terça-feira, 25 de abril de 2017

É o fim da picada: vereadores do amém votam contra requerimento que pedia números de processos

Os vereadores assinalados votaram contra requerimento que pedia os números dos processos

Na sessão ordinária do dia 20, os vereadores Niltinho, Miguel e Joice- da turma do amém da Câmara- votaram contra a aprovação do requerimento nº 0055/2017, de autoria da vereadora Gladys, que solicitava ao Prefeito "a relação de todos os processos abertos no período de 1º de janeiro de 2013 até a presente data, obedecendo à seguinte ordem: número do processo, data da abertura, nome do requerente e solicitação requerida". 

É um verdadeiro absurdo assistir vereadores votando contra o fornecimento de números de processos. Não se estava pedindo o teor dos processos- por sinal, um direito-, mas apenas os números. Números, somente. Pois há denúncias, segundo a vereadora Gladys, de que estão guardando números de protocolo para usarem em casos de emergência. Como é sabido muitos protocolos de licenciamento de obras em governos anteriores foram guardados para amigos, fazendo valer , assim, legislação anterior menos restritiva. E três vereadores da cidade de Búzios votaram contra! Qual o motivo? O que pretendem esconder  ou a quem pretendem proteger? Acredito que nunca antes na história de um legislativo se votou contra o fornecimento de números de processos de uma prefeitura!!!  

É como dar um tiro no pé, já que a própria razão de existir vereadores é a fiscalização. Como fiscalizar sem informações? E qualquer prefeitura minimamente transparente deveria ter essas informações publicadas em seu site.

Felizmente, o requerimento foi aprovado por 5 a 3. Votaram pela aprovação: Gladys, Dida, Josué, Nobre e Dom. O presidente Cacalho não vota.

Veja o vídeo em que a vereadora Gladys questiona duramente os vereadores que votaram contra seu requerimento:  



Comentários no Facebook:

Maria Elena Olivares NÃO PODIA ESPERAR OUTRA COISA
Jose Alberto Fresia Joise e Nilton hoje. Dois bostas. O outro uma anta.
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Carla Nunes Fora Joice e Nilton


Beth Prata Vergonha e esse povo votar nessa turma conhecida da cidade. O povo tem que ficar como está jogado as traças. Vendem voto tai sacanagem descarada.

A sintaxe da Armação

Buzinildo
A aula era sobre análise sintática. Depois de explicar o que era frase, oração e período, a professora avançou para definição de sujeito e a classificação do termo dentro da oração. Terminada a explicação, ela escreveu no quadro a seguinte frase: “O prefeito mandou fechar o único hospital municipal da cidade”.
Escrita a oração, ela colocou o giz sobre a mesa, encarou a turma e perguntou:
Vocês seriam capazes de identificar o sujeito dessa oração?
Foi um grito só:
O prefeito!
Por que o prefeito é o sujeito da oração? — indagou a professora.
Porque pratica a ação. Foi ele quem mandou fechar o único hospital de Búzios da cidade – responderam os alunos.
Muito bem! — exclamou a professora. – Agora, quem seria capaz de classificar o tipo de sujeito da oração?
A resposta ecoou pelos corredores da escola:
Simples/determinado!
Mas havia divergência ... ou indiferença. No fundo da sala, à direita, Buzinildo permaneceu em silêncio. A professora resolveu trazê-lo à aula, se fosse indiferença, ou tirar-lhe a dúvida, no caso de a sua explicação não ter sido suficiente para o aluno compreender um sujeito simples/determinado.
Buzinildo, você não concorda com a resposta dos seus colegas? – perguntou ela.
Concordo e discordo, “Tia” – respondeu o aluno. — A Gramática diz que eles estão certos.  Mas essa oração deve ser analisada pela sintaxe da Armação – concluiu Buzinildo.
Sintaxe da Armação”? Perguntou-se a “Tia” em pensamento. Disfarçou a surpresa e resolveu prosseguir investigando para decifrar a origem da enigmática resposta.
Buzinildo, explique para a turma como você classificaria o sujeito da oração pela sintaxe da Armação – pediu a “Tia”.
—  Na sintaxe da Armação, o sujeito é composto. Nessa oração tem dois sujeitos. Um é determinado e outro está oculto – respondeu ele.
A “Tia” franziu a testa diante do que lhe parecia um absurdo sintático, porém continuou com o jogo:
E você poderia nos dizer onde estão os sujeitos determinado e oculto da oração: O prefeito mandou fechar o único hospital municipal?
Pô, “Tia”! Só você que não sabe. O sujeito determinado fica na prefeitura. E o oculto está naquele restaurante que invade a rua lá na Orla Bardot.

