sábado, 16 de janeiro de 2016

Resposta da Associação dos Juízes Federais (AJUFE) a carta aberta dos advogados da Lava-Jato

"A quebra de um paradigma vigente na sociedade nunca vem desacompanhada de manifestações de resistência. Gritam e esperneiam alguns operadores desse frágil sistema que se sentem desconfortáveis com a nova nova realidade vigente.

Há décadas, a imprensa brasileira veicula notícias referentes a desvios de bens e recursos públicos, cujos responsáveis, políticos, empresários, pessoas poderosas, raramente pagavam pelo crime cometido. O poder financeiro ainda lhes  possibilita contratar renomadas bancas de advogados para ingressar com infindáveis recursos protelatórios nos tribunais – manobras que, em geral, levavam à prescrição da pena e à impunidade do infrator. Um modelo que começa a ruir.

Tal quadro começou a se alterar nos últimos anos, fruto da redemocratização do país e da Constituição Federal de 1988. O Poder Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal vem adquirindo cada vez mais autonomia, tanto do ponto de vista orçamentário como operacional. É aí que surge um novo capítulo na história do Brasil.

A Operação Lava Jato coroa um lento e gradual processo de amadurecimento das instituições republicanas brasileiras, que não se colocam em posição subalterna em relação aos interesses econômicos. A Justiça Federal realiza um trabalho imparcial e exemplar, sem dar tratamento privilegiado a réus que dispõem dos recursos necessário para contratar os advogados mais renomados do país. Essa ausência de benesses resulta em um cenário incomum: empreiteiros, políticos e dirigentes partidários sendo presos.

Aqueles que não podem comprovar seu ponto de vista pela via do Direito só têm uma opção: atirar ilações contra a lisura do processo. Fazem isso em uma tentativa vã de forjar na opinião pública a impressão de que a prisão é pena excessiva para quem desviou mais de R$ 2 bilhões de reais, montante já recuperado pela Operação Lava Jato.

A Lava Jato não corre frouxa, isolada, inalcançável pelos mecanismos de controle do Poder Judiciário. Além de respaldada pelo juízo federal de 1º grau, a operação tem tido a grande maioria de seus procedimentos mantidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4), pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Aludir genericamente a violações de regras do “justo processo” sem a correspondente ação judicial reparatória é mero falatório, fumaça, que não gera benefício nem para o cliente pretensamente protegido.

O desrespeito aos direitos dos réus, por quem quer que seja, é uma conduta passível de questionamento. Nada impede que um advogado, se estiver certo da violação, postule a devida correção no âmbito da Justiça.

Quando há provas de um vício ou equívoco processual, o natural é apresentá-las ao Tribunal, para que se mude o curso do caso. Quando elas não existem, uma carta nos jornais parece um meio de dar satisfação aos próprios contratantes. Os advogados não podem tirá-los da cadeia – as condenações estão sendo corroboradas pelas instâncias superiores do Judiciário – então, a única solução encontrada é reclamar em alto e bom som.

Interessante notar como as críticas de alguns poucos advogados revelam o desajeito deles com este novo contexto. Tal se revela na busca de neologismos marqueteiros para desqualificar a situação nascente. Chamar de neoinquisição o funcionamento das instituições republicanas é um desrespeito com as verdadeiras vítimas históricas da inquisição, que – todos sabemos – perseguiu, torturou e assassinou, por motivos religiosos. Na ausência do que dizer, atacam desmedidamente e revelam escasso conhecimento histórico.

A impossibilidade de se ganhar a causa dentro do devido processo legal leva a todo tipo de afronta à decisão tomada em juízo. O manifesto desse pequeno grupo de advogados dá a entender a ideia absurda de que o Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal se uniram com o propósito de manejar a opinião pública para pressionar o próprio Judiciário. Não só a história não é factível, como parece o roteiro de uma teoria ficcionista da conspiração.

A posição institucional da OAB, que mantém uma postura de respeito às instituições é louvável. A maioria dos advogados têm respaldado as investigações conduzidas. 

Sabemos que a iniciativa de ataque à Lava Jato é isolada e decorrente do desespero de quem se vê diante da perda iminente e definitiva da causa.

Diversos advogados têm endossado as ações da Lava-Jato, em pronunciamentos públicos. As leviandades expressas na carta não encontram eco na advocacia brasileira.

Sobre os supostos “vazamentos” de informações sigilosas, destaca-se que os processos judiciais, em regra, são públicos e qualquer pessoa pode ter acesso, inclusive às audiências, salvo nas hipóteses de segredo de justiça de acordo com as previsões legais dos artigos 5º, LX, e 93, IX da Constituição. A publicidade dos processos e das decisões judiciais visa exatamente a garantir o controle público sobre a atividade da Justiça.

