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sexta-feira, 2 de março de 2018

Prefeito de Búzios perde mais uma vez no processo do ensino médio municipal

Arte da página "Defenda o ensino médio municipal"


27/02/2018

Despacho - Proferido despacho de mero expediente

Processo nº:
0000466-22.2018.8.19.0078
Tipo do Movimento:
Despacho
Descrição:
O município réu, inconformado com a decisão de fls.147/148, manifestou-se à fl. 169 informando a interposição de agravo de instrumento e requerendo a reconsideração da supramencionada decisão, que deferiu a antecipação dos efeitos da tutela. Ante o exposto, INDEFIRO o pedido de reconsideração, mantendo-se a decisão de fls. 147/148 por seus próprios fundamentos.

Fonte: TJ-RJ

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Governo de Búzios ingressa com pedido de suspensão de sentença

Processo No: 0009513-60.2018.8.19.0000

 
TJ/RJ - 28/02/2018 21:03 - Segunda Instância - Autuado em 28/02/2018
Processo eletrônico - clique aqui para visualizar. Pesquisar processo eletrônico
Classe:SUSPENSAO DE EXECUCAO DE SENTENCA
Assunto:
Direitos e Garantias Fundamentais / Seção Cível / Seção Cível / DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
  
  
Órgão Julgador:
Relator:
REQUERENTE:MUNICIPIO DE ARMAÇÃO DOS BUZIOS
REQUERIDO:MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
  
  
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Processo originário:  0000466-22.2018.8.19.0078
RIO DE JANEIRO ARMACAO DOS BUZIOS 1 VARA
  
FASE ATUAL:Conclusão ao Presidente do Tribunal de Justiça
Data do Movimento:28/02/2018 16:06
Magistrado:Presidente do Tribunal de Justiça
Magistrado:DES. MILTON FERNANDES DE SOUZA
Órgão Processante:GABPRES - DIVISAO DE MOVIMENTACAO PROCESSUAL
Destino:GAB. DES MILTON FERNANDES DE SOUZA
  
FASE:Remessa do Escrivão/Diretor/Secretário para GABPRES - DIVISAO DE MOVIMENTACAO PROCESSUAL
Data do Movimento:28/02/2018 13:53
Destinatário:GABPRES - DIVISAO DE MOVIMENTACAO PROCESSUAL
Local Responsável:1VP - DIVISAO DE AUTUACAO
Destino:GABPRES - DIVISAO DE MOVIMENTACAO PROCESSUAL
  
FASE:Certidao
Data do Movimento:28/02/2018 13:51
  
FASE:Autuacao
Data do Movimento:28/02/2018 13:49
Destino:1VP - DIVISAO DE AUTUACAO

Dia histórico em Búzios: Pela primeira vez estudantes ocupam uma escola municipal

Arte de Ricardo Malagoli da página "Defenda o Ensino Médio Municipal de Búzios"

Dia histórico em Búzios. Nunca antes na sua história uma escola municipal foi ocupada por estudantes. Antes, apenas o Colégio Estadual João de Oliveira Botas e a recepção da Prefeitura foram ocupados.
Com a ocupação, o movimento em defesa do ensino médio municipal atinge um novo patamar. Se inicialmente o movimento foi deflagrado para impedir a extinção de turno e turmas, agora luta-se pela defesa da melhoria da qualidade do ensino médio municipal como um todo, no Paulo Freire e no INEFI. 
A ocupação está muito bem organizada. Comissões estudantis foram criadas pela União Municipal de Estudantes de Armação dos Búzios (UMEAB): segurança, alimentação, limpeza e de atividades. O governo municipal e secretaria de Educação, apesar da justiça de Búzios ter decidido que nenhum turma ou turno poderia ser fechado no Paulo Freire e no INEFI, não permitiram que alunos do turno noturno do colégio tivessem aula e tentaram de todas as formas impedir que a ocupação acontecesse. Mas tiveram que se dobrar à força do movimento. Aos novos diretores da escola, escolhidos pelo governo, após a renúncia da diretoria anterior,  não restou outra coisa a fazer a não ser entregar o colégio aos estudantes, que a partir de agora administrarão a escola.
Os estudantes pedem aos pais, ex-alunos e membros da sociedade civil buziana que apoiem o movimento. A ajuda com alimentação ( Pão, Queijo, Presunto, Biscoito, Suco Tang, Água, 
Requeijão, Manteiga), material de limpeza, copo descartável e papel toalha será muito bem vinda.
A ocupação se dará por tempo indeterminado até a vitória final. Nenhum turno e turma a menos. Por um Ensino Médio Municipal de qualidade.
Todos juntos em defesa do Colégio Municipal Paulo Freire, do INEFI e da escola pública municipal como um todo!

