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sábado, 24 de abril de 2021

Nota de Repúdio à Secretaria de Educação de Búzios e ao “Instituto Conhecer”

Arte: SEPELAGOS

 



"Nós trabalhadores da educação de Armação dos Búzios, em conjunto com ativistas e militantes de entidades, organizações e movimentos de diversos segmentos, vimos por meio desta Nota Unificada de Repúdio manifestar nossa indignação pelas posturas e comentários de teor racista, machista e anticientífico proferidos pelo palestrante Dalmir Sant'anna, em evento online organizado pela Secretaria Municipal de Educação de Armação dos Búzios e empresa “Instituto Conhecer”, contratada com dispensa de processo licitatório pela prefeitura de Armação dos Búzios com a finalidade de falar sobre o tema “Educação em tempos de pandemia”.

Em momento algum da live, que teve duração de 1 hora e 47 minutos, o comunicador efetivamente tratou do tema “Educação em tempos de pandemia”, assunto sobre o qual ele estaria incumbido de — e sendo remunerado para — abordar. Nós esperávamos que o palestrante tratasse da crise sanitária atual, das medidas necessárias para o retorno das aulas presenciais de forma segura para profissionais da educação e alunos; e quais, neste contexto, as dificuldades e possibilidades para a viabilização do ensino remoto nas escolas situadas principalmente em áreas mais carentes do município, ou ainda que falaria sobre as ações que a prefeitura está tomando para garantir aos alunos e aos profissionais da educação auxílio na aquisição de dispositivos digitais e conectividade para viabilização de maior interatividade nas atividades remotas.

Em contrapartida, a palestra se restringiu, ao uso insistente de frases de efeito, com ênfase em criar a já tão propalada falsa narrativa de que “servidores públicos reclamam demais”, inclusive fazendo trocadilho com a própria palavra, servidor.

Em diversos momentos da transmissão ao vivo, o palestrante contratado fez propaganda política escancarada em defesa do governo e da Seme de Búzios, tecendo inúmeros elogios ao prefeito Alexandre Martins, citando inclusive números sobre o suposto “ótimo desempenho” do prefeito frente à vacinação da população, e também enaltecendo a secretária Carla Natália. Ou seja, foi uma palestra paga com dinheiro público para elogiar a administração municipal e fazer muito mais publicidade institucional do que capacitação profissional.

Dalmir Sant’anna em toda sua intervenção individualizou os problemas estruturais do sistema de ensino municipal, reduzindo-os, todos a uma suposta “falta de motivação pessoal” dos trabalhadores da educação. Em vários momentos insinuou que a questão central era a “preguiça” dos profissionais e não o fato de estarmos submersos numa crise pandêmica sem precedentes, e  afirmou que se fôssemos mais “dispostos”, “assertivos” e tivéssemos mais “vontade de trabalhar” tudo se resolveria como “mágica”.

O ponto mais insultuoso da mal chamada “palestra” foi quando o sr. Dalmir colocou uma peruca black power e uma máscara de borracha que caricaturava um fenótipo negro, desqualificando-o como algo ligado a quem é preguiçoso, não gosta de trabalhar e vive reclamando, demonstrando nitidamente uma atitude racista, com o aval dos componentes da Secretaria de Educação, que acompanhavam a palestra e em nenhum momento consideraram o fato, inclusive ignorando os apelos feitos por educadores nos comentários da transmissão. O mais inaceitável se traduz no fato de tratar-se de palestra com supostos fins educativos.

Cabe acrescentar que a lamentável performance teatral racista do palestrante foi acompanhada da música “Retirantes”, de Dorival Caymmi, conhecida por ter sido parte da trilha sonora da novela “Escrava Isaura”. Portanto, uma música que faz evidente alusão à escravidão, fazendo conexões muito preconceituosas entre as categorias “negro”, “escravidão” e “preguiça”. Esta conduta se torna ainda mais grave se considerarmos que Armação de Búzios apresenta uma ampla população negra e quilombola (descendentes de pessoas que foram escravizadas no passado), ofendendo a história e a memória dessas pessoas que construíram esse país com seu sangue e suor, exploradas cruelmente por uma elite branca que enriqueceu à custa do trabalho escravo.

