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domingo, 27 de janeiro de 2019

Resposta de um jornalista holandês à ministra Damares

Damares Alves, Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Foto: yahoo

A Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, em um vídeo antigo, disse que os holandeses masturbam crianças. A afirmação gerou polêmica na Holanda, levando vários jornalistas do país a se manifestarem sobre o assunto. 
No vídeo- gravação de uma palestra em 2013-  a pastora Damares diz que, na Holanda, é distribuída uma cartilha que ensina os pais a masturbarem seus filhos pequenos e que especialistas defendem a manipulação dos órgãos genitais de crianças a partir de 7 meses de idade.
Segundo ela, “na Holanda, esses especialistas, esses homens que são grandes especialistas, que fizeram não sei quantas universidades, eles ensinam que o menino tem que ser masturbado com 7 meses de idade para que, quando ele chegar na fase adulta, ele possa ser um homem saudável sexualmente, e a menina tem que ter a vagina manipulada desde cedo para que ela tenha prazer na fase adulta, e essa prefeita fez isso”, afirma Damares.
Lá na Holanda eles estão até distribuindo uma cartilha ensinando os pais como massagear sexualmente as suas crianças”, completa, no vídeo, que parece ter sido gravado durante uma pregação.
A gravação foi recebida com espanto pela imprensa e por internautas holandeses. O jornal de maior circulação no país, De Telegraaf, publicou uma reportagem com o título: “Ministra brasileira conta fábulas sexuais sobre a Holanda”. O site do canal de notícias RTL Nieuws também publicou uma matéria sobre o vídeo, sob o título “Ministra brasileira: especialistas holandeses recomendam satisfação sexual de bebês”.

No dia 24 último, o colunista MARCEL PEEREBOOM PLUMPER escreveu um artigo comentando as afirmações da ministra com o título “Nós vivemos em um país que é uma fábrica de sexo”.
No artigo, ele se pergunta se “não é hora de fazer algo sobre a imagem da Holanda”, depois de ler “as fantasias que a nova ministra brasileira da Mulher, Família e Direitos Humanos, a senhora Damares Alves, fala de nosso país”. E que essas notícias falsas provenientes do estrangeiro, frequentemente espalhadas pelos Países Baixos, é consequência da “nossa tolerância proverbial”. 
Para o colunista, as coisas ficaram tão fora de controle que parece que na Holanda “vivemos em Sodoma e Gomorra, onde tudo é possível”.
Eu não sei se no Brasil se exige algum grau de formação para que uma pessoa assuma algum Ministério” mas a Sra Damares Alves acredita que "especialistas holandeses aconselham que um menino de sete meses seja estimulado sexualmente para que possa ser um homem sexualmente saudável quando adulto ".
Quando se trata de meninas, nossos especialistas recomendam o mesmo, de acordo com a ministra”. “Os pais recebem um livreto em que são ensinados a massagear os filhos sexualmente", conta Alves.

Caixa feliz

O colunista escreveu que “sentiu falta desse livreto quando recebeu a Caixa Feliz (Happy Box). “Lembro-me de um creme, uma chupeta com 'I love Mama' e uma pilha de Pampers. Mas de um livro sobre como devemos massagear nosso bebê sexualmente? Não. A propósito, teremos que explicar à Sra. Alves e ao resto do mundo o que é uma Caixa Alegre, antes que isso também seja mal interpretado”.
O que inspira a ministra ficou claro quando li que a Madame era uma pastora evangélica, opõe-se fortemente ao aborto e acredita que ninguém nasce homossexual. Bem, a mensagem evangélica é sempre acompanhada de servidão primitiva e sem lugar para tolerância”.
Não importa quão grande seja o absurdo, podemos ajudar um pouco nossos amigos estrangeiros apresentando nossa sociedade com mais clareza. Poderíamos citar alguns equívocos familiares do “grande livro de conto de fadas holandês” que circula no estrangeiro há anos.
Por exemplo, a senhora deputada Alves ficará encantada com o facto de os protestos serem cada vez mais promovidos em clínicas de aborto nos Países Baixos 'tolerantes'. Os manifestantes pró-vida estão incomodando as mulheres grávidas. Eles batem nas janelas dos carros, bloqueiam o acesso e distribuem folhetos de embriões cortados. Eles pressionam uma medalha de Maria nas mãos dos visitantes, para que essas mulheres saibam que são pecaminosas.
Esse é apenas um exemplo.
A ideia de que a tolerância holandesa é ilimitada está, em 2019, realmente desatualizada.
Fonte: ."telegraaf"

