segunda-feira, 21 de março de 2016

Diárias: Esclarecimento da Câmara de Vereadores

Recebi e-mail assinado pelo responsável pela Comunicação Social da Câmara de Vereadores respondendo à matéria que postei a respeito das diárias. 

  
"Prezado Luiz,

Segue um esclarecimento sobre as diárias.

Este dispositivo, como diz o texto da matéria que está no site da Câmara, é concedido também ao servidor que, eventualmente, necessite se deslocar para fora dos limites do município (ex: cursos, seminários ou outra atividade de interesse do legislativo) Nestes casos as diárias permanecem. Elas somente foram extintas para os vereadores da casa.

Att
Alan Câmara"
--
Câmara Municipal de Armação dos Búzios
Comunicação Social
Jornalista Alessandra Amantea- (22)2633-6300- Ramal 234
Av. José Bento Ribeiro Dantas, 5400, Manguinhos, Armação dos Búzios-RJ


Meu comentário:

Eu já sabia que os servidores do Poder Legislativo também recebiam diárias. O que questionei foi justamente a falta de clareza da matéria do site da Câmara. Cabe indagar se qualquer servidor- concursado ou comissionado- continua recebendo as famigeradas diárias. Porque se funcionário comissionado continuar recebendo diárias, indiretamente aquele vereador que o indicou permanecerá,  de alguma forma, desfrutando do benefício. É só verificar no Portal da Transparência da Câmara como os comissionados "devoravam" diárias.

Por falar em comissionados, só haverá verdadeiro choque de gestão na Câmara de Vereadores de Armação dos Búzios- como apregoado pelo ex-Presidente Henrique Gomes-  o dia em que o número de servidores concursados for superior ao de comissionados, excluindo-se, claro, os "funcionários" dos gabinetes dos vereadores (9 vereadores x 5 =45). É muito cacique pra pouco índio!!! (Mais ou menos 50 comissionados para mais ou menos 20 concursados!!! É isso?)

O contexto é desanimador. Existe uma jornalista concursada nos quadros de servidores da Câmara. Será que algum dia ela vai poder chefiar a "Comunicação Social" da Casa legislativa? Ou será que, para isso acontecer, ela terá que se tornar cabo eleitoral do Presidente de plantão?  

Com a economia, bem que o Presidente Gugu de Nair poderia implementar a "Câmara Itinerante". É Lei. Está sendo descumprida desde 2004. Legislador não cumprir Lei, é dose!!!  

Finalmente, é bom saber que o Legislativo responde ao questionamento feito pela imprensa buziana. Grato. 
      

domingo, 20 de março de 2016

De pires na mão, Prefeito de São Pedro da Aldeia deixa Eduardo Paes sem a devida resposta

Chumbinho, Prefeito de São Pedro da Aldeia, foto do blog da Berenice Seabra

Prefeito do Rio Eduardo Paes em diálogo com Lula, interceptado pela operação Lava Jato, desmerece a cidade de São Pedro da Aldeia e o seu Prefeito Chumbinho diz, em nota, que não vai se manifestar. 
Veja o trecho do grampo que faz referência à São Pedro da Aldeia:
Eduardo Paes: O senhor é uma alma de pobre. Eu, todo mundo que fala aqui no meio, eu falo o seguinte: imagina se fosse aqui no Rio esse sítio dele, não é em Petrópolis, não é em Itaipava. É como se fosse em Maricá. É uma merda de lugar porra!
Lula: (Risos)
Eduardo Paes: Esse barquinho dele é em São Pedro da Aldeia, Araruama. Não é em Búzios nem Angra porra!
Lula: (risos) Puta que o pariu!
Eduardo Paes: É um cafona. O senhor não perdeu essa sua alma de pobre. Isso que é a maior desgraça que eu tô vendo nesse processo todo porra. (risos)
Veja a nota oficial da Prefeitura de São Pedro da Aldeia:
"Em respeito ao período conturbado de recessão econômica que estamos enfrentando e em razão da atual crise política que o País está encarando, o Prefeito não vai se manifestar sobre as declarações do Prefeito do Município do Rio de Janeiro registrando, desde já, o convite para que o mesmo venha conhecer as belezas e maravilhas da querida São Pedro da Aldeia".
Fonte: "extra.globo"

