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quinta-feira, 3 de junho de 2021

Nascer do dia na foz do Rio Una

 

Nascer do dia na foz do Rio Una. Foto: Rubens Lopes

sexta-feira, 1 de maio de 2020

PANO PRETO NA JANELA

Da página do facebook de Armando Mattos da BAB Bienal



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domingo, 16 de fevereiro de 2020

Pescaria

Três pescadores, Orla Bardot, Armação dos Búzios, RJ, Brasil

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segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Exposição "Etnias - A beleza do ser humano", no Espaço Cultural Zanine, em Búzios

Exposição "Etnias - A beleza do ser humano". 


A Prefeitura de Búzios, por meio da Secretaria de Turismo, Cultura e Patrimônio Histórico, inaugura a exposição “Etnias – A beleza do ser humano” nesta sexta-feira (3/01), a partir das 19 h, no Espaço Cultural Zanine. A mostra reúne obras do artista plástico, Matheus Pereira, e retrata a beleza da diversidade cultural, pintando rostos que representam estilos de vida de diferentes povos do mundo.
Obras do artista plástico Matheus Pereira valorizam as diferentes culturas pelo mundo — Foto: Divulgação

Matheus Pereira é buziano, descendente de famílias que vivem nessa região por gerações, vê na beleza da cidade, e na ancestralidade, uma grande fonte de inspiração. Tem 24 anos, é autodidata, e participou  de vários movimentos culturais, como o Circuito de Arte Búzios, onde expôs na Rua das Pedras e no Zanine. Como destaque de seu trabalho, pintou Dona Eva, no mastro que foi erguido no Quilombo da Rasa, em seu aniversário de 108 anos. O artista também doou a tela “Dona Zerbina” ao Memorial da História Buziana, que acontece todos os anos no aniversário da Igreja de Sant’Anna. Participou do Festival Gastronômico, com exposição na Praça dos Ossos e fechou o ano de 2019 com a primeira exposição individual “Raizes” no Corredor Cultural Torres do Cabo, realizado na Câmara Municipal de Cabo Frio, em alusão ao dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.

O artista plástico Matheus Pereira trabalha com sombras e traços marcantes — Foto: Divulgação

Obra do artista plástico Matheus Pereira exposta em Búzios — Foto: Divulgação

Os visitantes poderão conferir a exposição a partir das 19h de sexta-feira (3) e as obras seguem no local até o dia 3 de fevereiro. A entrada é gratuita.
Serviço
Evento: Exposição “Etnias – A beleza do ser humano”
Local: Espaço Cultural Zanine - Estr. da Usina Velha, 600 - Village de Búzios, Búzios
Data: De 3 de janeiro a 3 de fevereiro
Horário de Funcionamento: Segunda a sexta, das 8h às 17h e Sábado, domingo e feriados, das 9h às 18h
Entrada: Gratuita
Mostra do artista plástico Matheus Pereira ficam expostas em Búzios até fevereiro — Foto: Divulgação
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sexta-feira, 6 de setembro de 2019

CASCA DE NOZ


Exposição com charges de Bolsonaro é suspensa

Charge: Latuff


Uma exposição de charges foi suspensa ontem na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Em um dos trabalhos, o presidente Jair Bolsonaro está ajoelhado, lambendo os sapatos do presidente norte-americano Donaldo Trump.

A exposição "Independência em Risco" começou na segunda-feira (2) e foi montada em uma área de circulação da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Reunia 36 trabalhos de 19 autores. Mas a exposição não durou 24 horas. No dia seguinte, a presidente do legislativo municipal, Monica Leal (PP), decidiu suspender o evento sob alegação de que os trabalhos eram ofensivos.
"Eu recebi uma ligação de que a exposição tinha caráter ofensivo. Eu saí do meu gabinete e fui conferir. Fiquei chocada, surpresa com a charge do presidente Bolsonaro beijando botinas do Trump ou do presidente Trump defecando na embaixada do Brasil. Isso não pode acontecer. Temos que se pautar no respeito, na razoabilidade", disse Monica.


A vereadora afirma que, no pedido para reserva do espaço, foi encaminhada uma imagem diferente das apresentadas. "Estamos numa época que o exercício da liberdade da expressão se banalizou de uma maneira, mas não posso permitir que um lugar público, que é de todos, mostre, sirva de palco para exposição ofensiva", disse Monica.