UMA AULA DE CIDADANIA



 
RODA CULTURAL COM TIO LÉO. Outro momento histórico em Búzios. Nunca antes na história de Búzios presenciamos uma roda cultural em uma escola municipal.





FALA UMEAB 1




FALA UMEAB 2




quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Viva a Escola!

Colégio Estadual João de Oliveira Botas, foto da página do Facebook de Luísa Barbosa


No final do dia 19 de fevereiro a comunidade escolar de Armação dos Búzios dormiu mais tranquila. O juiz Dr. Danilo Marques Borges deferiu a ação civil pública (ACP) com pedido de tutela de urgência em face ao Município, para que este reestabeleça as vagas extintas no ensino médio do CM Paulo Freire e INEFI. O reconhecimento da Justiça para com o Ministério Público, clamado como intermediador pela comunidade escolar, é uma conquista a ser celebrada, mas está longe de se qualificar como uma grande vitória da cidade. O problema é muito mais sério. Envolve o esvaziamento da escola enquanto espaço de conhecimento, os elevados índices de repetência e a altíssima taxa de evasão escolar que assola o Brasil e, principalmente, a cidade turística de Armação dos Búzios. 

O compromisso elementar de qualquer gestor público com a escolarização é o de incutir tolerância zero quanto à ausência de uma criança ou adolescente das unidades de ensino. Muitos são os fatores que determinam a não realização de matrícula ou a interrupção dos estudos, e estes devem ser diagnosticados atentando às especificidades de municípios, escolas, turnos e turmas. As consequências da não inclusão, como sabemos, são nefastas, com prejuízo econômico, social e principalmente humano. O lamentável é verificarmos que este problema está sendo passivamente assimilado e tolerado por escolas e sistemas de ensino que admitem matrículas de um número mais elevado de alunos por turma já esperando pelas "desistências" ao longo do ano letivo. Ou, mais grave ainda, observar a conformação pela menor procura por matrículas apesar de uma demanda potencial, invertendo a gravidade da exclusão/evasão à solução para redução de despesas. Esquiva-se assim, da responsabilidade pela formação cidadã e o combate às desigualdades sociais. Tal lógica também tem justificado a redução drástica de vagas destinadas à Educação de Jovens e Adultos (EJA), modalidade consagrada constitucionalmente, fundamental para a qualificação da população mais velha e mais pobre da cidade,  que vem sofrendo reduções progressivas de vagas nos últimos anos.

Dificulta-se o acesso, não qualifica-se os programas de ensino e a responsabilidade da desistência recai tão somente sob os ombros dos estudantes que desistem de estudar. Preferem a rua, a praça, a praia. Isso é problema nosso, não pode ser visto como solução para equilíbrio de contas. É problema do Executivo, Judiciário, Comunidade Escolar e Sociedade Civil.

A evasão vem sendo tratada como uma medida a ser combatida pelos dirigentes municipais de educação do Brasil, fora de Búzios. A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em parceria com o Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas) e o Instituto TIM lançaram em 2016 o programa Busca Ativa Escolar. A intenção é apoiar os governos na identificação, registro, controle e acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão. Por meio do programa, municípios e estados terão dados concretos que possibilitarão planejar, desenvolver e implementar políticas públicas que contribuam para a inclusão escolar. A adesão ao programa pode ser um primeiro passo para um diagnóstico preciso na nossa cidade e a reversão desse problema que percebemos a olho nu. Dados apresentados pelo Ministério Público em 2016, em ação movida contra o Município, mostram que cerca de 61% dos alunos em idade escolar para o Ensino Médio, estão fora da escola. Um segundo passo é transformar todo esse movimento em defesa da educação pública em Búzios num fórum permanente de educação.

O conceito empregado não é o de esperar passivamente a matrícula por parte dos estudantes, mas o de mobilizar esforços para detecção desses que estão fora do ambiente da escola, em qualquer que seja a idade, caso haja demanda. Como dizia Paulo Freire, se sozinha a educação não muda a sociedade, sem ela, tampouco a sociedade muda.