PROTESTO CONTRA GOVERNO VERSÃO BAILE DE FAVELA

Deu no Jornal do Totonho

Caindo fora? – 1
"O atendimento no sistema de saúde pública de Búzios está deficiente e precário, mas surpreendentemente, alguns casos, principalmente na ortopedia, têm sido resolvidos com rapidez no escritório de Alexandre Martins que se diz oposição ao governo André Granado".

Caindo fora? – 2
"Segundo consta, antes de fazer o atendimento, alguns médicos estão mandando o paciente “conversar” um pouco com o Guerreiro. Ora, será mesmo o Plano B? Caso se confirme significa que o grupo do “doutor” está caindo fora?"




Observação: republico aqui este trecho da "Rapidinhas de Búzios" do Jornal do Totonho pela importância do assunto e também pelo fato de muitos políticos buzianos, quando criticados, fazerem de conta que não é com eles, até que as coisas sejam esquecidas. O blog está à disposição do ex-vereador e ex-vice-prefeito de Búzios Alexandre Martins para os esclarecimentos que achar necessários. 

Machista, covarde e agressor.

Foto do blog podegiz

"Estávamos no ato, no Costa Azul Iate Clube, em Cabo Frio, contra o vice-lider do governo Pezão, deputado da cidade Janio Mendes e cantávamos palavras de ordem e explicavamos à população que o Governo Pezão ataca trabalhadores e precariza serviços que prejudicam à população. Tudo estava tranquilo quando no fim do evento do PDT, o senhor Ciro Gomes veio até mim perguntando se era eu que queria falar com ele. Nós estávamos cantando "pensa que me enrola" e continuamos cantando. Ele insistia com a pergunta: é vc que quer falar comigo? Numa atitude provocativa. Ao meu lado, o presidente do PDT, sr. Carlos Lupi, segurou a cabeça de uma estudante, com força, com as duas mãos como quem puxa para dar um beijo. Ela tirou as maos dele e disse: me larga. Ele então meteu a mão no rosto dela e a chamou de putinha. Ela disse: está me chamando de que? Ele disse: putinha! E repetiu várias vezes".

Muito triste testemunhar um ato covarde, machista e desequilibrado desse senhor!!

A aluna ligou para mãe que decidiu ir à delegacia fazer o B.O.



Agressores, NÃO PASSARÃO!!
Machistas, NÃO PASSARÃO!!


Professora Denize Alvarenga


Fonte: "blogpodegiz"

sexta-feira, 18 de março de 2016

Impeachment não é golpe; OAB decide apoiar processo de afastamento de Dilma

Relatório aponta pedaladas, isenção fiscal para Fifa e obstrução da Justiça.


Membros contrários criticaram Lava Jato;

apoiadores defenderam apuração.


O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu, nesta sexta-feira (19), apoiar a instauração do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso. A maioria das bancadas estaduais da entidade aprovou relatório que aponta suposto comentimento de crime de responsabilidade pela petista no atual mandato.

Das 27 bancadas estaduais, somente a do Pará votou contra o apoio. Também votaram contra dois membros vitalícios do Conselho, Marcelo Lavenère e José Roberto Batochio.


O parecer, assinado pelo advogado Erick Venâncio, acusa a presidente não só por ter autorizado as chamadas "pedaladas fiscais" (atraso no pagamento a bancos para maquiar as contas públicas); mas também a renúncia fiscal concedida à Fifa para a Copa do Mundo de 2014; e uma suposta interferência na Operação Lava Jato, inclusive com a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Casa Civil.K

Essas condutas, ao meu sentir, demonstram de forma clara que ela se afastou de seus deveres constitucionais, incorrendo em crimes de responsabilidade, que devem ser sim apurados pela via do processo de impeachment”, afirmou Venâncio na leitura de seu voto.


