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quarta-feira, 24 de março de 2021

Datafolha mostra que Lula virou um líder com enorme passado pela frente

 

Lula.  Imagem Edilson Dantas/ Agência O Globo



Lula tornou-se para o PT um personagem paradoxal. Continua sendo o único líder nacional do partido. Mas o contencioso criminal do pajé do PT transformou-o num político de futuro duvidoso.

De acordo com o Datafolha, a maioria dos brasileiros considera justa a condenação de Lula no caso do tríplex (57%). É majoritária também a percepção de que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, agiu mal ao anular todas as sentenças da Lava Jato contra o ex-preso petista (51%).

Lula voltou a fazer pose de inocente nas manchetes. No melhor estilo "nunca antes...", apresenta-se como vítima da "maior mentira jurídica contada em 500 anos de história." Demora a admitir que sua imagem mitológica, fruto de uma construção político-religiosa, já não existe.

A divindade petista consolidou-se como um típico político brasileiro —grosso modo falando. É um político tradicional, suspeito de tudo o que se costuma suspeitar nessa fauna. Não se preocupa em provar uma hipotética inocência. Sua defesa especializa-se em esgrimir falhas processuais capazes de empurrar veredictos com a barriga.

O PT não tem como se livrar do seu maior líder. A legenda perderia a própria alma. Mas teria sido inteligente construir lideranças alternativasLula não permitiu. O petismo não conseguiu evoluir da lulodependência para o pós-Lula. Em consequência, a legenda vem perdendo espaço na preferência do eleitorado.

Lula prevaleceu nas eleições presidenciais de 2002 e 2006 com 61% dos votos válidos. Em 2010, impôs Dilma como candidata. Ela foi enviada ao Planalto com 56% dos votos. Em 2014, já com a fábula da gerentona estilhaçada, Dilma foi reeleita raspando na trave, com 52%. Foi enviada mais cedo para casa.

Na sucessão de 2018, o morubixaba petista estava na cadeia. Negou-se a conceder ao PT um habeas-Lula. Impôs ao partido o nome de Fernando Haddad, que amealhou 44,8% dos votos válidos. O antipetismo impulsionou a vitória de Bolsonaro, com 55% dos votos.

Forte o bastante para empurrar o "poste" Haddad para o segundo turno de uma disputa presidencial, o lulismo revelou-se em 2018 menor do que o antipetismoO pedaço conservador da classe média que acreditara na Carta aos Brasileiros —aquele documento no qual Lula renegara em 2002 o receituário radical que o impedia de chegar ao Planalto— tomou ojeriza pelo PT.

Virou moda dizer que a Lava Jato criminalizou Lula e o PT. EnganoO que criminalizou o partido e seu líder foi o excesso de crimes. Presenteado por Fachin com a lavagem de sua ficha suja, Lula se equipa para disputar um terceiro mandato presidencial, dessa vez sem intermediários.

Oferece ao PT o projeto-divindade. Anuncia a intenção de percorrer o país, convidando o petismo a acompanhá-lo com suas preces. O partido adere à procissão. É movido por uma fé de inspiração cristã.

O ingrediente da dúvida não faz parte do credo do PT. A legenda se alimenta da certeza de que seu único líder é uma potência moralque não deve contas a ninguém. O problema é que nem os aliados tradicionais de esquerda dão de barato que Lula prevalecerá em 2022.

Resta a Lula um consolo. No governo, informa o Datafolha, a única novidade além do negacionismo científico é que Bolsonaro, um presidente com a imagem já bem rachadinha, é visto como um estelionato eleitoral. Para 67% dos brasileiros, haverá mais corrupção no governo do capitão daqui para a frente.

A julgar pelo andar das carruagens de Lula e Bolsonaro, a sucessão de 2022 vai se tornando uma avenida com duas contramãos. Numa contramão trafega o passado pós-1964, comandado por um personagem que virou estorvo à vacinação, fala em "estado de sítio" no meio da pandemia e se refere à caserna como "meu Exército".

Noutra contramão desliza a realidade pós-2003, dirigida por um líder que tem um enorme passado pela frente. Um personagem que, estalando de pureza moral, trata como absolvição decisão judicial que se escora na alegação de "incompetência do foro" para transferir processos de Curitiba para Brasília, oferecendo uma oportunidade à prescrição.

A pesquisa do Datafolha reforça a impressão de que há uma avenida escancarada para que o representante de uma terceira via percorra. O que não existe, por ora, é candidato capaz de personificar o desalento do eleitorado que está de saco cheio da polarização.

Josias de Souza

Observação: os grifos são meus.

Fonte: "JOSIAS DE SOUZA"


quinta-feira, 11 de março de 2021

Eduardo Cunha pediu suspeição de Moro ao STF com base em mensagens da Lava-Jato

 

Eduardo Cunha. Foto: Ailton de Freitas/ Agência O Globo




A informação é da jornalista Bela Megale do jornal O Globo.

A defesa do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que seja declarada a suspeição de Sergio Moro por quebra de imparcialidade na sua atuação como juiz. O pedido foi baseado nas mensagens hackeadas da operação Lava-Jato, obtidas na Operação Spoofing. Os advogados afirmam que as conversas indicam conluio entre Moro e os procuradores da Lava Jato.

O pedido foi protocolado na terça-feira (9), pouco antes de a Segunda Turma analisar o habeas corpus feito pela defesa do ex-presidente Lula que também tem como objeto declarar a parcialidade de Moro.

