sábado, 17 de novembro de 2018

Privatize-se tudo!!!



Este é o desabafo de José Saramago sobre privatizações: Privatize-se tudo! 

O texto trata de um registro de José Saramago, sobre as privatizações, em Cadernos de Lanzarote – Diário III, págs. 147 e 148.

Eis o texto:

Regressados de uma viagem à Argentina e Bolívia, os meus cunhados Maria e Javier trazem-me o jornal Clarín de 30 de Agosto. Aí vem a notícia de que vai ser apresentada ao Parlamento peruano uma nova lei de turismo que contempla a possibilidade de entregar a exploração de zonas arqueológicas importantes, como Machu Picchu e a cidadela pré-incaica de Chan-Chan, a empresas privadas, mediante concurso internacional.

Clarin chama a isto “la loca carrera privatista de Fujimori”. O autor da proposta de lei é um tal Ricardo Marcenaro, presidente da Comissão de Turismo e telecomunicações e Infra-Estrutura do Congresso peruano, que alega o seguinte, sem precisar da tradução: “En vista de que el Estado no ha administrado bien nuestras zonas arqueológicas – qué pasaría si las otorgaramos a empresas especializadas en otros países con gran efectividad?

A mim parece-me bem. Privatize-se Machu Picchu, privatize-se Chan Chan, privatize-se a Capela Sistina, privatize-se o Pártenon, privatize-se o Nuno Gonçalves, privatize-se a Catedral de Chartres, privatize-se o Descimento da Cruz, de Antonio da Crestalcore, privatize-se o Pórtico da Glória de Santiago de Compostela, privatize-se a Cordilheira dos Andes, privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E, finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo… E, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.”

Cadernos de Lanzarote


Os Cadernos de Lanzarote são a reunião dos diários de José Saramago escritos no período de 1993 a 1995 na ilha de Lanzarote, arquipélago das Canárias onde ele viveu com sua mulher Pilar.


Observação: o Facebook de "juliomedeirosbuzios” me chamou a atenção para o texto de Saramago. Valeu Júlio!

Um pouco de história: a geóloga Kátia Mansur fala (em 2014) sobre a Unidade de Conservação que deve ser criada no Mangue de Pedra

Kátia Mansur no Fórum de Mangue de Pedra realizado Cine Bardot



"A Professora e Geóloga Katia Mansur fala sobre o Mangue de Pedra de Búzios e as possíveis Unidades de Conservação Ambiental em que se pode transformar este frágil, raro e desprotegido bioma que agrega restinga, endemismos (Jacquinia, Formicivora Littoralis, Cactus Cephalocereus senilis) e o bioma Mata Atlântica". (6 de mar de 2014)

Fonte: "youtube" 

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Tinha socialismo nisso?

Nuon Chea e  Khieu Samphan


Os dois velhinhos da foto acima são Nuon Chea, 92 anos, e Khieu Samphan, 87, os dois líderes mais importantes do Khmer Vermelho ainda vivos hoje. Nesta sexta-feira (16), o tribunal internacional do Camboja os condenou a prisão perpétua por genocídio e crimes contra a humanidade cometidos durante o regime comandado por POL POT (1975 a 1979). Muito embora o regime tenha sido breve, de apenas quatro anos, acredita-se que cerca de 1,7 milhão de pessoas morreram durante o brutal governo do Khmer Vermelho. 

Nuon Chea, "a mão direita de Pol Pot", foi considerado culpado de todas as acusações de genocídio dos vietnamitas, ex-funcionários da república do Khmer e da minoria muçulmana Cham. Khieu Samphan chefe de Estado da "Kampuchea Democrática"  foi considerado culpado do genocídio dos vietnamitas, mas foi inocentado do envolvimento no extermínio genocida da minoria muçulmana. 

Esta é a primeira vez que o tribunal internacional usa a palavra "genocídio" em referência a cerca de 1,7 milhão de mortos entre vietnamitas, integrantes da comunidade muçulmana cham e de outras minorias religiosas.

Os dois já haviam sido condenados à prisão perpétua em 2014 por "crimes contra a humanidade" pelo tribunal apoiado pela ONU para o Camboja, pena confirmada no julgamento da apelação em 2016. 

Os líderes cambojanos do Khmer Vermelho (da esquerda para a direita): Pol Pot, Noun Chea, Leng Sary, Son Sen e outros apoiadores retratados em Phnom Penh durante o regime do Khmer Vermelho, em 1975. Fotografia HENG SINITH  EPA

Todos esses crimes foram cometidos em nome do marxismo. Ou melhor, em nome de uma interpretação do marxismo feita por Mao Tsé-Tung, já que o Khmer Vermelho era um movimento maoista radical fundado por intelectuais educados na França. Durante os quatro anos violentos em que estiveram no poder, de 1975 a 1979, os Khmer Vermelhos torturaram e mataram todos os que se consideravam inimigos - intelectuais, minorias, ex-funcionários do governo - e suas famílias. A escala e brutalidade dos assassinatos - muitos deles meticulosamente documentados oficialmente - significa que o regime foi um dos mais sangrentos do século XX. 

