Mostrando postagens com marcador propina. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador propina. Mostrar todas as postagens

domingo, 20 de janeiro de 2019

Da série "Os Vereadores": justiça prorroga afastamento de vereadores de Casimiro de Abreu

Câmara de Vereadores de Casimiro de Abreu


A Justiça prorrogou por mais 90 dias o afastamento dos vereadores Rafael Jardim (PSB), Bruno Miranda (PSB) e Leilson Ribeiro da Silva, o “Neném da Barbearia” (PMDB), acusados de envolvimento em um suposto esquema de cobrança de propina para aprovar as contas do ex-prefeito Antônio Lemos Machado.

Segundo denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ), o ex-prefeito oferecia propinas e fazia ameaças a quem não votasse contra o parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). De acordo com o Tribunal, o ex-prefeito deixou um rombo de R$ 18 milhões nas contas públicas, além de ter cometido nada menos do que 15 improbidades administrativas em seu último ano de gestão. A votação ocorrida em abril passado foi anulada pela justiça a pedido do Ministério Público.

O MP também apura um suposto esquema de compra de votos que redundou na eleição de Rafael Jardim, na época presidente da Câmara para o biênio 2017/2018. Rafael, aliás, foi substituído no cargo por Ademilson Amaral da Silva, o Bitó (PSC) que ficou menos de um mês ocupando a presidência interina da Câmara. Em 8 de agosto, ele foi afastado da atividade também por 180 dias, suspeito de envolvimento no esquema de compra de votos.

Para entender o caso, ver os posts:

1) “Três vereadores de Casimiro de Abreu são afastados do cargo; Ex-prefeito está foragido, segundo o MP” (ver em "ipbuzios"), de 20/07/2018.

2) “Justiça afasta mais um vereador em Casimiro de Abreu; sessão que julgou contas de ex-prefeito é anulada” (ver em "ipbuzios"), de 10/08/2018

3) “O modus operandi de quadrilhas políticas” (ver em "ipbuzios"), de 14/08/2018.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Da série "Os Vereadores": vereador de Londrina (PR) investigado por suspeita de propina continuará a usar tornozeleira



O "stj" noticiou que o vereador afastado Mario Hiroshi Neto Takahashi, investigado pelo suposto recebimento de vantagens indevidas para aprovação de projetos de lei na Câmara de Vereadores de Londrina (PR), teve indeferido pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, um pedido para que fosse suspensa a aplicação de medida cautelar de monitoramento eletrônico.

De acordo com o Ministério Público do Paraná, o vereador e outros agentes públicos receberam propina de particulares com o objetivo de viabilizar a aprovação legislativa de alterações em zoneamentos e loteamentos em Londrina, desvirtuando as diretrizes do planejamento urbano da cidade.

Em janeiro de 2018, o juiz de primeiro grau determinou o monitoramento do paciente, por meio de tornozeleira eletrônica, pelo prazo de 90 dias. Após o período, o Ministério Público requereu a prorrogação da medida, mas o pedido foi indeferido.

O Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), porém, restabeleceu o monitoramento por entender que a medida era necessária para a garantia da ordem pública e para evitar que os investigados ameaçassem testemunhas ou destruíssem provas. Contra esse acórdão, a defesa recorreu no próprio TJPR com embargos infringentes.

Fonte: "stj"

Observação: ainda bem que não temos vereadores em Búzios que recebam propina para aprovar alterações em nossa Lei de Uso do Solo. ´Como diria Cabo Daciolo: Glória a DEUXXX.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Mire-se no exemplo de Mauá: só escapou um meu irmão

Marcelo Oliveira, vereador (PT) de Mauá. Foto: Marcelo Oliveira


Câmara de Vereadores de Mauá, na Grande São Paulo, tem 23 vereadores e foi alvo nesta quinta, 13, de uma devassa sem precedentes em sua história. Logo cedo, equipes da Polícia Federal na Operação Trato Feito vasculharam os gabinetes de 22 dos 23 parlamentares da Casa sob suspeita de ligação com esquema de propinas e mensalão de R$ 500 mil instalado no governo Átila Jacomussi (PSB), prefeito de Mauá preso por ordem judicial. Um único vereador, o 23.º, escapou à malha fina da PF: o petista Marcelo Oliveira.