A solicitação de Cunha se baseia nas mensagens de Moro e do ex-coordenador da força-tarefa de Curitiba, Deltan Dallagnol, apresentadas ao STF pela defesa do petista. No habeas corpus de 40 páginas, os advogados Ticiano Figueiredo Pedro Ivo Velloso sustentam, com base nas conversas, que se trata do "maior escândalo do Judiciário brasileiro".

Cunha foi sentenciado pelo ex-juiz de Curitiba a 15 anos de prisão no caso conhecido como petrolão. Também foram imputados a ele os crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas por manter valores na Suíça. Atualmente o deputado cumpre em casa uma ordem de prisão preventiva decretada há quatro anos e cinco meses.

DIÁLOGOS

Na peça, os advogados do ex-deputado atestam que os diálogos hackeados mostram que Moro sabia que o Ministério Público Federal (MPF) ofereceria denúncia contra familiares de Cunha antes mesmo de ela ser oficializada, o que, para a defesa, indica proximidade indevida acesso a informações privilegiadas.

"Aquela denúncia da família do Cunha vem está semana?", perguntou o então magistrado ao na época coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, em 23 de maio de 2016. Na ocasião, Cunha, embora estivesse afastado do cargo de deputado, ainda tinha foro especial perante o Supremo.

Outra conversa destacada pela defesa é de 18 de outubro de 2016, véspera da prisão do ex-deputado, que àquela altura já havia sido cassado. Segundo os advogados, nela Moro orienta Deltan a não pedir a apreensão do celular de Cunha. Havia o risco de as mensagens trocadas indicarem suspeitas de autoridades com foro, o que deslocaria a investigação para o Supremo. "Teríamos de pedir hoje [a apreensão]", escreveu Deltan. "Acho que não é uma boa", respondeu o então juiz.

A defesa diz que depois dessa conversa os dois combinam de se encontrar e que, mais tarde, Deltan informou Moro por mensagem que sua orientação seria seguida. "Cnversamos [sic] aqui e entendemos que não é o caso de pedir os celulares, pelos riscos, com base em suas ponderações."

Outro diálogo apontado pelos advogados é de 7 de julho de 2017, quando Cunha já estava preso. Segundo a defesa do ex-deputado, na ocasião, Moro indica para Deltan ser contra uma eventual delação de Cunha, o que asseguraria a ele benefícios na ação penal. "Rumores de delação do Cunha. Espero que não procedam", teclou. "Só Rumores. Não procedem. Cá entre nós, a primeira reunião com o advogado para receber anexos (nem sabemos o que virá) acontecerá na próxima terça. [...] Sempre que quiser, vou te colocando a par", respondeu Deltan, ao que o ex-juiz reiterou: "Sou contra, como sabe".

Os advogados de Cunha apontam que por lei, não cabe ao magistrado, nem mesmo nos autos, tratar do teor de delações, mas apenas verificar se cumpre requisitos formais e, nessa hipótese, homologá-la. Para a defesa do ex-presidente da Câmara, isso deixa claro que Moro, como juiz, tinha interesse em ver Cunha condenado e sem qualquer benefício.

Por mais contundentes que fossem as provas produzidas pela defesa, e mais lacunosa fosse a tese acusatória, qual a chance tinha Eduardo Cunha de não ser condenado por um juiz que nunca abriu mão de vê-lo condenado e preso?”, questiona a defesa.

Outra mensagem, de agosto de 2016, antes mesmo de os casos de Cunha baixarem do Supremo à vara de Curitiba, sugere que Moro tinha como prioridade processá-lo antes de largar a toga. Naquele ano, já se discutia uma eventual saída do magistrado. "Russo [Moro] vai sair no fim do ano mesmo, contando que já tenhamos processado o 9 e o Cunha", afirmou Deltan a um outro procurador.

"É um achincalhe do processo penal democrático saber que o magistrado da 13ª Vara Federal de Curitiba adotava, como razão de decidir, não a boa aplicação do direito, mas a concordância ou não dos procuradores, em nome da manutenção do apoio à 'Operação Lava Jato' – ou, pode-se assim dizer, à 'Equipe Moro', como se autointitulavam os procuradores" , afirmam os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.

Fonte: "Bela Megale"


domingo, 26 de abril de 2020

Eu tenho que odiar o Moro agora?

Peralta, o gado questionador  

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sábado, 25 de abril de 2020

Bolsonaro pediu a Moro que interferisse em inquérito que envolve Carlos

Presidente exigiu interferência da PF para proteger o filho Zero Dois. Foto: Sergio LIMA/AFP


Inquérito sigiloso que apura fake news no STF chegou ao vereador, apontado como mentor do chamado gabinete do ódio

Sergio Moro não mencionou em vão, em seu discurso de despedida, o incômodo do presidente Jair Bolsonaro com inquéritos específicos em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). Interlocutores do ex-juiz da Lava-Jato informaram a VEJA que a gota d’água para o pedido de demissão de Moro foi o fato de Bolsonaro exigir que a Polícia Federal e o ministro da Justiça dessem um jeito de segurar uma investigação que aponta para a participação do vereador Carlos Bolsonaro em um esquema de ataques virtuais a autoridades e propagação de fake news.

