Denis Mukwege e Nadia Murad, prêmios Nobel da Paz 2018. PATRICIA SEVILLA, AFP |
Nobel
da Paz 2018 vai para o ginecologista congolês Denis Mukwege e a
ativista yazidi Nadia Murad
Nomes
foram escolhidos como reconhecimento pelo trabalho de ambos contra a
violência sexual
Denis
Mukwege e Nadia
Murad ganharam
nesta sexta-feira, 5, o Prêmio
Nobel da Paz 2018,
segundo anunciou o Comitê Norueguês às 11h (hora local, 6h em
Brasília). Denis Mukwege, um ginecologista que trata mulheres
estupradas na República
Democrática do Congo (RDC),
e a ativista yazidi Nadia Murad, de 25 anos, ex-escrava do grupo
jihadista Estado Islâmico, apareciam em todos os bolões de apostas.
Ambos, além disso, já haviam recebido o importante Prêmio
Sakharov de Direitos Humanos,
concedido pelo Parlamento Europeu. O Comitê Norueguês, responsável
por conceder o Nobel da Paz, disse que o prêmio a Murad e Mukwege
reconhece a luta de ambos contra a violência sexual.
“Nadia
Murad é a testemunha que fala dos abusos cometidos contra ela e
outros. Ela demonstrou uma coragem extraordinária ao relatar seus
próprios sofrimentos e falar em nome de outras vítimas”, diz o
Comitê. Murad vivia com sua mãe e seus 12 irmãos no povoado do
Kojo, no norte do Iraque, quando chegaram os soldados do Estado
Islâmico (EI),
em 3 de agosto de 2014. Foi sequestrada e vendida como escrava
sexual. A jovem conseguiu fugir em novembro daquele ano, graças à
ajuda dos vizinhos. Acabou num campo de refugiados do
Iraque e depois emigrou para a Alemanha.
O
médico Denis Mukwege, de 63 anos, passou grande parte de sua vida
adulta ajudando as vítimas da violência
sexual na
República Democrática do Congo. Em 1999 fundou, com a ajuda de ONGs
internacionais, o hospital de Panzi, na cidade de Bukavu, no leste do
país. Como cirurgião-chefe desse centro, ele e sua equipe operaram
mais de 40.000 mulheres estupradas e vítimas de mutilação genital.
“O doutor Mukwege condenou repetidamente a impunidade pelos
estupros em massa e criticou o Governo congolês e outros países por
não fazerem o suficiente para deter o uso da violência sexual
contra as mulheres como estratégia e arma de guerra”, descreve o
Comitê Norueguês.
Em
outubro de 2012, ele sofreu um atentado no qual um de seus
colaboradores morreu, exatamente um mês depois de proferir na ONU um
discurso pedindo à organização uma “condenação unânime” aos
grupos rebeldes “responsáveis por atos de violência sexual”.
Havia
331 candidaturas para a edição deste ano, a segunda maior lista da
história, atrás apenas da edição de 2016. Dos 331 aspirantes, 216
eram pessoas, e as demais 115 eram grupos ou organizações, segundo
o Comitê.
FONTE:
"elpais"
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