terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Falta d'água na Região dos Lagos é tema de reunião convocada pelo Ministério Público em Cabo Frio

Moradora de Cabo Frio ficou com as torneiras secas desde o Natal. Foto? Reprodução/Inter TV

Representantes da Prolagos, do Procon e um vereador falaram das causas e possíveis soluções para o problema na região.

As reclamações de falta d'água nos municípios da Região dos Lagos do Rio levou o Ministério Público a convocar uma reunião realizada nesta terça-feira (8) com a presença de representantes da Prolagos, concessionária responsável pelo abastecimento na região; do Procon de Cabo Frio e de Arraial do Cabo, e do vereador Rafael Peçanha de Moura, da Câmara de Cabo Frio.

No encontro foram discutidas as possíveis causas e medidas para minimizar o problema que se estende a todas as cidades da região. Somente na manhã desta terça o Procon de Arraial do Cabo recebeu 16 novas reclamações. Os representantes do órgão relataram ao promotor de Justiça da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Cabo Frio, Vinicius Lameira Bernardo, que além da falta d'água, os moradores afirmam que os carros-pipa demoram para chegar e que o problema é antigo e, portanto, a superlotação da cidade não pode servir como justificativa para a concessionária.

Os representantes do Procon de Cabo Frio acrescentaram que os moradores contam que, quando chega à torneira, a água tem coloração turva e que o serviço de atendimento ao consumidor não funciona adequadamente.

A Prolagos foi representada pelos gerentes José Carlos Almeida de Souza e Ricardo Valentim de Azevedo, e os advogados Stéphanie Coelho de Araújo e Jorge Welton da Silva.

Contrariando o relato de moradores de que o problema é antigo, não tendo nada a ver com uma possível superlotação, a Prolagos exibiu números que ninguém sabe de onde são tirados, justamente para justificar os problemas no abastecimento de água pelo aumento do número de turistas nesta época do ano. Segundo a empresa, o número de turistas na região estaria sendo maior que nos anos anteriores. Cabo Frio, por exemplo, teria recebido no período do réveillon 1.251.000 pessoas, enquanto no mesmo período do ano anterior teria sido 1.070.000. E Arraial do Cabo, 300 mil pessoas.

Outra forma de não se responsabilizar pela falta de planejamento da empresa é brandir o contrato, aquele calhamaço de mais de 121 páginas (sem contar os aditivos) que ninguém lê. De acordo com a concessionária ela está obrigada contratualmente a fornecer água a apenas 70% a mais da população de Cabo Frio, no período de alta temporada. Se isso for verdade, os gestores públicos que assinaram o contrato em 1999 precisam ser denunciados à justiça.

A concessionária ressaltou ainda que teve problemas, como o rompimento de uma adutora e variações no fornecimento de energia elétrica.

Os representantes tda empresa ambém lembraram que, pelo termo de adesão, os consumidores deveriam ter um espaço reserva de água com capacidade para cinco dias, mas nem todos têm. Outra cláusula contratual que ninguém conhece.

Sobre a demora dos carros-pipa, a Prolagos afirmou que há uma lista de espera e que são muito pedidos. O promotor Vinicius Lameira sugeriu o aumento do número de carros-pipa e a concessionária se comprometeu a discutir com a direção da empresa a possibilidade de contratar mais dez veículos. Atualmente, a concessionária conta com 38.

A concessionária afirmou ainda que opera com a capacidade máxima e o vereador Rafael Peçanha pontuou que é necessário que a empresa se planeje melhor.


Fonte: "g1"


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