A magistratura federal brasileira está unida e reconhece a independência judicial com princípio máximo do Estado Democrático de Direito. Assim, reconhece também a relevância de todas as decisões de todos os magistrados que trabalharam nestes processos e, em especial, as tomadas pelo juiz federal Sérgio Moro, no 1º grau, pelo desembargador João Pedro Gebran Neto, relator dos processos da Lava Jato no TRF4, e pelos desembargadores Victor Luiz dos Santos Laus e Leandro Paulsen, que também compõem a 4ª turma.

No STJ, sabemos quão operosos são os ministros Felix Fischer, relator dos processos da Lava Jato, e Jorge Mussi, Gurgel de Faria, Reynaldo Soares e Ribeiro Dantas, que compõem a 5ª turma. Eles não se prestam à violação de direitos de qualquer réu.

Da mesma forma, confiamos plenamente nos ministros Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, e Celso de Mello, Gilmar Mendes, Carmém Lucia e Dias Toffoli, que integram a 2ª turma, bem como nos demais Ministros da Corte. Eles dão a garantia final de que os processos da Lava Jato correram conforme o devido processo legal.

A magistratura brasileira avançou muito nos últimos anos, assim como a nossa sociedade democrática. Os magistrados não sucumbirão àqueles que usam o Direito e Justiça para perpetuar impunidades sob o manto do sagrado direto de defesa.


Ajufe – Associação dos Juízes Federais do Brasil.

Para quem quiser ler a carta aberta dos advogados da Lava-jato clique no link abaixo:


sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Orçamento 2016: mais do mesmo

Boletim Oficial, nº 735, de 14/01/2015

Nosso desgoverno municipal mandou para a Câmara de Vereadores sua proposta de orçamento para o ano que vem. Na Casa Legislativa os vereadores aprovaram emendas parlamentares atendendo às demandas de algumas entidades. Apesar de terem estabelecido que o Prefeito não pode anular as dotações orçamentárias provenientes dessas emendas, sabemos, pela experiência dos outros anos, que as coisas não são bem assim. Por gozar do apoio da ampla maioria dos membros da Casa Legislativa, o Prefeito atenderá às demandas que bem entender, como sempre fez. No máximo realizará calçamento de algumas ruazinhas para atender à clientela dos vereadores.  

Sempre achei que o "Orçamento Participativo" na Câmara de Vereadores era um espaço de participação que deveria ser aproveitado pelas entidades civis de Búzios. Hoje, não acho mais. Acho que ele, principalmente, serve para os vereadores membros da Comissão de Orçamento capitalizarem politicamente as tais Audiências Públicas do Orçamento Participativo junto ao povo organizado do município. Serve também para escamotear a submissão da Câmara de Vereadores ao Poder Executivo, passando uma certa ideia de independência dos legisladores, em especial, do membros da Comissão de Orçamento. E finalmente, faz com que se esqueça que é obrigação estabelecida em Lei (Estatuto da Cidade) que o Governo Municipal realize Audiência Públicas em todo o Município para discutir com o povo buziano o que vai ser feito com o seu dinheiro.

Acredito que só mesmo com uma ampla participação popular conseguiremos direcionar os recursos municipais para o atendimento das reais necessidades do povo trabalhador do município. É inadmissível que um município tão rico como o nosso, depois de 20 anos de emancipação, não tenha resolvido nenhum de seus problemas estruturais. 

A qualidade do serviço de Saúde pública não condiz com a riqueza do município. Da mesma forma a Educação ministrada não é de excelência. Não temos um Hotel-Escola para qualificar nossa principal mão de obra, o que, em um município que é o quinto destino internacional, é inaceitável. Nossos pescadores não possuem um entreposto pesqueiro na cidade que já foi Vila de pescadores, ainda que não fosse pela importância econômica da atividade, pelo menos para resgate histórico-cultural. Nossos agricultores familiares não dispõe de um Mercado Municipal onde poderiam escoar sua produção atual, que, com estimulo suficiente, poderia muito bem servir como um cinturão verde em nossa periferia, barrando a avassaladora favelização atual. A cada ano que passa nossa mobilidade urbana diminui. Não se faz a bendita Regularização Fundiária. Não se cria uma Zona Especial de Negócios como forma de gerar trabalho e renda para sair do falido modelo baseado nos royalties. E Búzios- a joia ambiental do do Rio de Janeiro- não vai ganhar nenhuma Unidade de Conservação, para satisfação dos especuladores imobiliários.