O tribunal Internacional (Câmaras Extraordinárias nos Tribunais do Camboja -ECCC) foi formado em 1997, por meio de um esforço conjunto da ONU e dos tribunais cambojanos para julgar os membros “mais antigos” do Khmer Vermelho. Demorou nove anos (2006) para levar o primeiro caso a julgamento e, 12 anos (2009) e US $ 320 milhões depois, condenou apenas apenas três pessoas pelas atrocidades do regime do Khmer Vermelho. A maioria dos responsáveis ​​pelos assassinatos, incluindo Pol Pot, morreu antes que pudessem ser julgados.

Em 2010, condenou Kaing Guek Eav, também conhecido como Camarada Duch , que dirigiu o campo de concentração S-21 em Phnom Penh, onde pelo menos 14.000 pessoas foram torturadas e mortas. Ele está cumprindo uma sentença de prisão perpétua.

O ex-ministro das Relações Exteriores do Khmer Vermelho, Ieng Sary, era co-réu com Khieu Samphan e Nuon Chea, mas faleceu (2013) antes de os juízes proferirem um veredicto no primeiro dos dois sub-julgamentos em 2014. Sua esposa Ieng Thirith, ministra de Assuntos Sociais do regime e a quarta co-réu, foi considerado mentalmente incapaz de ser julgada e morreu em 2015.

Embora haja casos contra três comandantes do Khmer Vermelho que ainda aguardam julgamento,  o primeiro-ministro cambojano Hun Sen  há muito vem mostrando sua oposição aos julgamentos, alegando risco de levar o Camboja à guerra civil.

O veredicto, lido pelo juiz Nil Nonn, fez um relato detalhado de algumas das ações mais horríveis realizadas pelo regime, concentrando-se particularmente na infame prisão e local de execução de segurança S-21, onde dezenas de milhares de pessoas foram mortas. Interrogações e execuções foram realizadas sob a instrução direta daqueles nos "altos escalões, incluindo Nuon Chea", que supervisionaram o S-21 por dois anos. Ele descreveu o terror do regime e falou de casamentos forçados em que os casais eram obrigados a ter filhos.

Além de serem alvo de execuções em massa, as vítimas de Cham disseram que foram proibidas de seguir sua religião e forçadas a comer carne de porco sob o regime.

"A câmara descobriu que os prisioneiros foram levados para salas de interrogatório, algemados e vendados, com as pernas acorrentadas durante o interrogatório", disse Nil Nonn, acrescentando que os métodos de interrogatório incluíam espancamentos com paus, pedras, fios elétricos, chicotes, choques elétricos e sufocação. de unhas dos pés e unhas. ”

Nem mesmo Nuon Chea aguentou ouvir a lista dos crimes do regime, que foi lida em detalhes pelo juiz. Pediu para ser dispensado do tribunal alegando problemas de saúde.

O julgamento também enfatizou que Khieu Samphan “encorajou, instigou e legitimou” as políticas criminais que levam à morte de civis “em grande escala”, incluindo milhões de pessoas forçadas a campos de trabalho para construir represas e pontes e o extermínio em massa de vietnamitas. Monges budistas foram excomungados.  

Quando o regime foi derrubado por dissidentes cambojanos e tropas vietnamitas em 1979, cerca de 25% da população do Camboja havia morrido. Pol Pot fugiu e permaneceu livre até 1997 - morreu um ano depois. Não foi julgado. 

Fontes: "bbc""theguardian" e "g1"

Meu comentário: 
Concordo com o filósofo e militante comunista Carlos Nelson Coutinho que o socialismo ou é democrático ou não é socialismo. O PC do B ainda vê hoje socialismo na China e em Cuba. Não sei se na Coreia do Norte também. Via socialismo no Camboja e na Albânia, que depois da queda do maoísmo na China, tornou-se o farol do socialismo pra eles. Mas ditadura de partido único, sem liberdades democráticas, sem liberdade de manifestação e expressão, não é socialismo nem aqui nem na China!

Nota de esclarecimento:
Desde que o blog existe, ele é alvo de ataques virtuais. Não sei precisar de onde eles vêm. Mas imagino. Muito provavelmente de setores políticos e sociais poderosos incomodados com as publicações que faço no blog, que tem como objetivo principal tentar contribuir para a mobilização, organização e conscientização dos moradores de Búzios na luta por uma Búzios melhor para todos. O último ataque foi feito no meu Whatsapp, no qual adicionaram 154 leitores do blog em um suposto grupo. Felizmente, com ajuda de um anti-vírus poderoso consegui barrar a tentativa.

