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sábado, 17 de março de 2018

Quem matou Marielle?

Milena Martins, foto revista Piauí

Com pouco mais de mil seguidores, o perfil @badgcat foi responsável pelo tuíte mais citado após o assassinato da vereadora do PSOL. 

“marielle morreu dps de denunciar abuso dos militares e a galera tá falando “morreu pelas mãos bandidos que ela defende”. acho que ela morreu pelas mãos dos bandidos que você defende, amigo”

Mais de 33 mil retuítes transformaram sua dona no segundo nó mais importante da rede formada a partir da tragédia – atrás só do da própria Marielle.
A autora do tuíte, a @badgcat, tem 17 anos, é negra e militante. Ela mora em Queimados, na Baixada Fluminense, a mais de 50 quilômetros do local onde a vereadora do PSOL foi assassinada. Milena Martins contou à piauí que não pôde ir ao protesto contra a morte de Marielle. Não teve dinheiro para a passagem. Mia, como é chamada, cuida da avó, de 95 anos, cega e surda.
Informada pela piauí de que seu tuíte era recordista de compartilhamentos, @badgcat respondeu, através de seu perfil no Instagram: “Fico lisonjeada por poder dar voz à revolta”.
Conectada, a militante do movimento negro registrou no Medium: “Sou adotada por família branca e EXTREMAMENTE mais privilegiada do que grande parte dos negros brasileiros por esse simples fato. Sempre me portei como menina branca, visto que meus pais me criaram como se ‘raça não importasse’, dentro do discurso do ‘somos todos iguais’, e por isso eu nunca entendi exatamente por que não gostavam de mim, eu só sabia que não gostavam.”
Os milhares de RTs obrigaram @badgcat a desligar as notificações de seu celular. Junto com os elogios vieram as mensagens agressivas, as ameaças e o ódio. “A próxima a morrer é tu se ficar falando mt”, escreveu o perfil @FelipeA72601589.

quinta-feira, 15 de março de 2018

Somos todos Marielle!

Marielle, foto terça livre

Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento.
O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari.
Nessa semana dois jovens foram mortos e jogados em um valão.
Hoje a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores.
Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior.
Compartilhem essa imagem nas suas linhas do tempo e na capa do perfil!
Arte site socialista morena

quinta-feira, 8 de março de 2018

402 delitos foram cometidos contra a mulher em Búzios em 2016 - resumo do Dossiê Mulher 2017

RESUMO
Resumo

Delito
Tipo de violência 
Fonte: ISP

Dossiê Mulher 2017 revela que boa parte dos crimes cometidos contra as mulheres ocorrem no ambiente doméstico ou familiar