Nos últimos dias, Bolsonaro recebeu informações de que o inquérito sigiloso que apura fake news e ofensas contra autoridades, tocado pelo ministro Alexandre de Moraes no STF, obteve indícios contundentes  do envolvimento do vereador Carlos, o filho Zero Dois e apontado como criador do chamado gabinete do ódio — um grupo que usaria as dependências do Palácio do Planalto para promover campanhas virtuais contra adversários do governo. Mais que isso: os investigadores colheram elementos sugerindo que essas são financiadas por empresários ligados ao presidente.

A água está subindo”, disse o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, para Moro, se referindo ao  inquérito, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, mas que tem na linha de frente um delegado da Polícia Federal, responsável pela  parte operacional como levantamento de dados, quebra de sigilos telemáticos e bancários.

Interesses políticos

O presidente tentava cotidianamente receber informações de Maurício Valeixo sobre o andamento das investigações e era ignorado. O diretor-geral da PF acabou exonerado nesta quinta-feira (23). Moro também se recusava a interferir no caso. Ao anunciar seu pedido de demissão, o ministro denunciou a interferência do presidente da República na Polícia Federal. Bolsonaro, segundo ele, queria colocar uma pessoa de confiança para ter acesso a informações e relatórios de inteligências de investigações em andamento.

O presidente me disse mais de uma vez expressamente que ele queria ter alguém do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar, que ele pudesse colher informações, que ele pudesse colher relatórios de inteligencia, seja diretor ou superintendente. E realmente não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação. As investigações têm que ser preservadas”, disse Moro.

Fonte: "VEJA"

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quarta-feira, 26 de junho de 2019

Juízes federais e Moro: 30 representam pela sua exclusão da AJUFE; 270 assinam Moção de Apoio pela sua permanência



O APOIO

Apoio a Moro hackeado mobiliza mais de 270 juízes federais em todo o país

Juízes federais afirmam que as mensagens atribuídas a Moro e integrantes da Lava Jato, ainda que autênticas, 'não ofendem o princípio da imparcialidade que rege a conduta de um magistrado'

Após um reduzido grupo de 30 magistrados representar pela exclusão de Sérgio Moro da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), o ministro da Justiça e Segurança Pública recebeu uma moção de apoio assinada por 271 de seus ex-pares. Eles afirmam que as mensagens atribuídas a Moro e integrantes da Lava Jato, ainda que autênticas, ‘não ofendem o princípio da imparcialidade que rege a conduta de um magistrado’.

MOÇÃO DE APOIO DOS JUÍZES FEDERAIS A SÉRGIO MORO

Os juízes federais signatários do presente documento vem perante o Presidente da AJUFE - Associação dos Juízes Federais do Brasil expressar a presente Moção de Apoio ao ex-juiz federal Sérgio Fernando Moro, atualmente Ministro da Justiça e Segurança Pública da República Federativa do Brasil. 

Especificamente sobre as mensagens criminosamente obtidas atribuídas ao ex-juiz Sergio Fernando Moro e Procuradores da República integrantes da Força-Tarefa da Lava-Jato, entendemos que seu conteúdo até agora divulgado, ainda que seja autêntico e não tenha sido editado, não ofende o princípio da imparcialidade que rege a conduta de um magistrado. Todas as mensagens, ainda que recortadas para ampliar o sensacionalismo, revelam a preocupação do magistrado com os procedimentos, sem qualquer relação, por menor que seja, com o mérito de cada denúncia. Revelam ainda o diálogo interinstitucional republicano rotineiro em todos os fóruns do país, em relação ao qual magistrados, membros do Ministério Público, das Forças Policiais e membros da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB estabelecem comunicação, muitas vezes verbal, mas também por aplicativos, de forma a resolver dúvidas, esclarecer procedimentos e impedir procrastinação e nulidades. O magistrado, como centro decisório, desse complexo sistema, não se encontra impedido de dialogar com os demais atores envolvidos sobre questões não relacionadas ao mérito da ação

Acreditamos que, enquanto juiz, Sérgio Fernando Moro jamais se desviou dos deveres exigidos de um magistrado sério, alinhado com os princípios éticos, comprometido com a busca da verdade e aplicação da Justiça, com o império da lei, com imparcialidade, atuando no maior caso de corrupção conhecido no mundo, com imensa dedicação, sacrifício e se sujeitando a riscos pessoais e familiares de toda ordem. 

No cumprimento de seus deveres, sempre com imparcialidade, julgou, condenou e também absolveu centenas de pessoas. Todas as suas decisões, sempre pautadas pela análise rigorosa da provas constantes nos autos, foram escrutinadas em várias instâncias recursais, através de centenas de recursos do próprio Ministério Público e dos advogados de defesa. Não admitimos que a excelência desse hercúleo trabalho, verdadeiro ponto de inflexão no combate à corrupção e crimes cometidos por poderosos, seja aviltada por mensagens inócuas e criminosamente obtidas. 

Por todos esses motivos, os juízes federais abaixo nominados assinam a presente Moção de Apoio e se colocam contrariamente a qualquer tentativa de se tisnar de mácula ética a conduta do ex-juiz federal Sérgio Fernando Moro, assim como retirá-lo dos quadros associativos da AJUFE (art. 11 do Estatuto).