Outro momento surpreendente da palestra “motivacional" foi quando o mágico contou uma “anedota” sobre a origem do ser humano. Dalmir contou uma “piada” de um menino que perguntava à sua mãe sobre as origens dos seres humanos, a mãe responde que a humanidade foi criada por Adão e Eva. Então, o menino diz que seu pai lhe ensinou que os humanos descendem do ‘macaco’ (sic). Então, a mãe respondia ao filho que não tem nada a ver com a origem familiar do pai. Ou seja, uma palestra educacional contrária à ciência e recheada de discurso racista e fundamentalista.

A palestra de Dalmir poderia ser resumida em algumas frases imperativas, como: “professor, vai trabalhar em meio à pandemia, sem condições de segurança sanitária e sem EPIs e não reclame”, “não importa a sua saúde e a sua vida, você terá de enfrentá-lo!”, “Não importa o caos que está o país, o estado e a cidade, vá trabalhar sorrindo!”. Aliás, do início ao fim foi enfatizado que os profissionais da educação não devem reclamar os seus direitos e nada temer, confundindo o debate democrático e transparente sobre os problemas e condições de trabalho visando o ensino de qualidade e um ambiente escolar seguro e propício ao aprendizado para os estudantes com “reclamações” sem fundamento.

As apresentações de mágica também nada acrescentaram para a reflexão de nossas práticas pedagógicas para o período da pandemia, apenas reforçava a ideologia ocultada em que precisávamos ignorar os problemas e fazermos o melhor. Na mesma semana em que o congresso nacional decide pressionar pela volta das aulas presenciais, mesmo sem termos asseguradas as condições sanitárias necessárias, somos obrigados a ouvir de um palestrante pago com dinheiro público insinuações de que nós não gostamos de trabalhar. O problema então, na visão da empresa que recebeu 17 mil reais pela palestra motivacional de manutenção do caos, não é a pandemia, mas sim uma suposta preguiça dos profissionais da educação.

Não consideramos o referido palestrante qualificado para abordar temas com relação à educação pública, visto que os exemplos dados foram de atendentes de loja que não tratam bem os seus clientes. Ressaltamos ainda que a abordagem em torno de tais profissionais também se deu de forma preconceituosa, uma vez que, inclusive se valeu dos trabalhadores mais precarizados para dar seus exemplos, como se um gerente de banco não nos tratasse mal, ou um chefe de governo, ou uma secretária, secretário, apenas os mais precarizados, segundo o exemplo do palestrante.

Tal visão empresarial da educação foi desde o início afirmada pela forma como um dos membros da equipe de apoio pedagógico, ao dar as boas vindas aos presentes na live, referiu-se aos estudantes como “clientes”. A secretaria de educação não é uma empresa e a educação não deve ser tratada como mercadoria, mas sim como um direito, um requisito fundamental para a formação da cidadania e dos sujeitos. Reiteramos que esse município possui excelentes profissionais muito bem capacitados em universidades do Brasil e do mundo, que pesquisa a educação seja pela necessidade de se manter sonhando com uma educação de qualidade, seja pela formação em si, abrir mão desses trabalhadores e ir buscar em bancos de universidades privadas profissionais que atuam como marqueteiros, cujo objetivo seja vender um produto, ainda que ele nem seja tão bom, é marcar posição contrária a defesa da educação de qualidade, que no vídeo já deixou clara que esta não será laica, e que gratuita pode ser que seja, mas pela nota do instituto, nos será muito cara.

Por tudo isso, nós signatários desta nota unificada repudiamos o evento promovido pela empresa “Instituto Conhecer”, sob encomenda da Secretaria Municipal de Educação comandada por Carla Natália Marinho".

Fonte: Nota Unificada de Repúdio à Seme de Búzios e à empresa “Instituto Conhecer” (blogsepelagos.blogspot.com)

Assinam:

Sepe Lagos, Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro, Núcleo Lagos;

Coletivo Nacional de Educação da CONAQ, Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas;

ACQUILERJ, Associação das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro;

Núcleo de Estudos Afro-brasileiros Ondjango da FAETEC;

Portal Esquerda Online (Resistência/PSOL);

Resistência Feminista (PSOL);

Movimento Por Nossos Filhos (mães, pais e responsáveis por alunos de Búzios, RJ);

Movimento Defenda o Ensino Médio em Búzios;

Construção Coletiva Búzios;

PSOL Búzios, Partido Socialismo e Liberdade, diretório municipal de Armação dos Búzios;