Trato Feito põe Átila Jacomussi e seu ex-secretário de Governo João Eduardo Gaspar no topo de uma suposta organização criminosa abastecida com propinas de um grupo de nove empresas que detinham o monopólio de contratos da administração pública. Em maio, Átila e Gaspar já haviam sido presos, na Operação Prato Feito – investigação sobre desvio de verbas da merenda escolar -, que antecedeu a Trato Feito.
São alvo da Trato Feito os vereadores Adelto Damasceno Gomes (Avante), o ‘Cachorrão’, Admir Jacomussi (PRP), pai do prefeito Átila, Cincinato Lourenço Freire Filho (PDT), o ‘Dr. Cincinato’, Fernando Rubinelli (PDT), Francisco Esmeraldo Felipe Carneiro (Avante), o ‘Chiquinho do Zaíra’, Gildázio Estevão de Miranda (PRB), o ‘Gil Miranda’, Helenildo Alves da Silva (PRP), o ‘Tchacabum’, Jair de Oliveira (MDB), o ‘Jair da Farmácia’, José Wilson Ferreira Silva (PPS), o ‘Melão’, Joelson Alves dos Santos (PSDB), o ‘Jotão’, José da Silva (PSDB), o ‘Pastor José’, Manoel Lopes dos Santos (DEM), Osvanir Carlos Stella (Avante), o ‘Ivan’, Ozelito José Benedito (Solidariedade), o ‘Irmão Ozelito’, Ricardo Manoel de Almeida (PTB), o ‘Ricardinho da Enfermagem’, Roberto Rivelino Ferraz (Democracia Cristã), o ‘Professor Betinho’, Robson Roberto Soares (PR), o ‘Betinho Dragões’, Samuel Ferreira dos Santos (PSB), o ‘Samuel Enfermeiro’, Severino Cassiano de Assis (PROS), o ‘Severino do MSTU’, Sinvaldo Sabará Gonçalves (Democracia Cristã), o ‘Sinvaldo Carteiro’, Vanderley Cavalcanti da Silva (Solidariedade), o ‘Neycar’, e Vladmilson Garcia (PRP), o ‘Bodinho’.
Fonte: "estadao"/

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Cabral também é mangueirense, diz Chiquinho da Mangueira


O deputado estadual Chiquinho da Mangueira (PSC) confirmou à Polícia Federal que recebeu dinheiro vivo de Sérgio de Castro Oliveira, o 'Serjão', apontado como operador financeiro do esquema de corrupção atribuído ao ex-governador Sérgio Cabral (MDB). Mas negou que o repasse fosse exatamente uma mesada.
dinheiro, segundo ele, era destinado à Mangueira, com dificuldades de caixa. "Tratava-se de uma ajuda de um colaborador mangueirense para auxiliar nas despesas na Escola de Samba Mangueira, que atravessava momentos difíceis", disse. "Essas ajudas, que não eram mensais. Eram de duas formas: em espécie para pagamentos de despesas com o carnaval e outras despesas eram pagas pelo próprio Serjão diretamente, todas relacionadas às despesas de Carnaval."
O parlamentar está preso desde 8 de novembro na Operação Furna da Onça sob suspeita de receber um "mensalinho" do grupo de Sérgio Cabral. 
Chiquinho declarou que "nunca recebeu dinheiro em conta corrente sua e de sua mãe". O deputado, no entanto, afirmou que a mãe 'pode ter recebido alguma quantia' em sua ausência.
Segundo o deputado, o motivo dos pagamentos eram 'despesas relacionadas ao Carnaval'.
"Cabral também é mangueirense", afirmou.
Em delação, Serjão relatou que parte da propina de R$ 3 milhões teria sido repassada ao deputado entre dezembro de 2013 e fevereiro de 2014 "em atendimento, por Sérgio Cabral, a um pedido de Chiquinho para financiar o desfile de 2014, o primeiro carnaval à frente da Mangueira".
O parlamentar afirmou que assumiu a presidência da Mangueira em 2013. "Não se recorda do valor, mas foi de aproximadamente de R$ 2 a 3 milhões, patrocinado por uma empresa de Eike Batista", disse.


Fonte: "r7"

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Ex-procurador-geral de Justiça do Rio levou R$ 7,2 mi em propina, diz Promotoria

O ex-procurador-geral de Justiça do Rio Cláudio Lopes, em 2011. Foto: WILTON JÚNIOR/ ESTADÃO

Ministério Público do Rio afirma que o ex-procurador-geral de Justiça do Estado Cláudio Lopes recebeu R$ 7,2 milhões – valores atualizados – em propina entre 2009 e 2012, período em que comandou a instituição. Cláudio Lopes foi preso no dia 8 por ordem do Tribunal de Justiça do Rio, denunciado por associação criminosacorrupção passiva e quebra de sigilo funcional.