Na segunda, 24, 30 juízes federais protocolaram na principal entidade da classe, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), representação para que seja excluído da entidade o ministro Sérgio Moro, a quem atribuem ‘interação heterodoxa’ com procuradores da Lava Jato. A representação tem como base reportagens do The Intercept Brasil sobre conversas entre o ex-juiz federal e procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato.

OS SIGNATÁRIOS:
125/06/2019 11:33Adelmar Aires Pimenta da Silva

225/06/2019 11:06Adenir Pereira da Silva

325/06/2019 11:35Adriana Galvão Starr
425/06/2019 13:18Adriana Menezes de Rezende
525/06/2019 11:09Adriano José Pinheiro
625/06/2019 11:13Adverci Rates Mendes de Abreu
725/06/2019 11:30Agapito Machado
825/06/2019 10:54Agliberto Gomes Machado
925/06/2019 11:12Alessandro Rafael Bertollo de Alexandre
1025/06/2019 11:27Alexandre Buck Medrado Sampaio
1125/06/2019 13:49Alexandre Ferreira Infante Vieira
1225/06/2019 13:52Alexandre Zanin Neto
1325/06/2019 12:47Aline Lazzaron
1425/06/2019 13:59Aline Teresinha Ludwig Corrêa de Barros
1525/06/2019 16:23Aloysio Cavalcanti lima
1625/06/2019 10:26Amanda Gonçalez Stoppa
1725/06/2019 13:09Ana Beatriz Vieira da Luz Palumbo
1825/06/2019 12:34Ana Carine Busato Daros
1925/06/2019 12:56Ana Cristina Monteiro de Andrade Silva
2025/06/2019 11:41Ana Lídia Silva Mello Monteiro
2125/06/2019 10:37Ana Paula Tremarin Wedy
2225/06/2019 11:34Anderson Fernandes Vieira
2325/06/2019 10:29Anderson Furlan
2425/06/2019 11:23André Prado de Vasconcelos
2525/06/2019 10:25Andre Wasilewski Duszczak
2625/06/2019 12:56Andrea de Araujo Peixoto
2725/06/2019 14:30Anna Cristina Rocha Gonçalves
2825/06/2019 15:11Anne Karina Stipp Amador costa
2925/06/2019 12:18Antonio Carlos Almeida Campelo
3025/06/2019 12:20Antônio César Bochenek
3125/06/2019 15:22Antônio Fernando Schenkel do Amaral e Silva
3225/06/2019 11:53Arthur Pinheiro Chaves
3325/06/2019 10:35Bianca Geórgia Cruz Arenhart
3425/06/2019 10:58Braulino da Matta Oliveira Junior
3525/06/2019 11:26Bruno Souza Savino
3625/06/2019 12:08Caio Castagine Marinho
3725/06/2019 12:33Caio Márcio Gutterres Taranto
3825/06/2019 14:27Caio Roberto Souto de Moura
3925/06/2019 10:57Carla Dumont Oliveira de Carvalho
4025/06/2019 16:55Carla Teresa Bonfadini de Sa
4125/06/2019 12:53Carlos Eduardo Castro Martins
4225/06/2019 11:13Carolina Castro Costa Viegas
4325/06/2019 11:22Caroline Medeiros e Silva
4425/06/2019 11:49Cassio Murilo M Granzinoli
4525/06/2019 15:26Claudia Mantovani Arruga
4625/06/2019 14:33Claudia Maria Resende Neves Guimaraes
4725/06/2019 11:18Claudia Rocha Mendes Brunelli
4825/06/2019 14:01Claudio Roberto Canata
4925/06/2019 10:48Cleber Sanfelici Otero
5025/06/2019 11:00Clécio Alves de Araujo
5125/06/2019 12:19Cristiane Freier Ceron
5225/06/2019 11:08Cristiane M Botelho
5325/06/2019 12:26Cristiane Maria Bertolin Polli
5425/06/2019 11:21Cristiano Aurélio Manfrim
5525/06/2019 11:52Daniel Santos Rocha Sobral
5625/06/2019 15:08Danielle Perini Artifon
5725/06/2019 11:13Danilo Fontenelle Sampaio
5825/06/2019 11:37Dartanhan Vercingetórix de Araújo e Rocha
5925/06/2019 14:48Dasser Lettiere Jr
6025/06/2019 12:31David Rocha Lima de Magalhães e Silva
6125/06/2019 11:54Dayana Biao de Souza Moinhos Muniz
6225/06/2019 14:00Dayse Starling Motta
6325/06/2019 10:43Dênio Silva Thé Cardoso
6425/06/2019 11:50Derivaldo de Figueiredo Bezerra Filho
6525/06/2019 10:59Diana Maria Wanderlei da Silva
6625/06/2019 14:06Diego Câmara Alves
6725/06/2019 12:49Diego de Amorim Vitório
6825/06/2019 11:36Diego Fernandes Guimarães
6925/06/2019 14:50Douglas (Camarinha) Gonzales
7025/06/2019 10:34Edilberto Barbosa Clementino
7125/06/2019 12:32Edna Márcia Silva Medeiros Ramos
7225/06/2019 11:23Eduardo Correia da Silva
7325/06/2019 14:49Eduardo de Melo Gama
7425/06/2019 12:15Eduardo Kahler Ribeiro
7525/06/2019 12:02Eduardo Rivera Palmeira Filho
7625/06/2019 12:06Elder Fernandes Luciano
7725/06/2019 15:54Eliana Rita Maia Di Pierro
7825/06/2019 10:33Emanuel Alberto Sperandio Garcia Gimenes
7925/06/2019 11:07Emanuel José Matias Guerra
8025/06/2019 18:03Emilson da Silva Nery
8125/06/2019 11:24Erico Sanches Ferreira dos Santos
8225/06/2019 12:14Erik Navarro Wolkart
8325/06/2019 14:12Erivaldo Ribeiro dos Santos
