Assim
como o secretário de Saúde atual, Fábio Waknin, a ex-secretária
Raquel Haddad demonstrou pouco conhecimento sobre a pasta. Raquel,
que foi Secretária de Saúde de Búzios de 1º de
novembro de 2014 a 31 de janeiro de 2017, compareceu à Câmara de
Vereadores na última quinta-feira(06) para prestar
esclarecimentos sobre os problemas da pasta da Saúde durante sua gestão.
Apesar
de reconhecer que era ordenadora de despesas fez questão de
ressaltar que administrou a pasta com uma equipe técnica, como se
quisesse dividir responsabilidades. Para ela, cada unidade tinha um
responsável e cada contrato um fiscal. Nessa mesma linha, afirma que o hospital foi fechado por ela, a gestora, pelo Prefeito e por Waknin, responsáveis técnicos pela decisão.
Questionada pelo vereador
Dida sobre quanto foi economizado com o fechamento do
Hospital Rodolpho Perissé, ela não soube responder. Mesmo assim,
garantiu que foram feitas algumas economias:
“Eu
não trouxe esses dados totais, mas posso trazer por ofício para o
presidente da Câmara. Só de exames laboratoriais, em novembro de
2015 o valor era 204 mil reais e no mesmo mês em 2016 foi de 170
mil. O valor dos exames de imagem em novembro de 2015 eram de 42 mil
reais e em novembro do ano passado foi de 14 mil.” (*)
O
atual secretário da Saúde, Fábio Waknin, que também estava
presente no plenário, apesar de ter prometido, quando prestou depoimento, que o hospital seria
reaberto, se desdisse agora, afirmando que
ainda não há previsão para a abertura do hospital.
“A
única coisa que posso informar é que existe uma emenda, que vai
passar pela Câmara, para reforma da Policlínica, inclusive a parte
do PU.”,
acrescentou Waknin (*).
Respondendo
à vereadora Gladys, a ex-secretária Raquel surpreendentemente disse
que não sabia que empresas terceirizadas da Saúde foram denunciadas
pela CPI do BO.
Para
lembrá-la, cito as seis licitações fraudadas DE RESPONSABILIDADE
DA SECRETARIA DE SAÚDE (à época o secretário de saúde era o Sr.
Alberto Costa).
1)
Aquisição de fraldas descartáveis para as unidades de Saúde.
PP:
020/2013. PA: 5381/2013. Empresa vencedora: Difarmaco
Distribuidora. de Medicamentos EPP. BO 595, de 15/08/2013.
2)
Confecção de material gráfico para as unidades de saúde.
PP:
025/2013. PA: 7076/2013. Empresa vencedora: Malaquias 3.10 Com.
e Serv. e A C dos Santos Oliveira Com. e Serv. BO 594, de 8/8/2013.
3)
Locação de ambulância UTI móvel.
PP:
029/2013. PA: 4874/2013. Empresa vencedora: E A C Daier Ltda. BO
595, de 15/08/2013.
Valor:
R$ 83.500,00 mensais. Valor anualizado: R$ 1.002.000,00
4)
Limpeza das unidades de saúde.
PP
030/2013. PA: 2528/2013. Contrato: 057/2013. Empresa
vencedora: Rótulo Empreendimentos Comerciais e Serviços Ltda.
BO: 595, de 15/08/2013.
Valor:
R$ 2.280.000,00. Período: 12 meses. Valor anualizado: R$
2.280.000,00
5)
Aquisição de medicamentos.
PP:
038/2013. PA: 9497/2013. Empresas vencedoras: Especifarma, Rynus
Noroeste, SNA Com. e Distrib., Insumed Comº de Medicamentos, House
Med. Pro. Farmac., Distrib. Medic. Brasil Miracema.
BO
605, de 17/10/2013.
6)
Aquisição de material hospitalar.
PP:
040/2013. PA: 9849/2013. Empresa vencedora: Top Com. e Serv.
Ltda, Difarmaco Distrib. Medic. , Plácidos Cirúrgica Ltda.
BO: 605, de 17/10/2013.
Diante
da afirmação da vereadora Gladys de que os contratos oriundos
dessas licitações fraudadas deveriam ter sido cancelados, a
ex-secretária Raquel se saiu com um questionamento singelo e
irresponsável:
"Por
que cancelar, se elas estavam fazendo o serviço direitinho?"
Sobre
a questão dos remédios queimados, ela ingenuamente pergunta se já
foi confirmado que os remédios são de Búzios mesmo. Apesar disso,
afirma que um processo de investigação está tramitando na
secretaria de Saúde.
A
secretária parece desconhecer a sua responsabilidade pela
prorrogação do contrato de "locação de ambulâncias UTI
móvel". Se houve fraude na licitação, a prorrogação também
é uma fraude. Chegou a provocar risos na plateia quando, em sua
defesa, afirmou que o processos de licitação da Saúde de Búzios
foram auditados pelo TCE-RJ, demonstrando que também desconhece que
o órgão é um antro de corrupção, de acordo com as investigações da
Operação Lava Jato no Rio.
Questionada
pela vereadora Gladys sobre o alto valor gasto com o aluguel das 3
ambulâncias que atendem na cidade, que custam cerca de R$1 milhão e
80 mil reais por ano aos cofres públicos, a ex-secretaria
esclareceu, entretanto, que no contrato inicial eram 4 ambulâncias
alugadas, como houve devolução de uma, ficaram três pelo valor de
750 mil e 500 reais/ ano.
Sobre
a demora para realização de exames, a ex-secretária veio com
as desculpas de sempre. Primeiro, tentando jogar a culpa na
população: "o paciente marca e falta, o que torna a demanda
muito grande". Em segundo lugar, exagerando no número de
cadastrados na Saúde de Búzios, que seriam de 87 mil pessoas,
esquecendo que o próprio secretário Waknin, quando depôs, citou 41
mil cadastrados.
Questionada
pelo vereador de situação Niltinho sobre a quantidade de cirurgias
e partos feitos em "munícipes ou de fora", a secretária
não soube responder.
NENHUM
TOSTÃO A MAIS PARA A SAÚDE ATÉ QUE O HOSPITAL SEJA REABERTO
A
vereadora Gladys através de requerimento verbal pediu que fossem
retirados de pauta dois projetos de lei de iniciativa do
prefeito que pediam autorização para abertura de crédito adicional
especial no valor de R$ 350 mil e de R$ 677.941,88, sob o argumento de que muito dos recursos da saúde de Búzios estavam se esvaindo pelo
ralo da corrupção. Com a bandeira NENHUM TOSTÃO A MAIS
PARA A SAÚDE ATÉ QUE O HOSPITAL SEJA REABERTO sugeriu que seu
requerimento fosse aprovado. Resultado: 5 votos (Gladys, Dida,
Josué, Dom e Miguel) a 1 (Niltinho). O presidente Cacalho não vota.
Joice faltou.
Fonte: (*) "camarabuzios"
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