Recebido via Whatsapp

O Instituto de Segurança Pública (ISP) lançou em 07 de agosto de 2017, a 12ª edição do Dossiê Mulher com os principais crimes relacionados à violência contra a mulher no estado do Rio de Janeiro. Os delitos apresentados foram selecionados por possuírem uma dinâmica singular quanto à relação entre acusados e vítimas, possibilitando uma melhor análise de situações de violência no âmbito doméstico e/ou familiar.
Nesta edição foram analisados os principais delitos sofridos pelas mulheres: homicídio doloso, tentativa de homicídio, lesão corporal dolosa, ameaça, estupro, tentativa de estupro, assédio sexual, importunação ofensiva ao pudor, dano, violação de domicílio, supressão de documento, constrangimento ilegal, calúnia, difamação e injúria. Através da análise desses delitos, buscamos construir um panorama mais amplo da violência contra a mulher, observada em suas cinco formas: física, sexual, patrimonial, moral e psicológica.
O Dossiê Mulher 2017 mostra que as mulheres continuam sendo as maiores vítimas dos crimes de estupro (85,3%), ameaça (65,4%), lesão corporal dolosa (63,8%), assédio sexual (93,3%) e importunação ofensiva ao pudor (91%). Boa parte dos crimes contra as mulheres são cometidos por pessoas com algum grau de intimidade ou proximidade com a vítima, ou seja, são companheiros e ex-companheiros, familiares, amigos, conhecidos ou vizinhos. Os dados mostram que, em relação à violência contra mulheres, esse grupo foi responsável por 68% dos casos de violência física, 65% da violência psicológica e 38% da violência sexual. Pais, padrastos, parentes, conhecidos, amigos e vizinhos foram acusados de 37% dos estupros de vulneráveis registrados em 2016. Mais de 60% dos estupros e dos crimes de lesão corporal dolosa contra as mulheres ocorreram no interior de residência em 2016, assim como 40% das tentativas de homicídio de mulheres.
Pelo segundo ano o Dossiê apresenta os dados estatísticos de assédio sexual e importunação ofensiva ao pudor. Em 2016, foram registradas 588 mulheres vítimas de importunação ofensiva ao pudor e 126 vítimas de assédio sexual. Esses casos geralmente acontecem em ambientes públicos como ruas, bares, meios de transporte coletivo ou no ambiente de trabalho, o que atenta contra a liberdade da mulher. Situações como essas, apesar de causar profundo constrangimento e desconforto às suas vítimas, ainda são pouco percebidas como um tipo de violência, o que se expressa pelo reduzido número de registros verificado.
Com a publicação do Dossiê Mulher, o Instituto de Segurança Pública espera embasar argumentos, subsidiar políticas públicas, instigar investigações ainda mais aprofundadas sobre a temática e melhorar os esforços para a produção de estatísticas relacionadas à violência de gênero de forma padronizada e comparativa. Todos os dados analisados são também apresentados no Dossiê por municípios e Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP).
As informações divulgadas no Dossiê têm como fonte o banco de dados dos registros de ocorrência da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, relativos ao ano de 2016, disponibilizado através do seu Departamento Geral de Tecnologia da Informação e Telecomunicações (DGTIT).
Com o intuito de facilitar ainda mais o acesso à informação, o ISP disponibiliza também a versão do Dossiê Mulher na plataforma interativa Tableau. A ferramenta, de livre acesso ao público, disponibiliza, além das informações presentes no Dossiê, outros dados que não chegaram a ser analisados no relatório. A consulta poderá ser feita no site do ISP (http://www.ispvisualizacao.rj.gov.br/Mulher.html).

Karina Nascimento

Fonte: "isp"

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Foi morrida essa morte ou foi morte matada?

Morte em Geribá, Foto Muchacho Vidal

A página do "jornalbuziosnoticias" no facebook noticia que "o jovem Matheus Araújo Neto, de 18 anos, foi assassinado em frente a sua casa, na Rua Araújo, bem próximo a praça Garota de Geribá. Segundo informações colhidas no local pelo repórter Muchacho Vidal, o jovem assassinado "é trabalhador e não tem envolvimento com coisas ilícitas". O jovem trabalhava em um mercadinho próximo a casa dele. Sua morte repercutiu muito nas redes sociais, deixando muitas pessoas apreensivas quanto ao nível de violência reinante na cidade. 


Segundo o Jornal Búzios Notícias, Matheus foi baleado por volta de 5 horas da manhã bem próximo de sua casa. "Ao chegar próximo ao portão de sua casa Matheus foi baleado pelas costas indo a óbito no local". O condutor da moto também teria sido baleado. Um tiro teria atingido suas nádegas. Socorrido, foi levado para o Hospital Municipal Dr. Rodolpho. 

Na página do Jornal Búzios Notícias Adriano F Loos faz um desabafo:  


Adriano F Loos BUZIOS NÃO E MAIS O MESMO CUIDANDO DA NOSSA GENTE O MAIS TRISTE E QUE POLITICOS DA TERRA NADA FAZEM FICÃO DE BRAÇOS CRUZADOS OLHANDO A DESGRASÇA E QUANDO SE ELEGEM VENDEM A HISTORIA DE SUAS FAMILIAS E DA CIDADE POR PROPINAS DO EXECUTIVO TAI A CIDADE ENTREGUE A VIOLENCIA AGORA VAI LA CONSOLAR A FAMILIA

"E foi morrida essa morte, 
irmão das almas,
essa foi morte morrida
ou foi matada?
Até que não foi morrida,
irmão das almas, essa foi morte matada 
numa emboscada".