Neste ano teremos R$ 218.629.487,15 de receitas. Mas nenhum tostão será gasto para resolver os nossos problemas estruturais básicos citado acima. Vamos ficar na política mirinista do feijão com arroz. Mais do mesmo. Ou seja, mais um ano perdido, onde, em vez de se solucionar os problemas, vamos agravá-los ainda mais. Isso porque vão ser torrados mais da metade, ou seja, 109 milhões com a folha de pagamento. E mais de 43% (93 milhões de reais) com manutenção da máquina administrativa, incluindo muitas terceirizações caríssimas e desnecessárias. De dinheiro livre para resolver os nossos problemas estruturais teremos apenas R$ 14.763.788,85, o que convenhamos não dá pra nada. Dá apenas para fazer uma obrinha aqui outra ali. Vejam se não é verdade o que digo. Vejam, em ordem de grandeza, alguns dos principais "investimentos" previstos no Orçamento deste ano:

1) Construção de prédio público - R$ 1.945.000,00
2) Requalificação da Av. JBRD no trecho da Barbuda e Tartaruga - R$ 1.200.000,00
3) Construção da Sede Administrativa (da Câmara de Vereadores)
 - R$ 970.162,06
4) Construção e ampliação de Unidades de Saúde - R$ 772.353,23
5) Pavimentação e drenagem da Rua Cantinho do Céu - José Gonçalves - R$ 700.000,00
6) Drenagem do bairro de Cem Braças - R$ 500.000,00
7) Obras e drenagem da Rua Geraldo Martins - R$ 430.000,00 
8) Pavimentação e drenagem da Rua Dionísio - José Gonçalves - R$ 360.000,00
9) Drenagem e pavimentação da Rua C - São José - R$ 350.000,00
10) Reforma/Ampliação de praças - R$ 300.000,00     

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Prefeito de Búzios quer arrecadar; que se dane a Lei 2

Nosso Código Tributário Municipal (LEI COMPLEMENTAR Nº 22, DE 9 DE OUTUBRO DE 2009) estabelece que a base de Cálculo do IPTU "é o valor venal do imóvel" (Art. 17). Para apurar este valor, o Poder Executivo procederá, anualmente, através da Planta de Valores Genéricos, à avaliação dos imóveis (Art. 19).O valor venal apurado mediante Lei, será o atribuído ao imóvel para o dia 1º de janeiro do exercício a que se referir o lançamento (§ 1º).

Necessariamente uma nova Planta de Valores Genéricos será expedida (§ 2º). Caso contrário, "os valores venais dos imóveis serão atualizados, através de Decreto, com base nos índices oficiais de correção monetária divulgados pelo Governo Federal" (§ 2º).

Foi o que aconteceu. Como o incompetente desgoverno André não providenciou a avaliação dos imóveis como manda a Lei (Código Tributário Municipal), não pode reajustar os valores venais dos imóveis. Por isso se viu obrigado a publicar um decreto atualizando esses valores com base nos índices oficiais de correção monetária divulgados pelo Governo Federal. Ou seja, o desgoverno André comeu mosca, perdendo a possibilidade de arrecadar horrores no último ano de seu desgoverno. Pra não ficar sem reajuste algum, publicou o Decreto com reajuste de 9,49%. Se não fosse esse o caso, pra que publicar o Decreto?

Boletim Oficial nº 724, de 12/11/2015

Como não se pudesse perder esta oportunidade de jeito algum, em um gesto tresloucado, e passando por cima do seu próprio Decreto, o Prefeito resolveu corrigir arbitrariamente os valores venais dos imóveis sem expedir uma nova Planta de valores Genéricos e sem publicar uma nova Lei demonstrando o valor apurado. Por exemplo: não sei porque meu IPTU foi reajustado em 84%. Por que não foi reajustado em 200% ou 300%? Foi reajustado em 84% por puro arbítrio do Prefeito?

Este reajuste do IPTU pegou a todos de surpresa. Até mesmo os vereadores de nossa excelça e submissa Câmara de Vereadores ficaram "surpresos". Em nota publicado no Facebook- por que não no site oficial?- eles "solicitaram informações sobre os critérios que justificaram o reajuste dos valores cobrados,  sobretudo por não ter havido nenhuma alteração legislativa na sua base de cálculo desde a promulgação do Código Tributário Municipal em 2009".