Em entrevista, o relator destacou a suspeita de "obstrução da Justiça", também levando em conta fatos narrados pelo senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS). Em delação premiada, ele disse ter atuado, em nome de Dilma, para que o ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas fosse nomeado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) sob o compromisso de libertar empreiteiros presos por suspeita de corrupção na Petrobras.

Ele também ressaltou que a decisão da OAB não significa condenação da presidente. "Não estamos a condenar ninguém, não temos por força constitucional poder para julgar a presidente da República. Quem julgará é Câmara fazendo juízo de admissibilidade e depois o Senado Federal", afirmou.


Na reunião da OAB, que durou todo o dia, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, pediu a palavra para defender o mandato de Dilma. Na tribuna, afirmou que as pedaladas foram cometidas somente em mandato anterior, o que não permitiria, conforme a Constituição, processar a presidente.

Além disso, ressaltou que os fatos narrados por Delcídio ainda precisam ser investigados e não constituem provas de qualquer irregularidade. “Collor teve direito a uma CPI que o investigasse. Nós pedimos só o direito a sermos investigados antes que esse colegiado tome decisão inclusive fazendo referência a provas que nós advogados sempre repudiamos”, disse, em referência às gravações envolvendo Lula e Dilma.

Durante a sessão, conselheiros contrários e favoráveis ao impeachment se alternaram no microfone. Críticos da Operação Lava Jato, alguns advogados atacaram o juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações na primeira instância.

"Não quero a ditadura de homens togados, tenho nojo dela também. O juiz Sérgio Moro abandonou os meios devidos, violou a privacidade das pessoas. Podemos estar dando de comer ao monstro que vai engolir a cidadania brasileira dentro de alguns anos", afirmou o presidente da OAB do Rio de Janeiro, Felipe de Santa Cruz.

O presidente da OAB do Rio Grande do Sul, Ricardo Breier, por sua vez, criticou a atual crise ética instalada no país. "Os pilares da Justiça, do Estado Democrático de Direito, estão ruindo nesse país por aqueles que detêm o poder", afirmou.


Na sessão, a maioria dos conselheiros alertou para a suposta violação das prerrogativas dos advogados pela revelação de conversas interceptadas entre Lula e um de seus advogados, Roberto Teixeira.


Renan Ramalho
Do G1, em Brasília


Fonte: "g1"

Último grampo do Lula


Brasil virou país de advogados; cada um usa os fatos a favor de sua causa

Há 99 anos, o dramaturgo italiano Luigi Pirandello (1867-1936) publicou uma peça de teatro chamada "Assim é (se lhe parece)". Observar os acontecimentos das últimas semanas no Brasil através das redes sociais é como estar na plateia dessa peça centenária e tentar chegar a alguma conclusão que faça sentido em tempo real – sem saber até onde isso é possível neste momento de ânimos e gestos exaltados no país.

Os fatos são os fatos, goste-se deles ou não. Mas uma torrente apaixonada de interpretações de lado a lado tem afogado qualquer objetividade. O que temos, hoje, são versões e pontos de vista que pouco (ou nada) dialogam com seus contrários. É o que acontece na peça de Pirandello, onde cada um adapta as informações disponíveis às próprias convicções ou interesses.

Viramos uma nação de advogados, cada qual se agarrando a evidências (de culpa ou inocência, estamos em modo perigosamente binário) para defender seus clientes ou causas.

Nada escapa à guerra aberta de versões. Ninguém se contenta mais em ser mero espectador. Até mesmo não se posicionar – sobre o Lula, a Dilma, o Moro, o Delcídio, a manifestação, a babá ou a babá da babá – é proibido: os que escolheram não escolher lado têm sido xingados de "isentões". Com este carimbo, vem a condenação: ou você concorda com o meu lado ou você é conivente com os "golpistas".