"Morte e Vida Severina"
João Cabral de Melo Neto 

Desde 2010, ainda em meu blog anterior, o Blog do Luiz do PT, venho alertando que o nível de violência em Búzios é preocupante. No paraíso buziano  mata-se mais, proporcionalmente à população, do que no estado do Rio de Janeiro e no Brasil. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes em Búzios foi de 41,5 em 2016, enquanto a do estado foi de 21,5 e a do país, 11,1. Búzios, que já foi a cidade mais violenta do estado, em 2011/2012, hoje ocupa a nada honrosa 5ª colocação. 

Em 2014, ocorreram 15 homicídios em Búzios. Parece pouco, mas não é. Para uma população de apenas 30 mil habitantes, esse número de homicídios é altíssimo. Para se ter uma noção da gravidade da taxa, basta registrar que o Japão tem taxa de mortalidade por 100 mil habitantes igual a 1. E a taxa dos países nórdicos é inferior a esse número.

Também pudera. Com prefeitos incompetentes como os que tivemos, e temos, cresce assustadoramente a parcela da juventude chamada de "nem, nem": aquela que nem estuda nem trabalha. Nunca tivemos em Búzios políticas públicas (dignas desse nome) de Trabalho e Renda e de Educação, condizente com a riqueza do município. E hoje, temos um prefeito irresponsável que fecha turnos e turmas do ensino médio municipal. E que teve a coragem de fechar turmas do ensino noturno do INEFI e do Paulo Freire, frequentadas justamente por aqueles que se esforçavam para estudar e trabalhar.  

Número de homicídios por ano em Búzios: 
2008 - 26
2009 - 21
2010 - 12
2011 - 15
2012 - 14
2013 - 8
2014 - 15

Para quem quiser se aprofundar no tema segue links de postagens feitas sobre  
VIOLÊNCIA EM BÚZIOS:

1) 8/10/2010
Violência na Região das Baixadas Litorâneas

2) 24/10/2010
As “agressões” na Região dos Lagos

3) 1/3/2011
A questão da violência em Búzios 1

4) 8/3/2011
A questão da violência em Búzios 2

5) 14/03/2011
A questão da violência em Búzios 3

6) 5/9/2011
Violência em Búzios

7)28/06/2012
Mapa 2012 da Violência na Região dos Lagos

8) 26/03/2013
Santa desinformação

9) 14/02/2014
Violência e miséria na Região dos Lagos

10) 28/05/2014
Mapa da Violência 2014: Cabo Frio é cidade mais violenta do estado do Rio de Janeiro

11) 28/05/2014
Mapa da violência 2014: taxa de homicídios é a maior desde 1980

12) 1/6/2014
Violência contra crianças e adolescentes na Região dos Lagos

13) 1/6/2014
Raio X da violência na Região dos Lagos

14) 21/07/2014
Desigualdade social e violência na Região dos Lagos

15) 13/12/2014
Violência contra a mulher na Região dos Lagos

16) 16/07/2016
As condições de vida das mulheres na Região dos Lagos

17) 15/11/2016
Armação dos Búzios é a 5ª cidade mais violenta do Estado do Rio de Janeiro

18) 7/8/2017
A cada mês, em média, uma mulher é estuprada em Búzios

19) 9/1/2018
Taxa de homicídios explode na Região dos Lagos e ultrapassa a da Baixada Fluminense

domingo, 22 de janeiro de 2017

Quem morreu lá fomos nós

A “barbárie” é o serviço sujo que atende ao desprezo que a alma deste país escravocrata tem pela “ralé”