A organização criminosa liderada pelo ex-governador SÉRGIO CABRAL, formada em janeiro de 2007, conforme demonstrado na ação penal decorrente da denominada Operação Calicute, deflagrada pelo Ministério Público Federal, estabeleceu, no final do ano de 2008, mais um tentáculo à sua complexa estrutura, com a arregimentação do então candidato a Procurador-Geral de Justiça CLÁUDIO SOARES LOPES, cooptado pela organização criminosa durante a sua campanha para ocupar a chefia do Ministério Público Estadual, quando recebeu R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) de WILSON CARLOS(*), por ordem do então Governador SÉRGIO CABRAL. 

(*)WILSON CARLOS, amigo de infância do ex-governador SÉRGIO CABRAL e Secretário de Estado de Governo entre janeiro de 2007 e abril de 2014, exercia função de extrema confiança de operador do núcleo administrativo da organização criminosa, responsável por negociar, controlar e cobrar o pagamento das propinas pelas empreiteiras envolvidas no esquema.  

Cláudio Lopes foi nomeado procurador-geral de Justiça por Sérgio Cabral no início de janeiro de 2009 e, a partir de março do mesmo ano, passou a receber a quantia mensal de R$ 150 mil, o que perdurou até o término de seu segundo mandato à frente do MP estadual, em dezembro de 2012”, afirmou o Ministério Público.

Ao se associar à quadrilha comandada por Sérgio Cabral, Cláudio Lopes submeteu o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro ao maior revés de sua rica história, expondo a instituição ao vexame, traindo a confiança dos membros que o colocaram no topo da lista tríplice encaminhada ao Governador e submetendo o interesse institucional e da sociedade à troca de nefastas vantagens econômicas pessoais”, afirmou Ricardo Ribeiro Martins (procurador-geral de Justiça em exercício).

Apurações

CLÁUDIO LOPES recebeu vantagem indevida em pagamentos mensais de propina, para praticar ou deixar de praticar, em retribuição, atos de ofício, infringindo seu dever funcional. Informava aos demais comparsas as ações ministeriais que tivesse ciência e, ainda, retardava a evolução de procedimentos ou investigações que estivessem sob sua atribuição ou que pudesse influenciar, bem como deixando de submeter ao Conselho Superior do Ministério Público promoção de arquivamento lançada em procedimento de interesse da associação criminosa.

Deste modo, com a finalidade de blindar os crimes praticados pela quadrilha da qual fazia parte, CLÁUDIO LOPES, a título de exemplo, assediou, de forma reiterada, os Promotores de Justiça integrantes da COESF (Coordenadoria de Combate à Sonegação Fiscal): 
(i) solicitando informações sigilosas sobre investigações relevantes desenvolvidas no âmbito daquele grupo, 
(ii) constrangendo-os a não oferecerem denúncia em momentos por ele considerados como politicamente inoportunos e 
(iii) requisitando os procedimentos investigatórios que pudessem atingir algum integrante da engendrada organização criminosa capitaneada por SÉRGIO CABRAL. 

Uma promotora do Ministério Público do Rio afirmou em depoimento que Cláudio Lopes ‘fazia diversas intervenções’ junto à equipe da Coordenadoria de Combate à Sonegação Fiscal (Coesf)Em diversas ocasiões, a partir de 2009, a depoente pôde perceber que o então PGJ, Cláudio Lopes, fazia diversas intervenções junto à equipe da Coesf sempre procurando saber informações acerca do andamento das investigações que envolviam secretarias estaduais, muitas vezes solicitando que o andamento das investigações aguardasse eventos políticos importantes acontecerem, tais como, votação de orçamento, eleição para governador etc., notadamente nas investigações da Saúde e naquelas referentes à refinaria de Manguinhos”, relatou a promotora de Justiça. 

Os autos contêm depoimentos de membros do Ministério Público que denunciam ‘as constantes interferências’ do ex-procurador-geral de Justiça em investigações ligadas ao grupo de Sérgio Cabral.