O vereador Marcelo Sgarbossa (PT), que solicitou a reserva do espaço, negou que as peças tenham caráter ofensivo. "Óbvio que não pode divulgar coisas que afetem a dignidade. Mas não é ofensivo, ali tem crítica política, da subserviência de Bolsonaro a Trump. Não tem nada que fere valores íntimos, religiosos, de sexualidade. É uma crítica política", afirmou o vereador.
Sgarbossa diz que a presidente da Câmara foi arbitrária ao suspender a exposição. "Ela está alegando que não tinha conhecimento de todos os trabalhos. O fato de ter que saber antes o que estão divulgando já é um problema, de querer funcionar como censora. Ela se auto-proclama como a pessoa que pode dizer o que pode ser visto e o que pode não ser visto na Câmara".
A presidente do legislativo municipal afirmou que na manhã de hoje levou o assunto para a mesa diretora, composta de outros seis vereadores e que todos concordaram com a decisão. Entretanto, Sgarbossa salientou que a mesa diretora é composta apenas por partidos de situação, sem contar com representantes da oposição.
O vereador do PT espera que seja revista cancelamento da exposição, que iria até 19 de setembro. Entretanto, Monica nega que isso irá acontecer. "A decisão está tomada e não volto atrás", complementou a vereadora.
Responsável pela exposição, o presidente da Grafistas Associados do Rio Grande do Sul (Grafar), Leandro Bierhals, considerou o cancelamento como uma forma de censura. "As nossas charges não são ofensivas, mas são reflexos da realidade. O que a gente faz com a charge é uma crítica."
A suspensão da exposição de charges ocorreu menos de dois anos depois do cancelamento da Queermuseu, no Santander Cultural, também em Porto Alegre. Na época, algumas imagens também foram consideradas ofensivas. O banco decidiu suspender a mostra após receber mensagens argumentando que as obras incentivavam à pedofilia, zoofilia e era contra os bons costumes. O curador da mostra Gaudêncio Fidelis, negou essa conotação.

sexta-feira, 24 de maio de 2019

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

NERO

Nero, charge de João Carlos Mattias

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Voto vendido




O cabra que compra voto
Começa fazendo feio
E depois, se for eleito
Vai ser um grande aperreio
O povo de bucho vazio
E ele de bolso cheio
Não só dinheiro compra voto
Por isso fique de olho
Pode ser promessa de emprego
Dentadura ou tijolo
Não importa o que ofereçam
Eleitor, não seja tolo

Fonte: MPF

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

"Meu mundo e nada mais”, exposição de Nelsinho Jakó no Espaço Cultural Zanine

Obra de Nelsinho Jakó, foto ascom buzios


Visite a exposição de Nelsinho Jakó – “Meu mundo e nada mais”, até o dia 02 de setembro no Espaço Cultural Zanine, em Búzios. 

Mostra da produção dos trabalhos do artista, desde os anos 1990 até obras produzidas recentemente. A primeira e mais abrangente exposição individual do artista no cenário contemporâneo.

O Espaço Cultural Zanine fica na Estrada Velha da Usina, ao lado da Prefeitura de Búzios, no Centro.

Nelsinho Jakó, foto ascom buzios
Ascom Búzios


sexta-feira, 20 de julho de 2018

3º Circuito Arte Búzios 2018

Banner do 3º Circuito Arte búzios 2018
A terceira edição do Circuito Arte Búzios será aberta nesta sexta-feira (20), às 18 horas, com um coquetel no espaço Zanine,  e vai até domingo (29), com exposição de artes pelas ruas de Armação dos Búzios. O “CIRCUITO", em sua terceira edição, reúne anualmente artistas e galerias do município. 

A programação será realizada em 15 pontos turísticos, ruas, restaurantes, pousadas e galerias, entre eles Rua das Pedras, Porto da Barra, Orla Bardot, Travessa dos Pescadores, Praça dos Ossos, Praça do Inefi, Shopping nº 1, Galeria 27, Praça Santos Dumont, Cine Bardot, espaço Zanine, Shopping Aldeia da Praia e Rua Manoel Turíbio de Faria.

O Evento, que já faz parte da calendário anual de eventos do município, tem como objetivo integrar os artistas e visitantes, divulgar os artistas plásticos residentes e convidados. 