Comunicado da Câmara de Vereadores no Facebook


 
Realmente o povo de Búzios está desamparado, abandonado ao Deus dará. Aqueles que deveriam fiscalizar o Executivo não sabiam que foi publicado um decreto estabelecendo 9,49% de reajuste para o IPTU de 2016. Não sabiam também que o Código Tributário Municipal não foi promulgado em 2009 mas emendado por obra e graça do ex-Prefeito Mirinho Braga. Nossas "excelenças" talvez queiram que a gente acredite que eles não sabiam que Mirinho os mandou emendarem nosso Código Tributário justamente para jogar os valores do IPTU nas estratosfera, para ver se, com o incremento na arrecadação, dava conta da crise econômica mundial de 2008/2009.

Mirinho só não reajustou os valores do IPTU nos patamares atuais do Dr. André porque é um político matreiro. Não podia arriscar a candidatura de seu Secretário de Finanças Jânio Mendes em 2010. Muito menos a sua reeleição em 2012. Por isso ficou corrigindo o IPTU pelos índices oficiais de inflação.

Já o Prefeito André, e seu desgoverno, que devem achar que quatro anos bastam, estão pouco se lixando para o desgaste político em ano eleitoral. O que importa é arrecadar mesmo que com isso se retire comida da mesa do trabalhador buziano. Para eles, as exigências da Lei devem ser pura formalidade, ou melhor, como diria Robinho, "simples detalhes".

Observação: por falar em imposto, contribuição, o que tem a dizer os membros do Conselho Municipal de Contribuintes?

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Murilo Ferreira Lemos

9 horas atrás  -  Compartilhada publicamente
Essa Planta de Valores de 2009 (LC 22/2009) foi alterada sim pela lei Complementar nº 36 de 2014, na atual legislatura e estas alterações tiveram de ser votadas pela Câmara Municipal.
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Laci Coutinho Município que não tem vereador, prefeito faz o que quer!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Prefeito de Búzios quer arrecadar; que se dane a Lei

O site G1 publicou matéria sobre a indústria das multas em Búzios. Desgoverno municipal é desmoralizado pela grande imprensa. Uma vergonha!!! 

Radares 'escondidos' surpreendem motoristas em estradas de Búzios

"Falta de sinalização causa problemas a motoristas desavisados. Situação é proibida pela lei, segundo especialista em trânsito.

"Radares mal sinalizados têm surpreendido motoristas nas estradas de Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio. A fiscalização parece "escondida" em alguns pontos da rodovia e tem gerado multas para moradores e turistas desavisados.

Em um dos radares, que fica na Estrada da Usina, vários veículos passam acima do limite de velocidade: 40 km/h. "'Tá' camuflado, e para quem é motorista isso é péssimo", opinou um motorista.

De acordo com o especialista em trânsito Walter Silva, a situação vai de encontro à lei. "O radar tem que estar visível ao condutor e acompanhado de um display. O radar é pra educar e não para arrecadar", explicou.

Uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) regulamenta o uso dos redutores eletrônicos e diz que as placas indicativas devem estar a 100 metros de distância do radar.  No trecho, elas estão a menos de 50 metros.

Em outra avenida da cidade, a placa está no meio do canteiro central. De acordo com Walter Silva, o aviso precisa estar no canteiro do lado direito. "As placas que eu encontrei aqui em Búzios estão todas fora do padrão", indicou.


A Prefeitura da cidade não respondeu sobre a situação dos radares até a publicação desta matéria".

Veja matéria anterior do blog denunciando a indústria de multas de Búzios: http://boo-box.link/26UM7

Veja o vídeo no link abaixo:

Fonte: "G1"




terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Canal do Emprego

O aumento desmedido do IPTU 2016 em Búzios não é razoável

Arte da Prefeitura de Iguape, SP


Foram justamente os princípios da razoabilidade e proporcionalidade que serviram de fundamento para que os Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro decidissem pela suspensão dos efeitos da Lei que aumentou em cerca de 400% o IPTU dos imóveis de Araruama em 2014. No julgamento da ação impetrada pelo Partido Progressista (PP) de Araruama, eles acompanharam o voto do Desembargador-Relator Cláudio de Mello Tavares que constatou que a Lei, aprovada em dezembro de 2013, aumentou de modo desmedido o IPTU de 2014 em relação ao ano anterior. Essa discrepância entre os valores se afasta dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.

Fonte: "cabofrioagora"

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Pena Bz

10 minutos atrás (editada)  -  Compartilhada publicamente
O aumento do IPTU em 2016, devido ao grande aumento, de 192,34%, feito no valor venal da minha casa, acabou por resultar um aumento no pagamento total de 171,51%, algo totalmente fora da razoabilidade e da lei vigente. Espero a Câmara que decida logo , pois o vencimento da cota única é no dia 29jan16, a próxima sexta feira. Espera-se que os vereadores fiscalizem e defendam os interesses da população.