8425/06/2019 11:14Fabiano Bley Franco
8525/06/2019 16:44Fábio Cordeiro de Lima
8625/06/2019 15:19Fábio Luparelli Magajewski
8725/06/2019 12:23Fabio Nunes de Martino
8825/06/2019 14:32Fabíola Queiroz de Oliveira
8925/06/2019 11:26Fabíola Utzig Haselof
9025/06/2019 11:52Fabrício Antonio Soares
9125/06/2019 11:48Fabricio Bittencourt da Cruz
9225/06/2019 11:07Felipe Raul Borges Benali
9325/06/2019 14:15Fernanda Bohn
9425/06/2019 18:57Fernando Cleber de Araújo Gomes
9525/06/2019 13:03Fernando Moreira Gonçalves
9625/06/2019 13:29Flávia de Toledo Cera
9725/06/2019 15:46Flávio Ayres dos Santos Pereira
9825/06/2019 12:36Francisco Luís Rios Alves
9925/06/2019 17:02Frederico Romaniello Teles Baeta Zebral
10025/06/2019 11:27Friedmann Wendpap
10125/06/2019 12:04Gabriel von Gehlen
10225/06/2019 13:08Gilson Jacobsen
10325/06/2019 12:22Gilvânklim Marques de Lima
10425/06/2019 11:09Giovani Bigolin
10525/06/2019 11:19Glêdison Marques Fernandes
10625/06/2019 14:25Grigório Carlos dos Santos
10725/06/2019 13:20Guilherme Doehler
10825/06/2019 16:42Gustavo Alves Cardoso
10925/06/2019 13:12Gustavo André Oliveira dos Santos
11025/06/2019 18:58Gustavo Chies Cignachi
11125/06/2019 16:10Hamilton de Sá Dantas
11225/06/2019 12:41Haroldo Nader
11325/06/2019 11:38Hélio Egydio Matos Nogueira
11425/06/2019 14:50Henrique Gouveia da Cunha
11525/06/2019 11:28Hermes Gomes Filho
11625/06/2019 12:09Isabela Rossi Cortes Ferrari
11725/06/2019 11:08Ivan Arantes Junqueira Dantas Filho
11825/06/2019 10:53ivanise perotoni
11925/06/2019 16:58Janaina Siqueira (Barreiros Leal)
12025/06/2019 14:33Jesus Crisóstomo de Almeida
12125/06/2019 13:52Joaldo Karolmenig de Lima Cavalcanti
12225/06/2019 14:32João Carlos Cabrelon de Oliveira
12325/06/2019 12:48João Miguel Coelho dos Anjos
12425/06/2019 11:11João Paulo Abe
12525/06/2019 11:50João Paulo Nery dos Passos Martins
12625/06/2019 17:45João Pedro Ayrimoraes Soares Júnior
12725/06/2019 11:23Joaquim Lustosa Filho
12825/06/2019 14:02José Airton de Aguiar Portela
12925/06/2019 16:59Jose Alexandre Franco
13025/06/2019 10:47José Antônio Savaris
13125/06/2019 17:47José Caetano Zanella
13225/06/2019 15:52José Carlos do Vale Madeira
13325/06/2019 12:57José Eduardo A. Leonel Ferreira
13425/06/2019 13:11José Eduardo de Almeida Leonel Ferreira
13525/06/2019 12:18José Eduardo Nobre Matta
13625/06/2019 13:04José Gutemberg de Barros Filho
13725/06/2019 13:45José Henrique Prescendo
13825/06/2019 11:42josé renato rodrigues
13925/06/2019 13:15Karen Éler Pesch
14025/06/2019 18:31Karine Costa Carlos Rhem da Silva
14125/06/2019 11:38Karla de Almeida Miranda Maia
14225/06/2019 13:45katia cilene balugar firmino
14325/06/2019 11:16Leandro André Tamura
14425/06/2019 10:34Leandro Cadenas Prado
14525/06/2019 15:31Leo Francisco Giffoni
14625/06/2019 12:16Leoberto Simão Schmitt Junior
14725/06/2019 12:00Leonardo Müller Trainini
14825/06/2019 13:36Leonardo Pessorrusso de Queiroz
14925/06/2019 11:28Lília Côrtes de Carvalho De Martino
15025/06/2019 16:15Lillian Pfleger
15125/06/2019 18:32Livia Maria de Mello Ferreira
15225/06/2019 11:51Lorena de Sousa Costa
15325/06/2019 14:19luciana laurenti gheller
15425/06/2019 15:25Luciana Mayumi sakuma
15525/06/2019 11:27Luis Eduardo Bianchi Cerqueira
15625/06/2019 11:40Luiz Airton de Carvalho. Juiz Federal Aposentado
15725/06/2019 12:35Manoel Pedro Martins de Castrol Filho
15825/06/2019 16:07Marcel Queiroz Linhares
15925/06/2019 18:41Marcello Granado
16025/06/2019 14:41Marcelo Carvalho Cavalcante de Oliveira
16125/06/2019 12:13Marcelo Honorato
16225/06/2019 12:10Marcelo Rebello Pinheiro
16325/06/2019 11:31Marcelo Roberto de Oliveira
16425/06/2019 14:23Márcia Souza e Silva de Oliveira
16525/06/2019 10:30Marcia Vogel Vidal de Oliveira
16625/06/2019 17:23Marco Falcão Critsinelis
16725/06/2019 11:25Marcos Cesar Romeira Moraes
16825/06/2019 13:08Marcos Francisco Canali
16925/06/2019 10:51Marcos Josegrei da Silva
17025/06/2019 11:28Marcos roberto araujo dos santos
17125/06/2019 14:22Marcos Vinicius Lipienski
17225/06/2019 12:07Marga Barth Tessler
17325/06/2019 13:36Maria Alice Paim lyard
17425/06/2019 11:37Maria cristina Botelho
17525/06/2019 11:53Maria do Carmo Cardoso
17625/06/2019 14:25Maria Edna Fagundes Veloso
17725/06/2019 13:16Maria Isabel Pezzi Klein
