quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Movimento em defesa do E. Médio em Búzios já é o maior movimento pela Educação da história do Município

Foto da página do facebook "defenda o ensino médio municipal de búzios"


"Apesar da recente criação (22 anos), a sua educação passou por muitas fases desde então. No primeiro governo de Mirinho Braga(PDT), a Educação Municipal nasceu de forma pujante, mas a sua aura de otimismo começou a minguar logo após a reeleição, contribuindo para a eleição de Toninho Branco (PMDB).

Pode parecer que não, mas o sucesso de um governo na educação é  fundamental para a aceitação de um governante e no seu segundo mandato o pedetista relegou a educação ao esquecimento, apesar da fartura de recursos propiciada pelos royalties.

Ao assumir o seu excêntrico mandato, Toninho Branco pouco fez pela Educação de Búzios. Os problemas infraestruturais do governo Mirinho, se arrastaram por todo governo Toninho, que ao fim do mandato deixou a prefeitura devendo aos servidores.


Fazendo jus ao coronelismo político que caracteriza o interior do estado, o candidato do PDT  voltou ao poder em 2008 e embora tenha construído uma escolinha aqui e outra ali, manteve a mediocridade como regra da Educação Municipal. Apesar dos baixos índices do seu governo, muitos se disseram surpresos com a sua derrota para o Dr. André Granado(então PSC) nas eleições de 2012.


Após a mediocridade do governo do pedetista, cuja necessidade de sobrevivência política o fez vender a alma, se não para o diabo, para alguns dos seus representantes, o governo André Granado, apesar inesperado, surgiu como uma grande esperança de renovação, apesar de manter em seus quadros aqueles carrapatos políticos que apesar de muito pouco ou de nada produzirem, conseguirem manter seus cargos.


A Educação Buziana a partir de 2013 parecia ter sido reiniciada. Novas ideias, autonomia docente e uma grande vontade de trabalhar por parte dos que compunham a secretaria. Nas escolas , um movimento fomentado por um grupo de vereadores indignados pelo fim da farra dos contratos conseguiu o apoio de alguns desavisados recém-chegados e tantos outros que ficaram “viúvos” com a derrota do pedetista e formaram uma oposição à gestão de quem chamavam “forasteiro”, o então Secretário Cláudio Mendonça, mentor daquela onda de transformação que motivou tantas ideias. Tais ideias se transformaram nos números positivos no IDEB que fizeram Búzios se destacar na região.


Apesar do seu afastamento em junho de 2014, os projetos implantados na sua gestão permaneceram até o fim do primeiro mandato de André Granado (MDB), que por sua vez começou um discreto processo de retração sob alegação dos efeitos da crise dos royalties.
Algumas semanas após as eleições 2016 foi colocado em prática um pacote de medidas de supressão dos recursos da Educação e a marcha do retrocesso que muitos não acreditavam mais ser possível acontecer, se intensificou.

Agora, a nova gestão de Búzios comemora um ano enfrentando a maior resistência pública da História do Município. A notícia do fechamento do 3° turno do Colégio Paulo Freire fundado em 2003 no já avacalhado governo Mirinho, caiu como uma bomba sobre a sociedade buziana, unindo professores, alunos, pais, instituições civis e é claro, políticos interessados em se fazer às custas de um movimento legitimamente popular.

As redes sociais promoveram o movimento e a sua causa cooptou apoio até mesmo em outros estados, produzindo um marketing negativo digno dos governos que vêem na educação a melhor opção para cortar gastos.


E por falar em política, diante de um escândalo relacionado a algo tão sensível quanto inviabilizar o estudo de tantos indivíduos, dificilmente alguém apoiado pelo atual governo terá êxito nas próximas eleições, assim como também dificilmente o atual prefeito fará um sucessor. Mas o que importa é  a lição que fica para os envolvidos: o tempo de brincar com a Educação já passou".

Rogério Carvalho

Professor de História concursado em  Búzios  e em Cabo Frio.


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