O problema é que não há consenso sobre de onde virá o "golpe".
Há quem diga que ele está sendo forjado pela oligarquia branca e alérgica ao povo, com o apoio massificante da "grande mídia" e a inocência útil de 3,6 milhões de pessoas incapazes de pensar, que foram às ruas pedir a renúncia ou o impeachment de Dilma no último domingo.

Outros garantem que foi Lula, suspeito de crimes na Operação Lava Jato, quem virou a mesa; ao se tornar ministro-chefe da Casa Civil, ganhou espaço para manobrar contra o impeachment e as investigações.

Há os que defendem a tese do autogolpe: ao levar Lula de volta ao Palácio do Planalto, Dilma se colocou como figura meramente decorativa. E há ainda os que afirmam que o golpista é o juiz Sergio Moro, que escolhe a dedo os vazamentos de grampos telefônicos e delações premiadas apenas para prejudicar (insira aqui o seu prejudicado: Aécio, Lula, Dilma, Renan, Temer, Cunha, Odebrecht...). 

Assim é, se lhes parece.

O mesmo exercício de retórica (ou "farsa filosófica", diria o dramaturgo) ocorre com as delações. Especialmente a do senador Delcídio do Amaral, compartilhada e comentada largamente – desde que o denunciado jogue no outro time.

Idem para os áudios vazados de Lula: ?

O clima é de histeria coletiva, como a que toma a cidadezinha do sul da Itália onde se passa a história de Pirandello. O episódio da babá no domingo de protestos é um exemplo.

Pouco adiantou ela própria ter dado entrevista e dizer que prefere usar o uniforme a gastar as próprias roupas no trabalho. Houve quem a chamasse de "capitão do mato" por não se revoltar contra a opressão de seu patrão – para "piorar", o sujeito é banqueiro, torce pro Flamengo e aparece na foto vestido de verde-e-amarelo, as cores dos "coxinhas". E as escolhas da mulher, como ficam?

Muita gente viu racismo explícito neste episódio, assim como houve quem tenha dito que a volta de Lula ao poder foi uma vitória do... machismo. A tese da peça de Pirandello, encenada por todos nós neste exato momento, é de que o relativismo extremado frustra e abala as relações sociais. E não é difícil que descambe para a violência.

Um casal foi agredido por manifestantes pró-impeachment na avenida Paulista na última quarta-feira simplesmente porque tinha uma bicicleta vermelha (!) e "cara de petistas".

Mas será que eram mesmo do PT? O vídeo que mostra o episódio não deixa claro. É uma cena de violência gratuita. Mas assim é, se lhes parece. Ou, como diz a controversa senhora Frola no fim da peça do dramaturgo, "eu sou aquela que se crê que eu seja".

O fato de que não existe apenas uma verdade, mas pontos de vista que muitas vezes são opostos – e plausíveis – não pode ser motivo para romper contratos sociais, como a liberdade de expressão, o direito de ir e vir e o combate à violência. O fim do diálogo é o triste início dos totalitarismos. Temos que refletir muito. E voltar a conversar.

Ricardo Calazans, jornalista e colaborador da BBC Brasil



quinta-feira, 17 de março de 2016

Vereadores, não entendi

Deu no site da Câmara que os “Vereadores de Búzios não Terão Mais Direito a Diárias” e que “com a Medida o Legislativo espera reduzir 85% com o gasto de diárias”.

Sinceramente, confesso que não entendi. Ora, pois pois. Se os vereadores não terão mais direito a diárias, com a medida o legislativo não vai ter mais gasto algum com as diárias. Sendo assim, o legislativo vai reduzir em 100% o gasto com as diárias. Ou não?

