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sábado, 10 de julho de 2021

Pobre cidade rica: Raio X da miséria e da má gestão

Neste ano (2021), entre janeiro e junho, foram disponibilizados pelo governo federal para Armação dos Búzios os valores abaixo. Um total de R$ 6.417.435,00.  Arraial do Cabo recebeu 5,5 mi; Araruama, 37,2; Cabo Frio, 40,2; Iguaba Grande, 4,7 e; São Pedro da Aldeia, 24,1 milhões de reais.  

Programas sociais disponibilizados para Búzios

O benefício médio recebido nos seis meses do ano por cada favorecido foi de R$ 2.534,53. O que significa R$ 422,42 por mês. Cada favorecido de Arraial do Cabo recebeu R$ 2.405,81; Araruama, R$ 2.501,11; Cabo Frio, R$ 2.453,71; Iguaba Grande, R$ 1.946,58 e; São Pedro da Aldeia, R$ 2.742,82.  

Média por beneficiário no ano em Búzios

2.532 moradores de Búzios são beneficiários dos programa sociais do governo federal. Em Arraial do Cabo são 2.282; Araruama, 14.912; Cabo Frio, 16.399 ; Iguaba Grande, 2.449 e; São Pedro da Aldeia, 8.791.


Quantidade de beneficiários

9,19% da população de Armação dos Búzios é favorecida por alguma política social do governo federal. Arraial do Cabo, 8,23%; Araruama, 13,31%; Cabo Frio, 8,81%; Iguaba Grande, 10,72% e; São Pedro da Aldeia, 10,00%

  

Percentual da população que recebe as políticas sociais do governo federal

Meu comentário:

Má gestão dá nisso. Estamos falando de pessoas que viviam em situação de extrema miséria. Com esses auxílios, passam a viver em situação de pobreza na rica e badalada Região dos Lagos. Alguns vivem dizendo por aí que o povo da região não sabe votar. Obviamente que votam com a consciência que possuem. Não com as nossas mentes esclarecidas. Quando o portador do voto não tem suas necessidades básicas atendidas ele não pode votar como a gente. Ele procura através do voto suprir alguma das suas necessidades básicas.  Só conseguirão votar "certo" no dia que conquistarem condições dignas de vida e não precisarem mais de auxílio de governo algum. A luta é essa: educação e políticas públicas de trabalho e renda.       

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil: 1 - Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares

 

Objetivo 1: Erradicação da pobreza

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil 

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.

Objetivo 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares

1.1 Até 2030, erradicar a pobreza extrema para todas as pessoas em todos os lugares, atualmente medida como pessoas vivendo com menos de US$ 1,90 por dia

1.2 Até 2030, reduzir pelo menos à metade a proporção de homens, mulheres e crianças, de todas as idades, que vivem na pobreza, em todas as suas dimensões, de acordo com as definições nacionais

1.3 Implementar, em nível nacional, medidas e sistemas de proteção social adequados, para todos, incluindo pisos, e até 2030 atingir a cobertura substancial dos pobres e vulneráveis

1.4 Até 2030, garantir que todos os homens e mulheres, particularmente os pobres e vulneráveis, tenham direitos iguais aos recursos econômicos, bem como o acesso a serviços básicos, propriedade e controle sobre a terra e outras formas de propriedade, herança, recursos naturais, novas tecnologias apropriadas e serviços financeiros, incluindo microfinanças

1.5 Até 2030, construir a resiliência dos pobres e daqueles em situação de vulnerabilidade, e reduzir a exposição e vulnerabilidade destes a eventos extremos relacionados com o clima e outros choques e desastres econômicos, sociais e ambientais

1.a Garantir uma mobilização significativa de recursos a partir de uma variedade de fontes, inclusive por meio do reforço da cooperação para o desenvolvimento, para proporcionar meios adequados e previsíveis para que os países em desenvolvimento, em particular os países menos desenvolvidos, implementem programas e políticas para acabar com a pobreza em todas as suas dimensões

1.b Criar marcos políticos sólidos em níveis nacional, regional e internacional, com base em estratégias de desenvolvimento a favor dos pobres e sensíveis a gênero, para apoiar investimentos acelerados nas ações de erradicação da pobreza

Fonte: "ONU"

Meu comentário: 

O Sr. prefeito Alexandre Martins sabe quantas pessoas vivem hoje em Búzios com menos de US$ 1,90 por dia? Isso equivale a menos de R$ 9,99 por dia ,e de R$ 299,70 por mês.  