17825/06/2019 13:31Maria Izabel Gomes Sant’Anna de Araujo
17925/06/2019 15:23Maria lucia luz leiria
18025/06/2019 14:56Marianina Galante
18125/06/2019 13:02Marianna Carvalho Bellotti
18225/06/2019 17:35Marila da Costa Perez
18325/06/2019 12:07Marília Rechi Gomes de Aguiar Leonel Ferreira
18425/06/2019 11:16Mário de Paula Franco Júnior
18525/06/2019 11:28Marta Ribeiro Pacheco
18625/06/2019 14:24Matheus Gaspar
18725/06/2019 11:25Mauro Spalding
18825/06/2019 11:10Monica Aparecida Bonavina Camargo
18925/06/2019 11:51Monica Lucia do Nascimento Frias
19025/06/2019 11:25Monique Martins Saraiva
19125/06/2019 11:59Moser Vhoss
19225/06/2019 19:09Murilo Fernandes de Almeida
19325/06/2019 10:35Narendra Borges Morales
19425/06/2019 13:14Neian Milhomem Cruz
19525/06/2019 14:36Nelson Liu Pitanga
19625/06/2019 15:15Ney Gustavo Paes de Andrade
19725/06/2019 11:56Nicolau Konkel Junior
19825/06/2019 12:59Nilce Cristina Petris de Paiva
19925/06/2019 14:08Noemi Martins de Oliveira
20025/06/2019 14:31Olívia Mérlin Silva
20125/06/2019 10:57Omar Bellotti Ferreira
20225/06/2019 13:09Paula Emilia Moura Aragão de Sousa Brasil
20325/06/2019 13:54Paula Mantovani Avelino
20425/06/2019 14:27Paulo Ernane Moreira Barros
20525/06/2019 12:43Paulo Gonçalves de Oliveira Filho
20625/06/2019 12:09Paulo Leandro Silva
20725/06/2019 13:44Pedro Hollyday
20825/06/2019 11:17Pedro Luis Piedade Novaes
20925/06/2019 12:40Pollyanna Kelly Maciel Medeiros Martins Alves
21025/06/2019 12:49Rafael Andrade de Margalho
21125/06/2019 17:09Rafael de Sousa Branquinho e Assis
21225/06/2019 12:07Rafael Lago Salapata
21325/06/2019 11:40Reginaldo Márcio Pereira
21425/06/2019 11:09Regivano Fiorindo
21525/06/2019 11:21Renata Costa Moreira Musse Lopes
21625/06/2019 13:40Renato Barth Pires
21725/06/2019 12:16Ricardo Augusto Soares Leite
21825/06/2019 14:58Ricardo Machado Rabelo
21925/06/2019 15:32Ricardo Uberto Rodrigues
22025/06/2019 11:14Ricardo William Carvalho dos Santos
22125/06/2019 11:01Roberta Monza Chiari
22225/06/2019 14:00Roberto Carlos de Oliveira
22325/06/2019 11:42Roberto Cristiano Tamantini
22425/06/2019 11:11Roberto Lemos dos Santos Filho
22525/06/2019 15:15Roberto Wanderley Nogueira
22625/06/2019 13:50Rodolfo Kronemberg Hartmann
22725/06/2019 14:00Rodrigo Britto Pereira Lima
22825/06/2019 11:47Rodrigo de Godoy Mendes
22925/06/2019 17:04Rodrigo de Souza Cruz
23025/06/2019 11:26Rodrigo Gasiglia de Souza
23125/06/2019 11:28Rodrigo Pinheiro do Nascimento
23225/06/2019 14:38Roger de Curtis Candemil
23325/06/2019 12:14Romulo Gobbi do Amaral
23425/06/2019 16:00Ronaldo Santos de Oliveira
23525/06/2019 10:42Rony Ferreira
23625/06/2019 11:27Rosa Maria Pedrassi de Souza
23725/06/2019 14:38Rosana Campos Pagano
23825/06/2019 12:04Rosilene maria clemente S Ferreira
23925/06/2019 14:51Sabrina Bonfim de Arruda Pinto
24025/06/2019 15:49Sabrina Ferreira Alvarez de Moura Azevedo
24125/06/2019 12:18Sandra Maria Correia da Silva
24225/06/2019 11:07Sandro Helano Soares Santiago
24325/06/2019 12:52Sandro Nunes Vieira
24425/06/2019 11:19Sérgio Fiuza Tahim de Sousa Brasil
24525/06/2019 12:58Sérgio Renato Tejada Garcia
24625/06/2019 14:37Sergio Ruivo
24725/06/2019 12:59Simone Diniz Bretas
24825/06/2019 12:41Sócrates Hopka Herrerias
24925/06/2019 12:16Solange Salgado da Silva
25025/06/2019 10:45Soraia Tullio
25125/06/2019 10:47Stella Malvezzi
25225/06/2019 12:23Suane Moreira Oliveira
25325/06/2019 12:01Tarcisio Barros Borges
25425/06/2019 10:53Tatiana de Oliveira Lavigne
25525/06/2019 11:48Tiago do Carmo Martins
25625/06/2019 12:37Valeria da Silva Nunes
25725/06/2019 13:52Valkiria Kelen de Souza
25825/06/2019 14:40Vanderlei Pedro Costenaro
25925/06/2019 16:48Vanessa Vieira de Mello
26025/06/2019 12:10Vanila Cardoso Andre de Moraes
26125/06/2019 11:17Vera Lucia Feil Ponciano
26225/06/2019 12:27Verbena Duarte Brito de Carvalho
26325/06/2019 11:22Victor Oliveira de Queiroz
26425/06/2019 14:21Victor Saboya
26525/06/2019 11:42Vitor Barbosa Valpuesta
26625/06/2019 12:42Vitor Marques Lento
26725/06/2019 14:30Walisson Gonçalves Cunha
26825/06/2019 13:06Wanessa C. Molinaro Ferreira Serafim
26925/06/2019 12:24Warney Paulo Nery Araujo
27025/06/2019 10:35Wesley Schneider Collyer
27125/06/2019 12:27William Douglas Resinente dos Santos