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Contra o obscurantismo - 4

São Sebastião na Coluna de Pietro Perugino, Città dela Pieve, Itália,1446, Fontignano. Itália. 1524 (Divulgação)

HISTÓRIAS DA SEXUALIDADE

"O sexo é parte integral de nossa vida e, sem ele, sequer existiríamos. Por isso, a sexualidade tem desde sempre ocupado lugar central no imaginário coletivo e na produção artística. A exposição Histórias da Sexualidade traz um recorte abrangente e diverso dessas produções. O objetivo é estimular um debate — urgente na atualidade —, cruzando temporalidades, geografias e meios. Episódios recentes ocorridos no Brasil e no mundo trouxeram à tona questões relativas à sexualidade e aos limites entre direitos individuais e liberdade de expressão, por meio de embates públicos, protestos e violentas manifestações nas mídias sociais. O MASP, um museu diverso, inclusivo e plural, tem por missão estabelecer, de maneira crítica e criativa, diálogos entre passado e presente, culturas e territórios, a partir das artes visuais. Esse é o sentido do programa de exposições, seminários, cursos, oficinas e publicações em torno de muitas histórias — histórias da infância, da sexualidade, da loucura, das mulheres, histórias afro-atlânticas, feministas, entre tantas outras.

Concebida em 2015, esta exposição é fruto de longo e intenso trabalhoe foi antecedida por dois seminários internacionais realizados em setembro de 2016 e em maio de 2017. A exposição se insere em uma programação anual do MASP totalmente dedicada às histórias da sexualidade, que em 2017 inclui mostras individuais de Teresinha Soares, Wanda Pimentel, Miguel Rio Branco, Henri de Toulouse-Lautrec, Tracey Moffatt, Pedro Correia de Araújo, Guerrilla Girls e Tunga. São mais de 300 obras reunidas em nove núcleos temáticos e não cronológicos — Corpos nus, Totemismos, Religiosidades, Performatividades de gênero, Jogos sexuais, Mercados sexuais, Linguagens e Voyeurismos, na galeria do primeiro andar, e Políticas do corpo e Ativismos, na galeria do primeiro subsolo. A mostra inclui também a sala de vídeo no terceiro subsolo, como parte do núcleo Voyeurismos. Algumas obras de artistas centrais de nosso acervo — como Edgard Degas, Maria Auxiliadora da Silva, Pablo Picasso, Paul Gauguin, Suzanne Valadon e Victor Meirelles — são agora expostas em novos contextos, encontrando outras possibilidades de compreensão e leitura. Ao lado delas, uma seleção de trabalhos de diferentes formatos, períodos e territórios compõem histórias verdadeiramente múltiplas, que desafiam hierarquias e fronteiras entre tipologias e categorias de objetos da história da arte mais convencional — da arte pré-colombiana à arte moderna, da chamada arte popular à arte contemporânea, da arte sacra à arte conceitual, incluindo arte africana, asiática, europeia e das Américas, em pinturas, desenhos, esculturas, fotografias, fotocópias, vídeos, documentos, publicações, entre outros.

Nessas histórias, não há verdades absolutas ou definitivas. As fronteiras do que é moralmente aceitável deslocam-se de tempos em tempos. Esculturas clássicas que são ícones da história da arte não poucas vezes tiveram o sexo encoberto. Também os costumes variam entre as culturas e civilizações. Em diversas nações europeias e comunidades indígenas, é natural a nudez exposta em lugares públicos; a poligamia é aceita em alguns países islâmicos; a prostituição é prática legal em alguns estados e condenada em outros; há países onde o aborto é livre mas há outros onde é proibido. Até mesmo o conceito de criança mudou ao longo do tempo, assim como as regras de especificação etária.

O único dado absoluto, do qual não podemos abrir mão, é o respeito ao outro, à diferença e à liberdade artística. Portanto, é preciso reafirmar a necessidade e o espaço para o diálogo e que se criem condições para que todos nós — cada um com suas crenças, práticas, orientações políticas e sexualidades — possa conviver de forma harmoniosa.

Histórias da sexualidade tem curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, Lilia Schwarcz, curadora-adjunta de histórias do MASP, Pablo León de la Barra, curador-adjunto de arte latino-americana do MASP e Camila Bechelany, curadora assistente do MASP".