sábado, 8 de junho de 2019

Búzios é o campeão no Rio de Janeiro em perfis suspeitos do Programa Bolsa Família

Armação dos Búzios. Perfis suspeitos do Programa Bolsa Família


Armação dos Búzios é o município do Rio de Janeiro que apresenta o maior percentual de recursos destinados a perfis suspeitos em relação ao total recebido pela cidade do Programa Bolsa Família. Do total recebido por ano (R$ 8.220.757,00), 7,94% (R$ 652.788,00) foram recebidos por perfis suspeitos, ou seja, foram recebidos por beneficiários que apresentaram indicativos de capacidade econômica superior aos limites legais do programa. 

O levantamento foi realizado pelo Ministério Público Federal (MPF) que desenvolveu uma ferramenta de inteligência para apurar possíveis irregularidades relativas ao requisito legal de renda para inclusão de pessoas no Programa Bolsa Família, do Governo Federal.

As bases de dados cruzados foram fornecidas pelo próprio Governo Federal, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pela Receita Federal e pelos Tribunais de Contas estaduais e municipais, na maior mobilização de instituições para fiscalizar o programa. O período de fiscalização abrange todos os valores pagos no período de 2013 a maio de 2016.

A plataforma digital identificou grupos de beneficiários com indicativos de renda incompatíveis com o perfil de pobreza ou extrema pobreza exigido pelas normas do programa Bolsa Família para a concessão do benefício.

Perfis suspeitos: 
1) PERFIL FALECIDOS
2) PERFIL SERVIDORES PÚBLICOS cujo clã familiar possui até quatro pessoas
3) PERFIL DOADORES DE CAMPANHA que doaram valores superiores aos recebidos pelo programa
4) PERFIL EMPRESÁRIOS
5) PERFIL SERVIDORES DOADORES DE CAMPANHA.

A ferramenta criada pelo MPF também permitiu a classificação de todos os municípios brasileiros segundo o percentual de recursos destinados a perfis suspeitos em relação ao total recebido pela cidade. Dentre as capitais, as que apresentaram maiores percentuais de perfis suspeitos foram Palmas (9,23%) e Boa Vista (8,29%), enquanto Belém (2,46%) e Manaus (2,32%) apresentaram os menores índices.

Considerando todos os municípios, os maiores índices de suspeita de pagamentos irregulares, levando em conta o valor total recebido pelo município, foram identificados em Rio da Conceição (TO), Imbé (RS), Aurora (CE), Murutinga do Sul (SP) e Araguainha (MT).

O diagnóstico do MPF em relação ao programa Bolsa Família alcançou todos os 5.570 municípios brasileiros. Desse total, 30 cidades não apresentaram indícios de qualquer pagamento suspeito.

O Rio Grande do Sul é o estado com maior número de municípios para os quais não foram detectados indícios de irregularidade (com 21 municípios na lista), seguido de Santa Catarina (com seis), São Paulo (com dois) e Minas Gerais (com um)

Entre os 92 municípios do Rio de Janeiro, Armação dos Búzios, como disse acima, é o campeão em perfis suspeitos: 7,94% (188 recebedores suspeitos). Percentual muito superior ao índice nacional que é de 3,84% (3,8 bi em valores suspeitos de 86,1 bilhões de reais gastos com o Programa Bolsa Família por ano em todos os 5.570 municípios brasileiros). Arraial do Cabo é o 6º com 6,47%, seguido de Iguaba Grande, em 7º, com 6,46%. Cabo Frio é o 8º com 6,32% gasto com perfis suspeitos.   

Fonte: "raioxbolsafamilia"

Meu comentário: 
Venho dizendo que Búzios é um município diferente. Alguns retrucam: que nada, todos os municípios brasileiros são iguais, em todos existe corrupção. Mas em Búzios tem algo diferente. Aqui, a corrupção, assim com o ego, atinge níveis alarmantes. Até o Bolsa Família o pessoal rouba. Quase 8% é tungado. Entre os perfis suspeitos, temos insuspeitos empresários e funcionários públicos. De onde vem esse hábito de cometer tantos malfeitos? De nossa formação histórica? Faz-se necessário um estudo sociológico urgente dessa questão, pois essa praga impede que a rica Búzios garanta uma melhor qualidade de Búzios para seu povo.


segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Banco Mundial alerta para desigualdades de renda no Brasil

Infográfico retratar desfile de desigualdades na Sapucaí. Imagem: Banco Mundial
Em 1971, o economista holandês Jan Pen publicou um tratado sobre a distribuição de renda no Reino Unido, no qual descreveu um desfile reunindo das pessoas mais pobres, na abertura, às mais ricas, no fim. Neste mês, um estudo do Banco Mundial propôs o mesmo exercício para o Brasil, colocando na Sapucaí “o desfile mais estranho da história”.

Favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro. Foto: Agência Brasil/Tomaz Silva

Em 1971, o economista holandês Jan Pen publicou um célebre tratado sobre a distribuição de renda no Reino Unido, no qual descreveu um desfile reunindo das pessoas mais pobres, na abertura, às mais ricas, no fim. Daí surgiu o termo “O Desfile de Pen”. Neste mês, um estudo do Banco Mundial para a América Latina e Caribe propôs o mesmo exercício para o Brasil, colocando na Sapucaí “o desfile mais estranho da história”.

Por muito tempo, só se veriam pessoas incrivelmente pequenas (apenas alguns centímetros de altura), um incrível desfile de anões. Levaria mais de 45 minutos para os participantes alcançarem a mesma altura que os espectadores. Nos minutos finais, gigantes incríveis, mais altos do que montanhas, apareceriam”, descreve o relatório, produzido pelo Gabinete do Economista-Chefe da regional do Banco Mundial.

O encerramento seria feito pelos milionários brasileiros, que teriam dois terços de seus corpos a 100km acima do nível do mar.

No mês em que a comunidade internacional lembra o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, 17 de outubro, o Banco Mundial divulgou um infográfico que retrata esse desfile na Sapucaí.

Dados do Banco Mundial mostram que a contração da economia brasileira em 2015 e 2016 freou uma década de redução continuada da pobreza. Entre 2003 e 2014, a parcela da população brasileira vivendo com menos de 5,50 dólares por dia (na paridade do poder de compra de 2011) caiu de 41,7% para 17,9%. Essa tendência se reverteu em 2015, quando a pobreza aumentou para 19,4%.

As crescentes taxas de pobreza do Brasil têm sido acompanhadas por um salto na taxa de desemprego, que cresceu quase seis pontos percentuais do primeiro trimestre de 2015 e chegou a 13,7% da população no primeiro trimestre de 2017”, aponta o organismo financeiro.

Em 2018, como o crescimento econômico deve ser abaixo do esperado – ficando em 1,2% –, as taxas de pobreza devem se manter altas.

A miséria se distribui de forma desigual pelo país: afeta 6,1% dos cidadãos no Rio Grande do Sul, mas chega a 44,9% no Amapá. O problema é mais grave na zona rural, onde mais de um terço (38,1%) da população vive em pobreza, comparado a menos de um quinto (17,6%) nas áreas urbanas.

Já a desigualdade social, depois de diminuir 8,5% entre 2001 e 2014, voltou a aumentar com a crise econômica a partir de 2015. O índice de Gini, que tinha caído de 59,4 para 51,5 no período, foi a 53,1 em 2016, tornando o desfile carnavalesco das classes sociais brasileiras cada vez mais estranho.

Na Região dos Lagos, dados de 2010, indicam que Arraial do Cabo é o município menos desigual com índice de Gini igual a 47,0, seguido de São Pedro da Aldeia com 50,0. Em terceiro, temos Armação dos Búzios, 51,0.Em quarto, Rio das Ostras, com 53,0. Empatados, em quinto, temos Cabo Frio e Araruama, com índice 54,0. E Iguaba Grande, como o município mais desigual da Região dos Lagos, com índice de Gini igual a 56,0  

Para a elaboração do infográfico, o Banco Mundial utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2018, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2017, do Conselho Nacional de Justiça e do relatório do Banco Mundial Dos Riscos Desconhecidos aos Cisnes Negros: como Gerenciar o Risco na América Latina e Caribe.


domingo, 20 de março de 2016

De pires na mão, Prefeito de São Pedro da Aldeia deixa Eduardo Paes sem a devida resposta

