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quinta-feira, 18 de março de 2021

Freixo critica “negacionismo da esquerda” em não admitir erros do PT

Marcelo Freixo. Foto:Ricardo Borges/FOLHAPRESS



O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) afirmou, nesta quarta-feira (17), que existe um negacionismo da esquerda” em não admitir que existem ações realizadas durante as gestões do Partido dos Trabalhadores (PT) no governo federal passíveis de investigação. Em entrevista à TV Democracia, comandado pelo jornalista Fábio Pannunzio, o parlamentar afirmou que, apesar de não concordar com a maneira com que processos contra o ex-presidente Lula foram conduzidos, se referindo à Operação Lava-jato, é inegável que foram cometidos crimes.

Uma coisa muito ruim é negacionismo também da esquerda. Se a gente ataca o negacionismo da direita, existe sim o negacionismo da esquerda. Não adianta fingir que não houve problema, não teve contradição, que não tinham coisas que deveriam ser investigadas, não da forma que foi não, com o propósito que foi, mas determinadas coisas no governo do PT deveriam ser investigadas. Claro que sim. Tivemos problemas concretos graves. Isto não é um debate de autocrítica, mas de Justiça. Então não adianta o negacionismo”, afirmou.

Apesar das críticas, Freixo fez questão de criticar a prisão do líder petista e demonstrar seu respeito à história do PT. Sobre uma provável candidatura em 2022, ele foi enfático em dizer que é um direito de Lula, mas demonstrou preocupação com uma nova polarização do eleitorado o que, segundo ele, propiciou a vitória de Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições de 2018.

Acho que Lula tem o direito de ser candidato, foi vítima de uma ação política orquestrada dentro do Poder Judiciário, tem o direito sim. Mas espero que eles não repitam os erros de 2018, só espero isso, não repitam os hegemonismos e os erros para não corrermos em 22 o risco e o absurdo de 18. Existe o antibolsonarismo e, de outro lado, o antipetismo. A pior coisa do mundo seria uma disputa de quem tem menos rejeição. Espero que a gente consiga, através de um programa e com capacidade de articulação, compromisso com a democracia, construir algo mais amplo do que em 2018”, concluiu

Mudança de partido

Dada por muitos como certa, a saída do deputado do PSOL será motivada pelas dificuldades da legenda em construir a tão sonhada unidade contra as forças bolsonaristas e de ultra-direita. Ainda em conversas, Marcelo Freixo não deu indícios de ter tomado qualquer decisão, mas segue defendendo a criação da Frente Ampla.

Em 2022, estarei no partido que fizer parte de uma unidade em busca da reconstrução do Rio. Não podemos começar a planejar uma candidatura com nomes, o que leva a divisões, mas pela definição de ampla frente democrática que reúna forças políticas, partidos. Isso evita a divisão”, comentou.

Fonte: "socialismocriativo"


quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Região dos Lagos: território político da direita

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Nas eleições de 2018 para Presidente da República Jair Bolsonaro teve 13.028 votos no primeiro turno e 13.938 votos no segundo turno. A votação no primeiro turno correspondeu a 65,21% dos votos válidos e a 72,69% no segundo turno.

Já Fernando Haddad, que disputou o segundo turno com Jair Bolsonaro, obteve 10,91% dos votos no primeiro turno e 26,82% no segundo.

Se somarmos todos os votos de todos os candidatos considerados de direita, centro-direita e centro (Jair Bolsonaro, Cabo Dalciolo, Geraldo Alkmin, João Amoedo, Henrique Meireles, Alvaro Dias, Eymael, João Goulart Filho) teremos 74,11%, que correspondem a 13.938 votos no primeiro turno. Esse número- 74,11%- é muito próximo dos 72,69% dos votos obtidos por Bolsonaro no 2º turno. Isso quer dizer que quem votou na direita no primeiro turno, repetiu o voto no segundo turno.

Por outro lado, se somarmos todos os votos de todos os candidatos considerados de centro-esquerda e esquerda (Ciro Gomes, Fernando Haddad, Marina Silva, Guilherme Boulos e Vera do PSTU) teremos 26,82%, que correspondem a 5.358 votos. Da mesma forma, a esquerda repetiu o voto do primeiro turno no segundo turno.

Conclusão: De cada 4 eleitores de Búzios, 3 votaram na direita e 1 votou na esquerda.

