terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O que o Conselho Municipal de Contribuintes de Búzios tem a dizer a respeito do aumento abusivo do IPTU

Boletim Oficial, 03/10/2013

O que o Conselho Municipal de Contribuintes de Armação dos Búzios (CMC) tem a dizer a respeito do aumento abusivo do IPTU? Ou o CMC é apenas decorativo? O CMC tem que ser consultado sobre o aumento? Foi? O CMC aprovou o aumento? Ou o Prefeito passou por cima do Conselho?

Com a palavra os Conselheiros Representantes dos Contribuintes, Mônica Werkhauser, Thomas Weber e Oscar Frederico da Silva.

Comentários no Facebook:


Comentários
Valéria Mendes Lela Mendes Parece que eles não têm NADA a dizer...
CurtirResponder1 h
Marcia Garcia Gente e só não pagar e .
Luiz Carlos Gomes Valéria o Thomas respondeu. Veja no blog.
Comentários
Laci Coutinho Caso seja como o da saude, só vai defende-lo!


Resposta do Thomas Weber pelo Google+:




Thomas Weber

11 horas atrás  -  Compartilhada publicamente
Boa Noite. Acredito ser pertinente ser colocado em pauta em nossa próxima reunião.  Até hj, não deliberamos nada, alem de regimento interno.  
 
 · 
Responder



Luiz Carlos compartilhou isto via Google+

18 horas atrás  -  Compartilhada publicamente
 
 · 
Responder

Quando é a próxima reunião? Já que ela é pública gostaria de ir.

Vereadora Joice fala sobre o aumento do IPTU


Vereadora Joice Costa, foto Perfil Facebook
 "Os valores de IPTU aumentaram exorbitantemente e este comentário e insatisfação já são notórios na cidade, a partir das retiradas dos carnês pelos contribuintes no Cadastro ou o recebimento pelos Correios. Quero esclarecer a população que este reajuste não foi por conta da revisão do Código Tributário, cuja comissão, na época, era presidida por mim, sendo também membros os vereadores Messias e Henrique Gomes. Aprovamos alterações de valores de taxas e outros, mas nada em relação ao IPTU. Procuramos a Secretaria de Fazenda e fomos informados que o setor estava trabalhando a correção do cálculo aplicado no sistema, equiparando com o cálculo que está na lei do Código Tributário desde 2005.

Abaixo o relato de um contribuinte qto às orientações dadas pela prefeitura:

Fomos informados na Prefeitura de Búzios, no Setor de Cadastro, nessa data, no Tel.: 2633-6000, que a partir de 2016 o IPTU foi reajustado para todo o Município com base no IPCA 2015. Foi utilizada a fórmula permitida no Código Tributário do Município, antes não utilizada, que permite reajustes maiores em áreas construídas, e até decréscimos. Para contestar o valor do IPTU recebido, o senhor deverá abrir um processo no Setor de Protocolo, que será respondido e o senhor terá todas as suas dúvidas esclarecidas. O formulário para pagamento da taxa de abertura do processo, o senhor deverá pegar no setor de Protocolo, na Prefeitura.

Cabe a nós promovermos alteração na Lei Complementar 22, de 09 de outubro de 2009. Tanto o Código Tributário de 2005, quanto o de 2009, que revogou o anterior, apresentam a mesma base de cálculo e tabelas. Porém, estas bases não estavam sendo aplicadas pelos governos anteriores. O Tribunal de Contas do Estado do RJ em suas inspeções à prefeitura, constatou que os valores estariam defasados, recomendando a revisão.

Em se tratando de tributos há uma distinção entre Revisão e Reajuste. Revisão é uma recomposição inflacionária baseada em um dos índices oficiais de inflação durante um determinado período, não precisa de Lei, pode ser feito por decreto.

Reajuste é o aumento (na alíquota ou na base de calculo) do imposto. Como se trata de aumento de fato precisa ser feito por lei.

Os 9,49% foi revisão, por tanto executado pelo prefeito por decreto e não passou pela Câmara, não foi aprovado pelos vereadores.