Chumbinho, Prefeito de São Pedro da Aldeia, foto do blog da Berenice Seabra

Prefeito do Rio Eduardo Paes em diálogo com Lula, interceptado pela operação Lava Jato, desmerece a cidade de São Pedro da Aldeia e o seu Prefeito Chumbinho diz, em nota, que não vai se manifestar. 
Veja o trecho do grampo que faz referência à São Pedro da Aldeia:
Eduardo Paes: O senhor é uma alma de pobre. Eu, todo mundo que fala aqui no meio, eu falo o seguinte: imagina se fosse aqui no Rio esse sítio dele, não é em Petrópolis, não é em Itaipava. É como se fosse em Maricá. É uma merda de lugar porra!
Lula: (Risos)
Eduardo Paes: Esse barquinho dele é em São Pedro da Aldeia, Araruama. Não é em Búzios nem Angra porra!
Lula: (risos) Puta que o pariu!
Eduardo Paes: É um cafona. O senhor não perdeu essa sua alma de pobre. Isso que é a maior desgraça que eu tô vendo nesse processo todo porra. (risos)
Veja a nota oficial da Prefeitura de São Pedro da Aldeia:
"Em respeito ao período conturbado de recessão econômica que estamos enfrentando e em razão da atual crise política que o País está encarando, o Prefeito não vai se manifestar sobre as declarações do Prefeito do Município do Rio de Janeiro registrando, desde já, o convite para que o mesmo venha conhecer as belezas e maravilhas da querida São Pedro da Aldeia".
Fonte: "extra.globo"

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Violência e miséria na Região dos Lagos

Procurando contribuir para o debate sobre a relação entre violência e condição socioeconômica, apresento  a seguir dados do DATASUS que, ao meu ver, demonstram que  a esquerda não está tão errada assim ao acreditar que a violência tem muito a ver com a condição socioeconômica. Quando digo que tem muito a ver não estou dizendo que a condição social seja a única causa. Existem outras motivações  de ordem cultural, psicológica, etc, mas, com certeza, é a principal causa. 

Acredito que estes dados extraídos de nossa realidade próxima- municípios da Região dos Lagos- sejam mais esclarecedores do que qualquer discussão teórica acerca do tema.

O DATASUS faz há algum tempo um levantamento de todas as causas deóbitos em todos os municípios brasileiros. Uma causa de óbito chama a atenção e diz respeito ao tema. São as chamadas “agressões”. Em 2011, foram registrados pelo sistema SUS 1.002 óbitos (474 por local de residência e 528 por local de ocorrência) por agressões na outrora pacata Região dos Lagos. Peguemos uma das principais agressões, a  "agressão por disparo de arma de mão". O Instituto Sangari, contratado pelo Ministério da Justiça, se baseia nesses dados para elaborar o Mapa da Violência do Brasil.

Em nossa "tranquila" Região dos Lagos, em 2011, ocorreram 236 óbitos por "disparo de arma de mão": 113 por local de residência e 123 por local de ocorrência. Para o nosso objetivo, esta diferenciação não tem importância. Vamos considerar os dados globais.

Desses 236 óbitos toatais, 148 (71 residentes e 77 não residentes) ocorreram em Cabo Frio, 58 em São Pedro da Aldeia, 20 em Búzios, 7 em Arraial do Cabo, 2 em Iguaba Grande e 1 em Araruama. 

O DATASUS serve para nossa argumentação porque não se limita apenas a registrar números de óbitos. Apresenta-nos alguns dados socioeconômicos dessas pessoas mortas. A maioria (125 , 52%) é constituída de jovens com idade compreendida entre 20 e 29 anos (32%) e 15 a 19 anos (20%); são majoritariamente  homens; apenas 24 são mulheres; 131 (55%) foram considerados pretos ou pardos; brancos, 103; de 230 não se conseguiu descobrir a quantidade de anos de estudos; 183 são solteiros; 133 morreram em via pública, apenas 41 em hospital. 

Compreende-se que os dados não sejam muito precisos. Afinal estamos falando de homicídios. Mas o dado "cor" é muito revelador. Ninguém contesta que as pessoas de "cor" preta ou parda pertecem às classes mais exploradas economicamente e oprimidas socialmente. Provavelmente não temos doutores, ou pessoas com muitos estudos, já que a quantidade de anos de frequência escolar é ignorada. Se não bastasse isso, ainda teríamos testemunhos. Quem na Região dos Lagos não soube ou presenciou a ocorrência de mortes em vias públicas,  de jovens, de cor preta ou parda, com pouco ou nenhum estudo e pertencentes a família pobres?   



quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Pobres e miseráveis da Região dos Lagos

Antigo lixão de Baía Formosa, foto de marcostristao2

Tendo em vista que o Programa Bolsa Família (PBF) completou 10 anos de existência com 13,8 milhões de famílias beneficiárias e orçamento de 23 bilhões de reais, resolvi pesquisar o atual estágio do programa na nossa Região dos Lagos, incluindo, como sempre faço, o município de  Rio das Ostras para efeitos comparativos.