"A pane geral dos presídios brasileiros foi noticiada com palavras fortes: chacina, morticínio, barbárie, selvageria, matança, carnificina, massacre, horror, facínoras, bestialidade. É compreensível, pois é justo. Num país onde vigora a injustiça institucionalizada, ao menos as palavras do noticiário foram justas. A explosão (palavra forte) de violência (outra palavra forte) nos cárceres do Amazonas e de Roraima, com pilhas de cadáveres decapitados e desmembrados, num número total de 91 mortos, sem contar os sepultamentos clandestinos que vêm sendo encontrados dentro das prisões, não poderia ser descrita em termos amenos e átonos. No sistema penal do Brasil, nada do que nos torna humanos permanece de pé. Nas celas deste país, não há mais diferença moral entre ratos e homens (para fechar o parágrafo com outra imagem forte).
O problema dessas palavras, dessas imagens por demais abrutalhadas, hiperbólicas e contundentes é que elas atordoam o pensamento, mais ou menos como um terremoto impede os gestos milimétricos de um artista que desenha uma orquídea com traços a nanquim. A linguagem tonitruante, como a dinamite, pode ser ouvida de longe, mas destrói os fios que tecem a lógica e as antenas que dão vida à sensibilidade. O vocabulário flamejante queima os ouvidos e dói na pele, sem dúvida expressa um grito de indignação legítima, mas não raciocina, não convida à reflexão. Traduz com intensidade dramática o que nos ultraja, mas não nos leva a entender por que o que nos ultraja aconteceu, segue acontecendo e ainda acontecerá tantas vezes.
As palavras fortes causam um efeito imediato, sensacional, retumbante – mas não vão além. Se quisermos – e precisamos querer – ir além, se quisermos compreender o incompreensível, temos de ter a coragem de encarar ideias menos óbvias, menos fáceis. Temos de olhar menos para “eles” – sejam “eles” os mortos ou seus algozes – e temos de olhar mais para nós. Se fizermos esse esforço, veremos algo que nos assusta e nos envergonha. Veremos que quem morreu agora nessas prisões do Norte – e no Carandiru, em 1992, e na Casa de Custódia de Benfica, em 2004, e no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em 2010 – não foram “eles”, mas fomos nós. Não foram meramente aqueles de quem se diz “não são santos”. Foi uma parte de nós. É a nossa própria humanidade, a minha e a sua, que morreu ali. É a nossa sociedade, uma dimensão dela. É o nosso futuro.
Pelas mesmas razões, os assassinos daqueles homens trancafiados pelo Estado também não foram outros “eles”, os tais “facínoras” das facções criminosas organizadas, mas fomos nós, também. As cadeias concentram a mentalidade e os valores (ou a falta de valores) da sociedade que delas se serve. É mais do que hora de admitirmos: somos nós que matamos e morremos nos cárceres do Brasil.
Um secretário da Presidência da República (secretário nacional da “juventude”, imagine só) foi flagrado em vilipêndio contra os assassinados, dizendo que muitos mais deveriam ter a mesma sina. Perdeu o posto, é verdade, mas não por pensar como pensa, e sim por ter dito o que pensa em lugar inadequado. O que ele pensa, nós sabemos muito bem, é o senso comum continental. É possível que você tenha recebido mensagens nas redes sociais, de gente que você conhece e até gosta, proclamando que bandido tem mais é que morrer. Aí está a face da pulsão de morte que se realiza nas penitenciárias.
Os “massacres”, as “carnificinas” são a realização desse desejo. É triste, é muito triste dizer isso, assim, a seco, mas a “barbárie”, a “selvageria”, o “horror” são o serviço sujo que atende ao desprezo que a alma deste país escravocrata tem pela “ralé”, pela senzala, pela “escória”. As prisões do Brasil são o pelourinho gradeado, são a antecipação do inferno, porque nós as fizemos assim. Sempre foram medievais, embora isso só tenha incomodado as autoridades mais recentemente, quando foi ficando claro que algumas delas poderiam fixar residência, ainda que temporária, dentro delas.
Quanto a nós, sejamos ou não autoridades, sejamos ou não políticos suspeitos, sejamos ou não indiciados, saibamos que aqueles presos esquartejados, sem rosto, sem história, sem visibilidade, todos “eles” somos nós, assim como somos, também, uma fibra do braço que os assassinou. Os cárceres no Brasil não ficaram assim porque o Brasil se descuidou deles. Ficaram assim porque o Brasil os desejou visceralmente – e construiu cada um deles, um por um, para negar o que somos, para extirpar o que somos, para sumir com o corpo que somos nós".
EUGÊNIO BUCCI



quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Agressores do guarda municipal no Centro de Búzios são mantidos presos

