43º do estado)
7º) Cabo Frio – 2% (70º do estado)

Observação: o município do estado do RJ que proporcionalmente mais investiu em 2016 foi Niterói. Investiu 18% de suas receitas. Foi seguido de Maricá, com 17%. Mesquita, Bom Jesus de Itabapoana, Teresópolis e Cordeiro nada investiram em 2016. Um verdadeiro escândalo!

COMPROMETIMENTO DA RECEITA CORRENTE COM O CUSTEIO DA MÁQUINA ADMINISTRATIVA.
1º) Araruama – 103% (20º maior do estado)
2º) São Pedro da Aldeia –    97% (41º do estado)
3º) Arraial do Cabo –   96% (48º do estado)
4º) Iguaba Grande –    90% (66º do estado)
5º) Armação dos Búzios  –   88% (72º do estado)
6º) Cabo Frio -    88% (77º do estado)
7º) Rio das Ostras –   87% (81º do estado)

Observação: O município que mais comprometeu suas receitas com o custeio da máquina administrativa foi São João da Barra. Comprometeu 134%. Em segundo  lugar temos Itaguaí, com 131%. Um absurdo! Os que menos comprometeram foram Santa Maria Madalena com 62% apenas e Varre-Sai com 81%.

Fonte:"mprj" e TCE-RJ