Revendo os fatos: 
A prefeitura do Município de Armação dos Búzios e sua Secretaria de Educação no final de 2017 e início de 2018, sem diálogo e sem um real diagnóstico dos problemas e suas consequências, deliberou fechar praticamente todas as turmas dos cursos noturnos de Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos, sob a alegação ou de cortes de despesas ou da pueril “inconstitucionalidade” de a rede municipal atender ao Ensino Médio. No caso da EJA da E.M Ciléa Barreto, após encerrar turmas do fundamental I, extinguiram todas as seis turmas do curso noturno, apenas comunicando a ação nos Conselhos Escolares finais de dezembro, quando a escola já planeja ações visando o ano subsequente. A redução também atingiu a E.M Nicomedes que teve sua oferta de vagas da EJA reduzida pela metade. O mais contraditório nesse caso é que nem mesmo a justificativa de diminuição “gastos” se vale, uma vez que professores efetivos estão com carga horária sobrando e a escola estará aberta no noturno com as demais despesas correndo. Qual a lógica?

Por sua vez, as turmas do Ensino Médio municipal estão sendo extintas. Seis turmas do noturno da Rasa, do INEFI, fundamental para população do bairro, foram encerradas sob a alegação de que teriam vagas no noturno do Paulo Freire. Mais uma vez, decisão tomada sem nenhum diálogo com uma comunidade escolar que encontra no próprio governo um obstáculo a mais para continuar em seu já hercúleo processo de formação escolar. Por fim, para as turmas do noturno do Colégio Municipal Paulo Freire e outras diversas turmas do turno da tarde o golpe ocorreu em meados de JANEIRO, mês consagrado às férias escolares e momento que a cidade recebe milhares de turistas que são fonte de renda para parcela significativa dos estudantes da rede pública de ensino. Descoberto por alguns funcionários ao longo deste período, nem mesmo estudantes matriculados em seus respectivos turnos haviam sido comunicados. Em todos esses casos verificamos duas atitudes frente à população: o descompromisso com o básico que é do oferecimento de vagas, a negligência com os cenários de exclusão/evasão, e a postura autoritária e rapinesca de aguardar o momento considerado mais oportuno à desmobilização sobre decisões que comprometem o presente e futuro da população buziana. Não existe justificativa para que estas ações tenham sido realizadas desta forma e não de outra. 

O movimento tão somente deseja o básico que é a manutenção das vagas existentes em 2017, seja as do Ensino Médio municipal seja da Educação de Jovens e Adultos para, a partir desse ponto, abrir um diálogo para democraticamente enfrentarmos o Problema da exclusão e evasão escolar no município de Armação dos Búzios. Problema que não fugimos e encaramos como responsabilidade de todos, seja pela estrutura oferecida, pelas metodologias de ensino empregadas ou outros fatores sociais e pedagógicos que distanciam os estudantes de concluírem com qualidade esta etapa de vida essencial ao conjunto social de Armação dos Búzios. Fórum permanente de educação urge, assim como a democratização do espaço escolar com fortalecimento dos Conselhos Escolares e eleição para diretores das unidades de ensino. O Plano Municipal de Educação, por ora esquecido, contempla estes dispositivos entre outras ações que estão exatamente na contramão das últimas deliberações anunciadas pela prefeitura municipal. 

Luisa Barbosa e Water Marcelo

Luisa é doutora em sociologia (UFRJ) e professora de sociologia e filosofia. Walter Marcelo é mestre em História (UFRJ) e professor de história. Ambos lecionam no C.M Paulo Freire turno noturno. 


Prefeito de Búzios recorre contra decisão que o obriga a restabelecer cursos noturnos de ensino médio no Paulo Freire e INEFI

Foto do site do STF

Processo No: 0008255-15.2018.8.19.0000


TJ/RJ - 22/02/2018 09:35 - Segunda Instância - Autuado em 21/02/2018
Classe:
AGRAVO DE INSTRUMENTO - CÍVEL
Assunto:
Direitos e Garantias Fundamentais / Seção Cível / Seção Cível / DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Antecipação de Tutela / Tutela Específica / Processo e Procedimento / DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO
Multa Cominatória / Astreintes / Liquidação / Cumprimento / Execução / DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO

  
  
Órgão Julgador:
Relator:
AGTE:
MUNICIPIO DE ARMAÇÃO DOS BUZIOS
AGDO:
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
  