Os dois irmãos que espancaram brutalmente o Guarda Municipal Leandro dos Santos Pereira no centro de Búzios, no dia 30 de julho, e que respondiam em liberdade graças a Habeas Corpus obtido em Plantão Judiciário do TJ-RJ, após terem denegada a ordem no Habeas Corpus em 18/10/2016, 

TERCEIRA CAMARA CRIMINAL,
Relatora DES. SUIMEI MEIRA CAVALIERI
Por unanimidade de votos, a ordem no Habeas Corpus nº 0044424-69.2016.8.19.0000 e julgada extinto o feito sem resolução de mérito, pela perda de objeto, no Habeas Corpus nº 0043131-64.2016.8.19.0000, nos termos do voto da Relatora. Revogaram-se as liminares anteriormente concedidas. Expeçam-se os respectivos mandados de prisão. Estiveram presentes à sessão de julgamento a Procuradora de Justiça Dra. Maria Aparecida Moreira de Araujo e o Defensor Público Dr. Ubiracyr Peralles.


ingressaram com pedido de relaxamento da prisão na Justiça de Búzios que foi negado ontem (14) por ordem do Juiz Titular da 2ª Vara Dr. Marcelo Villas. Ao pai deles, JOSÉ FERNANDES DE LIMA,  foi concedida liberdade provisória "em razão da idade avançada".    

Processo No 0002766-25.2016.8.19.0078

 TJ/RJ - 15/12/2016 19:52:57
 - Primeira instância
 - Distribuído em 02/08/2016  
Comarca de Búzios2ª Vara
Cartório da 2ª Vara 
Endereço:Dois   S/N   Estrada da Usina  Bairro:Centro
Cidade:Armação dos Búzios
Assunto:Homicídio Qualificado (Art. 121, § 2º - CP); Crime Tentado 
Classe:Ação Penal de Competência do Júri

Autor MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Réu JOSE FERNANDES DE LIMA JÚNIOR
Réu JOSÉ FERNANDES DE LIMA
Advogado(RJ083018) WILMAR PEREIRA DOS SANTOS
Advogado(RJ161226) PAULA CAROLINY DA SILVA VITORIANO
Advogado(RJ188676) ODON DE LIMA PEREIRA
Réu FERDNANDO FERNANDES DE LIMA

Sentença 14/12/2016

Trata-se de pedido reconsideração de relaxamento da prisão formulado pela Defesa de JOSÉ FERNANDES DE LIMA, JOSÉ FERNANDES DE LIMA JÚNIOR e FERNANDO FERNANDES DE LIMA, fls. 217/219, aduzindo, em síntese, que são réus primários, trabalhadores, com endereço certo e determinado no distrito da culpa, alegando ainda que as lesões foram leves e que há presunção de inocência. Manifesta-se o parquet pelo indeferimento do pedido (fls. 230/235). Assiste razão ao Parquet. Compulsando os autos não vislumbro qualquer alteração fática que tenha o condão de modificar o decreto prisional. Ao revés, verifica indícios e provas suficientes para eventual condenação do acusado. Consigne-se que a defesa não trouxe aos autos nenhum fato novo que tenha o condão de elidir o decreto prisional, permanecendo presente a necessidade de sua manutenção para garantia da ordem pública, tendo em vista haver fortes indicativos de periculosidade dos réus. Nas certidões de antecedentes criminais dos acusados constam anotações, a priori, demonstrando que este grupo familiar possui personalidade distorcida e violenta. Ademais, também é recomendável a manutenção da prisão por conveniência da instrução criminal, eis que se revela considerável a probabilidade de que soltos os acusados venham a ameaçar a vítima e as testemunhas, cujos depoimentos devem ser colhidos desembaraçados de qualquer espécie de temor. Assim, na forma da r. promoção ministerial, mantenho a decisão anterior e INDEFIRO o pedido de relaxamento de prisão dos acusados JOSÉ FERNANDES DE LIMA JÚNIOR e FERNANDO FERNANDES DE LIMA. Quanto ao pedido em relação ao acusado primeiro acusado, em razão da idade avançada, concedo a liberdade provisória ao acusado JOSÉ FERNANDES DE LIMA e DECRETO AS MEDIDAS CAUTELARES previstas no art. 319, I, III, IV e V do Código de Processo Penal, com redação data pela Lei nº. 12.403/11, para determinar: I - COMPARECIMENTO semanal ao Juízo Criminal a fim de manterem seus endereços atualizados para futuras intimações, bem como para informarem e justificarem suas atividades; I - PROIBIÇÃO DE CONTATO dos acusados com a vítima e com seus parentes, mantendo distância mínima de duzentos metros; II - PROIBIÇÃO DE AUSENTAREM-SE DA COMARCA em que residem por mais de quinze dias quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução. III - RECOLHIMENTO DOMICILIAR NO PERÍODO NOTURNO às 21 horas. Oficie-se à Polícia Militar, à Policial Civil e à Guarda Municipal das Cidades de Armação dos Búzios e de Rio de Janeiro para que auxiliem na fiscalização das medidas e comuniquem eventual descumprimento. Intimem-se. Dê-se ciência ao Ministério Público.