Fonte: "masp"

domingo, 22 de outubro de 2017

Resposta da vereadora Joice ao Grupo Freedom


Vereadora Joice Costa, foto do perfil do Facebook 

"Na última sessão da câmara (19) expressei meu posicionamento e minha opinião, como parlamentar e mãe, sobre a política de ideologia de gênero nas escolas. Disse e repito! Educação, conceitos morais e éticos, religião e sexualidade são assuntos que os pais devem estar cientes dos conteúdos antes de serem tratados nas escolas.

Recentemente foi aprovado a lei 25/2017, de minha autoria, que proíbe a divulgação ou acesso de crianças e adolescentes a imagens, músicas, textos pornográficos ou obscenos em materiais “considerados” pedagógicos. Esta lei visa preservar a integridade emocional e evitar constrangimento ao adolescente ou criança que tenha acesso a este material.

A educação no Brasil passa por inúmeras dificuldades, desde a falta de merenda até a falta de professores; a educação, de maneira geral, sofre com falta de investimentos; os professores não são valorizados; o conteúdo pedagógico carece de atualização; o ensino é de baixa qualidade. Segundo pesquisas realizadas, além de condições socioeconômicas, estes dados são a principal causa do grande número de evasão escolar. No meu entendimento, estas são as prioridades da educação para promover a igualdade e fortalecer exercício da cidadania e o respeito.

Compreendo a sensibilidade do tema assim como as reações acaloradas por parte de pessoas que militam nessa causa, mas não posso deixar de expor minha opinião como mãe e como parlamentar por entender que a educação passa antes pelos pais e depois pelos professores.

Reitero que não usei qualquer argumento homofóbico, intolerante ou desrespeitoso. Respeito todas as diferenças e as diversidades, mas vou lutar pelo direito a liberdade de expressar minhas opiniões".

Vereadora Joice Costa

Observação: este texto da vereadora Joice foi publicado como direito de resposta ao post "Resposta do Grupo Freedom Búzios à vereadora Joice" publicado no blog no dia 20/10/2017. 

Contra o obscurantismo - 3

Seleção de Doze Desenhos Originais do Álbum Mangue, de Lasar Segall Vilna, Lituânia 1889,  São Paulo, Brasil, 1957, (Divulgação)


HISTÓRIAS DA SEXUALIDADE

"O sexo é parte integral de nossa vida e, sem ele, sequer existiríamos. Por isso, a sexualidade tem desde sempre ocupado lugar central no imaginário coletivo e na produção artística. A exposição Histórias da Sexualidade traz um recorte abrangente e diverso dessas produções. O objetivo é estimular um debate — urgente na atualidade —, cruzando temporalidades, geografias e meios. Episódios recentes ocorridos no Brasil e no mundo trouxeram à tona questões relativas à sexualidade e aos limites entre direitos individuais e liberdade de expressão, por meio de embates públicos, protestos e violentas manifestações nas mídias sociais. O MASP, um museu diverso, inclusivo e plural, tem por missão estabelecer, de maneira crítica e criativa, diálogos entre passado e presente, culturas e territórios, a partir das artes visuais. Esse é o sentido do programa de exposições, seminários, cursos, oficinas e publicações em torno de muitas histórias — histórias da infância, da sexualidade, da loucura, das mulheres, histórias afro-atlânticas, feministas, entre tantas outras.

Concebida em 2015, esta exposição é fruto de longo e intenso trabalhoe foi antecedida por dois seminários internacionais realizados em setembro de 2016 e em maio de 2017. A exposição se insere em uma programação anual do MASP totalmente dedicada às histórias da sexualidade, que em 2017 inclui mostras individuais de Teresinha Soares, Wanda Pimentel, Miguel Rio Branco, Henri de Toulouse-Lautrec, Tracey Moffatt, Pedro Correia de Araújo, Guerrilla Girls e Tunga. São mais de 300 obras reunidas em nove núcleos temáticos e não cronológicos — Corpos nus, Totemismos, Religiosidades, Performatividades de gênero, Jogos sexuais, Mercados sexuais, Linguagens e Voyeurismos, na galeria do primeiro andar, e Políticas do corpo e Ativismos, na galeria do primeiro subsolo. A mostra inclui também a sala de vídeo no terceiro subsolo, como parte do núcleo Voyeurismos. Algumas obras de artistas centrais de nosso acervo — como Edgard Degas, Maria Auxiliadora da Silva, Pablo Picasso, Paul Gauguin, Suzanne Valadon e Victor Meirelles — são agora expostas em novos contextos, encontrando outras possibilidades de compreensão e leitura. Ao lado delas, uma seleção de trabalhos de diferentes formatos, períodos e territórios compõem histórias verdadeiramente múltiplas, que desafiam hierarquias e fronteiras entre tipologias e categorias de objetos da história da arte mais convencional — da arte pré-colombiana à arte moderna, da chamada arte popular à arte contemporânea, da arte sacra à arte conceitual, incluindo arte africana, asiática, europeia e das Américas, em pinturas, desenhos, esculturas, fotografias, fotocópias, vídeos, documentos, publicações, entre outros.

