Foto da página do facebook "defenda o ensino médio municipal de búzios" |
"Apesar
da recente criação (22 anos), a sua educação passou por muitas
fases desde então. No primeiro governo de Mirinho Braga(PDT), a
Educação Municipal nasceu de forma pujante, mas a sua aura de
otimismo começou a minguar logo após a reeleição, contribuindo
para a eleição de Toninho Branco (PMDB).
Pode parecer que não,
mas o sucesso de um governo na educação é fundamental para a
aceitação de um governante e no seu segundo mandato o
pedetista relegou a educação ao esquecimento, apesar da
fartura de recursos propiciada pelos royalties.
Ao assumir o seu
excêntrico mandato, Toninho Branco pouco fez pela Educação de
Búzios. Os problemas infraestruturais do governo Mirinho, se
arrastaram por todo governo Toninho, que ao fim do mandato deixou a
prefeitura devendo aos servidores.
Fazendo jus ao coronelismo
político que caracteriza o interior do estado, o candidato do
PDT voltou ao poder em 2008 e embora tenha construído uma
escolinha aqui e outra ali, manteve a mediocridade como regra da
Educação Municipal. Apesar dos baixos índices do seu governo,
muitos se disseram surpresos com a sua derrota para o Dr. André
Granado(então PSC) nas eleições de 2012.
Após a mediocridade
do governo do pedetista, cuja necessidade de sobrevivência
política o fez vender a alma, se não para o diabo, para alguns dos
seus representantes, o governo André Granado, apesar inesperado,
surgiu como uma grande esperança de renovação, apesar de manter em
seus quadros aqueles carrapatos políticos que apesar de muito pouco
ou de nada produzirem, conseguirem manter seus cargos.
A Educação
Buziana a partir de 2013 parecia ter sido reiniciada. Novas ideias,
autonomia docente e uma grande vontade de trabalhar por parte dos que
compunham a secretaria. Nas escolas , um movimento fomentado por um
grupo de vereadores indignados pelo fim da farra dos contratos
conseguiu o apoio de alguns desavisados recém-chegados e tantos
outros que ficaram “viúvos” com a derrota do pedetista e
formaram uma oposição à gestão de quem chamavam “forasteiro”,
o então Secretário Cláudio Mendonça, mentor daquela onda de
transformação que motivou tantas ideias. Tais ideias se
transformaram nos números positivos no IDEB que fizeram Búzios se
destacar na região.
Apesar
do seu afastamento em junho de 2014, os projetos implantados na sua
gestão permaneceram até o fim do primeiro mandato de André Granado
(MDB), que por sua vez começou um discreto processo de retração
sob alegação dos efeitos da crise dos royalties.
Algumas
semanas após as eleições 2016 foi colocado em prática um pacote
de medidas de supressão dos recursos da Educação e a marcha do
retrocesso que muitos não acreditavam mais ser possível acontecer,
se intensificou.
Agora,
a nova gestão de Búzios comemora um ano enfrentando a maior
resistência pública da História do Município. A notícia do
fechamento do 3° turno do Colégio Paulo Freire fundado em 2003 no
já avacalhado governo Mirinho, caiu como uma bomba sobre a sociedade
buziana, unindo professores, alunos, pais, instituições civis e é
claro, políticos interessados em se fazer às custas de um movimento
legitimamente popular.
As redes sociais promoveram o movimento e a
sua causa cooptou apoio até mesmo em outros estados, produzindo um
marketing negativo digno dos governos que vêem na educação a
melhor opção para cortar gastos.
E
por falar em política, diante de um escândalo relacionado a algo
tão sensível quanto inviabilizar o estudo de tantos indivíduos,
dificilmente alguém apoiado pelo atual governo terá êxito nas
próximas eleições, assim como também dificilmente o atual
prefeito fará um sucessor. Mas o que importa é a lição que
fica para os envolvidos: o tempo de brincar com a Educação já
passou".
Rogério
Carvalho
Professor de História concursado em Búzios
e em Cabo Frio.
Fonte: "jornalpublicoalvo"
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