terça-feira, 15 de novembro de 2016

Armação dos Búzios é a 5ª cidade mais violenta do Estado do Rio de Janeiro

Segundo o MAPA DA VIOLÊNCIA 2016 Búzios é o quinto município mais violento do Estado do Rio de Janeiro. O índice é obtido a partir da taxa média dos homicídios cometidos nos anos de 2012, 2013 e 2014. Neste último ano foram mortas 15 pessoas por disparos de arma de fogo na cidade.  Já foi pior. Na edição de 2012, Búzios figurava em primeiro lugar. A edição deste ano do Mapa elaborado pelo Instituto Sangari a pedido do Ministério da Justiça, e que faz uma radiografia do número de homicídios por armas de fogo no Brasil, revela que Paraty é a cidade mais violenta do estado, seguida de Cabo Frio, nossa vizinha.  

Cabo Frio "também ocupa lugar de destaque no ranking nacional, 55º posição, enquanto Paraty está na 48ª colocação. Os dois municípios figuram em meio a cidades dos estados mais violentos do País: Paraíba, Ceará e Alagoas. Cabo Frio registrou, de acordo com o estudo, uma taxa média de homicídio por arma de fogo - entre 2012 e 2014 de 59,0 por 100 mil habitantes. O estudo revela um dado ainda mais preocupante: a violência está se deslocando das capitais para o interior principalmente para os municípios de fronteira, municípios do Arco do Desmatamento Amazônico e Municípios de Turismo Predatório, localizados principalmente, na orla marítima, que atraem turismo de fins de semana flutuante e altamente predatório".
"O estudo mostra que Búzios ocupa o 179ª posição no ranking nacional, o que coloca o município como segundo mais violento da região, com média de 41,5 Homicídio por Arma de Fogo (HAF) por 100 mil habitantes. Araruama, na 236ª posição no ranking nacional, com média de 36,5 é o terceiro município mais violento da região. São Pedro da Aldeia, que está na 286º posição no Mapa, com índice de 34,6, vem a seguir na quarta colocação como mais violento da região. Saquarema ocupa a 974ª posição no ranking nacional do Mapa da Violência, com média de 14,7, menos da metade de São Pedro. É o quinto município mais violento da região. Iguaba Grande e Arraial do Cabo são os municípios da região menos violentos. Iguaba ocupa a posição 1.166ª no ranking nacional com índice de 12,1 HAF e Arraial ocupa a posição 1.299, com média de 10,5 Homicídios por Arma de Fogo para 100 mil habitantes".
"O país registrou aumento no número de vítimas de Homicídio por Arma de Fogo, 23,7% entre 2004 e 2014 mas, nas capitais, esse crescimento foi bem menor, de apenas 5,4%. As taxas de HAF no país cresceram 11,1%, enquanto, nas capitais, as taxas caíram 3,8%. Em 2004, o número de HAF das capitais representava 36,1% do total de homicídios ocorridos no país. Em 2014, essa participação cai para 33,4% e com tendência de continuar caindo".
"A cada hora no Brasil cinco pessoas morrem vítima de Homicídio por Arma de Fogo. São 123 mortes por dia. Temos, a cada dia, o equivalente aos massacres de Paris de novembro de 2015, quando morrem 137 pessoas, incluindo sete dos agressores. Nosso número diário de mortes por arma de fogo é maior que o resultado do massacre do Carandiru. E o pior: a juventude, na faixa de 15 a 29 anos, é principal vítima da violência homicida no Brasil. O número de HAF passou de 6.104, em 1980, para 42.291, em 2014: crescimento de 592,8%. Mas, na faixa jovem, este crescimento foi bem maior: pula de 3.159 HAF, em 1980, para 25.255, em 2014: crescimento de 699,5%".
"A vitimização negra no país que, em 2003, era de 71,7% (morrem, proporcionalmente, 71,7% mais negros que brancos), pula para 158,9%, em 2014. Apenas três estados — Tocantins, Acre e Paraná — matam mais brancos que negros. No Paraná, o índice de vitimização é praticamente o dobro: taxa de 22,0 HAF de brancos para 11,6 de negros. Em contraposição, em Alagoas, em 2014, foram assassinados 60 brancos e 1.702 negros".
"A taxa de 20,7 homicídios por arma de fogo por cada 100 mil habitantes, coloca o Brasil na incômoda 10ª posição entre os 100 países mais violentos do mundo.A taxa de Homicídios por Armas de Fogo registrada no Brasil é infinitamente superior à de muitos países que não registraram HAF no ano de referência, como Islândia, Japão, República da Coreia, Luxemburgo, Escócia, Inglaterra e Gales. E 103 vezes maior que a de Suécia, Noruega, França, Egito ou Cuba, dentre vários que tem taxas em torno dos 0,2 Homicídios Por Arma de Fogo por 100 mil habitantes".
"Natividade e Porciúncula são os municípios menos violentos do Estado do Rio com índice zero de Homicídios por Arma de Fogo para 100 mil Habitantes".