Observação: texto escrito a partir de uma adaptação à Búzios de postagem do site ashama.com.br

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Vendem-se documentos públicos sigilosos

Sede da Odebrecht SP foto O globo

Odebrecht pagava por documentos sigilosos do governo, dizem delatores
Ex-executivos da empresa contaram na delação premiada que obtiveram material do Ministério da Fazenda e da CPI da Petrobras de 2015.
"Documentos sigilosos saíam do Ministério da Fazenda para a Odebrecht. O delator Antônio de Castro Almeida contou que o servidor Flávio Dolabella repassava para a construtora atas do comitê de financiamento e garantia das exportações, o Cofig. Com isso, ajudava a empresa a se preparar para conseguir financiamento de obras que seriam tocadas pela Odebrecht no exterior.
"A gente tomava ações administrativas gerenciais ali em função disso", afirmou o delator. Ele disse ainda que o servidor recebia uma mesada da empresa. "O Flávio Dolabella recebia R$ 15 mil por mês", disse.
O delator também contou que outra ajudante da Odebrecht foi a então secretária executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex), subordinada ao Ministério da Indústria e Comércio Exterior. Lytha Spíndola, segundo Castro, atuava dentro do órgão pra agilizar os projetos de interesse da Odebrecht. Ele afirmou que o acerto era feito com o filho dela.
"Nunca entreguei dinheiro a ela nem a ninguém em Brasília. O negócio era o seguinte: eu consultei quem é que seria o representante dela, ela indicou o filho, Vladimir Spíndola, advogado, e eu tive contato com ele e ele se apresentou no escritório, uma vez", disse Castro.
De acordo com ele, os pagamentos teriam sido feitos em hotéis, escolhidos por Vladimir Spíndola.
"Ele ia lá conversar comigo e eu dizia: 'o método é o seguinte: quando tiver o pagamento efetivo, não vai ser feito em Brasília. Tinha restrições a fazer qualquer pagamento em Brasília, não sei por quê. Então iria lá para São Paulo, ele ia para São Paulo, por exemplo, escolheria um hotel, eu acionaria o pessoal pra mandar entregar no hotel da escolha dele. Eu nunca indiquei hotel nem nada", disse o delator.
O delator falou também que Lytha Spíndola repassava documentos em primeira mão para construtora. Ela recebeu por esse serviço, segundo Castro, pelo menos US$ 100 mil em 2010.
Lytha é figura conhecida em casos de corrupção. Ela é ré em no processo sobre fraudes em julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), vinculado ao Ministério da Fazenda e que foi investigado na Operação Zelotes.

Documentos da CPI

A Odebrecht , segundo contaram delatores, ia aonde precisava, para conseguir informações privilegiadas. A Câmara foi um desses lugares.
Nesse caso, a ajuda teria vindo de um deputado que entregou documentos de sessões secretas da CPI da Petrobras.
O delator José de Carvalho disse que foi atrás do deputado João Bacelar( PR-BA) para conseguir o material. João Bacelar recebeu doações da empresa para as campanhas de 2006,2010 e 2014.
"Eu encontrei o deputado no corredor das comissões e perguntei: 'você tem novidades da CPI da Petrobras? Alguma notícia com relação à CPI para me dar?' E ele disse: 'espere'. Pediu que eu esperasse. Uma hora depois me deu um CD. Não abri o CD, não olhei o CD, mandei o CD para o jurídico avaliar", disse Carvalho. Ele afirmou ainda que "não fazia ideia" do conteúdo do material".

Fonte: "g1"

MPRJ recomenda exoneração de pais de vereador da Prefeitura de Cabo Frio por nepotismo cruzado


O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Cabo Frio, expediu recomendação determinando a exoneração da coordenadora-geral da Melhor Idade e do presidente da COMSERCAF – Companhia de Serviços de Cabo Frio. Hilda Quintas Moreira e Claudio de Almeida Moreira foram nomeados em cargos comissionados no Executivo Municipal e são pais do vereador Guilherme Aarão Quintas Moreira, o que configura a prática de nepotismo cruzado.