Descalabro administrativo em Búzios: meu IPTU foi reajustado em 84%!!! E o seu?

O Prefeito de Búzios não deve estar em seu juízo perfeito para um gesto tão tresloucado quanto esse. Em meio a uma crise econômica nacional seríssima- índice de inflação acima de dois dígitos, de desemprego galopante- que afeta os lares de todos os brasileiros, resolve reajustar o IPTU dos moradores da cidade em valores 8 vezes superiores ao índice de inflação oficial. No meu caso, meu IPTU 2016 foi reajustado em 84%, enquanto a inflação oficial é de 10%. No ano passado, paguei R$ 855,78 de IPTU. Este ano, o Prefeito quer que eu pague abusivos R$ 1.576,15. Outros casos narrados no Facebook falam em reajustes de 100%, 300%.  

Se estivesse em seu juízo perfeito, o Prefeito de Búzios teria escalonado ao longo de 8 a 10 anos esse reajuste. Mas não. De supetão, de uma traulitada só, corrigiu os valores atuais da planta imobiliária. Com base nessa correção, chegou ao valor do IPTU atual. E que o sofrido povo buziano se lasque para pagar o desatino do Prefeito, porque ele precisa fazer caixa a qualquer custo.    

Mesmo que seja verdadeiro que os valores venais dos imóveis de Búzios estejam defasados, a carga tributária per capita a que está submetido o contribuinte buziano há muito tempo é uma das mais pesadas do Estado do Rio de Janeiro. Considerando-se todos os impostos, a carga tributária per capita de Búzios é a quarta maior do Estado. Levando-se em conta apenas o IPTU, temos a terceira maior carga, perdendo apenas para Niterói e Mangaratiba. Cada cidadão buziano deixa nos cofres públicos municipais R$ 315,67 por ano (dados do TCE-RJ de 2013). Mangaratiba, R$ 375,18. Niterói, R$ 455,39. 

O Prefeito de Búzios não deve estar em seu juízo perfeito se acredita que o povo buziano vai aceitar tranquilamente que ele resolva seu problema de caixa aumentando abusivamente o seu IPTU. Ainda mais em ano eleitoral.  

Será sandice do Prefeito se acredita que o povo buziano vai aceitar que ele resolva seu problema de caixa mexendo unicamente nas receitas, sem mexer no outro lado da moeda, o lado das despesas. Por que aumentar as receitas sem diminuir as despesas? 

O Prefeito de Búzios não deve estar em seu juízo perfeito se acredita que o povo buziano vai aceitar passivamente que se mexa em seu bolso sem mexer com as mais mil e quinhentas cabeças de gado de seu curral eleitoral, muitas delas vagabundas, incompetentes e fantasmas, e se mexer também com os altos valores pagos pelas terceirizações de serviços para remunerar os amigos, correligionários e financiadores de campanha.

Diante de tão tresloucado gesto do Prefeito de Búzios ao povo de Búzios só resta a desobediência civil, não pagando um tostão de IPTU em 2016. Em último caso, o caminho da Justiça. Porque da Câmara de Vereadores nada há de se esperar. Ela está de cócoras há muito tempo, desde que cinco vereadores mirinistas eleitos pela oposição traíram o povo buziano e se bandearam para as hostes governistas.

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Nosso aumentou 100%. A informação q recebi na secretaria de administração é q os vereadores aumentaram os valores em 2009 e o MP obrigou a prefeitura a seguir os valores definidos pelos vereadores. Alguém sabe alguma coisa sobre isso?

Com a palavra os vereadores.

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Monica Werkhauser o nosso também

Monica Werkhauser aumnetar sem avisar será que pasou na camara dos vereadores
Luiz Carlos Gomes Não sei. Acho que ele apenas atualizou a planta de valores. Pra isso acho que não precisa passar na Câmara.


Rosana Alves Vieira Algumas pessoas falaram em 100% de aumento... Somos obrigados a aceitar... Eles podem aumentar o quanto quiserem é isso???
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Luiz Carlos Gomes De jeito nenhum. Aumento abusivo não.
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Eduardo Moulin A saída e esperar o próximo governo para pagar e só votar em candidato que tenha como meta concertar esta questão!
Luiz Carlos Gomes É isso mesmo Moulin. Desobediência civil. Não pagar pra este desgoverno.
Maria Elena Olivares eu fez parcelamento
Maria Elena Olivares o pior são os $150,00 de taxa de lixo , sendo que na minha rua não entra o lixeiro
Anna Roberta Mehdi Caraio