Um pouco de história: pra não esquecer a poligonal do Mangue de Pedra



O Mangue de Pedra tem sua poligonal definida de acordo com sugestões de especialistas renomados como a Dra. Kátia Mansur e o Dr. Cyl Farney Catarino de Sá, e de estudos de diversos cientistas de instituições como UFRJ, DRM, UENF, UERJ e Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Senadores querem limitar os efeitos da Lei da Ficha Limpa


Pode ser votado na próxima terça (20) o texto que limita os efeitos da Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010), que prevê oito anos de inelegibilidade para políticos condenados pela Justiça Eleitoral por abuso de poder.

Em outubro de 2017, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que essa pena pode ser imposta inclusive a pessoas condenadas antes da entrada em vigor da Lei da Ficha Limpa. PLS 396/2017, do senador Dalirio Beber (PSDB-SC), acaba com essa possibilidade. Segundo ele, o legislador abriu espaço para a insegurança jurídica.
"Não parece razoável que o aumento de prazos de inelegibilidade, sejam os já encerrados ou aqueles ainda em curso, e já objeto de sentenças judiciais, possa conviver em paz com os postulados do estado de direito. Um tal aumento configura, de modo inequívoco, um claro exemplo de retroatividade de lei nova para conferir efeitos mais gravosos a fatos já consumados. Não existe nada mais gravoso para o cidadão do que a perda, mesmo que parcial, de sua cidadania. Portanto, isto revela uma cara e danosa forma de sanção a todo aquele que pretenda participar da vida política nacional", alegou na justificativa do projeto.
A matéria foi incluída na pauta em regime de urgência e está pendente de parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
Fonte: "Senado"

Lava-Jato é apontada em encontro internacional como a maior operação de combate à corrupção da história.

Encontro bienal oferece aos membros representantes de mais de 100 países a oportunidade de analisar os desenvolvimentos nacionais e globais e trocar informações acerca do assunto


CGU participa de encontro da International Corruption Hunters Alliance na Dinamarca

Brasil e a Operação Lava-Jato foram mencionados positivamente em quase todos os painéis

O Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), representado pelo diretor da DIE (Diretoria de Pesquisas e Informações Estratégicas) Victor Raymond Steytler participou, a convite do Banco Mundial, nos dias 25 e 26 de outubro, em Copenhague, na Dinamarca, da quarta reunião sobre combate à corrupção, realizada pela International Corruption Hunters Alliance (ICHA).  Trata-se de um encontro bienal que oferece aos membros representantes de mais de 100 países a oportunidade de analisar em conjunto os desenvolvimentos nacionais e globais e trocar informações acerca do assunto. 

A maior operação de combate à corrupção da história
Ainda na opinião do diretor, os aspectos mais interessantes em ambas as conferências foram as menções ao Brasil e à Lava-Jato na maioria das plenárias e painéis, como sendo a maior operação de combate à corrupção da história.

O encontro reuniu pessoas que trabalham nas linhas de frente para impedir a corrupção em seus países, como os chefes de agências de combate à corrupção e diretores de promotoria pública ou investigações.
ICHA 
A International Corruption Hunters Alliance (ICHA), do Grupo Banco Mundial, é uma plataforma global que promove o diálogo entre diferentes países sobre o combate à corrupção. As sessões plenárias e o debate contam com 20 a 30 sessões de trabalho que abordam, entre outros, tópicos como:
programas de conformidade de integridade;
técnicas de auditoria forense;
ligação entre a evasão fiscal e a corrupção;
rastreamento e recuperação de ativos;
mecanismos de denúncia.

Especialistas em áreas afins, como jornalismo investigativo e big data, oferecem aos participantes uma perspectiva ampliada sobre outras ferramentas que podem ser bem-sucedidas no combate à corrupção.

Fonte: "CGU"

Bem-Vindo a Búzios


Buraco na reta da Marina, próximo à antiga ponte. Foto 1 

Buraco na reta da Marina, próximo à antiga ponte. Foto 2

Todas e Todos


Esse buraco ainda vai provocar um acidente sério!

Buraco localizado na reta da Marina, próximo a entrada da Hípica.

Este buraco, localizado na reta da Marina, próximo a entrada da Hípica, a cada dia que passa aumenta de extensão e profundidade, já ocupando quase a metade da pista. À noite, o risco de acidente é muito grande, pois a  via não é iluminada. 

Descendo a pista em direção à antiga ponte da Marina encontramos buracos e mais buracos que nos obriga a imitar o personagem da charge abaixo. BEM VINDO A BÚZIOS



    

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Um pouco de história: o Mangue de Pedra já foi Monumento Natural



Este decreto foi publicado pelo Vice-Prefeito e Secretário de Meio Ambiente de Búzios Carlos Alberto Muniz em uma das muitas substituições do prefeito André Granado, afastado do cargo diversas vezes pela justiça de Búzios. O Monumento Natural do Mangue de Pedra criado pelo Decreto nº 177 passou a existir a partir da data de sua publicação (22/05/2014). quanto tempo durou, não se sabe! Também não se sabe se o Prefeito André Granado o revogou depois que retomou o mandato. Se o revogou, por que o fez? Quais as suas razões? Por que não criou uma APA no Mangue naquela ocasião. Por que Prefeito?