Esse aumento de 100 e até 400% em alguns casos, não se dá pela revisão baseada no índice de inflação e sim pela aplicabilidade deste cálculo do imposto, que já está na Lei do Código Tributário deste 2005. Eu nem estava vereadora ainda!

De qualquer maneira, o que eu acho é que precisamos criar uma maneira responsável de promover esta alteração na lei.

Digo que precisamos analisar e estudar uma forma jurídica com a nossa procuradoria legislativa, para propormos a alteração necessária e justa, considerando a classificação do padrão de construção (luxo/médio/popular ou semi-acabada), de maneira que não ultrapassemos a esfera de poderes. Além da jurídica, é indispensável uma assessoria técnica, uma ferramenta não abarcada no Legislativo. Muitas vezes é necessária a contratação de uma empresa para tal.


Algumas outras ações precisam ser providenciadas, como um recadastramento de imóveis, e análise de impacto orçamentário numa adequação na classificação do padrão de construção. Cabe enfatizar que o Executivo, através da portaria 1019, de 27 de setembro de 2013, constituiu o Conselho Municipal de Contribuintes e este, como órgão consultivo, deve ser acionado."

Vereadora Joice Costa

Comentários no Facebook:

Comentários
Jorge Buzios Falou, falou, falou e ?????????
CurtirResponder119 h
Verônica Cangiani Moro em Tucuns, mha ksa além de pequena e humilde, quando chove tho q ficar em alerta. Então meu IPTU em 2015 foi de 264,00 como agora o de 2016 pode vir no valor fe 809,00
CurtirResponder16 h
Ricardo Guterres Isso não é aumento ....é roubo descarado.....

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Prefeito de São Pedro da Aldeia é processado por improbidade administrativa

Chumbinho, foto blog cartaovermelho

Em 24 de março do ano passado publiquei o post "Visitando as Varas de Fazenda Pública da Região dos Lagos"  onde relacionava o número de processos por improbidade administrativa a que Prefeitos e ex-prefeitos respondiam nas Varas de Fazenda Pública dos municípios da Região dos Lagos. Ao final do post parabenizei os moradores de Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia pelo fato de seus Prefeitos atuais -Grasiela e Chumbinho, respectivamente- não estarem respondendo a nenhum processo nessa Vara judicial. Mas não demorou muito para um deles- não sei se a outra também- ser processado por improbidade administrativa. 

Fui alertado por um leitor atento do blog em comentário pelo Google+:


Otto Fuchshuber Filho

3 dias atrás  -  Compartilhada publicamente


Pode retirar o parabéns dado ao povo de São Pedro da Aldeia, Chumbinho entrou pro "clube":




Realmente, Chumbinho está respondendo a processo na 2ª Vara de São Pedro da Aldeia, Processo nº 0007637-07.2015.8.19.0055, distribuído em 15/12/2015. 



O processo é uma "ação civil publica por improbidade administrativa com pedidos antecipatórios de indisponibilidade de bens e busca e apreensão de documentos, ajuizada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO DE JANEIRO, por meio de sua Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva, em face de CLAUDIO VASQUES CHUMBINHO DOS SANTOS, ANALICE SILVA MARTINS, VANESSA PINHEIRO VIDAL MATALOBO, MOACYR TORRES JUNIOR, FELIPE NOVAES DOS SANTOS FONSECA, NEWS DISTRILABE COMERCIAL CIRÚRGICO LTDA, MEDICOM RIO FARMA LTDA, ULTRA FARMA PRODUTOS MÉDICOS LTDA e MEDICAF MEDICAMENTO COMERCIAL E CIRÚRGIA E DESCARTAVEIS LTDA"...


"Alega o Parquet, em síntese, que a partir de práticas dolosas, os réus teriam permitido a realização de contratação pública para aquisição de medicamentos superfaturados, e, para tanto, teriam praticado atos fraudulentos, vulnerado o princípio da economicidade, lesado os princípios licitatórios, promovido falsidade ideológica em documentos públicos, deixaram de promover fiscalização durante a execução do contrato, e ainda teriam promovido liberação de verbas em favor de pessoas jurídicas de direito privado sem a observância de normas legais, causando assim um prejuízo ao erário no valor de R$ 554.184,06 (quinhentos e cinquenta e quatro mil, cento e oitenta e quatro reais e seis centavos)"...