O vereador é de partido político que compôs a chapa de apoio do atual prefeito de Cabo Frio, Marquinhos Mendes, na eleição de 2016. Além disso, conforme apurado no inquérito que investiga o caso, ficou constatado que todas as titulações de Claudio, pai do vereador, são de cerca de 15 anos atrás, exceto uma recente graduação em gestão de segurança. Segundo a Promotoria, também não há correlação entre os diplomas apresentados e a função desempenhada por ele como presidente da COMSERCAF.

Já em relação a Hilda, destaca-se o fato de que a mãe do vereador ocupa pela primeira vez um cargo de proeminência na administração pública cabo-friense, justamente quando seu filho também inicia sua carreira no Legislativo Municipal, o que indica a influência da relação de parentesco na indicação.

A Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal veda o nepotismo. Tal prática também viola os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade administrativa, da razoabilidade e da eficiência da administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, previstos no artigo 37 da Constituição Federal, e, conforme decisões do STF, também deve ser observada por prefeitos e demais chefes de Poder.

Fonte: "mprj"
Meu Comentário:
O MP esqueceu a mãe (*) do vereador-presidente da Câmara de Vereadores de Cabo Frio. Ela ocupa o posto de secretária de educação. 

Ver comentário (*) de Andre Lisandru da Costa Araujo abaixo.

Falta também dar uma passadinha por Búzios. Aqui temos algumas esposas de ex-vereadores empregadas na Prefeitura. Por exemplo, a Senhora Nara Lima de Melo Carrilho. Contratada por tempo determinado como enfermeira 24h em 6 de março de 2016, matrícula 16.533. Em janeiro deste ano ela recebeu um total de proventos de R$ 6.181,03, apesar de seu salário como contratada ser de apenas R$ 1.872,91. É que a enfermeira Nara fez muita horas extras, recebendo por elas R$ 4.003,35.
O ex-vereador Joãozinho Carrilho, atual Secretário Municipal de Desenvolvimento Social Trabalho e Renda,  me disse ontem (23) que não se trata de nepotismo ter sua esposa como contratada da Prefeitura. Para ele, a Súmula nº 13 do SFT só vale para cargos comissionados. E, como todos os políticos sempre argumentam, disse que sua esposa é muito competente. Possui três pós-graduações. 

Pela sua argumentação, o ex-vereador poderia contratar sua família inteira e não haveria problema algum. E, claro, todos competentes para os cargos que ocupassem. 

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Andre Lisandru da Costa Araujo

1 hora atrás  -  Compartilhada publicamente

A mae (*) do vereador Aquiles nao se enquadra como nepotismo, a Senhora Laura e do quadro da Prefeitura e com formacao superior em Educacao, compativel com o Cargo de Secretaria de Educacao.

Comentários no Facebook (1):
Olívia Santos Talvez o ex-vereador entenda que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ao editar a Resolução nº 7, de 18 de outubro de 2005, tenha realizado uma interpretação extensiva ao determinar no Art. 2º, IV: Art. 2º Constituem práticas de nepotismo, dentre outras: (...) IV – a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, dos respectivos membros ou juízes vinculados, bem como de qualquer servidor investido em
cargo de direção ou de assessoramento. http://www.stf.jus.br/imprensa/pdf/nepotismo.pdf


Comentários no Facebook (2):
Valkiria Alves Poxa quando isso vai acontecer em Bůzios aqui têm nepotismo atė perder de vista .
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Eliane Teixeira Mussi Sem esquecer dos "afilhados" diretos e indiretos.

Vendem-se fim de greves!

Sede da Odebrecht, SP, foto O globo


Cinco vezes em que as empreiteiras da Lava Jato compraram sindicalistas

Não é raro que dirigentes sindicais acabem enriquecendo ao longo da sua carreira. Em um único caso investigado pela Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro, o Sindicato dos Empregados no Comércio de Niterói e São Gonçalo rendia R$ 1 milhão/mês para sua presidente.

Desviar dinheiro do trabalhador não foi o único meio que sindicalistas encontraram para o enriquecimento fácil. Chantagear empresas com movimentos grevistas e receber para encerrá-los parece ter sido uma prática mais comum do que se suspeitava. Como as cinco vezes em que as empreiteiras envolvidas na Lava Jato mandaram em sindicalistas comprovam:

1. Lula: Polo Petroquímico de Camaçari

Em 1985, Emílio Odebrecht estava encurralado. A empreiteira que leva o seu nome começava a perfurar poços no Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, quando foi abatida por uma greve.