Esse quadro repete-se em todos os municípios da Região dos Lagos com pequenas variações (Araruama, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia). Mesmo em Maricá, governada pelo PT desde , Bolsonaro teve 62,30% contra 37,70% de Haddad.

Obviamente que a eleição municipal é bem diferente da eleição presidencial. Mas a onda bolsonarista de 2018 trouxe para os municípios da região vários candidatos militares ou ligados às forças de segurança (polícia civil e militar). Em Búzios temos como pré-candidatos o Comandante da Marinha Serafim (PSD) e os policiais militares Leandro do Bope (DEMOCRATAS E PDT) e Tom Viana (PSL). Todos bolsonaristas.

E mesmo entre os pré-candidatos civis não encontramos um que seja de esquerda. Todos, de uma forma ou outra, são ligados ao bolsonarismo: Gladys (PSC e PTB), Alexandre Martins (Republicanos, PL, MDB, PV), Henrique Gomes (Patriota, PSDB), Joice (PP), Tolentino Reis (PODEMOS) e Joãozinho Carrilho (PRTB e PROS). Marcelo Morel (PMB) seria a exceção. Ele se diz MOURÃOnista.

Observação 1: havia publicado que o pré-candidato Tolentino Reis era policial civil com base em informação que recebi. Depois da postagem dois leitores me informaram que ele não era policial. Em contato com o próprio Tolentino ele negou ser policial. É "empresário e atleta".  

Observação 2:Você pode ajudar o blog clicando nas propagandas. E não esqueçam da pizza do meu amigo João Costa. Basta clicar no banner situado na parte superior da coluna lateral direita. Desfrute! 

quarta-feira, 18 de março de 2020

Presidente do PSOL de Búzios nega que o partido tenha decidido apoiar Leandro do Bope

Adicionar legenda



Matéria do site "rlagosnoticias" afirma que a esquerda buziana vai apoiar Leandro do Bope nas eleições municipais deste ano. Segundo o site, uma frente esquerdista, comandada pelo ex- prefeito Mirinho Braga(PDT), estaria se formando em torno do nome do policial militar, conhecido como Leandro do Bope, pré- candidato a prefeito no município.

De acordo com a matéria, quem estaria tentando atrair o PSOL para o apoio a Leandro do Bope seria o Coronel da reserva da PM Ibis, uma das grandes lideranças psolistas no Estado. O Coronel, grande entusiasta da candidatura de Leandro do Bope, poderia ser o elo para unir o colega de farda com o projeto da esquerda local.

Consultada pelo blog, a professora Fernanda, presidente do Psol de Búzios afirmou que a notícia é “um absurdo” pois “nem falamos sobre isso ainda!” Será que o Coronel está fazendo o que dirigentes do PT estadual faziam antigamente: fazer alianças por cima (via diretório estadual) esquecendo as instâncias municipais?  

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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

O partido da boquinha da Região dos Lagos

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Não posso deixar de reproduzir trecho da postagem de hoje (28) do Professor Chicão na seção "Fresquinhas" do seu blog "História, Música e Sociedade" (ver em "josefranciscoartigos"). Por ter sido presidente do partido em Búzios no período 2005- 2007, sou testemunha do uso do PT de Cabo Frio, por parte de seus dirigentes,  para conseguirem boquinhas e outras  benesses pessoais. Por sinal, o PT de Búzios há muito tempo segue essa mesma linha de parasitismo. Não duvido muito que esse comportamento político esteja sendo adotado em todos os diretórios municipais do partido na Região dos Lagos. Parabéns José Bonifácio pelo "não" muito bem dado!

... Alguns espertalhões que dominam o partido há anos se reuniram com José Bonifácio e pediram 2 secretarias para apoiá-lo: Cultura e Agricultura. Os espertos deram até os nomes dos secretários e sub secretários que queriam no cargo. Bonifácio deu um NÃO rotundo a proposta feita pelo prostitutos.

Desprezo
Peço a todas as forças políticas locais que não se rendam a esses parasitas, que usam o fato do PT ter alguns minutinhos na TV para mamar dinheiro e cargos públicos há mais de 20 anos. Parabéns a Dr Adriano por não ter feito pacto com essa gente.