Nessas histórias, não há verdades absolutas ou definitivas. As fronteiras do que é moralmente aceitável deslocam-se de tempos em tempos. Esculturas clássicas que são ícones da história da arte não poucas vezes tiveram o sexo encoberto. Também os costumes variam entre as culturas e civilizações. Em diversas nações europeias e comunidades indígenas, é natural a nudez exposta em lugares públicos; a poligamia é aceita em alguns países islâmicos; a prostituição é prática legal em alguns estados e condenada em outros; há países onde o aborto é livre mas há outros onde é proibido. Até mesmo o conceito de criança mudou ao longo do tempo, assim como as regras de especificação etária.

O único dado absoluto, do qual não podemos abrir mão, é o respeito ao outro, à diferença e à liberdade artística. Portanto, é preciso reafirmar a necessidade e o espaço para o diálogo e que se criem condições para que todos nós — cada um com suas crenças, práticas, orientações políticas e sexualidades — possa conviver de forma harmoniosa.

Histórias da sexualidade tem curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, Lilia Schwarcz, curadora-adjunta de histórias do MASP, Pablo León de la Barra, curador-adjunto de arte latino-americana do MASP e Camila Bechelany, curadora assistente do MASP".

Fonte: "masp"

Contra o obscurantismo - 2

Sem Título, de José Antonio da Silva, São Paulo, 1971, (Divulgação)


HISTÓRIAS DA SEXUALIDADE

"O sexo é parte integral de nossa vida e, sem ele, sequer existiríamos. Por isso, a sexualidade tem desde sempre ocupado lugar central no imaginário coletivo e na produção artística. A exposição Histórias da Sexualidade traz um recorte abrangente e diverso dessas produções. O objetivo é estimular um debate — urgente na atualidade —, cruzando temporalidades, geografias e meios. Episódios recentes ocorridos no Brasil e no mundo trouxeram à tona questões relativas à sexualidade e aos limites entre direitos individuais e liberdade de expressão, por meio de embates públicos, protestos e violentas manifestações nas mídias sociais. O MASP, um museu diverso, inclusivo e plural, tem por missão estabelecer, de maneira crítica e criativa, diálogos entre passado e presente, culturas e territórios, a partir das artes visuais. Esse é o sentido do programa de exposições, seminários, cursos, oficinas e publicações em torno de muitas histórias — histórias da infância, da sexualidade, da loucura, das mulheres, histórias afro-atlânticas, feministas, entre tantas outras.

Concebida em 2015, esta exposição é fruto de longo e intenso trabalhoe foi antecedida por dois seminários internacionais realizados em setembro de 2016 e em maio de 2017. A exposição se insere em uma programação anual do MASP totalmente dedicada às histórias da sexualidade, que em 2017 inclui mostras individuais de Teresinha Soares, Wanda Pimentel, Miguel Rio Branco, Henri de Toulouse-Lautrec, Tracey Moffatt, Pedro Correia de Araújo, Guerrilla Girls e Tunga. São mais de 300 obras reunidas em nove núcleos temáticos e não cronológicos — Corpos nus, Totemismos, Religiosidades, Performatividades de gênero, Jogos sexuais, Mercados sexuais, Linguagens e Voyeurismos, na galeria do primeiro andar, e Políticas do corpo e Ativismos, na galeria do primeiro subsolo. A mostra inclui também a sala de vídeo no terceiro subsolo, como parte do núcleo Voyeurismos. Algumas obras de artistas centrais de nosso acervo — como Edgard Degas, Maria Auxiliadora da Silva, Pablo Picasso, Paul Gauguin, Suzanne Valadon e Victor Meirelles — são agora expostas em novos contextos, encontrando outras possibilidades de compreensão e leitura. Ao lado delas, uma seleção de trabalhos de diferentes formatos, períodos e territórios compõem histórias verdadeiramente múltiplas, que desafiam hierarquias e fronteiras entre tipologias e categorias de objetos da história da arte mais convencional — da arte pré-colombiana à arte moderna, da chamada arte popular à arte contemporânea, da arte sacra à arte conceitual, incluindo arte africana, asiática, europeia e das Américas, em pinturas, desenhos, esculturas, fotografias, fotocópias, vídeos, documentos, publicações, entre outros.