Colocação dos municípios do Estado do Rio de Janeiro no Mapa da Violência 2016:


Posição nacional
Município
UF
HAF 2012
HAF 2013
HAF 2014
População
Taxa
48
Paraty
RJ
23
24
25
39.380
60,9
55
Cabo Frio
RJ
105
99
150
200.021
59
111
Mangaratiba
RJ
17
20
20
39.140
48,5
167
Itaguaí
RJ
52
51
44
115.366
42,5
179
Armação dos Búzios
RJ
14
8
15
29.734
41,5
219
Campos dos Goytacazes
RJ
188
176
184
476.719
38,3
236
Araruama
RJ
41
51
38
118.777
36,5
286
São Pedro da Aldeia
RJ
30
30
37
93.506
34,6
293
Japeri
RJ
35
29
37
98.290
34,3
304
Duque de Caxias
RJ
332
308
244
873.130
33,7
308
Conceição de Macabu
RJ
4
9
9
21.821
33,6
313
Belford Roxo
RJ
129
192
156
477.188
33,3
329
Queimados
RJ
35
38
66
141.612
32,7
346
Macaé
RJ
68
67
79
224.006
31,8
370
Rio das Ostras
RJ
40
35
38
121.834
30,9
379
São João da Barra
RJ
9
7
15
33.912
30,5
402
Angra dos Reis
RJ
41
51
69
181.176
29,6
470
Seropédica
RJ
18
15
32
81.163
26,7
473
São João de Meriti
RJ
113
101
154
460.524
26,6
477
São Gonçalo
RJ
247
286
279
1.024.513
26,4
486
Resende
RJ
35
41
21
123.256
26,2
492
Itaboraí
RJ
50
66
59
225.016
25,9
515
Guapimirim
RJ
13
10
18
54.620
25
540
Miguel Pereira
RJ
10
2
6
24.799
24,2
542
Magé
RJ
57
42
69
232.207
24,1
595
São Francisco de Itabapoana
RJ
4
6
18
41.375
22,6
660
Volta Redonda
RJ
51
59
52
261.320
20,7
667
Itaocara
RJ
3
3
8
22.859
20,4
702
Maricá
RJ
21
26
35
139.261
19,6
729
Casimiro de Abreu
RJ
4
10
8
38.415
19,1
757
Carapebus
RJ
3
1
4
14.382
18,5
762
Niterói
RJ
112
112
50
493.826
18,5
782
Itatiaia
RJ
6
8
2
29.711
18
801
Mesquita
RJ
32
23
35
170.065
17,6
834
Porto Real
RJ
2
3
4
17.635
17
845
Quissamã
RJ
3
6
2
21.767
16,8
847
Cantagalo
RJ
1
3
6
19.816
16,8
887
Nilópolis
RJ
23
17
37
158.191
16,2
942
Barra Mansa
RJ
26
28
28
179.350
15,2
951
Rio Claro
RJ