..."Toda a gênese da atuação ministerial se deu a partir de representação formulada por parlamentar da Cidade de São Pedro da Aldeia noticiando que durante Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada na Casa Legislativa local foram constatados indícios de irregularidade em processo licitatório deflagrado no ano de 2013 para aquisição de medicamentos em favor da rede pública de saúde"...

..."A precariedade na saúde pública é fato notório praticamente em todos os Estados da Federação, e, no caso específico da Cidade de São Pedro da Aldeia, tal situação já vem sendo percebida por este julgador ao longo de 06 (seis) anos como titular desta 2ª Vara, notadamente na apreciação de centenas de demandas ajuizadas por cidadãos aldeenses com requerimentos de medicamentos, internações, transferências e outros pedidos ligados à saúde pública. Também não são poucas as ações envolvendo responsabilidade civil por omissão, erro e outras modalidades de condutas causadoras de lesão material ou moral a determinado paciente da rede pública municipal de saúde. Diante desse quadro de descalabro, a responsabilidade dos agentes públicos na condução de licitações e contratos tendo como objeto insumos médicos é ainda mais necessária, principalmente quanto à celebração de avenças que tragam economicidade ao erário, não obstante a observância de outros princípios de natureza constitucional e legal. A percepção quanto a total falta de cuidado com a saúde pública não é só apenas por parte deste julgador, mas se deu também pela equipe técnica do GATE do Ministério Público, conforme cópia do relatório de fls. 825/832, datado de 26 de outubro de 2015. O que se vê hoje no país é uma total falta de responsabilidade no cuido da coisa pública, principalmente quanto à gestão de recursos destinados à saúde da população, trazendo, com isso, vultoso prejuízo ao erário, e deixando ao relento as pessoas que mais necessitam dos serviços médicos gratuitos. Com efeito, o caso apresentado pelo Ministério Público deve ser objeto de uma acurada analise para que, antes de mais nada, verifique-se a existência de substrato probatório e jurídico para acolhimento dos pedidos de indisponibilidade de bens e busca e apreensão, tudo com vista a se garantir, ao final, a efetividade de eventual regra jurídica definitiva que declare a existência de improbidade administrativa, com a consequente condenação dos responsáveis. As cópias que instruem o inquérito civil exteriorizam, a meu ver, a existência de indícios de prática de atos ímprobos, consubstanciados na aquisição de medicamentos com prática de superfaturamento, violação ao princípio da economicidade, lesão à licitude de licitação, ausência de fiscalização regular na execução de contrato e ainda liberação de verbas públicas sem a observância de normas legais...

..."Importante ilustrar que as contratações para aquisição de medicamentos alcançaram a cifra de R$ 1.579.103,62 no ano de 2013, e no ano de 2014 saltaram para mais do dobro, atingindo R$ 4.500.000,00, período que ainda está sendo investigado pelo Ministério Público"...

Decisão em 7/1/2016:

 ..."Posto isso, DEFIRO os pedidos liminares, com base nos artigos 7º e 16, §§ 1º e 2º da Lei 8.429/92, limitando-se o valor em R$ 100.000,00 (cem mil reais) para cada um, para DECRETAR a indisponibilidade dos bens dos Réus: 1. CLÁUDIO VASQUES CHUMBINHO DOS SANTOS; 2. ANALICE SILVA MARTINS; 3. VANESSA PINHEIRO VIDAL MATALOBOS; 4. MOACYR TORRES JÚNIOR, 5. FELIPE NOVAES DOS SANTOS FONSECA; 6. NEWS DISTRILAB COMERCIAL CIRÚRGICO LTDA, CNPJ 08.353.205/0001-62; 7. MEDICOM RIO FARMA LTDA, CNPJ 39.499.710/0001-43, 8. ULTTRAFARMA PRODUTOS MÉDICOS LTDA, CNPJ 00.945.806/0001-52; 9. MEDICAF MEDICAMENTO, COMERCIAL E CIRURGIA E DESCARTÁVEIS LTDA - ME, CNPJ 05.596.434/0001-10... 