Frente Feminista de Búzios;

Coleduc, Coletivo de Educadores de Araruama;

Sepe Rio das Ostras/Casimiro de Abreu, Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro, Núcleo Rio das Ostras/Casimiro de Abreu;

UNEGRO-RJ, União de Negras e Negros Pela Igualdade do Estado do Rio de Janeiro;

IHG, Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania - BH/MG;

MNU, Movimento Negro Unificado, seção do Rio de Janeiro (Regional Lagos);

UP, Unidade Popular (Búzios e Cabo Frio);

UCE, União Cabofriense dos Estudantes;

MMRL, Movimento de Mulheres da Região dos Lagos;

AERJ, Associação dos Estudantes Secundaristas do Estado do Rio de Janeiro;

Campo Combativo do Sepe Lagos;

Movimento Nossa Classe Educação;

Portal Esquerda Diário (Movimento Revolucionário dos Trabalhadores);

Projeto Cidade Biblioteca;

Sepe Maricá, Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro, Núcleo Maricá;

Sepe Macaé, Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro, Núcleo Macaé;

FOB, Federação das Organizações Sindicalistas Revolucionárias do Brasil;

Siga-RJ, Sindicato Geral Autônomo do Rio de Janeiro;

PSTU Cabo Frio, Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, Regional Cabo Frio;

CSP-Conlutas RJ, Central Sindical e Popular Conlutas, Seção Rio de Janeiro;

Movimento Quilombo Raça e Classe / CSP-Conlutas;

Pedimos às demais entidades, organizações e movimentos que queiram se somar às assinaturas, que enviem email para blog.sepelagos@gmail.com.

Ver o vídeo no minuto 30:34:


 

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Holograma 3D de George Floyd para 'substituir' monumentos confederados em turnê no sul dos EUA






Um holograma em 3D de George Floyd começou sua turnê pelos estados do sul dos EUA, estreando na noite de terça-feira em Richmond, Virgínia. Ele deve ser exibido em vários locais de monumentos confederados nos EUA nos próximos dias.
Floyd foi o negro que morreu nas mãos da polícia de Minneapolis em um incidente que provocaria protestos de meses, cada vez mais violentos , nos Estados Unidos e além. 

Agora, sua família, em conjunto com um artista visual e a organização sem fins lucrativos Change.org, substituirá temporariamente antigas estátuas e monumentos confederados em todo o sul, que foram derrubados em recentes protestos anti-racismo.

A obra de arte consiste em um enxame de vaga-lumes brilhantes que se juntam para criar uma imagem 3D de Floyd, ao lado da qual seu nome aparece estampado em letras de grafite pintadas em todo o mundo.

O trabalho é apelidado de 'Uma Mudança Monumental: O Projeto Memorial do Holograma George Floyd' e foi criado pela Change.org e pela Fundação George Floyd, estabelecida por sua família.

"O holograma permitirá que o rosto do meu irmão seja visto como um símbolo de mudança nos locais onde a mudança é mais necessária", disse Rodney Floyd, irmão de George Floyd, em comunicado. 

O holograma deve fazer uma excursão de cinco paradas pelo sul dos EUA, incluindo locais confederados na Carolina do Norte e na Geórgia, ecoando os Freedom Rides de 1961, durante os quais ativistas de direitos civis usavam ônibus interestaduais para desafiar a segregação racial. 

Várias estátuas e monumentos confederados de alto perfil foram desfigurados ou demolidos em meio à recente onda de protestos anti-racismo nos EUA. Também houve pedidos de renomeação de bases militares americanas com títulos vinculados à confederação. 

No que pode ter sido um caso de identidade equivocada ou dano colateral, uma estátua de Frederick Douglass, um ex-líder de direitos civis que se tornou escravo e também foi demolida em meio à reação recente.

Fonte: "RT"

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quarta-feira, 3 de junho de 2020

VIDAS NEGRAS IMPORTAM!!!