Os 70 Artistas já inscritos serão expostos em dezenas de estabelecimentos e nas áreas públicas.
 3º Circuito Arte búzios 2018, artistas participantes 
Artistas estarão pintando ao ar livre na Orla, Praça dos Ossos, Porto da Barra, etc.

A Rua das Pedras, Turibio e arredores estarão com arte presente em seus estabelecimentos e restaurantes.


As oficinas de varias modalidades ( fotografia em celular, pintura, escultura, reciclagem, Graffiti-arte urbana, etc) serão gratuitas para crianças e adultos, e realizadas no Espaço Zanine e Rua das Pedras.

 3º Circuito Arte búzios 2018, oficinas
Algumas performances de dança, Graffiti-arte urbana, e música serão acrescentadas às mostras nas praças e locais abertos.

O evento é uma criação e realização de Flory Menezes e Luciana Fajardo, com assistência de produção de Fernanda Guimarães e apoio da Secretaria de Cultura e estabelecimentos locais.
DURAÇÃO: 09 dias de evento, de 20 a 29 de julho de 2018.

PROGRAMAÇÃO DE 2018:

3º Circuito Arte búzios 2018, programação 

Para informações e programação dos eventos:

sábado, 21 de abril de 2018

Ateliê Licuri Pataxó

Foto de capa da página "Atelier Licuri Pataxó"

Visitem a página no Facebook pelo link: "atelierlicuri"

Ou façam uma visita: Rua Manoel Turíbio de Farias
Armação Dos Búzios, Rio De Janeiro, Brazil
@atelierlicuri
Tel:  (22) 99958-5558 

quinta-feira, 15 de março de 2018

Artistas de Búzios - 1 - Abigail Vasthi Schlemm

Abigail, foto Click junho 2002

Radicada em Búzios desde 1987, Abigail nasceu em Miguel Pereira numa casa de poucos cômodos, sem energia elétrica e com fogão à lenha. Apesar do extravagante sobrenome Vasthi Schlemm, Abigail é filha de brasileiros.

Só foi se dedicar à pintura após se desligar da direção da SUSEP  (Superintendência de Seguros Privados).

Motivo que a levou a fazer opção pela mulher como figura central de suas telas: Educada  em um internato feminino, mãe de três filhas, a artista nasceu, cresceu e viveu no meio de fortes figuras femininas.

Independente e alheia a modismos, Abigail pinta o que quer. Geralmente mulheres em grupo, mal definidas, elaboradas em pinceladas fortes e cores quentes, e sem face.

Por que as suas mulheres não tem cara?
"Eu acho que a cara às vezes atrapalha, contamina a expressão.Você pode colocar uma expressão alegre num corpo, e uma cara triste estraga tudo. Então, para evitar essa contaminação da expressão nos meus quadros, eu omiti a expressão no rosto" (2).

Significado da arte: 
"Desde pequena eu dizia que brincava de Deus. A arte para mim é uma coisa quase mística, embora eu não seja religiosa".

Mercado das Artes em Búzios: 
"Búzios é um mercado fabuloso para a arte de boa qualidade. Pela Rua das Pedras passa o presidente da Amil, da Shell, da Coca-Cola.  isso aqui é uma vitrine fabulosa". Abigail garante que há 25 anos vive exclusivamente da pintura.

Em 1987 montou a primeira galeria da Rua das Pedras. É a sua morada-atelier

Sobre Búzios:
"O meu objetivo hoje é continuar vivendo desfrutando o que a vida me deu de melhor, que é morar em Búzios. Isso é uma sorte enorme, quero morrer aqui".
"Em Búzios não tenho compromisso, não tenho horário, ninguém me esperando e não tenho ansiedade.Búzios me oferece liberdade, eu me sinto aqui uma gaivota. Em nenhum outro lugar do mundo eu senti algo parecido" (1).

Búzios é tão maravilhoso que "cada vez que eu chego aqui o meu coração se expande de alegria e prazer. Búzios é uma coisa muito especial pra mim, mas acho que a gente vem sofrendo uma invasão sistemática de pessoas que não respeitam. Está havendo um acúmulo de um tipo de gente muito esquisita, gente muito ambiciosa que vem explorar, que vem pelo lado comercial. Um tipo de gente que não vem procurando aquilo que a gente encontra de melhor em Búzios, que é a beleza, a alegria, o companheirismo, a amizade. Não, elas vêm procurando o dinheiro fácil, rápido, e com isso começo a perceber um certo tipo de degradação na nossa qualidade de vida" (2).

