Milena Martins, foto revista Piauí |
Com
pouco mais de mil seguidores, o perfil @badgcat foi responsável pelo
tuíte mais citado após o assassinato da vereadora do PSOL.
“marielle morreu dps de denunciar abuso dos militares e a galera tá
falando “morreu pelas mãos bandidos que ela defende”. acho que
ela morreu pelas mãos dos bandidos que você defende, amigo”.
Mais
de 33 mil retuítes transformaram sua dona no segundo nó mais
importante da rede formada a partir da tragédia – atrás só do da
própria Marielle.
A
autora do tuíte, a @badgcat, tem 17 anos, é negra e militante. Ela
mora em Queimados, na Baixada Fluminense, a mais de 50 quilômetros
do local onde a vereadora do PSOL foi assassinada. Milena Martins
contou à piauí que
não pôde ir ao protesto contra a morte de Marielle. Não teve
dinheiro para a passagem. Mia, como é chamada, cuida da avó, de 95
anos, cega e surda.
Informada
pela piauí de que seu tuíte era recordista de
compartilhamentos, @badgcat respondeu, através de seu perfil no
Instagram: “Fico lisonjeada por poder dar voz à revolta”.
Conectada,
a militante do movimento negro registrou no Medium: “Sou adotada
por família branca e EXTREMAMENTE mais privilegiada do que grande
parte dos negros brasileiros por esse simples fato. Sempre me portei
como menina branca, visto que meus pais me criaram como se ‘raça
não importasse’, dentro do discurso do ‘somos todos iguais’, e
por isso eu nunca entendi exatamente por que não gostavam de mim, eu
só sabia que não gostavam.”
Os
milhares de RTs obrigaram @badgcat a desligar as notificações de
seu celular. Junto com os elogios vieram as mensagens agressivas, as
ameaças e o ódio. “A próxima a morrer é tu se ficar falando
mt”, escreveu o perfil @FelipeA72601589.
Fonte: http://"piaui"