  

Processo originário:  0000466-22.2018.8.19.0078
RIO DE JANEIRO ARMACAO DOS BUZIOS 1 VARA
  
FASE ATUAL:
Remessa do Escrivão/Diretor/Secretário para 1VP - DIVISAO DE DISTRIBUICAO
Data do Movimento:
21/02/2018 17:24
Destinatário:
1VP - DIVISAO DE DISTRIBUICAO
Local Responsável:
1VP - DIVISAO DE AUTUACAO
Destino:
1VP - DIVISAO DE DISTRIBUICAO

  
FASE:
Certidao Custas - Agravo
Data do Movimento:
21/02/2018 17:18
Complemento 1:
Custas - Agravo
  
FASE:
Autuacao
Data do Movimento:
21/02/2018 17:17
Destino:
1VP - DIVISAO DE AUTUACAO


terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Vamos lutar até a vitória final




Justiça determina que o Município de Búzios (prefeito André):

1) restabeleça as vagas extintas no ensino médio no Colégio Municipal Paulo Freire, inclusive no turno da noite;
2) restabeleça as vagas extintas no turno da noite no INEFI;

E que o Estado do Rio de Janeiro (governador Pezão):

3)  impeça a criação de novas vagas no Colégio Estadual João de Oliveira Botas, sem prévio estudo de viabilidade e impacto. 
4) mantenha o número de vagas e turnos oferecidos aos alunos de ensino médio ao longo do ano letivo de 2017, no prazo de 48 horas.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Justiça obriga prefeito de Búzios a restabelecer cursos noturnos de ensino médio no Paulo Freire e INEFI

Nenhuma turma a menos



Acabou de sair a decisão do juíz. As turmas ficam no Inefi e C.M.Paulo Freire!!!

Ensino Médio Municipal em Búzios

Vencemos!!!

Ousar lutar, ousar vencer!!!


