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O
Instituto de Segurança Pública (ISP) lançou em 07 de agosto de
2017, a 12ª edição do Dossiê Mulher com os principais crimes
relacionados à violência contra a mulher no estado do Rio de
Janeiro. Os delitos apresentados foram selecionados por possuírem
uma dinâmica singular quanto à relação entre acusados e vítimas,
possibilitando uma melhor análise de situações de violência no
âmbito doméstico e/ou familiar.
Nesta
edição foram analisados os principais delitos sofridos pelas
mulheres: homicídio doloso, tentativa de homicídio, lesão corporal
dolosa, ameaça, estupro, tentativa de estupro, assédio sexual,
importunação ofensiva ao pudor, dano, violação de domicílio,
supressão de documento, constrangimento ilegal, calúnia, difamação
e injúria. Através da análise desses delitos, buscamos construir
um panorama mais amplo da violência contra a mulher, observada em
suas cinco formas: física, sexual, patrimonial, moral e psicológica.
O
Dossiê Mulher 2017 mostra que as mulheres continuam sendo as maiores
vítimas dos crimes de estupro (85,3%), ameaça (65,4%), lesão
corporal dolosa (63,8%), assédio sexual (93,3%) e importunação
ofensiva ao pudor (91%). Boa parte dos crimes contra as mulheres são
cometidos por pessoas com algum grau de intimidade ou proximidade com
a vítima, ou seja, são companheiros e ex-companheiros, familiares,
amigos, conhecidos ou vizinhos. Os dados mostram que, em relação à
violência contra mulheres, esse grupo foi responsável por 68% dos
casos de violência física, 65% da violência psicológica e 38% da
violência sexual. Pais, padrastos, parentes, conhecidos, amigos e
vizinhos foram acusados de 37% dos estupros de vulneráveis
registrados em 2016. Mais de 60% dos estupros e dos crimes de lesão
corporal dolosa contra as mulheres ocorreram no interior de
residência em 2016, assim como 40% das tentativas de homicídio de
mulheres.
Pelo
segundo ano o Dossiê apresenta os dados estatísticos de assédio
sexual e importunação ofensiva ao pudor. Em 2016, foram registradas
588 mulheres vítimas de importunação ofensiva ao pudor e 126
vítimas de assédio sexual. Esses casos geralmente acontecem em
ambientes públicos como ruas, bares, meios de transporte coletivo ou
no ambiente de trabalho, o que atenta contra a liberdade da mulher.
Situações como essas, apesar de causar profundo constrangimento e
desconforto às suas vítimas, ainda são pouco percebidas como um
tipo de violência, o que se expressa pelo reduzido número de
registros verificado.
Com
a publicação do Dossiê Mulher, o Instituto de Segurança Pública
espera embasar argumentos, subsidiar políticas públicas, instigar
investigações ainda mais aprofundadas sobre a temática e melhorar
os esforços para a produção de estatísticas relacionadas à
violência de gênero de forma padronizada e comparativa. Todos os
dados analisados são também apresentados no Dossiê por municípios
e Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP).
As
informações divulgadas no Dossiê têm como fonte o banco de dados
dos registros de ocorrência da Polícia Civil do Estado do Rio de
Janeiro, relativos ao ano de 2016, disponibilizado através do seu
Departamento Geral de Tecnologia da Informação e Telecomunicações
(DGTIT).
Com
o intuito de facilitar ainda mais o acesso à informação, o ISP
disponibiliza também a versão do Dossiê Mulher na plataforma
interativa Tableau. A ferramenta, de livre acesso ao público,
disponibiliza, além das informações presentes no Dossiê, outros
dados que não chegaram a ser analisados no relatório. A consulta
poderá ser feita no site do ISP
(http://www.ispvisualizacao.rj.gov.br/Mulher.html).
Karina Nascimento
Fonte: "isp"
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