..."DEFIRO também a liminar para DETERMINAR com base no artigo 839 do Código de Processo Civil, a BUSCA e APREENSÃO dos processos administrativos 2677/2013, 2689/2013, 2692/2013 e 2693/2013, possivelmente arquivados na Rua Marquês da Cruz, nº 61 e 143, Centro de São Pedro, sedes, respectivamente, da Prefeitura Municipal e da Controladoria Geral do Município, bem como na Avenida Getúlio Vargas, nº 354 Centro, sede da Secretaria de Saúde do Município.

São Pedro da Aldeia, 07 de janeiro de 2016. 
MARCIO DA COSTA DANTAS
 Juiz de Direito Titular da 2ª Vara de São Pedro da Aldeia

Humor político 2

Charge Benett

Meu comentário:

Ao ver esta charge do Benett imediatamente me lembrei de uma Casa Legislativa de uma aprazível cidade do interior do Rio de Janeiro.


sábado, 16 de janeiro de 2016

Resposta da Associação dos Juízes Federais (AJUFE) a carta aberta dos advogados da Lava-Jato

"A quebra de um paradigma vigente na sociedade nunca vem desacompanhada de manifestações de resistência. Gritam e esperneiam alguns operadores desse frágil sistema que se sentem desconfortáveis com a nova nova realidade vigente.

Há décadas, a imprensa brasileira veicula notícias referentes a desvios de bens e recursos públicos, cujos responsáveis, políticos, empresários, pessoas poderosas, raramente pagavam pelo crime cometido. O poder financeiro ainda lhes  possibilita contratar renomadas bancas de advogados para ingressar com infindáveis recursos protelatórios nos tribunais – manobras que, em geral, levavam à prescrição da pena e à impunidade do infrator. Um modelo que começa a ruir.

Tal quadro começou a se alterar nos últimos anos, fruto da redemocratização do país e da Constituição Federal de 1988. O Poder Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal vem adquirindo cada vez mais autonomia, tanto do ponto de vista orçamentário como operacional. É aí que surge um novo capítulo na história do Brasil.

A Operação Lava Jato coroa um lento e gradual processo de amadurecimento das instituições republicanas brasileiras, que não se colocam em posição subalterna em relação aos interesses econômicos. A Justiça Federal realiza um trabalho imparcial e exemplar, sem dar tratamento privilegiado a réus que dispõem dos recursos necessário para contratar os advogados mais renomados do país. Essa ausência de benesses resulta em um cenário incomum: empreiteiros, políticos e dirigentes partidários sendo presos.

Aqueles que não podem comprovar seu ponto de vista pela via do Direito só têm uma opção: atirar ilações contra a lisura do processo. Fazem isso em uma tentativa vã de forjar na opinião pública a impressão de que a prisão é pena excessiva para quem desviou mais de R$ 2 bilhões de reais, montante já recuperado pela Operação Lava Jato.

A Lava Jato não corre frouxa, isolada, inalcançável pelos mecanismos de controle do Poder Judiciário. Além de respaldada pelo juízo federal de 1º grau, a operação tem tido a grande maioria de seus procedimentos mantidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4), pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Aludir genericamente a violações de regras do “justo processo” sem a correspondente ação judicial reparatória é mero falatório, fumaça, que não gera benefício nem para o cliente pretensamente protegido.

O desrespeito aos direitos dos réus, por quem quer que seja, é uma conduta passível de questionamento. Nada impede que um advogado, se estiver certo da violação, postule a devida correção no âmbito da Justiça.

Quando há provas de um vício ou equívoco processual, o natural é apresentá-las ao Tribunal, para que se mude o curso do caso. Quando elas não existem, uma carta nos jornais parece um meio de dar satisfação aos próprios contratantes. Os advogados não podem tirá-los da cadeia – as condenações estão sendo corroboradas pelas instâncias superiores do Judiciário – então, a única solução encontrada é reclamar em alto e bom som.