Processo No 0000466-22.2018.8.19.0078

Juiz:DANILO MARQUES BORGES

Data Decisão:19/02/2018

"Trata-se de ação civil pública com pedido de tutela de urgência proposta pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO em face de MUNICÍPIO DE ARMAÇÃO DOS BÚZIOS, todos qualificados na inicial. O Ministério Público alega, em síntese, que o município réu, em meados de janeiro do corrente ano, implementou modificações de grande impacto na rede pública de ensino médio, as quais refletirão graves prejuízos e violação aos direitos relacionados à educação dos alunos de ensino médio neste município. Tais modificações consistiram na supressão de cerca de 750 vagas de ensino médio no Colégio Municipal Paulo Freire, inclusive, com extinção total do turno da noite, bem como a extinção total das turmas de ensino médio no turno da noite oferecidas pelo INEFI - Instituto de Educação e Formação Integral Judite Gonçalves, ambos administrados pelo município réu. As vagas extintas na rede municipal foram transferidas de forma unilateral para o Estado do Rio de Janeiro, através de criação de vagas no Colégio Estadual João de Oliveiras Botas. Informa que referida transferência não foi autorizada pela SEEDUC - Secretaria de Estado de Educação, a qual foi contrária à referida transferência, vez que o Colégio Estadual João de Oliveira Botas, única unidade de ensino estadual estabelecida no município réu, não possui capacidade de absorção das vagas extintas na rede municipal. Alega, ainda, que a determinação prevista no § 3º, do art. 211, da Constituição Federal, de que os Estados atuarão prioritariamente no ensino médio, não afasta o dever de cooperação do Município réu. O Ministério Público entende que a transferência das vagas de ensino médio da rede municipal para a rede estadual deveria ocorrer de forma gradativa, seguindo cronograma previamente estabelecido, aprovado pela SEEDUC. Endente, ainda, que a simples anuência do diretor do Colégio Estadual João de Oliveira Botas não é suficiente para autorizar a transferências das vagas de ensino médio oferecidas pelo município para a rede estadual de ensino. Requer o deferimento da tutela provisória de urgência para que o município réu seja obrigado a restabelecer as vagas extintas no ensino médio no Colégio Municipal Paulo Freire, inclusive no turno noturno, bem como restabelecer as vagas extintas no turno da noite do INEFI, além de vedar a criação de novas vagas no Colégio Estadual João de Oliveiras Botas, a fim de manter o número de vagas e turnos oferecidos aos alunos do ensino médio destas três unidades escolares equivalente ao número de vagas oferecidas no ano letivo de 2017. É O RELATÓRIO. DECIDO. Inicialmente, temos que a educação é um direito social, universal e gratuito, sendo dever do Estado, com a tríplice função de garantir a realização plena do ser humano, inseri-lo no contexto do Estado Democrático e qualificá-lo para o trabalho, conforme disposto nos artigos 6º e 205 da Constituição Federal. Portanto, a educação representa um mecanismo de desenvolvimento pessoal de cada indivíduo, bem como um mecanismo de desenvolvimento da própria sociedade. Ademais, nos termos do disposto no artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente, é dever do Estado, com absoluta prioridade, o acesso à educação. A Constituição Federal estabelece, em seu art. 211, que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ´organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino´, cabendo aos municípios atuar ´prioritariamente´ no ensino fundamental e educação infantil (§ 2º) e aos Estados e ao Distrito Federal atuar ´prioritariamente´ no ensino fundamental e médio (§ 3º). Feito o introito acima, passo a analisar o pedido de tutela de urgência, a qual deve ser concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo, conforme disposto no art. 300 do Novo Código de Processo Civil. No caso em tela, o Município réu, através da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia, promoveu modificações na rede municipal de ensino, dentre elas a supressão de todas as turmas de ensino médio do turno da noite do Colégio Municipal Paulo Freire, bem como a supressão de todas as turmas de ensino médio do turno da noite do INEFI - Instituto de Educação e Formação Integral Judite Gonçalves, conforme ofício de fls. 128/129, encaminhado pela Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia ao Ministério Público. No referido ofício, consta que as vagas de ensino médio suprimidas na rede municipal de ensino foram transferidas para o Estado, através de criação de novas vagas no Colégio Estadual João de Oliveira Botas, com anuência da diretoria do referido estabelecimento de ensino. Não há dúvidas quanto à possibilidade de transferência das vagas de ensino médio da rede municipal de educação para a rede estadual de educação, pois, como asseverado acima, cabe ao Estado, prioritariamente, atuar no ensino médio, disponibilizando instituições de ensino e vagas suficientes para atender toda a população, o que não afasta o dever de colaboração do Município, até porque a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em seu art. 18, inciso I, prevê que os sistemas municipais de ensino compreendem instituições de ensino fundamental, médio e educação infantil. Desta forma, no caso em tela, o que deve ser analisado é se a transferência do ensino médio municipal para o único colégio estadual localizado no território do município réu não ofende ao regime constitucional colaborativo. Analisando os autos, em juízo de cognição sumária, verifico que o município réu vinha buscando a transferência do ensino médio municipal para o Estado há alguns anos, tendo, inclusive, ingressado com ação judicial, que tramita nesta Serventia, sob o nº 0004137-24.2016.8.19.0078, visando transferir os custos de manutenção do ensino médio municipal para o Estado, na qual o Juízo indeferiu o pedido de tutela de urgência, por entender que há previsão constitucional de cooperação entre a União, o Estado e Municípios nos serviços de ensino na forma do art. 211 da Constituição Federal, bem como pela pública, notória e grave crise econômica que acomete o Estado do Rio de Janeiro. Nos autos do processo supramencionado, conforme documentos de fls. 15/24, verifica-se que o Estado do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Estado de Educação, elaborou estudo para absorção do ensino médio do município réu, apresentando duas propostas para que a absorção ocorresse de forma gradativa, a partir do ano letivo de 2017. No referido estudo, consta que o Colégio Estadual João de Oliveira Botas, no ano letivo anterior, já estava com sua capacidade máxima, não havendo como disponibilizar novas vagas, por ausência de espaço físico e condições materiais. Portanto, pelo que consta nos autos, não há anuência da Secretaria de Estado de Educação, para a transferência do ensino médio da rede municipal para o Colégio Estadual João de Oliveira Botas. A anuência da diretoria do colégio estadual para a transferência do ensino médio municipal não parece suficiente, pois, pelo teor dos documentos de fls. 144/145, encaminhados ao Ministério Público, em anexo ao ofício de fls. 128/129, não houve qualquer estudo prévio para determinar a possibilidade e o impacto da transferência do ensino médio da rede municipal de ensino para o colégio estadual. Além disso, tendo em vista a grave crise econômica enfrentada pelo Estado do Rio de Janeiro, a transferência do ensino médio municipal para a rede estadual de ensino, sem qualquer estudo prévio ou planejamento, pode causar inequívocos prejuízos aos alunos que necessitam cursar o ensino médio, vez que pelo que consta nos autos, vislumbra-se que, para absorver todas as vagas extintas na rede municipal, o Colégio Estadual João de Oliveira Botas terá de funcionar com número de alunos acima de sua capacidade máxima, o que poderá acarretar superlotação, queda na qualidade de ensino, desestímulo e evasão escolar. Desta forma, entendo que estão presentes os requisitos autorizadores da concessão da tutela de urgência, em especial o perigo de dano, vez que centenas de alunos poderão ficar sem vaga para cursar o ensino médio. Ante o exposto, DEFIRO a tutela de urgência para determinar que o município réu: (i) restabeleça as vagas extintas no ensino médio no Colégio Municipal Paulo Freire, inclusive no turno da noite; (ii) restabeleça as vagas extintas no turno da noite no INEFI; (iii) bem como para impedir a criação de novas vagas no Colégio Estadual João de Oliveira Botas, sem prévio estudo de viabilidade e impacto, com intuito de manter o número de vagas e turnos oferecidos aos alunos de ensino médio ao longo do ano letivo de 2017, no prazo de 48 horas, a contar da intimação desta decisão, sob pena de multa diária de R$ 10.000,00 (dez mil reais), ficando autorizado o arresto dos valores a cada 10 dias de descumprimento. Intimem-se, pessoalmente, o Prefeito e a Secretária de Educação, para tomarem ciência desta decisão. Cite-se e intime-se, com urgência, o município réu, na pessoa do seu representante legal, para, querendo, apresentar contestação, no prazo legal, sob pena de confissão e revelia. Cite-se o Estado do Rio de Janeiro, na pessoa do seu representante legal, na qualidade de interessado, para que se manifeste, querendo, no prazo de 15 dias, nos termos do disposto no art. 721 do Código de Processo Civil".


quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Movimento em defesa do E. Médio em Búzios já é o maior movimento pela Educação da história do Município

Foto da página do facebook "defenda o ensino médio municipal de búzios"


"Apesar da recente criação (22 anos), a sua educação passou por muitas fases desde então. No primeiro governo de Mirinho Braga(PDT), a Educação Municipal nasceu de forma pujante, mas a sua aura de otimismo começou a minguar logo após a reeleição, contribuindo para a eleição de Toninho Branco (PMDB).

Pode parecer que não, mas o sucesso de um governo na educação é  fundamental para a aceitação de um governante e no seu segundo mandato o pedetista relegou a educação ao esquecimento, apesar da fartura de recursos propiciada pelos royalties.

Ao assumir o seu excêntrico mandato, Toninho Branco pouco fez pela Educação de Búzios. Os problemas infraestruturais do governo Mirinho, se arrastaram por todo governo Toninho, que ao fim do mandato deixou a prefeitura devendo aos servidores.


Fazendo jus ao coronelismo político que caracteriza o interior do estado, o candidato do PDT  voltou ao poder em 2008 e embora tenha construído uma escolinha aqui e outra ali, manteve a mediocridade como regra da Educação Municipal. Apesar dos baixos índices do seu governo, muitos se disseram surpresos com a sua derrota para o Dr. André Granado(então PSC) nas eleições de 2012.


Após a mediocridade do governo do pedetista, cuja necessidade de sobrevivência política o fez vender a alma, se não para o diabo, para alguns dos seus representantes, o governo André Granado, apesar inesperado, surgiu como uma grande esperança de renovação, apesar de manter em seus quadros aqueles carrapatos políticos que apesar de muito pouco ou de nada produzirem, conseguirem manter seus cargos.


A Educação Buziana a partir de 2013 parecia ter sido reiniciada. Novas ideias, autonomia docente e uma grande vontade de trabalhar por parte dos que compunham a secretaria. Nas escolas , um movimento fomentado por um grupo de vereadores indignados pelo fim da farra dos contratos conseguiu o apoio de alguns desavisados recém-chegados e tantos outros que ficaram “viúvos” com a derrota do pedetista e formaram uma oposição à gestão de quem chamavam “forasteiro”, o então Secretário Cláudio Mendonça, mentor daquela onda de transformação que motivou tantas ideias. Tais ideias se transformaram nos números positivos no IDEB que fizeram Búzios se destacar na região.