ESTADOS UNIDOS


Solidariedade no Brooklyn ("nytimes")

Foto: Demetrius Freeman para o New York Times

Manifestantes reunidos em torno da estátua do general confederado Robert E. Lee ("nytimes")


Foto: Steve Helber / Associated Press

Manifestação no Capitólio, St. Paul, Minnesota, em 2 de junho. Foto:Jim Mone/AP

Foto:David J. Phillip/Associated Press

Foto de Bryan Denton para o New York Times

Foto: Ruth Fremson/ The New York Times

Foto: Martha Asencio-Rhine/ Tampa Bay Times, via Associated Press

FRANÇA

Manifestação organizada em Paris pelo comitê de apoio à família de Adama Traoré, um negro de 24 anos que morreu em 2016 após sua prisão ("leparisien")


No final do dia de terça-feira (92), quase 20.000 pessoas se reuniram na corte de Paris, no 17º arrondissement. Inicialmente calmo, mas a violência pontuou o final da manifestação no início da noite.  Foto:AFP/ Stéphane de Sakutin

REINO UNIDO

MILHARES de manifestantes foram ao Hyde Park para uma manifestação do Black Lives Matter hoje contra a morte de George Floyd nos EUA ("thesun" 


Foto: London News Pictures

HOLANDA


Protesto anti-racismo em Amsterdã. Foto: EPA

CABO FRIO, RIO DE JANEIRO, BRASIL

Manifestação na Praça Porto Rocha ontem (2)

Foto: RC24h

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terça-feira, 20 de novembro de 2018

ONU promove diálogo com gestores municipais sobre enfrentamento à violência contra juventude negra



Você sabia que "uma pessoa negra entre 15 e 19 anos tem hoje três vezes mais chance de ser assassinada do que uma pessoa branca na mesma faixa etária no país". 

Fonte: "Nações Unidas"

sábado, 3 de novembro de 2018

DENUNCIE!

Para denunciar, basta indicar a URL da página com o print da tela ou número de WhatsApp e na Sala de Atendimento ao Cidadão:


terça-feira, 9 de outubro de 2018

MARIELLE VIROU SEMENTE

Grafite de Marielle (Foto: Daniel Ramalho/AFP)

Sonho da vereadora do PSOL de multiplicar número de mulheres no poder legislativo se realiza

A presença de Marielle Franco nas eleições de 2018 foi nacional. Candidatas de outros estados disseram ao JORNAL DO BRASIL que a vereadora do PSOL — morta a tiros em março, assim como seu motorista Anderson Gomes — inspirou fortemente a participação delas no pleito. No post em que comemora sua eleição, a vereadora Aúrea Carolina (PSOL), deputada federal com o maior número de eleitores em Minas Gerais, com 162.740 votos, escreveu “#MarielleVive;ElasSim”. “Marielle lutava pela presença de mais mulheres negras na política, para que mandatos feministas e antirracistas e periféricos pudessem se multiplicar”, disse Áurea Carolina ao JB.

Em São Paulo, Mônica Seixas, eleita deputada estadual, disse que sua candidatura foi construída com Marielle. “Ela nos deixou uma responsabilidade e abriu alas para milhares de negras passarem. A luta antirracista e por direitos humanos se reforçou em um momento de grande retrocesso nos legislativos do país”, disse a parlamentar, que passou a ser a terceira mulher negra a chegar à Assembleia Legislativa de São Paulo — Leci Brandão do PCdo B se reelegeu.

Amiga de Marielle desde que dava aulas no vestibular da Favela da Maré, a vereadora de Niterói Talíria Petrone agora é deputada federal. Ela e Marielle fizeram uma dobradinha forte nas eleições de municipais de 2016, quando algumas vezes Marielle foi a Niterói fazer campanha ao lado da amiga, e Talíria também ia ao Rio panfletar com ela. “A decisão da minha candidatura ao Congresso Nacional foi construída sob inspiração de Marielle. A morte dela nos dá uma imensa responsabilidade de manter suas pautas cada vez mais presentes no debate. Precisamos lutar contra o homicídio dos jovens negros, por um novo modelo de segurança pública nas favelas e na periferia por cidades mais dignas às mulheres, como fazia Mari”, afirmou Talíria, que obteve mais de cem mil votos. “Renata Souza, Dani Monteiro e Mônica Francisco formam a maior bancada de mulheres na Alerj”, ressaltou Talíria, citando candidatas que integravam o gabinete de Marielle.

Renata Souza, que como Marielle nasceu na Favela da Maré, passa a frequentar a Alerj com um lastro de ativismo em comunidades. Mônica Francisco, por sua vez, é uma forte liderança da Favela do Borel. Também integrante do mandato de Marielle, ela lembra que recebeu um recado bem direto em relação à sua candidatura: “Eu disse a ela que ainda não estava pensando em ser parlamentar, e ela me olhou e disse: ‘É bom você ir pensando’”.