Durante a gestão de Cláudio Lopes, investigações importantes ligadas ao ex-governador não foram adiante. Entre elas, 
1) a contratação do escritório de advocacia da ex-primeira-dama, Adriana Ancelmo, por concessionárias do estado
2) o empréstimo do jatinho do empresário Eike Batista ao então governador para uma viagem a Bahia, onde foi comemorado o aniversário do empreiteiro Fernando Cavendish.
3) o arquivamento do procedimento relativo à “Farra dos Guardanapos” (Procedimento, convenientemente “esquecido” por CLÁUDIO LOPES, foi instaurado “com o objetivo de sindicar acerca de notícias veiculadas pela imprensa a partir de viagens realizadas pelo Exmo. Sr. Governador do Estado do Rio de Janeiro à cidade de Paris, acompanhado de Secretários de Estado e empresários” , evento mais emblemático e marcante do esquema criminoso de SÉRGIO CABRAL, também conhecido como a “farra dos guardanapos”)
4) no dia 09 de novembro de 2010, CLÁUDIO LOPES, revelou ao então Secretário de Estado da Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, SÉRGIO LUIZ CÔRTES DA SILVEIRA, informação que sabia ser sigilosa, qual seja, que, na manhã do dia seguinte, seria realizada, na residência de CESAR ROMERO VIANNA JUNIOR, Subsecretário Executivo da Secretaria de Estado da Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro à época dos fatos, medida judicial de busca e apreensão deferida nos autos do processo nº 0344276-89.2010.8.19.000131.

De posse da informação recebida, que era sigilosa por expressa determinação judicial, o então Secretário de Estado da Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, SÉRGIO CÔRTES, no mesmo dia a repassou ao seu então Subsecretário, CESAR ROMERO, para que este removesse de sua residência todo e qualquer material (documentos, computador etc.) que pudesse incriminá-los, o que foi efetivamente realizado, frustrando a diligência, com significativo desperdício de recursos públicos e humanos despendidos para o devido cumprimento de uma ordem judicial, deferida em pleito ministerial, deduzido após longas e onerosas investigações.

Neste sentido, o próprio alvo da operação, CESAR ROMERO, em depoimento prestado ao subscritor da presente, declarou que o aviso feito pelo denunciado CLÁUDIO LOPES lhe permitiu “eliminar, através de um picotador, documentos que pudessem auxiliar o Ministério Público na sua atividade persecutória” 33.

Cláudio Lopes ingressou no Ministério Público do Estado do Rio em 1987. Passou pelas comarcas de Campos dos Goytacazes e São João da Barra, e em janeiro de 1995 assumiu a Promotoria de Justiça junto à 36.ª Vara Criminal do Rio, onde permaneceu até julho de 2001. Em seguida foi promovido a procurador de Justiça. No final de 2008 venceu a eleição para procurador-geral de Justiça no biênio 2009-2011, tendo obtido 321 votos, apenas quatro a mais que o segundo colocado, Eduardo Gussem.

Disputou novamente a eleição para o biênio seguinte e foi reconduzido ao cargo com 483 dos 850 votos possíveis. Vencer a eleição não é garantia de ocupar o cargo, já que a nomeação cabe ao governador do Estado, que pode escolher qualquer nome entre os três primeiros colocados na eleição. Então governador, nas duas ocasiões Cabral respeitou a tradição e nomeou o mais votado.

Curiosidade: compra de uma casa em Búzios
Cláudio Lopes declarou, em depoimento, que pagou uma parcela de uma casa em Búzios, litoral do Rio, com R$ 200 mil em dinheiro vivo. O depoimento foi prestado em 28 de setembro. O ex-procurador-geral de Justiça contou que os R$ 200 mil eram fruto de uma ‘atividade que exercia, desde 1991, no magistério, mais especificamente na área de cursos preparatórios para concursos’.

A casa, segundo o Ministério Público do Rio, custou R$ 500 mil em janeiro 2011. A vendedora do imóvel em Búzios também prestou depoimento. Ela contou que ‘estranhou o fato de o comprador desejar pagar parte da casa em dinheiro’.

A depoente se dirigiu ao banco e teve contato com o comprador da casa; que se recorda que Claudio comprou o imóvel de Búzios, pagando parte em dinheiro e parte em cheque; que o dinheiro foi depositado imediatamente na conta corrente da declarante, assim como a parte que foi paga em cheque”, narrou.

Fonte: O Estadão, G1

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

ESQUEMA DE APROVAÇÃO EM EXAMES PARA HABILITAÇÃO DO DETRAN/RJ DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA DA ALERJ




Data / Hora 12/9/2018 / 12:37:56
Alvo / Telefone Jorge Luiz /
Interlocutor / Telefone Adriano /

Degravação
ADRIANO DIZ QUE O "DELE" É SÓ A SIMULAÇÃO DA CARTEIRA. ELE FEZ 19 E TINHA QUE FAZER 21. JORGE DIZ QUE SE FOR A DO COMPUTADOR, É PARA REMARCAR PARA RIO BONITO QUE CONSEGUE RESOLVER.