Como não poderia deixar de ser o município da Região dos Lagos que tinha menos miseráveis ("extrema pobreza" para o IBGE: aqueles que vivem com 1/4 do salário mínimo) em 2010 foi Rio das Ostras. Da sua população total, 6,27% (6.580 pessoas) viviam com até 1/4 do salário mínimo. 

Rio das Ostras também foi o município da Região que mais reduziu a porcentagem de miseráveis na década passada (2000-2010): 13,66% miseráveis em 2000 e 6,27% em 2010. Uma redução de 54%.

Rio das Ostras também foi o município que tinha menos pobres. Viviam em situação de pobreza (aqueles que vivem com menos de 1/2 salário mínimo, segundo o IBGE), em 2010,  19,07% de sua população (20.014 pessoas). Destas, apenas 71%, 14.269 pessoas (equivalente a 4.197 famílias) recebiam do PBF, consumindo R$ 3.278.136,00 dos recursos do Governo Federal. Hoje, 5.349 famílias estão contempladas.

Registre-se que Rio das Ostras é o único município entre os analisados que possui Orçamento Participativo e políticas públicas de trabalho e renda sólidas e estruturadas como  a Zona Especial de Negócios (ZEN).
   
O segundo município que possuía menos miseráveis foi Arraial do Cabo com 8,30% (2.292 pessoas). Na década, reduziu a porcentagem de miseráveis em 31%. Eram 11,98% em 2000. Viviam em situação de pobreza 25,37% (7.010 pessoas) da sua população. Recebiam o Bolsa Família em 2010 76% dos pobres, correspondentes a  5.392 pessoas (1.634 famílias ) consumindo R$ 1.482.541,00. Este ano o número de famílias atendidas pelo Programa Bolsa Família aumentou para 1.860.    

Em terceiro lugar, temos Armação dos Búzios com 8,98% (2.450 pessoas) se sua população vivendo em condições miseráveis. Em 2000, eram 12,60%. Uma redução de 29%. Viviam em situação de pobreza 6.204 pessoas (22,75% da população) com 96% delas (5.953 pessoas, 1804 famílias) atendidas, consumindo R$ 1.529.338,00. Em 2013, o número de famílias que recebem o Programa Bolsa Família diminuiu para 1.752. Uma redução de 52 famílias. Abriram mão por já poderem caminhar com as próprias pernas, sem ajuda do Estado ou foram cortadas por fraude? A secretaria de Desenvolvimento Social Trabalho e Renda poderia nos esclarecer. Um vereador já denunciou da Tribuna que até mesmo alguns funcionários públicos comissionados recebiam Bolsa Família no governo Toninho.        

São Pedro da Aldeia vem em quarto lugar com 9,62% (8.433 miseráveis). Em 10 anos o município conseguiu reduzir a proporção de miseráveis em 47%. Em 2000, São Pedro tinha 17,83% de sua população constituídas de pessoas consideradas extremamente pobres pelo IBGE. Já os pobres eram 28,86% de sua população (25.291 pessoas). Noventa por cento (22.998 pessoas, 6.571 famílias) deles atendidos pelo PBF. Gasto do PBF: R$ 5.986.947,00.  Hoje, 7.014 famílias são atendidas.  

Iguaba Grande vem a seguir com 10,01 % (2.286 pessoas). Foi o município que menos reduziu a miséria na década passada. Apenas 27%. Em 2000, o município tinha 13,54% de sua população considerada miseráveis. Dos 6.497 pobres (28,46% da população) apenas 76% (4.960 pessoas, 1.550 famílias) participavam do PBF, com gasto de R$ 1.222.597,00. Hoje, 2.010 famílias (6.432 pessoas) são atendidas. 

