terça-feira, 13 de março de 2018

Estudantes desocupam o Paulo Freire; Há vagas, matriculas abertas

Parada na Turíbio, Foto de Kênia, do Whatsapp

Depois de 13 dias da ocupação histórica do Colégio Paulo Freire, os estudantes resolveram desocupar hoje (12) a escola para que a Direção pudesse realizar as matriculas para todos os turnos, incluindo o turno noturno, e todas as turmas que haviam sido encerradas pela Prefeitura em janeiro. É importante que os alunos do Paulo Freire que se matricularam no Botas, ou em qualquer outro colégio, procurem a escola para regularizar sua situação, bagunçada pela iniciativa tresloucada do governo no início do ano, de fechar turmas e turnos, sob a falsa alegação de contenção de despesas e de que não é obrigação sua cuidar do ensino médio. A milionária Búzios tem recursos suficientes até para ofertar ensino universitário municipal. Basta que saiba administrá-lo bem ou impedir que sejam desviados. 



Dezenas de estudantes mobilizados e organizados por suas entidades representativas (UMEAB e AERJ), que iniciaram a luta contra o fechamento de turmas e turnos no Paulo Freire e INEFI, no decorrer dela perceberam que precisam lutar pela melhoria da qualidade do ensino municipal como um todo. Nesse sentido, a luta por melhores condições de ensino, a criação de grêmios estudantis nas escolas e eleição direta para diretor do colégio passaram a ser novas bandeiras de luta. 



Durante a ocupação, os estudantes observaram que o colégio apresenta graves problemas de infraestrutura mostrando que a manutenção das escolas de Búzios não vem sendo feita a contento pela empresa terceirizada Triangular contratada para o serviço por R$ 1.892.299,44 anuais. Os banheiros do colégio Paulo Freire apresentam problemas na descarga, as torneiras vazam e as trancas das portas não funcionam. A cozinha e o refeitório precisam de reforma urgente. Nas salas, os pisos e o teto apresentam irregularidades. A segurança precisa ser melhorada porque a escola não é murada na parte de trás, próximo à lagoa. Existe apenas um portão e grade.

Espero que o Prefeito de Búzios, André Granado,  e sua secretária de educação, Deisemar, tenham aprendido que o ambiente escolar precisa de democracia, que não se pode tomar medidas que afetam a vida de todos- estudantes, profissionais da educação e família dos estudantes- sem que eles sejam ouvidos. E que a escola pública não é da Prefeitura. A escola pública é pública porque pertence ao povo buziano. Este é o verdadeiro dono do Colégio Paulo Freire. A Prefeitura apenas o administra por delegação do povo buziano.

Ao desocuparem o Colégio, os estudantes que o ocupavam saíram em passeata pela José Bento, rua do Celso Terra, rua das Pedras, terminando na Praça Santos Dumont em um clima apoteótico. Foi emocionante ver o apoio que eles receberam da população nas ruas. Para aqueles que não acreditam que Búzios tem jeito, estavam sendo revelados ali naquela manifestação, em embrião, os futuros (as) líderes políticos de nossa terra. E líderes que nada tem a ver com os nossos carcomidos políticos atuais, porque são líderes forjados na luta. Líderes que ousaram lutar, ousaram vencer. E venceram. Parabéns garotada. Aprendemos muito com vocês. Valeu a aula de cidadania. 

Observação: os vídeos são da página do Facebook "Defenda O Ensino Médio Municipal".     
      

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