Sobre Mirinho Braga:
"Eu não votei no Mirinho na primeira vez e ele foi para mim no início do primeiro governo uma gratíssima surpresa. Ele ouvia os vários segmentos da sociedade, se integrava. Nesse segundo mandato eu tenho visto um prefeito escondido. Votei nele no segundo mandato, e depois disso ele não mostrou mais o rosto pra gente... Eu acho que o nosso prefeito (Mirinho) é uma pessoa honesta". (2) 

1) Revista Click, junho 2002
2) Jornal de Búzios, 22/08/2003
        

quarta-feira, 14 de março de 2018

Aniversariante do dia - Ferdinand Hodler (14/03/1853- 19/05/1918)

Ferdinand Hodler, Auto-retrato , 1916

PEQUENA BIOGRAFIA:
Nasceu em Berna. Foi um dos mais conhecidos pintores suíços do século 19. Suas primeiras obras eram paisagens convencionais que ele vendia em lojas para turistas. As suas primeiras obras da maturidade consistiam em paisagens, composições de figuras e retratos, tratados com um realismo vigoroso. Na última década do século XIX, seu trabalho evoluiu para combinar influências de vários gêneros, incluindo simbolismo e arte nouveau. Mais tarde desenvolveu um estilo próprio que chamou de "Paralelismo", caracterizado por agrupamentos de figuras organizadas simetricamente em poses sugerindo ritual ou dança. Seus trabalhos de sua última fase eram expressionistas fortemente coloridos e com figuras geométricas. As suas pinturas mais famosas, no entanto, retratam cenas de personagens envolvidos em atividades diárias, como o famoso lenhador (ver foto). Esta pintura aparece na nota de 50 francos emitida pelo Banco nacional da Suíça. Uma outra pintura de Hodler aparece na nota de 100. 

O Lenhador, Der Holzfäller, 1910

Lago de Genebra, visto de Chexbres, Ferdinand Hodler, 1905


    

segunda-feira, 12 de março de 2018

Búzios corre o risco de ficar sem Conselho de Cultura

Recebi a informação que até o presente momento apenas 6 pessoas se inscreveram para participar do processo de formação do Conselho Municipal de Política Cultural de Armação dos Búzios. As inscrições se encerram no dia 21 próximo. Os agentes culturais buzianos podem se inscrever como eleitores ou candidatos a conselheiros. 
Não é possível que uma cidade que mais tem artista por metro quadrado no Rio de Janeiro fique sem Conselho de Cultura. 
Local de inscrição: Espaço Cultural Zanine
Horário: 9 às 17 horas.
Maiores informações: "ipbuzios"   

Convocação Conselho de Cultura

domingo, 11 de março de 2018

Mudinho da Rasa - Escultor de Búzios

Banner exposição


Na sexta-feira (9) última, às 18h30, foi inaugurada no Espaço Cultural Zanine a exposição "Mudinho da Rasa, escultor de Búzios". A exposição ficará em cartaz de 09/03 a 08/04.
"Nascido e criado na Rasa, Manoel Antonio da Costa, mais conhecido como Mudinho, foi um dos artistas populares de maior destaque dos anos 1970. Superou a surdez se expressando através de originais esculturas em madeira que colhia dos troncos abandonados de barcos velhos nas praias, transformando-os em arte de santos, totens e animais" (Fonte: Prefeitura de  "buzios")


Mudinho, pequena biografia

Mudinho, análise da obra

Esculturas, foto 1


Meu Comentário: 
Está de parabéns a Coordenadora de Cultura de Búzios Srª Monica Werkhauser pela realização da exposição do escultor de Búzios Mudinho (Manoel Antônio da Costa).
Digo isso porque Mudinho, (e principalmente sua obra), é pouco conhecido em Búzios, apesar de ter sido considerado nos anos 70 o maior artista popular do Rio de Janeiro. Muitas de suas esculturas podem ser encontradas na Europa. Segundo Alfredo José Altamirano, em artigo no jornal O Fala Sério (14/06/2008), Mudinho conheceu o sucesso em vida, e "acabou se tornando um artista respeitado e com presença cativa nas mais expressivas exposições individuais e coletivas realizadas no Rio de Janeiro. Suas obras podem ser comparadas com o destacado Aleijadinho de Minas Gerais que esculpiu em pedra sabão destacadas obras de santos e Cristo, em Ouro Preto". A Prefeitura de Búzios, através do prefeito Mirinho Braga, o homenageou dando a uma das escolas que construiu na Rasa o seu nome. Mudinho morreu em casa, vítima de infarto do miocárdio, aos 83 anos, no dia 6 de setembro de 1987. A lamentar, o fato do Espaço Zanine ficar fechado aos domingos. #pobrecidaderica.