Veja abaixo a matéria no site da Câmara:

Vereadores de Búzios não Terão Mais Direito a Diárias

Com a Medida, Legislativo espera reduzir 85% com o gasto de diárias

No dia 22 de dezembro do ano passado foi encaminhado um projeto de resolução, de autoria do então presidente da Câmara de Búzios Henrique Gomes, visando suspender a diária dos vereadores. Após pareceres favoráveis da Comissão de Constituição e Justiça e da Comissão de Finanças e Orçamento, o projeto foi incluído na Ordem do Dia desta quinta-feira(17), sendo aprovado por unanimidade. Com essa medida, o Legislativo espera reduzir o gasto com diárias em 85%.

A diária é um dispositivo que atende ao vereador e ao servidor em casos de deslocamento para fora dos limites do município. O valor de cada diária da Câmara de Búzios é de 200 a 400 reais, de acordo com a distância e pernoite.

Para Henrique Gomes, este dispositivo não se enquadra no contexto atual de crise que o país e os municípios atravessam e converge com outras iniciativas de corte de gastos do Legislativo implantadas em sua gestão. "Quando a Câmara toma essa atitude, ela mostra que está consciente de que não há espaço para esse tipo de gasto nesse momento."





Prefeito bobão puxa-saco de Lula e se dá mal

Prefeito Eduardo Paes, foto Levy Ribeiro O Dia
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, conversou por telefone com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na noite de quarta-feira 16), a Operação Lava Jato divulgou áudios obtidos após a quebra de sigilo telefônico de Lula. 

Na conversa, Paes cita Lula como proprietário do sítio em Atibaia. Lula limita-se a dar risadas.