Cabo Frio é o penúltimo colocado neste estudo. Sua proporção de miseráveis é a segunda maior, 10,18%, que correspondem a 18.860 pessoas. Em 2000, Cabo Frio tinha 19,87% de miseráveis. Na década, conseguiu uma redução de 49%. Em 2010, tinha 27,51% (50.985 pessoas) de sua população vivendo em situação de pobreza. Destes, 85% (43.747 pessoas, 12.867 famílias) estavam no PBF, consumindo R$ 11.386.497,00 dos recursos federais. Como ocorreu em Búzios, houve uma redução no número de famílias atendidas pelo PBF de 2010 para 2013. Em 2010, eram 12.867 famílias. Em 2013, eram 12.741. Redução de 126. As razões para o fato devem ser pesquisadas.    

Em último lugar, com a maior porcentagem de miseráveis, temos Araruama com 12,80% (14.256 pessoas). Na década conseguiu reduzir a proporção de miseráveis em 32%. Em 2000, tinha 17.926 miseráveis que correspondia a 21,79% de sua população. Em 2010, tinha 39.012 pobres (35,2%), dos quais apenas 70% (27.645 pessoas, 8.131 famílias) eram atendidos pelo PBF. Gastos: R$ 8.235.866,00. Em 2013, o número de famílias atendidas passou para 10.507 ( 35.723 pessoas).

   

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Pobreza e miséria na Região dos Lagos





Proporção dos indivíduos com renda domiciliar per capita igual ou inferior a R$ 255,00 mensais, em reais de agosto de 2010, equivalente a ½ salário mínimo. O universo de indivíduos é limitado àqueles que vivem em domicílios particulares permanentes

% de vulneráveis à pobreza

                                                      1991              2000         2010

Brasil                                          58.53                48.39         32.56
Araruama (RJ)                             68.06                46.30         32.86
Armação dos Búzios (RJ)             45.49                29.67          17.24
Arraial do Cabo (RJ)                    50.64                30.85          23.61
Cabo Frio (RJ)                             57.15               40.52          25.76
Iguaba Grande (RJ)                      67.46                35.88          25.37
Rio das Ostras (RJ)                      66.97                37.45          17.08
São Pedro da Aldeia (RJ)                   63.56                    41.23            27.34


Apesar do progresso alcançado no combate à pobreza e extrema pobreza, nas últimas duas décadas, tanto a nível nacional quanto a nível regional, vale destacar mais uma vez o resultado alcançado pelo município de Rio das Ostras que, na última década, superou Búzios em termos percentuais. Reparem que, em 1991, Rio das Ostras ocupava o penúltimo lugar, com 66,97% de sua população vulneráveis à pobreza. Em duas décadas, foi o município que mais reduziu a pobreza de sua população. Reparem também que um município rico como Cabo Frio, em 2010,  tinha mais de um quarto de sua população vivendo com menos de 1/2 salário mínimo. Más gestões públicas da última década (2000-2010) dão nisso!    

sábado, 2 de julho de 2011

O Bolsa Família na Região dos Lagos

"O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa de transferência direta de renda com condicionalidades, que beneficia famílias em situação de pobreza (com renda mensal por pessoa de R$ 70 a R$ 140) e extrema pobreza (com renda mensal por pessoa de até R$ 70), de acordo com a Lei 10.836, de 09 de janeiro de 2004 e o Decreto nº 5.209, de 17 de setembro de 2004" (Ministério de Desenvolvimento Social).

Consultando o site da CEF temos, em junho de 2011, o seguinte quadro na Região dos Lagos:

1º) Araruama - 7.979 famílias participam do Programa Bolsa Família. Como a média de moradores por domicílio é de 3,11, temos 24.814 pessoas recebendo o benefício, o que representa 22,15 % da população total (112.008) do município.

2º) São Pedro da Aldeia - 5.817 famílias, 18.381 pessoas (20,91% da população total de 87.875). 

3º) Cabo Frio - 10.705 famílias, 33.399 pessoas (17,93% da população total de 186.227).

4º) Arraial do Cabo - 1.511 famílias, 4.653 pessoas (16,78% da população total de 27.715).

5º) Iguaba Grande - 1.117 famílias, 3.362 pessoas (14,71% da população total de 22.851).

6º) Armação dos Búzios - 1.264 famílias, 3.842 pessoas ( 13,94% da população total de 27.560).

7º) Rio das Ostras - 3.363 famílias, 10.223 pessoas (9,67% da população total de 105.676). 

O que se faz com os royalties? Ele é roubado? Ele é mal investido? Ou ocorrem as duas coisas? Como explicar a existência de tanta pobreza em municípios tão ricos? 

Obs: em Búzios, 3.842 votos podem eleger até 3 vereadores, 2 pelo quociente eleitoral e 1 com a sobra.