Interessante notar como as críticas de alguns poucos advogados revelam o desajeito deles com este novo contexto. Tal se revela na busca de neologismos marqueteiros para desqualificar a situação nascente. Chamar de neoinquisição o funcionamento das instituições republicanas é um desrespeito com as verdadeiras vítimas históricas da inquisição, que – todos sabemos – perseguiu, torturou e assassinou, por motivos religiosos. Na ausência do que dizer, atacam desmedidamente e revelam escasso conhecimento histórico.

A impossibilidade de se ganhar a causa dentro do devido processo legal leva a todo tipo de afronta à decisão tomada em juízo. O manifesto desse pequeno grupo de advogados dá a entender a ideia absurda de que o Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal se uniram com o propósito de manejar a opinião pública para pressionar o próprio Judiciário. Não só a história não é factível, como parece o roteiro de uma teoria ficcionista da conspiração.

A posição institucional da OAB, que mantém uma postura de respeito às instituições é louvável. A maioria dos advogados têm respaldado as investigações conduzidas. 

Sabemos que a iniciativa de ataque à Lava Jato é isolada e decorrente do desespero de quem se vê diante da perda iminente e definitiva da causa.

Diversos advogados têm endossado as ações da Lava-Jato, em pronunciamentos públicos. As leviandades expressas na carta não encontram eco na advocacia brasileira.

Sobre os supostos “vazamentos” de informações sigilosas, destaca-se que os processos judiciais, em regra, são públicos e qualquer pessoa pode ter acesso, inclusive às audiências, salvo nas hipóteses de segredo de justiça de acordo com as previsões legais dos artigos 5º, LX, e 93, IX da Constituição. A publicidade dos processos e das decisões judiciais visa exatamente a garantir o controle público sobre a atividade da Justiça.

A magistratura federal brasileira está unida e reconhece a independência judicial com princípio máximo do Estado Democrático de Direito. Assim, reconhece também a relevância de todas as decisões de todos os magistrados que trabalharam nestes processos e, em especial, as tomadas pelo juiz federal Sérgio Moro, no 1º grau, pelo desembargador João Pedro Gebran Neto, relator dos processos da Lava Jato no TRF4, e pelos desembargadores Victor Luiz dos Santos Laus e Leandro Paulsen, que também compõem a 4ª turma.

No STJ, sabemos quão operosos são os ministros Felix Fischer, relator dos processos da Lava Jato, e Jorge Mussi, Gurgel de Faria, Reynaldo Soares e Ribeiro Dantas, que compõem a 5ª turma. Eles não se prestam à violação de direitos de qualquer réu.

Da mesma forma, confiamos plenamente nos ministros Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, e Celso de Mello, Gilmar Mendes, Carmém Lucia e Dias Toffoli, que integram a 2ª turma, bem como nos demais Ministros da Corte. Eles dão a garantia final de que os processos da Lava Jato correram conforme o devido processo legal.

A magistratura brasileira avançou muito nos últimos anos, assim como a nossa sociedade democrática. Os magistrados não sucumbirão àqueles que usam o Direito e Justiça para perpetuar impunidades sob o manto do sagrado direto de defesa.


Ajufe – Associação dos Juízes Federais do Brasil.

Para quem quiser ler a carta aberta dos advogados da Lava-jato clique no link abaixo:


sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Orçamento 2016: mais do mesmo

Boletim Oficial, nº 735, de 14/01/2015

Nosso desgoverno municipal mandou para a Câmara de Vereadores sua proposta de orçamento para o ano que vem. Na Casa Legislativa os vereadores aprovaram emendas parlamentares atendendo às demandas de algumas entidades. Apesar de terem estabelecido que o Prefeito não pode anular as dotações orçamentárias provenientes dessas emendas, sabemos, pela experiência dos outros anos, que as coisas não são bem assim. Por gozar do apoio da ampla maioria dos membros da Casa Legislativa, o Prefeito atenderá às demandas que bem entender, como sempre fez. No máximo realizará calçamento de algumas ruazinhas para atender à clientela dos vereadores.  