Leia a íntegra da conversa

Abaixo, a íntegra da conversa entre Eduardo Paes e Lula:
Lula: Alô!
Eduardo Paes: Meu amigo!
Lula: Querido prefeito, tudo bem?
Eduardo Paes: "Cê" não precisa de solidariedade, mas tô ligando pra te dar um abraço. Dizer que tô contigo nesse absurdo aí que fizeram com o senhor na sexta-feira. É um escândalo. É uma vergonha.
Lula: Obrigado, querido.
Eduardo Paes: Tem que ter muita carcaça. Seu posicionamento foi excepcional. Tem que parar com essa palhaçada no Brasil. Tá demais mesmo. Passou de todos os limites, Presidente.
Lula: Todos os limites! Isso é verdade. Passou dos limites.
Eduardo Paes: Esse negócio do Delcídio então. Eu falo até pelo meu caso aqui que eu vi na suposta delação premiada dele. Esse negócio de acordo na CPI né.
Lula: O Delcídio foi uma vergonha!
Eduardo Paes: É livro de memória que o cara fica...Vira delação premiada é ficar fazendo livro de memória entendeu?
Lula: É isso.
Eduardo Paes: Ah, porque teve uma conversa. E assim, a conversa (ininteligível). Eu e o..... Como é o nome do relator, sei lá, a porra do deputado do PMDB, fica tentando convencer o ACM Neto que não tinha prova nenhuma contra o "seu" filho. Que tinha que tirar o nome do relatório senão não votava aquele negócio, entendeu? Como é que ia fazer um negócio sem prova nenhuma. Eu me lembro direitinho desse negócio. E o cara conta como se fosse um escândalo, entendeu? Uma coisa que eu mesmo já falei quinhentas vezes pra imprensa.
Lula: Um bando de filha da puta, Eduardo. Eu vou contar uma coisa pra vc.
Eduardo Paes: Foda.
Lula: Olha, deixa eu lhe falar uma coisa. Esses meninos da Polícia Federal e esses meninos do Ministério Público, eles se sentem enviado de Deus.
Eduardo Paes: É, mas eles são todos crentes. Os caras do Ministério Público são crentes né.
Lula: É uma coisa absurda. Uma hora nos vamos conversar um pouco porque eu acho que eu sou a chance que esse país tem de brigar com eles pra tentar colocá-lo no seu devido lugar. Ou seja, nós criamos instituições sérias, mas tem que ter limites, tem que ter regras.
Eduardo Paes: É. Não. Passou de todos os limites mesmo. A gente fica com medo de conversar com as pessoas agora.
Lula: Lógica porra!
Eduardo Paes: Eu tô cheio de obra aqui. Odebrecht da vida, OAS, de todas essas empreiteiras. Eu fico com medo. O cara pede pra eu receber, eu fico com medo de receber.
Lula: É lógico. Porque agora toda obra. Esses caras têm quinhentas obras nesse país. Todas elas estão criminalizadas. Ah, vai tomar no cú porra.
Eduardo Paes: É foda. Não. "Cê" vê, o próprio Delcídio. O cara era presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, eu fui conversar com ele lá um dia, aí ele vai fazer lá o negócio dele lá com o tal do Cerveró, com o filho do Cerveró, depois de conversar comigo. Daqui a pouco eu tô no meio daquela história. É um negócio de doido.
Lula: (risos) É isso, querido.
Eduardo Paes: Eu vou me trancar em casa porra. Eu não converso mais com ninguém.
Lula: É isso, querido.
Eduardo Paes: Mas óh, meu amigo, falando sério eu tô aqui do teu lado.
Lula: Obrigado.
Eduardo Paes: Conta comigo aqui. O senhor sabe da minha gratidão, da minha admiração.
Lula: Obrigado, querido.
Eduardo Paes: Aqui o senhor tem um soldado. Tô aqui administrando as minhas crises também. Segurando (ininteligível). Eu sempre tenho que falar uma coisa pro senhor: a minha vida começou com Lula e Cabral. Terminou com Dilma e Pezão. Puta que me pariu!
Lula: (Risos)
Eduardo Paes: O senhor não faz ideia de como eu tô sofrendo. É uma foda!
Lula: Mas você com todo o problema, querido, você ainda tá, é abençoado por Deus por causa dessa Olimpíadas, viu, Porque os outros...
Eduardo Paes: É verdade! Verdade.
Lula: Os outros prefeitos que eu converso "tão fudido"...
Eduardo Paes: Verdade. Verdade. Mas, presidente, se tiver Olimpíadas com Vossa Excelência e com Sergio Cabral é uma coisa. Segurar com aquele bom humor da Dilma e do Pezão sabe...
Lula: Não é fácil, querido.
Eduardo Paes: Sabe aquele personagem que tinha...
Lula: Mas o teu bom humor e a tua competência superam isso, querido.
Eduardo Paes: Foda. Mas "tamo junto" aí, Presidente.
Lula: Tá bom. Obrigado, querido.
Eduardo Paes: (Ininteligível) ... meu carinho aí, "tamo junto". Minha solidariedade, vamos em frente nessa história. Agora, da próxima vez o senhor me para com essa vida de pobre, com essa tua alma de pobre comprando "esses barco de merda", "sitiozinho vagabundo", puta que me pariu!
Lula: (Risadas)
Eduardo Paes: O senhor é uma alma de pobre. Eu, todo mundo que fala aqui no meio, eu falo o seguinte: imagina se fosse aqui no Rio esse sítio dele, não é em Petrópolis, não é em Itaipava. É como se fosse em Maricá. É uma merda de lugar porra!
Lula: (Risos)
Eduardo Paes: Esse barquinho dele é em São Pedro da Aldeia, Araruama. Não é em Búzios nem Angra porra!
Lula: (risos) Puta que o pariu!
Eduardo Paes: É um cafona. O senhor não perdeu essa sua alma de pobre. Isso que é a maior desgraça que eu tô vendo nesse processo todo porra. (risos)
Lula: É isso. É isso. Mas eu já sabia disso. Tá bom, querido. Obrigado, Eduardo.
Eduardo Paes: Qualquer coisa me liga aí, Presidente. Um forte abraço.
Lula: Muito obrigado, meu querido.
Eduardo Paes: Valeu. Tchau, tchau.
Fonte: Veja / Estadão.