Operação Conexão Búzios |
Polícia
prende acusados de integrar facções
que extorquiam
e até matavam
através do 'tribunal do tráfico'
A
OPERAÇÃO CONEXÃO BÚZIOS
O
Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) realizou
nesta quinta-feira (31/01), por meio do Grupo de Atuação Especial
no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ),
em parceria com a Polícia Civil do Estado e com a Coordenadoria de
Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ),
a Operação
Conexão Búzios.
O objetivo é cumprir, notadamente no referido balneário e em São
Pedro da Aldeia, mandados de prisão
preventiva
e de busca
e apreensão
contra 60
denunciados
integrantes do Comando
Vermelho
e 11
de
organização criminosa ligada ao Terceiro
Comando.
Eles são acusados de diversos crimes, tais como tráfico
ilícito de drogas, extorsão, lesão corporal, porte ilegal de
armas, homicídio e lavagem de dinheiro,
cometidos na cidade do Rio Janeiro e em quatro municípios da Região
dos Lagos.
FOCO
EM COMUNIDADES CARENTES
Relata
o MPRJ que, a partir das investigações realizadas por meio de
interceptações telefônicas
autorizadas pela Justiça, foi possível identificar que, no período
de janeiro
de 2018 até janeiro deste ano,
os 71 denunciados associaram-se em organizações para a prática de
tais crimes na capital fluminense e nas cidades de Araruama, São
Pedro da Aldeia, Cabo Frio e Armação de Búzios – em especial em
comunidades carentes dessas localidades, tais como ‘Colina’ (em
São Pedro da Aldeia), ‘Cem
Braças’, ‘Capão’, ‘José Gonçalves’, ‘São José’,
‘Vila Verde/Cruzeiro’, ‘Alto da Rasa’, ‘Maria Joaquina’
(Búzios),
‘Favela do Lixo’ e ‘Boca do Mato’ (em Cabo Frio).
TRIBUNAL
DO TRÁFICO
“Os
denunciados praticaram o delito de tráfico
ilícito de entorpecentes
mediante utilização de armas de fogo e de intimidação dos
moradores das comunidades de baixa renda da região, que eram
dominadas territorialmente pela organização criminosa pela
violência e intimidação constantes, consistentes em represálias
contra quem se insurgisse contra o domínio. Houve emprego de arma de
fogo, uma vez que a associação criminosa detinha poder econômico,
social e bélico, com efetivo controle sobre os moradores das
comunidades sob seu domínio. Notória e geral é a intimidação
promovida pela associação dentro das comunidades, coagindo as
pessoas, mediante violência e grave ameaça, a agir conforme a
chamada ‘lei
do tráfico’”,
aponta o trecho de uma das denúncias apresentadas pelo MPRJ.
SERVIÇOS
ERAM USADOS COMO FACHADA
Requer
ainda o MPRJ a decretação da medida cautelar de suspensão da
atividade econômica e financeira da pessoa jurídica Estilo
Net Telecom Internet LTDA ME
(CNPJ 29536755/0001-97), em São Pedro da Aldeia, uma vez que tal
atividade é fruto da interrupção do sinal de internet de
provedores regulares legalmente autorizados na cidade, executada por
integrantes da organização criminosa ligada ao CV. Com sócios
ligados ao tráfico de drogas, a empresa explora o serviço de forma
irregular e mediante graves ameaças aos moradores,
alimentando o comércio de entorpecentes nas comunidades controladas
pela facção criminosa.
LÍDERES
DO COMANDO VERMELHO E TERCEIRO COMANDO
Na
denúncia apresentada pelo MPRJ em 21 de janeiro, constam os nomes de
11 integrantes da organização criminosa ligada ao CV, dos quais
podemos citar os líderes Sidnei
José Rodrigues Junior
(vulgo ‘Neném’); Samuel
Henrique Terra.
Em outra denúncia, apresentada pelo Ministério Público Fluminense
na mesma data, foram denunciados 60 integrantes da organização
ligada ao Terceiro Comando, na qual se destacam os líderes Gilberto
Coelho de Oliveira
(vulgo ‘Gil do Dendê’); Ruberval
Barcelos Mendonça
(‘Vaval’); e Valdinei
Quintanilha de Souza
(‘Dinho’).
Fonte:
"mprj"
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