Diferentemente do usual, o movimento não contava com o apoio do sindicato, tornando tudo mais difícil. Sem uma liderança clara com quem negociar, o diálogo com os grevistas estava se provando impossível.

Atirando para todos os lados, Odebrecht pediu ajuda ao então prefeito MDBista de São Paulo Mário Covas. Este teria ido em seu auxílio com uma pergunta: “Você conhece Lula?”

Em sua delação, o patriarca da família Odebrecht afirma que o encontro com o líder sindical foi marcado na casa de Covas. Um almoço que começou ao meio-dia e durou até nove horas da noite. De acordo com Emílio, a empatia instantânea entre ambos foi o início de uma parceria que duraria décadas.

Após a aproximação, Lula o teria ajudado a lidar com o movimento paredista e criou condições para que a Odebrecht tivesse uma “relação diferenciada com o sindicato na área petroquímica em particular”. Em troca, a construtora apoiou a candidatura de Lula ainda em 1989, impondo a condição de que o candidato do PT controlasse o seu partido e não estatizasse o setor petroquímico.

A sociedade também atuou em 2002. Com o setor empresarial e financeiro ainda temendo Lula, Emílio Odebrecht organizou encontros e jantares para reduzir a desconfiança contra a candidatura.

Com o fim do período de Lula na presidência, a Odebrecht continuou cuidando da vida do ex-presidente e dos seus parentes. De acordo com Marcelo Odebrecht, Lula teria uma conta de R$35 milhões para atender seus pedidos junto à empreiteira. Além disso, a Odebrecht pagou uma mesada para o irmão do ex-presidente, contratou a empresa do seu sobrinho – até então um vidraceiro – para realizar grandes obras em Angola e deu suporte financeiro para que o projeto de Luís Cláudio (filha caçula de Lula) de criar uma liga de futebol americano no Brasil saísse do papel.

2. CUT: Usina de Santo Antônio

Como parte integrante do consórcio que ergueu a Usina de Santo Antônio, no Rio Madeira, a Odebrecht receava que manifestações, greves e atos de sabotagem pudessem atrapalhar o andamento das obras. Ainda mais com o histórico da região.

A solução veio fácil. De acordo com o delator Henrique Valladares, os 25 mil operários da usina atraíram rapidamente a presença de sindicatos. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) teria sido a primeira a se estabelecer na região e arregimentar apoio.
Não é de se estranhar que tenham chegado tão rápido. Central sindical em atividademais antiga do Brasil, a CUT também é a entidade com mais filiados e ramificações por todo o território brasileiro.

Como se isso não fosse suficiente, o dinheiro para a central ligada ao PT financiar suas atividades parece infinito. Além das dezenas de milhões de reais do imposto sindical, a central também conta com financiamento da Fundação Ford e usualmente recebeu o patrocínio de estatais nos últimos anos. A relação com as empresas do governo era tão profunda que Vagner Freitas, presidente da CUT, recebia para participar das reuniões do conselho do BNDES.

Com tantas fontes de renda, a CUT pareceu não ter problemas em ter mais uma e fez a Odebrecht pagar pedágios mensais aos seus dirigentes em Rondônia. A ideia, nas palavras de Valladares, era que os sindicalistas não “apoiassem greves, atos de violência, esse tipo de coisa”.

A construtora também teria feito pagamentos regulares aos diretores do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil do Estado de Rondônia. Em troca, eles não estimulariam os trabalhadores a praticar atos de vandalismo no período de negociações coletivas.

3 e 4. Paulinho da Força (SD-SP): Embraport e a Hidrelétrica São Manoel

Paulo Pereira da Silva é uma das grandes lideranças do atual sindicalismo brasileiro. Presidente da Força Sindical há anos, Paulo carregou o nome da central que apoiou todos os governos desde a redemocratização, inclusive Collor, e se tornou o “Paulinho da Força”.
Apesar de seus discursos supostamente em favor do trabalhador, Paulinho parece ser um contumaz defensor de investigados na Lava Jato. Ex-integrante da tropa de choque de Eduardo Cunha na Conselho de Ética da Câmara, Paulinho agiu mais de uma vez para defender as empreiteiras dos trabalhadores.

