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segunda-feira, 26 de abril de 2021

"Não vejo o sistema político de Cuba como um modelo que quero para o Brasil", diz Guilherme Boulos

 

Gilherme Boulos no Mahatman Connection 

Guilherme Boulos (PSOL) esteve no Manhattan Connection no último dia 21 e foi perguntado sobre o sistema político vigente em Cuba. Confira a opinião do ex-candidato à prefeitura de São Paulo.




Meu comentário: 

É ditadura mesmo! E isso tem que ser dito claramente. Um regime de partido único, sem liberdades democráticas como a liberdade de imprensa, de manifestação e opinião, não tem outro nome. Um regime que persegue blogueira. Um partido comunista que em 60 anos teve apenas dois presidentes. E irmãos. Cheira a monarquia, como na Coréia do Norte.  

É ditadura mesmo! Não dá para ficar tergiversando só porque  Cuba conseguiu com o regime castrista avanços sociais inegáveis. Fazendo um paralelo é como defender o rouba mas faz, o rouba mas gera empregos, desde que o ladrão pertença ao nosso campo político e ideológico. Não tem democracia, mas não tem analfabetos, muito menos descamisados, fome, etc. O socialismo ou é democrático ou não é socialismo. Precisamos aprender a não ficar passando a mão na cabeça daqueles que nos são mais próximos politicamente. Não os ajudamos em nada com esse comportamento.

Tudo o que foi dito acima também vale para a China. Socialismo de mercado é uma contradição em si mesmo. Na verdade, o que temos lá é economicamente um Capitalismo de Estado e politicamente uma Ditadura de partido único. Recentemente visitei o Facebook deles- o WEIBO- e fiquei estarrecido com o teor dos comentários a uma informação do governo: entre centenas deles, todos eram favoráveis ao governo de Xi Jinping. Não vi uma voz dissonante! Acredito que hoje apenas o PC do B defenda que a China ainda seja socialista.    

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Tinha socialismo nisso?

Nuon Chea e  Khieu Samphan


Os dois velhinhos da foto acima são Nuon Chea, 92 anos, e Khieu Samphan, 87, os dois líderes mais importantes do Khmer Vermelho ainda vivos hoje. Nesta sexta-feira (16), o tribunal internacional do Camboja os condenou a prisão perpétua por genocídio e crimes contra a humanidade cometidos durante o regime comandado por POL POT (1975 a 1979). Muito embora o regime tenha sido breve, de apenas quatro anos, acredita-se que cerca de 1,7 milhão de pessoas morreram durante o brutal governo do Khmer Vermelho. 

Nuon Chea, "a mão direita de Pol Pot", foi considerado culpado de todas as acusações de genocídio dos vietnamitas, ex-funcionários da república do Khmer e da minoria muçulmana Cham. Khieu Samphan chefe de Estado da "Kampuchea Democrática"  foi considerado culpado do genocídio dos vietnamitas, mas foi inocentado do envolvimento no extermínio genocida da minoria muçulmana. 

Esta é a primeira vez que o tribunal internacional usa a palavra "genocídio" em referência a cerca de 1,7 milhão de mortos entre vietnamitas, integrantes da comunidade muçulmana cham e de outras minorias religiosas.

Os dois já haviam sido condenados à prisão perpétua em 2014 por "crimes contra a humanidade" pelo tribunal apoiado pela ONU para o Camboja, pena confirmada no julgamento da apelação em 2016. 

Os líderes cambojanos do Khmer Vermelho (da esquerda para a direita): Pol Pot, Noun Chea, Leng Sary, Son Sen e outros apoiadores retratados em Phnom Penh durante o regime do Khmer Vermelho, em 1975. Fotografia HENG SINITH  EPA

Todos esses crimes foram cometidos em nome do marxismo. Ou melhor, em nome de uma interpretação do marxismo feita por Mao Tsé-Tung, já que o Khmer Vermelho era um movimento maoista radical fundado por intelectuais educados na França. Durante os quatro anos violentos em que estiveram no poder, de 1975 a 1979, os Khmer Vermelhos torturaram e mataram todos os que se consideravam inimigos - intelectuais, minorias, ex-funcionários do governo - e suas famílias. A escala e brutalidade dos assassinatos - muitos deles meticulosamente documentados oficialmente - significa que o regime foi um dos mais sangrentos do século XX. 

O tribunal Internacional (Câmaras Extraordinárias nos Tribunais do Camboja -ECCC) foi formado em 1997, por meio de um esforço conjunto da ONU e dos tribunais cambojanos para julgar os membros “mais antigos” do Khmer Vermelho. Demorou nove anos (2006) para levar o primeiro caso a julgamento e, 12 anos (2009) e US $ 320 milhões depois, condenou apenas apenas três pessoas pelas atrocidades do regime do Khmer Vermelho. A maioria dos responsáveis ​​pelos assassinatos, incluindo Pol Pot, morreu antes que pudessem ser julgados.

Em 2010, condenou Kaing Guek Eav, também conhecido como Camarada Duch , que dirigiu o campo de concentração S-21 em Phnom Penh, onde pelo menos 14.000 pessoas foram torturadas e mortas. Ele está cumprindo uma sentença de prisão perpétua.