Deixado de lado
A TV não influencia em mais nada no pleito eleitoral. Se influenciasse, Adriano, Bolsonaro e Witzel, para citar só alguns, não teriam sido eleitos. Por sua baixeza, o PT deveria ser deixado de lado pelos principais candidatos na disputa eleitoral”.

Fonte: "josefranciscoartigos"

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Como a esquerda brasileira morreu

Vladimir Safatle. Foto: Wikipédia


Este é um artigo que gostaria de não ter escrito e não tenho prazer algum em fazer enunciações como a que dá corpo ao título. No entanto, talvez não haja nada mais adequado a falar a respeito da situação política brasileira atual, depois de um ano de Governo Jair Bolsonaro e a consolidação de seu apoio entre algo em torno um terço dos eleitores. Aqueles que acreditavam em alguma forma de colapso do Governo e de sua base precisam rever suas análises. 

O que vimos foi, na verdade, outro tipo de fenômeno, a saber, a inoperância completa do que um dia foi chamado de “a esquerda brasileira” enquanto força opositora. Não que se trate de afirmar que ela está diante do seu fim puro e simples. Melhor seria dizer que um longo ciclo que se confunde com sua própria história termina agora. O pior que pode acontecer nesses casos é “não tomar ciência de seu próprio fim” repetindo assim uma situação que lembra certo sonho descrito uma vez por Freud na qual um pai morto continua a agir como se estivesse vivo. A angústia do sonho vinha do fato do pai estar morto e nada querer saber disto. Se a esquerda brasileira não quiser ver sua morte definitiva como destino, seria importante se perguntar sobre qual é esse ciclo que termina, o que ele representou, quais seus limites.

Signos não faltaram para tal diagnóstico terminal. Contrariamente ao discurso de que o Governo Bolsonaro estaria paralisado, vimos ao contrário a aprovação de medidas até pouco tempo impensáveis, como a reforma previdenciária, isso sem nenhuma resistência digna deste nome. Ou seja, a maior derrota da história da classe trabalhadora brasileira foi feita sem que anotassem sequer o número da placa do carro responsável pelo atropelamento. Uma reforma da mesma natureza, mas menos brutal, está a tentar ser imposta na França. O resultado é uma sequência de greves e manifestações de vão já para o seu terceiro mês. Na verdade, o que vimos no Brasil foi o contrário, a saber, governos estaduais pretensamente de esquerda a aplicarem reformas estruturalmente semelhantes. Como se fosse o caso de dizer que, no final, governo e oposição comungam da mesma cartilha, sendo distinta apenas a forma e a intensidade de sua implementação. Fato que já havíamos visto com o segundo Governo Dilma e sua guinada neoliberal capitaneada por Joaquim Levy.

Isso é apenas um sintoma de que a esquerda brasileira não é mais capaz de impor outro horizonte econômico-político. Durante todo o ano de 2019, diante de um Governo cujas políticas visam a retomada, em chave autoritária, dos processos de concentração de renda, de acumulação primitiva e de extrativismo colonial, não foram poucos aqueles que esperaram da esquerda brasileira (todos os partidos e instituições inclusas) a expressão de outro tipo de política. A esquerda governa estados, municípios grandes e pequenos, mas de nenhum deles saiu um conjunto de políticas que fosse capaz de indicar a viabilidade de rupturas estruturais com o modelo neoliberal que nos é imposto agora. Houve época que a esquerda, mesmo governando apenas municípios, conseguia obrigar o país a discutir pautas sobre políticas sociais inovadoras, partilha de poder e modificação de processos produtivos. Não há sequer sobra disto agora.

Talvez seja o caso de insistir neste ponto porque, como dizia Maquiavel, o povo prefere um governo ruim a governo nenhum. Não são as qualidades do Governo Bolsonaro que dão a ele certa adesão popular. É o vazio, é o fato de não haver nenhuma outra alternativa realmente crível neste momento. E a razão disso é simples: a esquerda brasileira morreu, ela tocou seu limite e demonstrou não ser capaz de ultrapassá-lo. Isso vale tanto para partidos, sindicatos quanto para a classe intelectual (na qual me incluo). Nossas ações até agora não se demonstraram à altura dos desafios efetivos. O melhor a fazer seria começar a se perguntar pela razão de tal situação.