Dani Monteiro, por sua vez, recorda que Marielle insistia que mulheres negras e faveladas eram eleitas rarissimamente, como Jurema Batista e Benedita da Silva e que isso deveria mudar urgentemente: “Isso incomodava muito a Mari. Ela liderou encontros históricos com mulheres aqui no Rio e em outros estados para mudar isso. E não há dúvida de que Marielle realizou essa transformação”.

Para Mônica Freitas, essa transformação vai se solidificar ainda mais nas eleições municipais em 2020: “Nós estamos nos comunicando com frequência. Mulheres negras e periféricas de diferentes estados estão cada vez mais unidas. Esse é o legado que ela nos deixou”. Marielle fazia um tipo de política que trazia os problemas reais à Assembleia Legislativa. “Sua proposta de um transporte sem assédio a mulheres é de quem sabia a realidade do transporte público. Era a vida real de que ela tratava”, disse Mônica Francisco”.

Rogério Daflon

Fonte: "jb"


sábado, 22 de setembro de 2018

Já são 6 os investigados por humilhar professor em Rio das Ostras; Ofensas eram de cunho racista e homofóbico, diz polícia

Professor Thiago Santos 

Em perícia realizada na escola de Rio das Ostras, foram encontradas pichações que faziam apologia a facções criminosas.

Subiu para seis o número de investigados por agredir e humilhar um professor em uma escola de Rio das Ostras, no interior do Rio. O delegado Carmelo Santalucia, da 128ª Delegacia de Polícia, ouviu o professor Thiago dos Santos Conceição, de 31 anos, na tarde deste sábado (22) e disse que as ofensas vinham evoluindo e tinham cunho racista e homofóbico.

"O depoimento da vítima era muito aguardado. Ele pediu um prazo para se apresentar porque aquele tipo de ofensa o abalou psicologicamente. Ele nos disse que não foi a primeira vez e percebia o aumento no tipo de ofensas relacionadas a ele", disse Carmelo Santalucia.

Santalucia falou que inicialmente a polícia trabalhava com a hipótese de que quatro jovens teriam praticado o crime. Depois de ouvir as testemunhas e a vítima, o número de suspeitos subiu para seis.

Entre os investigados estão cinco adolescentes e um maior de idade, que pode ser indiciado pelo crime de corrupção de menores.

O professor apresentou para o delegado um documento que comprova que as ofensas já haviam sido comunicadas à direção e que o caso foi registrado administrativamente pela escola.

O delegado afirmou que se constatar que houve omissão por parte da escola, os responsáveis também poderão ser investigados.

A segunda etapa das investigações da Polícia Civil será intimar todos os jovens para que contem suas versões do fato. Depois de ouvi-los, a polícia poderá esclarecer o que cada um praticou dentro de tudo que foi mostrado no vídeo.

Ambiente escolar?

A polícia realizou uma perícia no Ciep Municipal Mestre Marçal e encontrou pichações de órgãos sexuais e que faziam apologia a facções criminosas.A polícia informou que a direção da escola disse que essa situação é corriqueira na unidade.

"Até do surgimento desse fato, não tínhamos noticias de crimes praticados no interior dessa escola, mas depois dessa denúncia, surgiram outras pessoas denunciando fatos parecidos",informou o delegado.

O Ministério Público Estadual também entrou no caso por meio da Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude da Comarca de Rio das Ostras. O órgão informou que vai comunicar o fato do envolvimento do maior de idade à Promotoria de Justiça Criminal que possui atribuição para crimes cometidos por maior de idade.

O aluno que fez as gravações na terça-feira (18) está entre os identificados pela polícia. Nas imagens, os estudantes do 9º ano aparecem insultando o professor, amassando e até comendo parte das provas. Um dos quadros foi parcialmente destruído e até uma calça foi arremessada na direção do professor, enquanto ele escrevia no quadro. O professor chegou a questionar se a intenção era atingi-lo, e um outro aluno respondeu: "'Peraí' que agora vai acertar".

As cenas viralizaram e uma série de ações ocorreu na unidade de ensino. Os pais se desculparam e disseram que os filhos se arrependeram. A avó de um deles lamentou por meio de um vídeo a atitude do aluno. Os alunos envolvidos também chegaram a postar vídeos nas redes sociais se desculpando.