JORGE: fala Adriano
ADRIANO: oh, é rapidinho, eu vou falar, o dele, ele falou comigo agora aqui, é só a simulação, que ele precisa, da carteira
JORGE: simulação?
ADRIANO: é, da carteira
JORGE:(ininteligível), não tô entendendo
ADRIANO: ele só fez dezenove e vinte, tem que fazer vinte e um
JORGE: ah, diz aquela do computador?
ADRIANO: é
JORGE: se for a do computador, manda ele marcar pra Rio Bonito, que eu faço pra ele ADRIANO: tá bom então, depois a gente fala então, vou falar com ele aqui
JORGE: se for a do computador
ADRIANO: é isso mesmo, computador pô
JORGE: aquela que tem que acertar vinte e, vinte e um pontos?
ADRIANO: ele falou, ele falou que isso aí, ele falou que acertou dezenove, depois ele foi fazer acho que de novo, só acertou vinte
JORGE: passa dificuldade, bota dificuldade
ADRIANO: é
JORGE: mas diz que eu consigo resolver isso
ADRIANO: tá tranquilo
JORGE: tá bom?
ADRIANO: aí, mas fala o que pra ele. é, tem que pegar o que com ele? tem que falar o que pra ele?
JORGE: tem que falar pra ele que (ininteligível) pra agendar pra Rio Bonito
ADRIANO: tá bom então, vou falar com ele aqui
JORGE: valeu

Fonte: "mpf"

ESQUEMA DE FANTASMAS DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA DA ALERJ



No caso do CORONEL JAIRO a interceptação telefônica demonstrou que os esquemas criminosos que favorecem o deputado estadual vão desde nomeações fraudulentas de funcionários “fantasmas”, preferencialmente com filhos (para fazerem jus à gratificação) na própria Alerj – não restritas ao gabinete desse deputado, mas se espraiando para outros setores –, passando pelo rateio dos valores restituídos a esses nomeados quando do ajuste anual de imposto de renda e chegando à ingerência nos procedimentos para habilitação (inclusive, para garantir a aprovação de pessoas reprovadas em exames teóricos!) e vistorias levados a cabo pelo Detran/RJ. A contrapartida era o apoio político.

JORGE LUIS DE OLIVEIRA FERNANDES - Assessor e operador financeiro do deputado estadual CORONEL JAIRO
aparece em operações atípicas indicadas pelo COAF; - conforme interceptação telefônica, arregimenta nomes para ocupar cargos públicos em diversos setores da Alerj, em troca de apoio eleitoral para o deputado estadual CORONEL JAIRO

ESQUEMA DE INTERMEDIAÇÃO DE NOMEAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS “FANTASMAS” (v. doc. 99)

CASO 1
Data / Hora 11/9/2018 / 18:54:59
Alvo / Telefone Jorge Luiz /
Interlocutor / Telefone Carin / (21)
Degravação
CARIN DIZ QUE JÁ MANDOU PARA ELE O PAPEL. CARIN DIZ QUE RÔMULO ESTÁ SEM CELULAR. JORGE DIZ QUE É PARA RÔMULO IR LÁ AMANHÃ PARA TOMAR POSSE. CARIN PERGUNTA SE VAI TER QUE FAZER ISSO TAMBÉM. JORGE CONFIRMA QUE CARIN TAMBÉM TERÁ DE TOMAR POSSE MAS A TRANQUILIZA QUE ELA VAI TOMAR POSSE E PODE IR EMBORA. CARIN PERGUNTA PARA QUEM ELA TEM QUE PEDIR VOTO. JORGE DIZ QUE É PARA JAIRO. CARIN QUER VER COM JORGE SANTINHOS. JORGE FALA QUE LÁ NO GABINETE PARA RENAN TEM QUE FALAR QUE VAI VOTAR NO JAIR.