Em 2013, um dos alvos dos protestos de estivadores e operários foi a Empresa Brasileira de Terminais Portuário (Embraport), do grupo Odebrecht, que chegou a ser invadida por 350 pessoas.

Assustados, os executivos do grupo procuraram Paulinho, que pediu uma doação eleitoral, via caixa 2, de 1 milhão de reais! Em troca, além da sua boa vontade, também utilizada para atenuar movimentos na Refinaria de Abreu e Lima e nas usinas do Rio Madeira, a Odebrecht recebeu uma tutoria de como lidar com movimentos sindicais.

De acordo com Alexandrino Alencar, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, a construtora também bancou os eventos de 1º de Maio organizados pela Força. Sempre intencionando manter uma boa relação com o deputado.

Paulinho também teria servido Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC. Recebendo mais de R$ 1,6 milhão durante seis anos, o deputado e dirigente sindical passou a trabalhar para resolver os imbróglios trabalhistas de Pessoa.

Quando os trabalhadores da Usina Hidrelétrica São Manoel, em Mato Grosso, pareciam que iam causar problemas à sua construtora, o dono da UTC ligou para Paulinho e pediu para ele resolver a situação. O presidente da Força Sindical respondeu dizendo que estava entrando no circuito para entender o que estava ocorrendo.

5. Luiz Sérgio (PT-RJ) e Angra 3

Deputado pelo PT há cinco legislaturas, Luiz Sérgio iniciou sua carreira como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Angra dos Reis (RJ). Foi prefeito da cidade em 1994 e desde 1998 é sucessivamente eleito para uma vaga na Câmara Federal

Em 2014, o deputado fluminense recebeu uma doação de R$ 200 mil da construtora UTC. Em sua delação premiada, Ricardo Pessoa afirma que, na verdade, a doação foi uma troca com objetivo de evitar paralisações em um dos contratos mais importantes da sua construtora: a montagem de equipamentos da usina nuclear de Angra 3, em Angra dos Reis.

Ivanildo Terceiro

Fonte: "spotniks"

Vendem-se Leis!

Sede da Odebrecht, SP, foto O globo


Após a divulgação das delações de 77 executivos da Odebrecht tomamos conhecimento da existência de um mercado de leis no Congresso Nacional. Há acusações escancaradas, com detalhes de negociações espúrias, nas quais deputados e senadores recebiam dinheiro para fazer leis em benefício de negócios da Odebrecht. 
A compra e venda de leis é um novo e promissor universo de corrupção, pelo qual as investigações da Lava Jato vão avançar nos próximos meses. Ameaçados pelas investigações, os políticos reagem com intimidação tentando aprovar projeto de lei destinado a coibir e punir abusos cometidos por autoridades. A comissão que analisa o projeto tem 12 investigados pela Lava Jato, incluindo o presidente,senador Edison Lobão, que é réu em cinco inquéritos da Lava Jato. O líder do PMDB, senador Renan Calheiros, é investigado em 12 inquéritos oriundos de casos de corrupção descobertos pela Lava Jato.  
Ciente desse ataque, que pode ser devastador, a parte do Senado que é alvo das investigações busca o contragolpe, por meio do projeto relatado por Requião. A resistência nasceu ali porque é justamente o Senado, especialmente sua cúpula, o principal alvo dos investigadores
A turma de senadores atingidos pela Lava Jato está com o senador Requião, O projeto de lei de abuso de autoridade relatado por ele é daquelas matérias que têm mérito institucional, mas são instrumentalizadas com oportunismo para servir a alguns. Foi ressuscitado por um grupo de senadores acusados de corrupção como forma de intimidar e reduzir os poderes de quem investiga e pune políticos – no momento, os que participam da Operação Lava Jato. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi pessoalmente ao Congresso no início do mês apresentar um projeto seu, alterando o texto original, apresentado pelo líder do PMDB, senador Renan Calheiros, e relatado por Requião. Suas sugestões foram deixadas de lado. O senador Randolfe Rodrigues, que joga com a força-tarefa da Lava Jato, conseguiu adiar o desfecho.
No balcão de negócios sujos- como dizia a ex-senadora Heloísa Helena- que se transformou o congresso nacional foram negociadas, segundo os delatores, pelo menos 20 alterações legislativas, sendo 15 Medidas Provisórias, quatro projetos de lei e um projeto de resolução, durante um período de mais de dez anos de 2004 a 2015, já durante o curso da Operação Lava Jato. 
A função de subornar e influenciar deputados e senadores cabia principalmente ao então diretor de relações institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, que atuava na defesa dos interesses de todas as empresas do grupo, por seu bom trânsito no Legislativo.
Segundo o delator, seu principal parceiro na atuação legislativa espúria era o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que o orientava e ajudava na defesa dos interesses da empreiteira. Por isso, Jucá é o principal acusado nesses casos de alterações legislativas detalhados pela Odebrecht e se tornou alvo de quatro novos inquéritos no Supremo. A Odebrecht não poderia ter escolhido melhor. Jucá não foi líder de três governos seguidos FHC, Lula, Dilma e é do governo Temer à toa. Tem raciocínio rápido, conhece o regimento do Senado melhor do que todos, é desenvolto em matérias econômicas, trabalha muito, é capaz de farejar sucesso e fracasso a quilômetros, é próximo do Palácio do Planalto e tem trânsito com os colegas. Não é à toa que, em seu depoimento, Cláudio Melo Filho conta que Jucá era identificado como “pessoa de grande força no Senado Federal” e, por isso, foi o primeiro ponto de apoio da Odebrecht.