Sempre achei que o "Orçamento Participativo" na Câmara de Vereadores era um espaço de participação que deveria ser aproveitado pelas entidades civis de Búzios. Hoje, não acho mais. Acho que ele, principalmente, serve para os vereadores membros da Comissão de Orçamento capitalizarem politicamente as tais Audiências Públicas do Orçamento Participativo junto ao povo organizado do município. Serve também para escamotear a submissão da Câmara de Vereadores ao Poder Executivo, passando uma certa ideia de independência dos legisladores, em especial, do membros da Comissão de Orçamento. E finalmente, faz com que se esqueça que é obrigação estabelecida em Lei (Estatuto da Cidade) que o Governo Municipal realize Audiência Públicas em todo o Município para discutir com o povo buziano o que vai ser feito com o seu dinheiro.

Acredito que só mesmo com uma ampla participação popular conseguiremos direcionar os recursos municipais para o atendimento das reais necessidades do povo trabalhador do município. É inadmissível que um município tão rico como o nosso, depois de 20 anos de emancipação, não tenha resolvido nenhum de seus problemas estruturais. 

A qualidade do serviço de Saúde pública não condiz com a riqueza do município. Da mesma forma a Educação ministrada não é de excelência. Não temos um Hotel-Escola para qualificar nossa principal mão de obra, o que, em um município que é o quinto destino internacional, é inaceitável. Nossos pescadores não possuem um entreposto pesqueiro na cidade que já foi Vila de pescadores, ainda que não fosse pela importância econômica da atividade, pelo menos para resgate histórico-cultural. Nossos agricultores familiares não dispõe de um Mercado Municipal onde poderiam escoar sua produção atual, que, com estimulo suficiente, poderia muito bem servir como um cinturão verde em nossa periferia, barrando a avassaladora favelização atual. A cada ano que passa nossa mobilidade urbana diminui. Não se faz a bendita Regularização Fundiária. Não se cria uma Zona Especial de Negócios como forma de gerar trabalho e renda para sair do falido modelo baseado nos royalties. E Búzios- a joia ambiental do do Rio de Janeiro- não vai ganhar nenhuma Unidade de Conservação, para satisfação dos especuladores imobiliários.

Neste ano teremos R$ 218.629.487,15 de receitas. Mas nenhum tostão será gasto para resolver os nossos problemas estruturais básicos citado acima. Vamos ficar na política mirinista do feijão com arroz. Mais do mesmo. Ou seja, mais um ano perdido, onde, em vez de se solucionar os problemas, vamos agravá-los ainda mais. Isso porque vão ser torrados mais da metade, ou seja, 109 milhões com a folha de pagamento. E mais de 43% (93 milhões de reais) com manutenção da máquina administrativa, incluindo muitas terceirizações caríssimas e desnecessárias. De dinheiro livre para resolver os nossos problemas estruturais teremos apenas R$ 14.763.788,85, o que convenhamos não dá pra nada. Dá apenas para fazer uma obrinha aqui outra ali. Vejam se não é verdade o que digo. Vejam, em ordem de grandeza, alguns dos principais "investimentos" previstos no Orçamento deste ano:

1) Construção de prédio público - R$ 1.945.000,00
2) Requalificação da Av. JBRD no trecho da Barbuda e Tartaruga - R$ 1.200.000,00
3) Construção da Sede Administrativa (da Câmara de Vereadores)
 - R$ 970.162,06
4) Construção e ampliação de Unidades de Saúde - R$ 772.353,23
5) Pavimentação e drenagem da Rua Cantinho do Céu - José Gonçalves - R$ 700.000,00
6) Drenagem do bairro de Cem Braças - R$ 500.000,00
7) Obras e drenagem da Rua Geraldo Martins - R$ 430.000,00 
8) Pavimentação e drenagem da Rua Dionísio - José Gonçalves - R$ 360.000,00
9) Drenagem e pavimentação da Rua C - São José - R$ 350.000,00
10) Reforma/Ampliação de praças - R$ 300.000,00