CARIN: oi
JORGE: oi Karen, tudo bem?
CARIN: tudo bem?
JORGE: tá tudo certo?
CARIN: tudo, tudo certinho, já mandei pra ele, tá? tá o papel
JORGE: tá, deixa eu te falar uma coisa
CARIN: fala
JORGE: você tá com o Rômulo?
CARIN: não, não tô não
JORGE: eu tô tentando falar
CARIN: ele, ele tava sem celular Jorge, que tinha acabado a bateria
JORGE: ah, você vai com ele?
CARIN: vou, mais tarde
JORGE: avisa ele pra mim, que eu tô tentando falar com ele
CARIN: eu esqueci os papéis dele menino
JORGE: não, não tem problema não
CARIN: hum
JORGE: eu consegui resolver
CARIN: ah, que bom
JORGE: ficou aquela situação mesmo
CARIN: ah que bom
JORGE: eu só vou precisar que ele venha aqui amanhã tomar posse
CARIN: eita, que delícia hein, hahaha
JORGE: eu consegui resolver aqui com o chefão
CARIN: humhum
JORGE: aí ele falou, pô não Jorge, eu vou quebrar seu galho, aí resolveu pra mim
CARIN: tá, eu vou, vou avisar
JORGE: aí você avisa ele que amanhã, porque ele vem aqui tomar posse, de dez
CARIN: hã
JORGE: de dez às cinco, pra ele ver o horário melhor pra ele
CARIN: eu vou ter que fazer isso também, Jorge?
JORGE: também
CARIN: caraca, meu
JORGE: aí não tem jeito, você não tem pra onde fugir
CARIN: é
JORGE: entendeu?
CARIN: deixa eu te fazer uma pergunta
JORGE: é só assinar e ir embora
CARIN: de quem eu tenho, pra quem eu tenho que pedir voto agora?
JORGE: pro Jairo
CARIN: ah, então tá
JORGE: ah
CARIN: tá, porque isso eu fiquei meio que na dúvida né? Hahahaha.
JORGE: não, eu imaginei, todo mundo fica, entendeu?
CARIN: é, é, aí eu falei, eu vou ver com o Jorge, porque, depois eu queria ver contigo, se você tem os santinhos, entendeu, porque eu tenho uma galera de Petrópolis, que meu, meu tio também é de lá, então minha família é de lá, eu vou puxar, e tem um pessoal também de Magé, entendeu?
JORGE: depois eu vou a foto do cartãozinho no zap
CARIN: hãhã
JORGE: mas, agora deixa eu te explicar o esquema, lá no gabinete, o Renan, essas porras assim falar alguma coisa
CARIN: não, isso aí eu não sei de nada
JORGE: entendeu?
CARIN: é, não, lógico
JORGE: é Jair, é Jair, entendeu?
CARIN: é, com certeza, ele falou isso pra mim, entendeu? aí eu falei, com certeza
JORGE: é
CARIN: que que eu ia falar, entendeu? mas
JORGE: isso aí
CARIN: por isso que eu falei, vou perguntar a Jorge o que que eu faço agora, entendeu?
JORGE: não, é, não é Jairo, é Jairo
CARIN: tá, tranquilo, não, o Rômulo deixou uns cartõezinhos comigo também
JORGE: tá
CARIN: entendeu?
JORGE: não, tá tranquilo
CARIN: porque é bom ter mais né?
JORGE: é, depois, eles querem, eles querem fazer as coisas, entendeu, querem lá recolher tudo, e ainda quer voto? Não, entendeu?
CARIN: é, isso é verdade
JORGE: é, entendeu?
CARIN: é, verdade, é
JORGE: é o que eu faço, eu arrumo as pessoas
CARIN: hãhã
JORGE: mas, eu não tenho compromisso de ajudar não, eu tenho que ajudar quem é o meu, entendeu?
CARIN: mas é isso que eu to te perguntando, porque pelo que eu saiba é ele né?
JORGE: é, não, é, é, o Jairo, o Jairo
CARIN: então, por isso que eu falei, eu vou, eu vou pra quem
JORGE: pro, pro, eu que arrumo as coisas, agora pro, pro gabinete lá, é faz de conta que nós vamos votar em Jair, entendeu?
CARIN: claro, com certeza, isso, isso é fato, isso daí ninguém precisa saber né?
JORGE: é, é verdade
CARIN: mas ficou tudo certinho, eu vou pedir ao Rômulo pra entrar em contato com você, porque ele ainda tá enrolado.... (03min 29 segundos.......)