MP 252 (MP do Bem)

A primeira dessas parcerias público-privadas foi a MP 252, enviada ao Congresso em junho de 2005. Conhecida como MP do Bemtratava de incentivos fiscais a empresas. Tornou-se alvo de lobby da Odebrecht, interessada em obter uma mudança na tributação da nafta, matéria-prima da Braskem, braço petroquímico do grupo. “Esse de fato é o primeiro assunto importante em que eu me envolvo e peço de forma efetiva e clara a ajuda do senador Romero Jucá para defesa dos interesses da organização Odebrecht”, afirmou Cláudio Melo Filho aos procuradores. Outro delator, José de Carvalho Filho, disse que chegou a entregar pessoalmente dinheiro vivo no gabinete de Jucá no Senado. Mas, em geral, era o lobista Milton Lyra, ligado ao PMDB, quem recolhia o dinheiro de Jucá. Em nota, Lyra afirma que “é mentira de José Carvalho Filho que eu tenha intermediado qualquer tipo de pagamento destinado ao senador Romero Jucá ou qualquer outro parlamentar”. Conhecido por suas declarações desastrosas, Jucá proferiu mais uma delas ao rebater as acusações. “Não tem sentido alguém pensar que se vende emenda por R$ 150 mil. Com R$ 150 mil não se vende (emenda) nem na feira do Paraguai. É uma piada”, afirmou, em referência a um mercado de produtos baratos (e muitos ilegais) em Brasília. Jucá ainda ironizou as delações, como “ficções premiadas”. Um ponto, no entanto, deve ser levado a sério: o valor. De valores (financeiros) Jucá entende.

MP 579

Com Jucá aparecem seus colegas de PMDB que formam a trinca mais poderosa do Senado, o presidente Eunício Oliveira e o ex-presidente e líder do partido Renan Calheiros. Em 2012, Renan deu uma força para a Odebrecht. O delator Cláudio Melo Filho afirma que procurou o senador, o relator da MP 579, que reduzia o preço da energia elétrica para grandes consumidores no Nordeste. A pedido da Odebrecht, Renan fez modificações que beneficiaram a Braskem, empresa do grupo, que aliás tinha uma planta em Alagoas, terra de Renan. Dois anos depois, Cláudio Melo Filho foi à residência oficial de Renan no Lago Sul, em Brasília, para tratar de nova etapa do assunto. Depois de ouvir Cláudio Melo Filho, Renan pediu contribuição para a campanha eleitoral do filho ao governo do estado. A Odebrecht deu R$ 1,2 milhão ao PMDB de Alagoas e pelo menos R$ 800 mil foram à campanha de Renan Filho. Renan é investigado pela atuação na tramitação de outras quatro Medidas Provisórias.

MP 470 (Refis da crise)

Enquanto o delator Cláudio Melo Filho atuava no Congresso, o presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, se envolvia pessoalmente quando as negociações de Medidas Provisórias exigiam ajuda do Palácio do Planalto. A MP 470, de 2009, conhecida como Refis da Crise, salvou a Braskem de dificuldades financeiras ao permitir o parcelamento da dívida tributária. Marcelo contou aos procuradores que negociou a MP diretamente com o então ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Ele pediu a contrapartida de R$ 50 milhões para a campanha de 2010 (de Dilma à Presidência)”, afirmou Marcelo. 