sexta-feira, 27 de outubro de 2017

O perigo da autocensura

“Olympia” (1863), de Édouard Manet, foto Wikipedia


"Pela primeira vez desde que foi fundado, há 70 anos, o Museu de Arte de São Paulo (Masp) decidiu vetar a presença de menores de 18 anos, ainda que acompanhados dos pais, em uma exposição de arte. A mostra tem como tema “Histórias da sexualidade”.

Em nota, o Masp busca justificar essa proibição, a que eufemisticamente chama de “autoclassificação”, com base num suposto balanceamento entre o princípio da liberdade de expressão e o princípio da proteção prioritária da criança e do adolescente. Afirma que seguiu os critérios contidos no “Guia Prático de Classificação Indicativa do Ministério da Justiça”.

A medida veio na esteira de episódios recentes de protestos raivosos, agressivos e até violentos em relação à exposição “Queermuseu”, no espaço Santander Cultural, em Porto Alegre, e à performance “La Bête”, no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo.
Parece não haver dúvida de que a real motivação para a restrição autoimposta pelo Masp não foi a vontade de se ajustar à “regulação vigente”, mas o temor de que viesse a ser alvo de protestos e reações semelhantes.

Esse ato de autocensura deve ser motivo de preocupação.

Em primeiro lugar, porque busca uma justificativa jurídica que não tem amparo na Constituição Federal. Com o fim da ditadura, a Constituição Federal de 1988 assumiu, de forma enfática, o compromisso de garantir a liberdade de expressão em geral (artigo 5º, IV), e da liberdade artística em especial (artigo 5º, IX), independentemente de censura ou licença. Essas liberdades, é claro, têm limites, que devem ser buscados no próprio texto constitucional.

Mas a classificação indicativa, invocada pelo Masp como forma de proteção da criança e do adolescente, é prevista na Constituição (artigo 21, XVI) exclusivamente para as “diversões públicas” e os programas de rádio e televisão. Essa classificação, que é meramente indicativa, não é aplicável a museus ou exposições de arte, que não se inserem no conceito de “diversões públicas”.

Para além da questão jurídica, essa autocensura diminui a importância do papel dos museus, de desafiar o público em geral, em especial os mais jovens, com novas e diferentes perspectivas e o de estimular o debate e o entendimento sobre temas controvertidos, incluída a sexualidade.

Os museus sempre constituíram um locus privilegiado para a livre manifestação artística. Obras consideradas chocantes e obscenas no passado, como “O Jardim das Delícias Terrenas” (1504), de Hieronymus Bosch; “A origem do mundo” (1866), de Gustave Courbet; e “Olympia” (1863), de Édouard Manet, hoje não chocam mais e são apreciadas como ícones da História da Arte.

O receio é o de que esse tipo de autocensura seja um passo no sentido da “naturalização” da ideia de museu como espaço de liberdade apenas para a arte considerada “comportada”, que não fira sensibilidades.

É indiscutível que a liberdade de expressão artística, como toda e qualquer forma de liberdade, tem limites e traz responsabilidades. Mas esses limites e essas responsabilidades são traçados pela própria Constituição Federal, não pela opinião de um grupo de pessoas, mesmo que constituam maioria dentro da sociedade.

A aplicação de um princípio constitucional não pode depender do que pense a maioria da população em uma determinada quadra da história. É por essa razão que o Supremo Tribunal Federal, guardião final dos princípios constitucionais, exerce um papel contramajoritário, de proteger os direitos das minorias contra as maiorias eventuais.

A história mostra que os costumes sociais mudam ao longo do tempo. Essas mudanças, geralmente, não se dão sem resistências e conflitos, porque, convenhamos, não é fácil aceitar alterações em nossa visão de mundo.

Daí a importância em não transigir com questões de princípio. Uma democracia se mede, entre outras coisas, pela firmeza com que são aplicados os princípios constitucionais, ainda que isso possa contrariar a opinião social predominante".