Data / Hora 06-09-2018 / 18:52:32
Alvo / Telefone JORGE LUIS /
Interlocutor / Telefone HNI e CARINA /
Degravação

CASO 2
HNI – Fala, comandante!
JORGE – Fala, irmão, tudo bem? Deixa eu te falar, você já sabe negócio do documento do seu carro?
HNI – É, eu tô sabendo.
JORGE – Ah, então tá beleza. Deixa eu te falar uma coisa, você tá com CARINA?
HNI – Tô. Quer falar com ela?
JORGE – Deixa eu falar com ela um minutinho, fazendo o favor.
HNI – Só um instante.
CARINA – Alô?
JORGE – CARINA, quando você foi lá na Assembleia você não assinou seu auxílio-educação na primeira secretaria não, né?
CARINA – Da outra vez com você.
JORGE – Oi?
CARINA – Daquela vez com você. Quando eu fui que eu encontrei com você.
JORGE – Tá, mas você foi na primeira secretaria assinar o auxílio-educação?
CARINA – Com você da outra vez, fui.
JORGE – Não, não... é porque... não é no meu prédio não... é no prédio de vidro.
CARINA – Ah não.
JORGE – Aonde é o gabinete. Não, né?
CARINA – Não, não fui não.
JORGE – Lembra que eu falei com você, quando você for lá no banco, você vai lá no banco, você vai lá na primeira secretaria e assina?
CARINA – Sim, sim lembro.
JORGE – Você não foi.
CARINA – Não.
JORGE – Minha filha, vou te falar então, então você arruma um tempinho pra ir lá, porque senão eles vão cortar lá, heim.
CARINA – Hum... mas amanhã abre, né?
JORGE – Não, amanhã não abre.

*** Degravado até 00:01:19
*** Voltando 00:01:48***

JORGE – Aí você chega assim: Ah, eu queria assinar o auxílioeducação.
CARINA – Tá, auxílio-educação. Tá bom.
JORGE – É porque chegou o papel lá para corte e eu pedi o cara para segurar, entendeu? Falei não corta não que, pô, essa pessoa é minha.
CARINA – Tá.
JORGE – Entendeu? Senão eles vão cortar e ferrou. Tá bom?
CARINA – Tá. Tá bom, segunda-feira eu vou lá. Tchau.
JORGE – Tá, valeu.


Data / Hora 11-09-2018 / 14:41:41
Alvo / Telefone JORGE LUIS / 21
Interlocutor / Telefone MÃE / 21
Degravação

CASO 3
JORGE – Oi, MÃE? Oi, MÃE?
MÃE – Filho?
JORGE – Hã? Fala, MÃE!
MÃE – Pra você ver o ponto do seu pai.
JORGE – Hum...
MÃE – Pra ver como... se tem que ir aí assinar? Aonde que é?
JORGE – Tá bom.
MÃE – Onde é? Ah, tá.
JORGE – Tá bom.
MÃE – Um beijo. Tá. Tchau.
JORGE – Tchau. (v. doc. 106)

Data / Hora 12-09-2018 / 13:30:18
Alvo / Telefone JORGE LUIS /
Interlocutor / Telefone WASHINGTON /
Degravação

CASO 4:
JORGE – Alô?
WASHINGTON – Fala, JORGINHO, beleza? Boa tarde.
JORGE – Fala, irmão. Boa tarde.
WASHINGTON – É WASHINGTON, primo do GUSTAVO. Fui lá na ALERJ lá, falar com o CORONEL.
JORGE – Fala, irmão. Beleza? Tranquilo.
WASHINGTON – Beleza, tranquilo. Tem alguma novidade, tá ruim?
JORGE – Cara, não tá ruim... Não tem como resolver nada porque o CORONEL não está indo.
WASHINGTON – Tá.
JORGE – Entendeu? E o CORONEL MEIRELES está de licença, que ele tá na campanha, então quando nego bota pessoal na campanha do gabinete eles dão licença tipo férias, entendeu?
WASHINGTON – Hã.
JORGE – Só que o CORONEL não tá indo e eu não tô conseguindo nem falar com ele. ***

Degravado até 00:51:00 /
Retomando em 00:01:56 ***

JORGE - Você tem filhos? Não né?
WASHINGTON - Pô, vai nascer dia dezesseis de setembro...
JORGE - É, tem que ser trabalho mesmo...
WASHINGTON - Entendeu? Eu tenho carteira D, entendeu? Em caso de necessidade pra dirigir, sei lá, qualquer coisa, mas... Entendeu? Vou deixar correr lá pela justiça, eu continuava nesse negócio apegado aí com vocês, como eu tô já, quase 90 dias aqui já... JORGE: É, eu sei, é aquela... aquela situação também, né? Nem isso eu posso te prometer, isso tudo eu tenho que conversar com ele. Entendeu?
WASHINGTON – Tá.
JORGE - Eu não posso prometer, porque eu, o esquema que eu tenho, é a situação de eu botar com dois filhos. Não é o seu caso, entendeu?
WASHINGTON - Hã...
JORGE - Eu posso até falar: Não, eu vou te dar uma ajuda de custo. Mas negócio de emprego, trabalho, tem que ver com ele mesmo.
WASHINGTON - Entendi, entendi.
JORGE - Entendeu? Eu não posso nem te dar essa promessa.