Coloquemos uma hipótese de trabalho: a esquerda brasileira conhece apenas um horizonte de atuação, este que atualmente chamaríamos de “populismo de esquerda”. Foi ele que se esgotou sem que a esquerda nacional tenha se demonstrado capaz de passar para outra fase ou mesmo de imaginar o que poderia ser “outra fase”. Entende-se por populismo de esquerda um modelo de construção de hegemonia baseado na emergência política do povo contra as oligarquias tradicionais detentoras do poder. Este povo é, na verdade, produzido através da convergência de múltiplas demandas sociais distintas e normalmente reprimidas. Demandas contra a espoliação de setores sociais, contra a opressão racial, contra os legados do colonialismo: todas elas devem convergir em uma figura que seja capaz de representar e vocalizar esta emergência de um novo sujeito político.

No entanto, o caráter nacionalista do populismo permite também a inclusão de setores descontentes da oligarquia, grupos da burguesia nacional dispostos a ter um papel “mais ativo” nas dinâmicas de globalização. Assim, o “povo”, neste caso, nasce como uma monstruosa entidade meio burguesia, meio proletariado. Uma mistura de JBS Friboi com MST.

Este é o modelo que a esquerda nacional tentou implementar em sua primeira tentativa de governar o Brasil: a que termina com o golpe militar contra o Governo João Goulart. Na ocasião, um dos personagens mais lúcidos de então, Carlos Marighella, faz um diagnóstico preciso: a esquerda havia apostado na conciliação com setores da burguesia nacional e com setores “nacionalistas” das forças armadas dentro de governos populistas de esquerda. Ela colocou toda sua capacidade de mobilização a reboque de uma política que parecia impor mudanças seguras e graduais. Ao final, tudo o que ela conseguiu foi estar despreparada para o golpe, sem capacidade alguma de reação efetiva diante dos retrocessos que se seguiriam.

A lição de Marighella não foi ouvida. Tanto que a esquerda brasileira fará o mesmo erro com o final da ditadura militar e com o advento da Nova República. A história será simplesmente a mesma: o movimento em direção a um jogo de alianças entre demandas sociais e interesses de oligarquias locais descontentes tendo em vista mudanças “graduais e seguras” que serão varridas do mapa na primeira reação bem articulada da direita nacional.

Nesse sentido, nossa história segue os passos da história argentina: outro campo de ensaio do populismo de esquerda. Mas há um diferença substancial aqui. Depois da experiência ditatorial, a Argentina soube criar um linha de contenção de impulsos golpistas. Hoje, quase mil pessoas ainda se encontram nas cadeias argentinas por crimes da ditadura. No Brasil, ninguém foi preso. A resposta argentina produziu uma linha de contenção, inexistente entre nós, que permitiu ao peronismo ter ressurreições periódicas. Dificilmente, essa será a história brasileira daqui para frente, pois o risco de deriva militar é real entre nós.

Mas há ainda um outro fator decisivo. O colapso do lulismo não foi seguido apenas de um golpe parlamentar apoiado em práticas criminosas de setores do poder judiciário. Ele foi seguido da criação de uma espécie de antídoto à reemergência do corpo político populista. O que vimos, e agora isto está cada vez mais claro, foi a emergência de um corpo fascista. Mas o corpo político fascista é normalmente a versão terrorista e invertida de um corpo político anterior, marcado pela emergência do povo e pelas promessas de transformação social. Dessa forma, ele acaba por bloquear sua ressurgência. Já se disse que todo fascismo nasce de uma revolução abortada. Nada mais justo.

Theodor Adorno um dia descreveu o líder fascista como uma mistura de King Kong e barbeiro de subúrbio (certamente pensando no Chaplin de O grande ditador). Essa articulação entre contrários é fundamental. A pretensa onipotência do líder fascista deve andar juntamente com sua fragilidade. O líder fascista deve ser “alguém como nós”, com a mesma falta de cerimônia, a mesma simplicidade e irritação que nós. A identificação é feita com as fraquezas, não com os ideais. Ele deve ser alguém que come miojo em banquetes presidenciais, que se veste de maneira desajeitada como alguém do povo. Ele deve a todo momento dizer que está a combater as elites que sempre governaram esse país (que agora serão os artistas, as universidades, os “cosmopolitas” e “globalistas”). Ele deve mostrar que não é alguém da elite política, que na verdade tal elite o detesta. Pois se trata de criar um antídoto para toda forma de tentativa de recuperar a produção do povo como processo de emergência de dinâmicas de transformação social.