O professor acredita que a luta pela educação precisa continuar, mas revelou que ficou um sentimento de frustração ao lidar com os alunos do Ciep. Ele também teme voltar a dar aulas. “Desejo continuar com a minha profissão, mas temo pela minha vida", disse o professor agredido.

Fonte: "g1"

sábado, 11 de novembro de 2017

COISA DE PRETO

Jovelina Pérola Negra, foto rionoteatro

"Coisa de Preto é a bruxaria contida num conto de Machado de Assis. Um samba escrito pela caneta de Mauro Diniz. Coisa de preto é a poesia de Cartola. Os dedos a bailar sobre o violão de Paulinho da Viola. Ah, só podia ser preto - Romário, Imperador, Ronaldinho. Responder ao racismo com Lamentos em forma de chorinho. Pixinguinha, preto rei, rei dessa coisa escura. Renato Gama autodidata senhor da soltura. Coisa de preto é manter-se grande diante de quem mata. É se precisar ameaçar com canhão pelo fim da chibata. Coisa de preto é viver com alegria".

"Inventar a matemática, arquitetura, medicina, agricultura e filosofia. Ser parte da primeira civilização. Ser senhor do Blues, do Samba, do Reggae, do Pop, Soul, do Jazz. É manter amor à Terra diante de um povo que a desdenha pelo céu. Coisa de preta é Jovelina partideira. Milton, Djavan, Tim, Alcione e Candeia. Veja a noite Yurugu, fique atento. É preta a senhora dona do vento. Veja, estejas pronto e ouvindo."


Jonathan Oliveira Raymundo


Observação 1 : Relembrando: Em vídeo vazado por dois integrantes do movimento negro, um deles um ex-cinegrafista da Globo que teria testemunhado a cena ao vivo, por meio de um televisor na rede interna da emissora, William Waack, jornalista da Globo,  reclama de uma buzina da rua que ressoa no estúdio e diz, em tom de piada, “É coisa de preto”.

Observação 2Racismo é crime: pode dar até quatro anos de prisão.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Caso de racismo em Búzios

O segurança Eviton e o argentino Mário Paz, foto site rc24h

Segundo o site RC24h "várias pessoas testemunharam" e a "vítima teria prestado queixa na delegacia do balneário". O fato ocorreu ontem (dia 1º).  

O motivo teria sido o volume da música do Varanda's Pub localizado na Orla Bardot. Eviton Vivinho, segurança do local, teria sido chamado de "macaco" e "gorila" pelo argentino Mário Paz, dono da Pousada Vila do Mar e do Gran Cine Bardot. Leia mais no site "rc24h".

Comentários no Facebook:
Maria Elena Olivares Agora podermos entender porque excluiu a cultura Afro do Conselho da Política Cultural de Búzios, não gosta de negro o ex Secretario de Cultura
Thomas Sastre Crime inafiançavel apos falam de cultura com este tipo de gente a nossa vergonha Buziana
Thomas Sastre ESTA SEMANA PREGUNTEI A CERTOS ELEMENTOS QUE SE INTITULAM A IMPRENSA DA CIDADE SOBRE ESTE CASO DE CRIME DE RACISMO ,,SABEM O QUE ME RESPONDERÃO ,,,NÃO PASSOU NADA O CARA QUER SE PROMOVER EM AS CUSTA DO GRANDE ARTISTA QUE SAI NA GLOBO ELE E FAMOSO E OU OUTRO NÃO E NADA ,,, ,RESPONDI QUER DIZER QUE SAIR EM A GLOBO E FINO ,E POR ISSO QUE A TODA HORA SAI EM A GLOBO DELINQUENTES ,VIGARISTAS,,POLÍTICOS CORRUPTOS ,,DA PARA ENTENDER O PORQUE NADA E SERIO AQUI COM ESTE TIPO DE GENTE ,SE SE VENDEM POR UM SALGADINHO ,EM AS FESTINHAS MUNDANAS QUE SEMPRE SÃO FEITAS PARA SEU GRUPINHOS DE PICARETAS COM O PAPO DA CULTURA BOÇAL QUE SEMPRE APRESENTAM ,MAIS UMA COISA E CERTA SAEM DE PANÇA CHEIA