*** Degravado até 00:02:47 ***

Data / Hora 19-09-2018 / 09:44:53
Alvo / Telefone JORGE LUIS /
Interlocutor / Telefone HNI /
Degravação

CASO 5
JORGE – Hum?
HNI - Oh, lá na ALERJ eu tô concursado ou prestador de serviço?
JORGE - Oi?
HNI - Lá na ALERJ eu tô concursado ou prestador de serviço?
JORGE - Você é comissionado.
HNI- Comissionado, né? qual é meu cargo lá, eu faço o quê?
JORGE - Oi?
HNI - Qual é meu cargo lá, eu faço o quê?
JORGE - Ué cara, que essa caralha quer saber seu cargo, tem que ver o seu contra-cheque, o valor que você ganha porra, hum...
HNI - Eu tenho que ver.
JORGE - É, é isso aí, é isso aí, é o contra-cheque que diz tudo, aí tem tudo.
HNI - Ah tá! Então eu sou prestador de serviços?
JORGE- Não, você é comissionado!
HNI - Comissionado, trabalho...
JORGE - Prestador de serviço é quem... Firma terceirizada... Tu não é de firma terceirizada, pô.
HNI - Prestador de serviço, comissionado...
JORGE – Porra!
HNI - Comissionado?
JORGE – Hã?
HNI - Tchau, beijo.
JORGE – Caralho!
HNI - Tá, tchau!


ESQUEMA DE RATEIO DE RESTITUIÇÃO DE IRPF (v. doc. 106)
Data / Hora 16-09-2018 / 13:50:38
Alvo / Telefone JORGE LUIS / 21
Interlocutor / Telefone LERRI / 21
Degravação

JORGE – Alô?
LERRI – Fala, JORGINHO!
JORGE – Fala, meu rei! Deixa eu te falar uma coisa: Hoje eu vou na sua casa. Você vai tá em casa? LERRI – Vô, pô.
JORGE – Eu vou aí mais tarde que eu quero conversar com você.
LERRI - É rapaz, eu tô te ligando porque bateu quatro mil reais na minha conta lá, três mil e novecentos...
JORGE - É, eu sei, é isso que eu quero conversar com você, entendeu?
LERRI, olha só, deixa eu te falar, muito, de coração pra você...
LERRI - Não, não, tá bom, tô te ligando porque tô te dando satisfação, o dinheiro não é meu, cara. JORGE - Não, é, eu quero, eu, eu, você sabe que você é meu amigo e jamais quero te atrasar. LERRI - Hãhã
JORGE - Você vai ficar... você só vai me dar mil e quinhentos do contador, que isso foi um esquema que o contador fez.
LERRI - Não, não, pode vir buscar o dinheiro. Não tem problema.
JORGE - Não, não, deixa eu falar com você irmão, deixa eu falar com você...
LERRI - Hum
JORGE - Você não vai nem me dar dinheiro, você vai transferir pra conta do contador, entendeu? LERRI - Tá bom, não tem problema não.
JORGE - Mil e quinhentos e o restante é seu, tá bom?
LERRI - Tô te ligando... Não. Você pega também porque eu tô te ligando porque eu quero o que é meu.
JORGE - Não, olha só... não, lembra que eu falei com você que ia entrar uma paradinha na sua conta, pápápá?
LERRI - Lembro, hãhã.
JORGE - Então, o que que eu tô te falando é isso.
LERRI - Pensei que era DPVAT cara, mas eu tô te ligando pra saber, porque está escrito IR... JORGE - Não, não, não, é da Assembléia mesmo.
LERRI - É mesmo, eu falei essa parada é do JORGINHO.
JORGE – A única coisa que eu vou te pedir, irmão, é que você... Eu vou te passar a conta do cara. LERRI – Vou... Transfiro até agora pra você, se quiser, cara, pra sua conta.
JORGE - Não, pode ser mais... não quero na minha conta não, que esse dinheiro não é meu, eu só quero... (ligação cai)