Luiz Vassallo e Fausto Macedo

Fonte: "estadao"

A CRÍTICA

Trinta juízes federais querem exclusão de Moro de associação de classe

Ex-colegas de toga do ministro da Justiça e Segurança Pública criticam relações com procuradores da Operação Lava Jato

Um grupo de 30 juízes federais protocolaram, nesta segunda, 24, na principal entidade da classe, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), representação para que seja excluído da entidade o ministro Sérgio Moro, a quem atribuem ‘interação heterodoxa’ com procuradores da Lava Jato.

A representação tem como base reportagens do The Intercept Brasil sobre conversas entre o ex-juiz federal e procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato.

São narrados, no corpo das matérias, série de episódios que, caso venham a ser confirmados, são de extrema gravidade”, afirmam.

Os juízes afirmam que, ‘segundo os diálogos, o representado aconselha e orienta a acusação, cobra agilidade; refere-se a pessoas delatadas como inimigos, sugerindo que apenas 30% sejam investigados; fornece ‘fonte’ a membro do MPF; sugere a substituição de uma procuradora em determinada audiência, demonstrando preocupação com o desempenho da acusação; antecipa decisão a uma das partes, e desdenha da Defesa’.

Em que pese a controvertida legalidade na forma de obtenção das referidas mensagens, a merecer investigação sob as regras do devido processo legal e as garantias constitucionais, a divulgação por órgão de imprensa está protegida pelo art 5º, inciso XIV, da Constituição da República”, afirmam.

Entendemos, portanto, que a confirmação da prática de tais condutas impede a homenagem ou o título honorífico por parte da AJUFE, sob pena de comprometimento da credibilidade da associação e do próprio Poder Judiciário perante a sociedade”, dizem.

LEIA A REPRESENTAÇÃO:

AO EXMO. SR. PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS JUÍZES FEDERAIS DO BRASIL, FERNANDO MENDES Nós, juízes e juízas federais abaixo assinados(as), filiados(as) à Associação dos Juízes Federais do Brasil – AJUFE, vimos, por meio deste, nos termos do art. 75, inciso II, do Estatuto da entidade, apresentar REPRESENTAÇÃO em desfavor do sócio benemérito SÉRGIO FERNANDO MORO, com fundamento nos fatos a seguir: Como é de conhecimento notório, foram divulgadas, nos dias 09, 12 14 e 18/06/2019, pela agência de notícias “THE INTERCEPT BRASIL”, informações sobre comunicações realizadas entre Sergio Fernando Moro, atual Ministro da Justiça, e os Procuradores da República Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima, que teriam ocorrido no período em que o representado ainda integrava os quadros da magistratura federal:
1-https://theintercept.com/2019/06/09/chat-moro-deltan-telegram-lava-jato/ 2-https://theintercept.com/2019/06/12/chat-sergio-moro-deltan-dallagnol-lavajato/ 3-https://theintercept.com/2019/06/14/sergio-moro-enquanto-julgava-lula-sugeriu-a-lavajato-emitir-uma-nota-oficial-contra-a-defesa-eles-acataram-e-pautaram-a-imprensa/ 4-https://theintercept.com/2019/06/18/lava-jato-fingiu-investigar-fhc-apenas-para-criarpercepcao-publica-de-imparcialidade-mas-moro-repreendeu-melindra-alguem-cujo-apoio-eimportante/

As reportagens em questão indicam que pode ter havido uma interação heterodoxa entre o então magistrado Sergio Moro e membros do MPF.