Nessas histórias, não há verdades absolutas ou definitivas. As fronteiras do que é moralmente aceitável deslocam-se de tempos em tempos. Esculturas clássicas que são ícones da história da arte não poucas vezes tiveram o sexo encoberto. Também os costumes variam entre as culturas e civilizações. Em diversas nações europeias e comunidades indígenas, é natural a nudez exposta em lugares públicos; a poligamia é aceita em alguns países islâmicos; a prostituição é prática legal em alguns estados e condenada em outros; há países onde o aborto é livre mas há outros onde é proibido. Até mesmo o conceito de criança mudou ao longo do tempo, assim como as regras de especificação etária.

O único dado absoluto, do qual não podemos abrir mão, é o respeito ao outro, à diferença e à liberdade artística. Portanto, é preciso reafirmar a necessidade e o espaço para o diálogo e que se criem condições para que todos nós — cada um com suas crenças, práticas, orientações políticas e sexualidades — possa conviver de forma harmoniosa.

Histórias da sexualidade tem curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, Lilia Schwarcz, curadora-adjunta de histórias do MASP, Pablo León de la Barra, curador-adjunto de arte latino-americana do MASP e Camila Bechelany, curadora assistente do MASP".

Fonte: "masp"

Contra o obscurantismo - 1

'Moema', de Victor Meirelles (Florianópolis, Brasil, 1832 – Rio de Janeiro, Brasil, 1903) (//Divulgação)

HISTÓRIAS DA SEXUALIDADE

"O sexo é parte integral de nossa vida e, sem ele, sequer existiríamos. Por isso, a sexualidade tem desde sempre ocupado lugar central no imaginário coletivo e na produção artística. A exposição Histórias da Sexualidade traz um recorte abrangente e diverso dessas produções. O objetivo é estimular um debate — urgente na atualidade —, cruzando temporalidades, geografias e meios. Episódios recentes ocorridos no Brasil e no mundo trouxeram à tona questões relativas à sexualidade e aos limites entre direitos individuais e liberdade de expressão, por meio de embates públicos, protestos e violentas manifestações nas mídias sociais. O MASP, um museu diverso, inclusivo e plural, tem por missão estabelecer, de maneira crítica e criativa, diálogos entre passado e presente, culturas e territórios, a partir das artes visuais. Esse é o sentido do programa de exposições, seminários, cursos, oficinas e publicações em torno de muitas histórias — histórias da infância, da sexualidade, da loucura, das mulheres, histórias afro-atlânticas, feministas, entre tantas outras.

Concebida em 2015, esta exposição é fruto de longo e intenso trabalhoe foi antecedida por dois seminários internacionais realizados em setembro de 2016 e em maio de 2017. A exposição se insere em uma programação anual do MASP totalmente dedicada às histórias da sexualidade, que em 2017 inclui mostras individuais de Teresinha Soares, Wanda Pimentel, Miguel Rio Branco, Henri de Toulouse-Lautrec, Tracey Moffatt, Pedro Correia de Araújo, Guerrilla Girls e Tunga. São mais de 300 obras reunidas em nove núcleos temáticos e não cronológicos — Corpos nus, Totemismos, Religiosidades, Performatividades de gênero, Jogos sexuais, Mercados sexuais, Linguagens e Voyeurismos, na galeria do primeiro andar, e Políticas do corpo e Ativismos, na galeria do primeiro subsolo. A mostra inclui também a sala de vídeo no terceiro subsolo, como parte do núcleo Voyeurismos. Algumas obras de artistas centrais de nosso acervo — como Edgard Degas, Maria Auxiliadora da Silva, Pablo Picasso, Paul Gauguin, Suzanne Valadon e Victor Meirelles — são agora expostas em novos contextos, encontrando outras possibilidades de compreensão e leitura. Ao lado delas, uma seleção de trabalhos de diferentes formatos, períodos e territórios compõem histórias verdadeiramente múltiplas, que desafiam hierarquias e fronteiras entre tipologias e categorias de objetos da história da arte mais convencional — da arte pré-colombiana à arte moderna, da chamada arte popular à arte contemporânea, da arte sacra à arte conceitual, incluindo arte africana, asiática, europeia e das Américas, em pinturas, desenhos, esculturas, fotografias, fotocópias, vídeos, documentos, publicações, entre outros.