Dessa forma, tudo se passa como se Bolsonaro fosse uma versão militarizada de seu oposto, a saber, Lula. Não se trata com isso de afirmar que estamos presos em uma polaridade. Ao contrário, trata-se de dizer que tudo foi feito para anular a polaridade real, criando um duplo imaginário. Nunca entenderemos nada das regressões fascistas se não compreendermos estas lógicas dos duplos políticos. Se há algo que nos falta é exatamente polaridade. Temos pouca polaridade e muita duplicidade.

O fato é que tal dinâmica demonstrou-se eficaz. Ela quebrou os processos de incorporações populistas que foram, até agora, a alma da esquerda brasileira. Por isso, o que vemos agora é uma esquerda sem capacidade de ação, pois atordoada com o fato de a direita brasileira ter, enfim, produzido a sua figura com capacidade de incorporação do povo, agora sem o erro de apostar em um egresso da elite político-econômica (Collor) ou em alguém sem vínculos orgânicos com o militarismo fascista (Jânio).

Numa situação como essa, a esquerda nacional ainda paga o preço de ter sido formada para a coalizão e para a negociação. Esse é seu DNA, desde a política de alinhamento do PCB aos ditames anti-revolucionários do Soviete Supremo. Por isso, ela não sabe o que fazer quando precisa mudar o jogo e caminhar para o extremo. Sua inteligência não age nesse sentido, suas estruturas não agem nesse sentido, sua classe política não age nesse sentido. Seus movimentos de revolta perdem-se no ar por não ter nenhuma sustentação ou coordenação de médio e longo prazo. Foi assim que ela morreu. Se ela quiser voltar a viver, toda essa história tem que chegar a um fim. Ela deverá tomar ciência de seu fim. 

Vladimir Safatle, filósofo e professor na USP, em artigo publicado por El País, 10-02-2020.

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Comentários no Facebook: 

  • Joel Búzios V O C Ê E S T Á D O I D O.
    A É S Q U E R D A M A I S F O R T E QUE N U N C A.
  • Joel Búzios Quando a bandidagem do congresso contabilizar que; ganhará mais com Impeachement do que participar deste devaneio de um louco....
  • Luiz Carlos Gomes Joel, o texto não é meu. Publiquei para provocar a discussão. Mas, no geral, com pouquíssimas discordâncias, concordo com o autor.
    2
  • Joel Búzios R E T I R A É S S A P O S T A G E M. . . S O U D A R E S I S T E N C I A . . . . E S S A B A N D I D A G E M N Ã O Q U E R O N O M E U P A I S....
  • Joel Búzios Lutamos por eleições diretas, ao custo de; muito sangue, mortes e torturas...
    S Ó I D I O T A S N Ã O L E M B R A M..
  • Luiz Carlos Gomes Prezado leitor do blog Joel Búzios, também lutei pelas diretas, mas acho que você não leu o texto do Vladimir. Assim como eu, ele continua de esquerda, mas reivindica que a esquerda aprenda com seus erros. O populismo da esquerda lulo-petista se esgotou. Não tem mais volta. Foi essa esquerda que morreu. Não dá mais pra botar no mesmo balaio Joesley e MST, Renan-Sarney-Jucá e trabalhadores. A esquerda precisa aprender com seus erros, criar uma alternativa ao programa da direita. (Por sinal foram esses erros gravíssimos que elegeu Bolsonaro. A teoria da conspiração não emplacou). Não dá pra dizer que é contra a reforma da previdência a nível federal e aprovar em governo petista estadual a mesma reforma anti-povo. Ver o caso da Bahia. Isso significa que a esquerda não tem um programa alternativo. É preciso que a esquerda tire as travas dos olhos, humildemente reconheça seus erros (ou será que o tesoureiro Vaccari também é um perseguido político?), e persevere na elaboração de um programa alternativo. Dá muito trabalho. Não entendi o pedido para retirar a postagem? O que esse pedido significa? Censura? Desde já te adianto que não retiro, mesmo que a vaca tussa! Pela agressividade de seus comentários posso concluir que esta não é uma característica apenas da direita. Civilidade é bom e a gente gosta! Obrigado por visitar o blog. Grande abraço.