1
5
2
17.694
15,1
969
Rio de Janeiro
RJ
997
966
889
6.424.632
14,8
974
Saquarema
RJ
7
11
17
79.286
14,7
1045
Paracambi
RJ
4
4
12
48.651
13,7
1103
Pinheiral
RJ
2
5
2
23.462
12,8
1138
Aperibé
RJ
1
0
3
10.721
12,4
1166
Iguaba Grande
RJ
4
2
3
24.740
12,1
1242
Paty do Alferes
RJ
5
1
3
26.676
11,2
1277
Itaperuna
RJ
10
13
9
97.915
10,9
1294
Santo Antônio de Pádua
RJ
2
2
9
41.006
10,6
1299
Arraial do Cabo
RJ
2
1
6
28.596
10,5
1333
Barra do Piraí
RJ
8
8
13
96.185
10,1
1334
Quatis
RJ
1
0
3
13.268
10
1378
Paraíba do Sul
RJ
6
2
4
41.918
9,5
1490
Miracema
RJ
1
4
2
26.773
8,7
1531
Cachoeiras de Macacu
RJ
5
4
5
55.579
8,4
1592
Cardoso Moreira
RJ
0
1
2
12.593
7,9
1602
Silva Jardim
RJ
1
2
2
21.355
7,8
1604
Nova Friburgo
RJ
18
14
11
183.991
7,8
1631
Carmo
RJ
1
0
3
17.925
7,4
1677
Rio Bonito
RJ
3
3
6
56.887
7
1765
Trajano de Moraes
RJ
1
0
1
10.341
6,4
1786
Teresópolis
RJ
15
5
12
169.651
6,3
1866
Sapucaia
RJ
1
2
0
17.600
5,7
1871
Areal
RJ
0
2
0
11.773
5,7
1891
Mendes
RJ
1
0
2
18.061
5,5
2008
Vassouras
RJ
3
0
2
35.082
4,8
2023
Três Rios
RJ
2
2
7
78.659
4,7
2033
Italva
RJ
0
2
0
14.392
4,6
2070
São Fidélis
RJ
3
1
1
37.695
4,4
2123
Valença
RJ
1
4
4
73.093
4,1
2164
Bom Jardim
RJ
2
0
1
25.944
3,9
2268
Petrópolis
RJ
13
5
11
297.699
3,2
2269
Santa Maria Madalena
RJ
0
1
0
10.278
3,2
2345
Duas Barras
RJ
0
1
0
11.062
3
2460
Engenheiro Paulo de Frontin
RJ
1
0
0
13.493
2,5
2514
Cambuci
RJ
0
0
1
14.854
2,2
2521
Sumidouro
RJ
0
0
1
15.060
2,2
2592
Bom Jesus do Itabapoana
RJ
0
1
1
35.799
1,9
2698
Piraí
RJ
1
0
0
27.279
1,2
2708
Tanguá
RJ
1
0
0
31.807
1
2731
Cordeiro
RJ
0
0
0
20.845
0
2731
São José do Vale do Rio Preto
RJ
0
0
0
20.685
0
2731
Porciúncula
RJ
0
0
0
18.172
0

HAF - Homicídio por arma de fogo

Taxa- número de homicídios por cem mil habitantes