O ex-ministro das Relações Exteriores do Khmer Vermelho, Ieng Sary, era co-réu com Khieu Samphan e Nuon Chea, mas faleceu (2013) antes de os juízes proferirem um veredicto no primeiro dos dois sub-julgamentos em 2014. Sua esposa Ieng Thirith, ministra de Assuntos Sociais do regime e a quarta co-réu, foi considerado mentalmente incapaz de ser julgada e morreu em 2015.

Embora haja casos contra três comandantes do Khmer Vermelho que ainda aguardam julgamento,  o primeiro-ministro cambojano Hun Sen  há muito vem mostrando sua oposição aos julgamentos, alegando risco de levar o Camboja à guerra civil.

O veredicto, lido pelo juiz Nil Nonn, fez um relato detalhado de algumas das ações mais horríveis realizadas pelo regime, concentrando-se particularmente na infame prisão e local de execução de segurança S-21, onde dezenas de milhares de pessoas foram mortas. Interrogações e execuções foram realizadas sob a instrução direta daqueles nos "altos escalões, incluindo Nuon Chea", que supervisionaram o S-21 por dois anos. Ele descreveu o terror do regime e falou de casamentos forçados em que os casais eram obrigados a ter filhos.

Além de serem alvo de execuções em massa, as vítimas de Cham disseram que foram proibidas de seguir sua religião e forçadas a comer carne de porco sob o regime.

"A câmara descobriu que os prisioneiros foram levados para salas de interrogatório, algemados e vendados, com as pernas acorrentadas durante o interrogatório", disse Nil Nonn, acrescentando que os métodos de interrogatório incluíam espancamentos com paus, pedras, fios elétricos, chicotes, choques elétricos e sufocação. de unhas dos pés e unhas. ”

Nem mesmo Nuon Chea aguentou ouvir a lista dos crimes do regime, que foi lida em detalhes pelo juiz. Pediu para ser dispensado do tribunal alegando problemas de saúde.

O julgamento também enfatizou que Khieu Samphan “encorajou, instigou e legitimou” as políticas criminais que levam à morte de civis “em grande escala”, incluindo milhões de pessoas forçadas a campos de trabalho para construir represas e pontes e o extermínio em massa de vietnamitas. Monges budistas foram excomungados.  

Quando o regime foi derrubado por dissidentes cambojanos e tropas vietnamitas em 1979, cerca de 25% da população do Camboja havia morrido. Pol Pot fugiu e permaneceu livre até 1997 - morreu um ano depois. Não foi julgado. 

Fontes: "bbc""theguardian" e "g1"

Meu comentário: 
Concordo com o filósofo e militante comunista Carlos Nelson Coutinho que o socialismo ou é democrático ou não é socialismo. O PC do B ainda vê hoje socialismo na China e em Cuba. Não sei se na Coreia do Norte também. Via socialismo no Camboja e na Albânia, que depois da queda do maoísmo na China, tornou-se o farol do socialismo pra eles. Mas ditadura de partido único, sem liberdades democráticas, sem liberdade de manifestação e expressão, não é socialismo nem aqui nem na China!

Nota de esclarecimento:
Desde que o blog existe, ele é alvo de ataques virtuais. Não sei precisar de onde eles vêm. Mas imagino. Muito provavelmente de setores políticos e sociais poderosos incomodados com as publicações que faço no blog, que tem como objetivo principal tentar contribuir para a mobilização, organização e conscientização dos moradores de Búzios na luta por uma Búzios melhor para todos. O último ataque foi feito no meu Whatsapp, no qual adicionaram 154 leitores do blog em um suposto grupo. Felizmente, com ajuda de um anti-vírus poderoso consegui barrar a tentativa.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Antonio Candido (1918-2017)

Antonio Candido durante a Flip, em 2011 (Foto: G1/Flavio Moraes)

O socialismo é uma finalidade sem fim. Você tem que agir todos os dias como se fosse possível chegar ao paraíso, mas você não chegará. Mas se não fizer essa luta, você cai no inferno”.

Antonio Candido de Mello e Souza nasceu no Rio de Janeiro em 24 de julho de 1918, concluiu seus estudos secundários em Poços de Caldas (MG) e ingressou na recém-fundada Universidade de São Paulo em 1937, no curso de Ciências Sociais. Com os amigos Paulo Emílio Salles Gomes, Décio de Almeida Prado e outros fundou a revista Clima. Com Gilda de Mello e Souza, colega de revista e do intenso ambiente de debates sobre a cultura, foi casado por 60 anos. Defendeu sua tese de doutorado, publicada depois como o livro “Os Parceiros do Rio Bonito”, em 1954. De 1958 a 1960 foi professor de literatura na Faculdade de Filosofia de Assis. Em 1961, passou a dar aulas de teoria literária e literatura comparada na USP, onde foi professor e orientou trabalhos até se aposentar, em 1992. Na década de 1940, militou no Partido Socialista Brasileiro, fazendo oposição à ditadura Vargas. Em 1980, foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores. Colaborou nos jornais Folha da Manhã e Diário de São Paulo, resenhando as primeiras obras literárias. É autor de inúmeros livros, atualmente reeditados pela editora Ouro sobre Azul, coordenada por sua filha, Ana Luisa Escorel.

Fonte: Brasil de Gato, edição nº 435