André Andrade

desembargador

Fonte: "tjrj"

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Contra o obscurantismo - 4

São Sebastião na Coluna de Pietro Perugino, Città dela Pieve, Itália,1446, Fontignano. Itália. 1524 (Divulgação)

HISTÓRIAS DA SEXUALIDADE

"O sexo é parte integral de nossa vida e, sem ele, sequer existiríamos. Por isso, a sexualidade tem desde sempre ocupado lugar central no imaginário coletivo e na produção artística. A exposição Histórias da Sexualidade traz um recorte abrangente e diverso dessas produções. O objetivo é estimular um debate — urgente na atualidade —, cruzando temporalidades, geografias e meios. Episódios recentes ocorridos no Brasil e no mundo trouxeram à tona questões relativas à sexualidade e aos limites entre direitos individuais e liberdade de expressão, por meio de embates públicos, protestos e violentas manifestações nas mídias sociais. O MASP, um museu diverso, inclusivo e plural, tem por missão estabelecer, de maneira crítica e criativa, diálogos entre passado e presente, culturas e territórios, a partir das artes visuais. Esse é o sentido do programa de exposições, seminários, cursos, oficinas e publicações em torno de muitas histórias — histórias da infância, da sexualidade, da loucura, das mulheres, histórias afro-atlânticas, feministas, entre tantas outras.

Concebida em 2015, esta exposição é fruto de longo e intenso trabalhoe foi antecedida por dois seminários internacionais realizados em setembro de 2016 e em maio de 2017. A exposição se insere em uma programação anual do MASP totalmente dedicada às histórias da sexualidade, que em 2017 inclui mostras individuais de Teresinha Soares, Wanda Pimentel, Miguel Rio Branco, Henri de Toulouse-Lautrec, Tracey Moffatt, Pedro Correia de Araújo, Guerrilla Girls e Tunga. São mais de 300 obras reunidas em nove núcleos temáticos e não cronológicos — Corpos nus, Totemismos, Religiosidades, Performatividades de gênero, Jogos sexuais, Mercados sexuais, Linguagens e Voyeurismos, na galeria do primeiro andar, e Políticas do corpo e Ativismos, na galeria do primeiro subsolo. A mostra inclui também a sala de vídeo no terceiro subsolo, como parte do núcleo Voyeurismos. Algumas obras de artistas centrais de nosso acervo — como Edgard Degas, Maria Auxiliadora da Silva, Pablo Picasso, Paul Gauguin, Suzanne Valadon e Victor Meirelles — são agora expostas em novos contextos, encontrando outras possibilidades de compreensão e leitura. Ao lado delas, uma seleção de trabalhos de diferentes formatos, períodos e territórios compõem histórias verdadeiramente múltiplas, que desafiam hierarquias e fronteiras entre tipologias e categorias de objetos da história da arte mais convencional — da arte pré-colombiana à arte moderna, da chamada arte popular à arte contemporânea, da arte sacra à arte conceitual, incluindo arte africana, asiática, europeia e das Américas, em pinturas, desenhos, esculturas, fotografias, fotocópias, vídeos, documentos, publicações, entre outros.

Nessas histórias, não há verdades absolutas ou definitivas. As fronteiras do que é moralmente aceitável deslocam-se de tempos em tempos. Esculturas clássicas que são ícones da história da arte não poucas vezes tiveram o sexo encoberto. Também os costumes variam entre as culturas e civilizações. Em diversas nações europeias e comunidades indígenas, é natural a nudez exposta em lugares públicos; a poligamia é aceita em alguns países islâmicos; a prostituição é prática legal em alguns estados e condenada em outros; há países onde o aborto é livre mas há outros onde é proibido. Até mesmo o conceito de criança mudou ao longo do tempo, assim como as regras de especificação etária.

O único dado absoluto, do qual não podemos abrir mão, é o respeito ao outro, à diferença e à liberdade artística. Portanto, é preciso reafirmar a necessidade e o espaço para o diálogo e que se criem condições para que todos nós — cada um com suas crenças, práticas, orientações políticas e sexualidades — possa conviver de forma harmoniosa.

Histórias da sexualidade tem curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, Lilia Schwarcz, curadora-adjunta de histórias do MASP, Pablo León de la Barra, curador-adjunto de arte latino-americana do MASP e Camila Bechelany, curadora assistente do MASP".

