Moradora de Cabo Frio ficou com as torneiras secas desde o Natal. Foto? Reprodução/Inter TV |
Representantes
da Prolagos, do Procon e um vereador falaram das causas e possíveis
soluções para o problema na região.
As
reclamações de falta d'água nos municípios da Região dos Lagos
do Rio levou o Ministério Público a convocar uma reunião
realizada nesta terça-feira (8) com a presença de representantes da
Prolagos, concessionária responsável pelo abastecimento na região;
do Procon de Cabo Frio e de Arraial do Cabo, e do vereador Rafael
Peçanha de Moura, da Câmara de Cabo Frio.
No
encontro foram discutidas as possíveis causas e medidas para
minimizar o problema que se estende a todas as cidades da região.
Somente na manhã desta terça o Procon de Arraial do Cabo recebeu 16
novas reclamações. Os representantes do órgão relataram ao
promotor de Justiça da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva
de Cabo Frio, Vinicius Lameira Bernardo, que além da falta d'água,
os moradores afirmam que os carros-pipa demoram para chegar e que o
problema é antigo e, portanto, a superlotação da
cidade não pode servir como justificativa para a concessionária.
Os
representantes do Procon de Cabo Frio acrescentaram que os moradores
contam que, quando chega à torneira, a água tem coloração turva e
que o serviço de atendimento ao consumidor não funciona
adequadamente.
A
Prolagos foi representada pelos gerentes José Carlos Almeida de
Souza e Ricardo Valentim de Azevedo, e os advogados Stéphanie Coelho
de Araújo e Jorge Welton da Silva.
Contrariando
o relato de moradores de que o problema é antigo, não tendo nada a
ver com uma possível superlotação, a Prolagos exibiu números que
ninguém sabe de onde são tirados, justamente para justificar os problemas no abastecimento de água pelo aumento do número de turistas nesta época do ano. Segundo a empresa, o número de
turistas na região estaria sendo maior que nos anos anteriores. Cabo
Frio, por exemplo, teria recebido no período do réveillon 1.251.000
pessoas, enquanto no mesmo período do ano anterior teria
sido 1.070.000. E Arraial do Cabo, 300 mil pessoas.
Outra
forma de não se responsabilizar pela falta de planejamento da
empresa é brandir o contrato, aquele calhamaço de mais de 121
páginas (sem contar os aditivos) que ninguém lê. De acordo com a
concessionária ela está obrigada contratualmente a fornecer água a
apenas 70% a mais da população de Cabo Frio, no período de alta
temporada. Se isso for verdade, os gestores públicos que assinaram o contrato em 1999 precisam ser denunciados à justiça.
A
concessionária ressaltou ainda que teve problemas, como o rompimento
de uma adutora e variações no fornecimento de energia elétrica.
Os
representantes tda empresa ambém lembraram que, pelo termo de
adesão, os consumidores deveriam ter um espaço reserva de água com
capacidade para cinco dias, mas nem todos têm. Outra cláusula
contratual que ninguém conhece.
Sobre
a demora dos carros-pipa, a Prolagos afirmou que há uma lista de
espera e que são muito pedidos. O promotor Vinicius Lameira sugeriu
o aumento do número de carros-pipa e a concessionária se
comprometeu a discutir com a direção da empresa a possibilidade de
contratar mais dez veículos. Atualmente, a concessionária conta com
38.
A
concessionária afirmou ainda que opera com a capacidade máxima e o
vereador Rafael Peçanha pontuou que é necessário que a empresa se
planeje melhor.
Fonte:
"g1"
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