Apesar do seu afastamento em junho de 2014, os projetos implantados na sua gestão permaneceram até o fim do primeiro mandato de André Granado (MDB), que por sua vez começou um discreto processo de retração sob alegação dos efeitos da crise dos royalties.
Algumas semanas após as eleições 2016 foi colocado em prática um pacote de medidas de supressão dos recursos da Educação e a marcha do retrocesso que muitos não acreditavam mais ser possível acontecer, se intensificou.

Agora, a nova gestão de Búzios comemora um ano enfrentando a maior resistência pública da História do Município. A notícia do fechamento do 3° turno do Colégio Paulo Freire fundado em 2003 no já avacalhado governo Mirinho, caiu como uma bomba sobre a sociedade buziana, unindo professores, alunos, pais, instituições civis e é claro, políticos interessados em se fazer às custas de um movimento legitimamente popular.

As redes sociais promoveram o movimento e a sua causa cooptou apoio até mesmo em outros estados, produzindo um marketing negativo digno dos governos que vêem na educação a melhor opção para cortar gastos.


E por falar em política, diante de um escândalo relacionado a algo tão sensível quanto inviabilizar o estudo de tantos indivíduos, dificilmente alguém apoiado pelo atual governo terá êxito nas próximas eleições, assim como também dificilmente o atual prefeito fará um sucessor. Mas o que importa é  a lição que fica para os envolvidos: o tempo de brincar com a Educação já passou".

Rogério Carvalho

Professor de História concursado em  Búzios  e em Cabo Frio.


Carta aberta de professores do Botas

Publicada originalmente na página do Facebook  "defenda o ensino médio municipal de búzios"

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

30/01/2018 - Dia histórico em Búzios: Comunidade escolar ocupa recepção da Prefeitura de Búzios


Lembrete ao Prefeito

Ontem (30), estudantes, professores, pais e mães de alunos, dirigentes sindicais e lideranças políticas de Búzios ocuparam a recepção da Prefeitura de Búzios- antessala do gabinete do prefeito- por mais de 6 horas, em luta contra o fechamento de turmas  e turnos do ensino médio municipal. Nunca antes na história dos 22 anos de existência do município isso havia acontecido. 

O prefeito mais uma vez se recusou a receber uma comissão de representantes do Coletivo "DEFENDA O ENSINO MÉDIO MUNICIPAL DE BÚZIOS". 




sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

NENHUMA VAGA A MENOS

Foto do perfil do Facebook de Cristina Pimentel


Na consulta pública que ocorreu, em 25/01, convocada pela comissão de Educação da Câmara de Vereadores, participei, como representante designada pelo Promotor de Justiça, com atribuição em tutela coletiva de educação em Búzios.
Deste lugar, algo desconfortável, porque sempre me manifestei enquanto sociedade civil organizada, porém ocupado com orgulho, antevi a importância de, naquele momento, ratificar a posição do Ministério Público em não aceitar que escolas sejam fechadas e vagas sejam suprimidas, a despeito da convicção jurídica do órgão sobre a prioridade do Estado na manutenção do Ensino Médio, mas ciente da crise financeira que assola o estado do Rio de Janeiro. Ressalto que é histórica a atuação do Ministério Público em defesa da educação pública e gratuita, através das Promotorias de Justiça de Infância e Juventude, das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva da Educação e de seus órgãos de apoios, GAEDUC e do CAOPJ de Tutela Coletiva da Educação.
A apenas 1 mês do início do ano letivo, a despeito de documento da Secretaria Estadual de Educação informando, em junho de 2017, que o Colégio Estadual João de Oliveira Botas não teria condições de assumir vagas advindas do Colégio Municipal Paulo Freire; a despeito de decisão judicial de que é o Município que deverá continuar arcando com os custos do citado colégio municipal e a despeito da mesma decisão em inquérito civil, no Ministério Público, a Prefeitura, que já vem fechando escolas em outros segmentos, suprimiu vagas, quando na realidade deveria oferecer o quantitativo correto, de acordo com suas obrigatórias estatísticas, no que se refere ao ensino médio.
A sociedade civil, sendo ignorada em seu legítimo direito de ser ouvida e participar da definição de políticas públicas de educação, não aceitou que, na calada da noite, fosse desferido contra ela um golpe tão covarde que deixa centenas de alunos sem escola, que embaralha a vida de pais, alunos, professores, provocando uma enorme celeuma na rede pública de ensino.
Menciono a presença do ex-prefeito Delmires de Oliveira Braga que, discreto, compareceu à consulta pública, mas não teve a presença registrada. A despeito de todos os erros cometidos pelo ex-prefeito que o deixaram inelegível, não se pode negar que foi ele o responsável pela construção de uma boa rede pública de ensino, tendo construído praticamente uma escola a cada ano, em seus 12 anos à frente da Prefeitura de Armação dos Búzios, inclusive o Colégio Municipal Paulo Freire; uma rede pública mais respeitosa, com melhores salários pagos aos professores, entre outros quesitos importantes que marcam a trajetória da luta por uma escola pública de qualidade. Consequentemente, está na memória da população de Búzios a cultura da abertura e não do fechamento de escolas.
De outro lado, o mesmo prefeito que construiu tantas escolas, deixou um passivo considerável de creches municipais. Em 2015, o Ministério Público ingressou com ação civil pública contra o Município para que vagas em creche fossem ampliadas e cerca de 480 crianças pudessem alcançar esse direito, considerando que creches, educação infantil e ensino fundamental são as responsabilidades primeiras do Município, enquanto ente federado. Manutenção de creches e de educação infantil ganhou prioridade a partir do Plano Nacional de Educação, mas somente em 2016 tal política pública passou a ter importância em Búzios.
Políticas públicas devem ser aperfeiçoadas, ampliadas, e não suprimidas, já que o projeto de formação do ser humano é eterno. A democracia depende de permanente controle social, como bem lembrou o presidente do ServBúzios, Marcos Silva, e de coragem, como suscitou a Professora, Luisa Barbosa, porque a luta de todos os povos é, sobretudo, contra o totalitarismo. Onde o poder mal exercido coloca-se, a resistência, o seu contrário, também se impõe.
Guardamos na memória fartos exemplos de governantes, cujos discursos apontavam para a superação de nossas mazelas estruturais, mas seguiram caminhos muito diferentes, agindo de forma totalitária, perseguindo, segregando pessoas e se blindando ao clamor das ruas. Aprenderemos com tanto sofrimento, pois não são os discursos, muito menos os ódios que nos permitirão superar esse passivo doloroso com a educação e demais políticas públicas estruturantes. Lutamos, portanto, para que o município volte atrás e se comprometa com uma educação pública, gratuita e de qualidade.

Cristina Pimentel


terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Audiência Pública discutirá a situação atual do Ensino Médio Municipal em Búzios

Manifestação 22/01/2018 em frente ao Colégio Paulo Freire

AUDIÊNCIA PÚBLICA 

LOCAL: CÂMARA DE VEREADORES DE BÚZIOS

QUINTA-FEIRA - DIA: 25/01/2018

HORÁRIO: 18:00 HORAS

PAUTA: 
1) ENSINO MÉDIO NO MUNICÍPIO
2) REABERTURA DE TURMAS E TURNOS ESCOLARES FECHADOS
3) ELEIÇÃO DE DIRETOR DE ESCOLA

O colégio Paulo Freire é nosso: Fala Vereadora Gladys

Protesto em frete a Secretaria de Educação




ATENÇÃO: A luta continua. Reunião hoje (23) às 10:00 horas no Ministério Público de Búzios com o Promotor Dr. Leonardo e a Secretária de Educação Deisemar para discutir a questão do Ensino Médio Municipal de Búzios. Todos lá!


O colégio Paulo Freire é nosso: Fala Débora, Presidente da UMEAB

Concentração no Colégio Paulo Freire



ATENÇÃO: A luta continua. Reunião hoje (23) às 10:00 horas no Ministério Público de Búzios com o Promotor Dr. Leonardo e a Secretária de Educação Deisemar para discutir a questão do Ensino Médio Municipal de Búzios. Todos lá!

O colégio Paulo Freire é nosso: Fala Marcos Silva, Presidente do SERVBUZIOS

Do Colégio Paulo Freire para a Prefeitura



ATENÇÃO: A luta continua. Reunião hoje (23) às 10:00 horas no Ministério Público de Búzios com o Promotor Dr. Leonardo e a Secretária de Educação Deisemar para discutir a questão do Ensino Médio Municipal de Búzios. Todos
lá!