Fonte: "masp"

domingo, 22 de outubro de 2017

Contra o obscurantismo - 3

Seleção de Doze Desenhos Originais do Álbum Mangue, de Lasar Segall Vilna, Lituânia 1889,  São Paulo, Brasil, 1957, (Divulgação)


HISTÓRIAS DA SEXUALIDADE

"O sexo é parte integral de nossa vida e, sem ele, sequer existiríamos. Por isso, a sexualidade tem desde sempre ocupado lugar central no imaginário coletivo e na produção artística. A exposição Histórias da Sexualidade traz um recorte abrangente e diverso dessas produções. O objetivo é estimular um debate — urgente na atualidade —, cruzando temporalidades, geografias e meios. Episódios recentes ocorridos no Brasil e no mundo trouxeram à tona questões relativas à sexualidade e aos limites entre direitos individuais e liberdade de expressão, por meio de embates públicos, protestos e violentas manifestações nas mídias sociais. O MASP, um museu diverso, inclusivo e plural, tem por missão estabelecer, de maneira crítica e criativa, diálogos entre passado e presente, culturas e territórios, a partir das artes visuais. Esse é o sentido do programa de exposições, seminários, cursos, oficinas e publicações em torno de muitas histórias — histórias da infância, da sexualidade, da loucura, das mulheres, histórias afro-atlânticas, feministas, entre tantas outras.

Concebida em 2015, esta exposição é fruto de longo e intenso trabalhoe foi antecedida por dois seminários internacionais realizados em setembro de 2016 e em maio de 2017. A exposição se insere em uma programação anual do MASP totalmente dedicada às histórias da sexualidade, que em 2017 inclui mostras individuais de Teresinha Soares, Wanda Pimentel, Miguel Rio Branco, Henri de Toulouse-Lautrec, Tracey Moffatt, Pedro Correia de Araújo, Guerrilla Girls e Tunga. São mais de 300 obras reunidas em nove núcleos temáticos e não cronológicos — Corpos nus, Totemismos, Religiosidades, Performatividades de gênero, Jogos sexuais, Mercados sexuais, Linguagens e Voyeurismos, na galeria do primeiro andar, e Políticas do corpo e Ativismos, na galeria do primeiro subsolo. A mostra inclui também a sala de vídeo no terceiro subsolo, como parte do núcleo Voyeurismos. Algumas obras de artistas centrais de nosso acervo — como Edgard Degas, Maria Auxiliadora da Silva, Pablo Picasso, Paul Gauguin, Suzanne Valadon e Victor Meirelles — são agora expostas em novos contextos, encontrando outras possibilidades de compreensão e leitura. Ao lado delas, uma seleção de trabalhos de diferentes formatos, períodos e territórios compõem histórias verdadeiramente múltiplas, que desafiam hierarquias e fronteiras entre tipologias e categorias de objetos da história da arte mais convencional — da arte pré-colombiana à arte moderna, da chamada arte popular à arte contemporânea, da arte sacra à arte conceitual, incluindo arte africana, asiática, europeia e das Américas, em pinturas, desenhos, esculturas, fotografias, fotocópias, vídeos, documentos, publicações, entre outros.

Nessas histórias, não há verdades absolutas ou definitivas. As fronteiras do que é moralmente aceitável deslocam-se de tempos em tempos. Esculturas clássicas que são ícones da história da arte não poucas vezes tiveram o sexo encoberto. Também os costumes variam entre as culturas e civilizações. Em diversas nações europeias e comunidades indígenas, é natural a nudez exposta em lugares públicos; a poligamia é aceita em alguns países islâmicos; a prostituição é prática legal em alguns estados e condenada em outros; há países onde o aborto é livre mas há outros onde é proibido. Até mesmo o conceito de criança mudou ao longo do tempo, assim como as regras de especificação etária.

O único dado absoluto, do qual não podemos abrir mão, é o respeito ao outro, à diferença e à liberdade artística. Portanto, é preciso reafirmar a necessidade e o espaço para o diálogo e que se criem condições para que todos nós — cada um com suas crenças, práticas, orientações políticas e sexualidades — possa conviver de forma harmoniosa.

Histórias da sexualidade tem curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, Lilia Schwarcz, curadora-adjunta de histórias do MASP, Pablo León de la Barra, curador-adjunto de arte latino-americana do MASP e Camila Bechelany, curadora assistente do MASP".

Fonte: "masp"