Mulheres reunidas na Plaza de Cibeles, em Madri, na Espanha, foto CARLOS ROSILLO, EL PAÍS |
Protesto
pelo Dia Internacional da Mulher 2018 foi especialmente relevante na
Espanha e fez muito ruído na Argentina e Turquia. Manifestação
também teve eco na França e Itália, e eventos do Brasil à Arábia
Saudita
O feminismo conseguiu
nesta quinta-feira tornar global sua luta, apesar de a adesão às
mobilizações ter sido desigual. A campanha para denunciar o assédio
sexual no
trabalho, #MeToo, deu um novo impulso às reivindicações no Dia
Internacional da Mulher.
A mobilização foi especialmente relevante na Espanha, onde milhões
de mulheres aderiram a uma greve geral, em um protesto histórico,
sem precedente no país e em todo mundo. Na América Latina, a
Argentina foi, mais uma vez, o país com a maior mobilização. No
Brasil, houve protestos em cerca de 50 cidades, com a participação
de milhares de mulheres em São Paulo e no Rio de Janeiro, apesar da
chuva. Mas o 8 de março rompeu barreiras em lugares insuspeitos como
alguns países muçulmanos. Houve manifestações importantes
na Turquia e,
no Iraque, 300 mulheres correram pelas ruas de Mossul na primeira
maratona celebrada na cidade libertada do Estado
Islâmico há
oito meses. Na Arábia Saudita, um
grupo de mulheres saiu correndo pelas ruas,
uma das liberdades adquiridas com a política de abertura do novo
príncipe herdeiro, Mohamed Bin Salman. Centenas marcharam em Cabul,
capital do Afeganistão, algo impensável sob o regime talibã.
Espanha
A
impressionante mobilização das mulheres na Espanha repercutiu no
mundo todo. Em uma jornada em que todos os participantes qualificaram
como histórica, o movimento feminista obteve uma mobilização sem
precedente, com centenas de concentrações em todo o país, uma
greve geral, paralisações parciais com mais de cinco milhões de
trabalhadores e manifestações maciças. No final da tarde, grandes
protestos tomaram o centro das principais cidades do país. “Paramos
para mudar o mundo”, ouviu-se em Barcelona, durante uma passeata
que reuniu mais de 200.000 pessoas, segundo a polícia. Um número
similar se reuniu na capital, Madri, onde o protesto teve o apoio dos
principais partidos políticos, exceto o Partido Popular
(centro-direita) no Governo. “Não estamos sozinhas, faltam as
assassinadas”, dizia um dos cartazes da manifestação de Sevilha,
em que participaram 120.000 pessoas.
Fonte: "elpais"
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