São narrados, no corpo das matérias, série de episódios que, caso venham a ser confirmados, são de extrema gravidade. Segundo os diálogos, o representado aconselha e orienta a acusação, cobra agilidade; refere-se a pessoas delatadas como inimigos, sugerindo que apenas 30% sejam investigados; fornece ‘fonte’ a membro do MPF; sugere a substituição de uma procuradora em determinada audiência, demonstrando preocupação com o desempenho da acusação; antecipa decisão a uma das partes, e desdenha da Defesa.

2 Em que pese a controvertida legalidade na forma de obtenção das referidas mensagens, a merecer investigação sob as regras do devido processo legal e as garantias constitucionais, a divulgação por órgão de imprensa está protegida pelo art 5º, inciso XIV, da Constituição da República. O representado, em nota que divulgou acerca da referida denúncia jornalística (https://epoca.globo.com/guilherme-amado/moro-fala-em-invasao-criminosa-nao-veanormalidade-em-supostas-mensagens-23728323), não negou a veracidade das comunicações divulgadas, tendo se limitado a afirmar que não vê anormalidade nas mensagens e que as conversas estão fora de contexto.

Entendemos que as condutas expostas na publicação jornalística, caso confirmadas, são totalmente contrárias aos princípios éticos e às regras jurídicas que devem reger a atuação de um magistrado, pois quando um juiz atua de forma parcial, chegando ao ponto de confundir sua atuação com a do órgão acusador, a credibilidade do Poder Judiciário é posta em xeque.

A AJUFE, enquanto entidade que congrega os e as magistradas da Justiça Federal, tem por objetivos pugnar pelo fortalecimento do Poder Judiciário e de seus integrantes, pelo aperfeiçoamento do Estado Democrático de Direito e pela plena observância dos direitos humanos (art. 5º, I, do Estatuto).

Nesse sentido, nos afigura inadequado, como sugerem determinadas mensagens publicadas, que a AJUFE possa ter sido utilizada para tentar influenciar a opinião pública em relação a algum processo ou mesmo que possa defender o mérito de decisões judiciais, pois estas são sujeitas ao crivo de órgãos jurisdicionais compostos por outros associados.

A categoria de sócio benemérito pressupõe que o homenageado tenha contribuído com serviços relevantes à AJUFE.

Ora, os fatos revelados na matéria jornalística, não negados pelo representado, se porventura comprovados, indicariam ofensa ao Estado Democrático de Direito, comprometimento da imparcialidade da jurisdição e fomento de descrédito do Poder Judiciário como um todo e da Justiça Federal, em especial.

Entendemos, portanto, que a confirmação da prática de tais condutas impede a homenagem ou o título honorífico por parte da AJUFE, sob pena de comprometimento da credibilidade da associação e do próprio Poder Judiciário perante a sociedade.

3 Requeremos, dessa forma, a abertura de processo administrativo disciplinar, com rigorosa observância do contraditório e da ampla defesa, com vistas à apuração interna dos fatos relatados.

Na hipótese de confirmação, por forma lícita, das condutas apontadas, se configurado o desrespeito ao Estatuto e o prejuízo moral causados à AJUFE, ao Poder Judiciário e ao Estado Democrático de Direito, requeremos a exclusão do quadro social da AJUFE do sócio benemérito Sérgio Fernando Moro, cuja concessão foi aprovada em reunião da diretoria da entidade, realizada em Buenos Aires, Argentina, no dia 22/10/2018. Recebida a representação, requer-se a suspensão cautelar do representado das atividades associativas, inclusive da participação na Lista AJUFE.

Brasília, 24 de junho de 2019.

Assinam:

Ana Inés Algorta Latorre, Seção Judiciária RS

Carlos Adriano Miranda Bandeira, Seção Judiciária RJ
Catarina Volkart Pinto, SJRS
Célia Regina Ody Bernardes, SJMG
Cláudia Dadico, SJSC
Cláudio Henrique Fonseca de Pina, SJPA
Diego Carmo de Sousa, SJBA
Fábio Henrique Rodrigues de M. Fiorenza, SJMT
Felipe Mota Pimentel de Oliveira, JFPE
Filipe Aquino Pessôa de Oliveira, SJBA
Gilton Batista Brito, SJSE
Heloísa Helena Sérvulo da Cunha, TRF3
Ivo Anselmo Höhn Junior, SJMA
Jacques de Queiroz Ferreira, SJMG
Jailsom Leandro de Sousa, SJSE
Jorge Luís Girão Barreto, SJCE
José Carlos Garcia, SJRJ
Lincoln Pinheiro Costa, SJBA
Luciana Bauer, SJPR
Marcelo Elias Vieira, SJRO
Marcelo Motta de Oliveira, SJMG
Marcus Vinicius Reis Bastos, SJDF
Paulo Cézar Alves Sodré, SJMT
Rafael Rihan P. Amorim, SJRJ
Raquel Domingues do Amaral, SJMS
Ricardo José Brito Bastos Aguiar de Arruda, JFCE
Rodrigo Gaspar de Mello, SJRJ
Rosmar Antonni Rodrigues Cavalcanti de Alencar, SJAL
Sérgio de Norões Milfont Júnior, SJCE
Victor Curado Silva Pereira, SJMA

Luiz Vassallo e Fausto Macedo
Fonte: "estadao"