MP  613

Em seguida, ele negociou com Mantega outra Medida Provisória, a 613, que estabeleceu um regime especial de tributação favorável à Odebrecht. Por essa benesse, houve uma exigência ainda maior. “Quando chegou perto da campanha de 2014, os R$ 50 milhões já tinham ido embora. Aí ele (Mantega) me disse: ‘Olha, Marcelo, a campanha está chegando, eu tenho a expectativa de uns R$ 100 milhões'”, disse Marcelo. Na ocasião, dinheiro para o PT dava em árvores da Odebrecht, claro. Os pagamentos foram feitos em dinheiro vivo e por transferências bancárias internacionais, cujo destinatário final era o marqueteiro João Santana, responsável pelas campanhas de Dilma Rousseff. Pela MP 613, a Odebrecht distribuiu R$ 7 milhões, segundo três delatores, a parlamentares. A lista inclui os atuais presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira. O setor de propina da Odebrecht registra dois pagamentos de R$ 1 milhão cada a Eunício -um em outubro de 2013 e outro em janeiro de 2014. Rodrigo Maia nega favorecimentos à Odebrecht e o recebimento de vantagens indevidas. O senador Euníco Oliveira afirma por meio de nota que não há registro de iniciativas dele no trâmite da MP 613 e que “não autorizou o uso de seu nome em supostas negociações”. As defesas de Mantega e de Dilma negam as acusações e afirmam que nunca receberam propina da Odebrecht. O senador Renan Calheiros nega as acusações.

MP 703 

A desfaçatez da engenharia criminosa chegou a ponto de, com a Lava Jato em curso, tentar blindar as empreiteiras. O alvo da Odebrecht foi a Medida Provisória 703/2015, que modificou as regras para a celebração de acordos de leniência espécie de delação premiada das empresas. O próprio patriarca do grupo, Emílio Odebrecht, pediu ajuda ao ex-presidente Lula e ao então ministro da Casa Civil, Jaques Wagner (PT). O objetivo era inserir uma mudança que excluísse o Ministério Público dos acordos, permitindo que as empresas assinassem os acordos diretamente com o governo. A mudança facilitaria muito a vida da Odebrecht. Apesar de editada pelo governo Dilma Rousseff em dezembro de 2015, a MP não virou lei. Questionado se houve pedido de propina nesse caso, Emílio afirmou que não, porque tanto a Odebrecht quanto o governo estavam enfraquecidos pela Lava Jato. “Era o torto pedindo ajuda ao aleijado”, contou aos procuradores, em meio a risos.

Para corroborar as informações prestadas pelos delatores, a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal vão levantar a tramitação detalhada dos projetos e Medidas Provisórias colocados sob suspeita, incluindo todas as emendas e alterações propostas. Entre as diligências solicitadas pela PGR estão também a identificação de entradas dos executivos da Odebrecht no Congresso, o levantamento de doações oficiais aos parlamentares e o rastreamento das reuniões entre os funcionários da empreiteira e os políticos.

No domingo de Páscoa, pessoas que estiveram presentes em um jantar oferecido pelo presidente Michel Temer com lideranças do Congresso, no Palácio da Alvorada, notaram que o presidente do Senado, Eunício Oliveira, estava abatido. O sentimento é compartilhado por muitos políticos. Parlamentares reclamam da decisão do ministro Edson Fachin de divulgar as delações da Odebrecht de forma ampla e irrestrita. Afirmam que parte do Judiciário e do Ministério Público busca “criminalizar a política”. Ao fim das investigações será possível dizer se alguém fez da atividade política uma atividade criminosa.
Fonte: "epoca"

Lula feriu de golpe a esquerda no Brasil

Lula, por outro lado, mais do que os crimes a que responde, feriu de golpe a esquerda no Brasil. Ajudou a segregá-la, a estigmatizar suas bandeiras sociais e contribuiu diretamente para o crescimento do que há de pior na direita brasileira. Se embebedou com o poder. Arvorou-se da defesa dos pobres como álibi para deixar tudo correr solto e deixou-se cegar. Martelou o discurso de ricos contra pobres, mas tinha seu bilionário de estimação. Nada contra essa amizade. Mas com que moral vai falar com seus eleitores?

por Carla Jiménez, do jornal espanhol El Pais (17/04/2017):