Nessas histórias, não há verdades absolutas ou definitivas. As fronteiras do que é moralmente aceitável deslocam-se de tempos em tempos. Esculturas clássicas que são ícones da história da arte não poucas vezes tiveram o sexo encoberto. Também os costumes variam entre as culturas e civilizações. Em diversas nações europeias e comunidades indígenas, é natural a nudez exposta em lugares públicos; a poligamia é aceita em alguns países islâmicos; a prostituição é prática legal em alguns estados e condenada em outros; há países onde o aborto é livre mas há outros onde é proibido. Até mesmo o conceito de criança mudou ao longo do tempo, assim como as regras de especificação etária.

O único dado absoluto, do qual não podemos abrir mão, é o respeito ao outro, à diferença e à liberdade artística. Portanto, é preciso reafirmar a necessidade e o espaço para o diálogo e que se criem condições para que todos nós — cada um com suas crenças, práticas, orientações políticas e sexualidades — possa conviver de forma harmoniosa.

Histórias da sexualidade tem curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, Lilia Schwarcz, curadora-adjunta de histórias do MASP, Pablo León de la Barra, curador-adjunto de arte latino-americana do MASP e Camila Bechelany, curadora assistente do MASP".

Fonte: "masp"

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Thomas Sastre PORRA LUIZ QUER APANHAR COBRE ESSA MOÇA EM NOME DE JESUS PECADOR TARADO

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Resposta do Grupo Freedom Búzios à vereadora Joice



A questão de ideologia de gênero foi usada por conservadores para impedir a questão do "respeito à identidade de gênero" e que NUNCA houve essa inclusão nem pelo MEC nem pelos movimentos feministas e LGBTs do Brasil. O movimento luta pelo respeito a identidade de gênero a fim de diminuir a evasão escolar e nunca pautou sobre ideologia de gênero.

A vereadora precisa entender que "a escola é um espaço não só para ensinar letras e números, mas também para promover cidadania; e, nesse sentido, deve ser espaço democrático e inclusivo, onde estudantes aprenderão que é possível o convívio com a diferença longe da violência e opressão. Uma escola que promova a igualdade de gênero não é uma escola que ensina crianças e adolescentes a serem gays ou que ensinam sexo de maneira inapropriada para as diferentes faixas etárias. É espaço pedagógico no qual se aprende que sexo é muito mais que natureza ou biologia, é também regime político da vida. Por isso acreditamos que a escola é lugar para o ensino do respeito mútuo. Isso não significa que a escola disputará com a casa ou a igreja – há valores morais que aprendemos e ensinamos em nossa vida privada. Mas é principalmente na escola que convivemos pela primeira vez com os diferentes de nós: as crianças verão que há diferentes cores, religiões e modos de se apresentar no mundo. Uma escola que promova igualdade de gênero será também espaço para todos e todas e, quem sabe em um futuro bonito, terá a potência de formar uma sociedade livre do ódio, violência ou perseguição.

Assim, não nos cansaremos de repetir: escola é instrumento poderoso para o exercício da cidadania e formação de meninas e meninos. Silenciar o gênero na escola é reproduzir as desigualdades, é ignorar a diversidade e a possibilidade de uma vida feliz com nossas próprias escolhas no campo sexual e reprodutivo. Falar e promover a igualdade de gênero na escola não é anular as diferenças ou promover ideologias, mas garantir que qualquer cidadão e cidadã brasileira viva e apresente-se da forma como quiser. Falar de gênero nas escolas é garantir que todos e todas sejam respeitados e respeitadas por suas escolhas, condições e afetos.

Entre a população LGBT o não acesso à escola e a evasão escolar (ou melhor, e expulsão da escola!) é uma situação gravíssima porque, além de sofrerem discriminação e violência nas ruas e muitas vezes na família, são alvo de violência dentro das escolas.
Mas nós resistiremos e não nos cansaremos de repeti-lo, pois acreditamos que o espaço escolar deve promover a igualdade. Se há razão em dizer que ninguém nasce mulher, mas torna-se mulher, também diremos que ninguém nasce homofóbico, transfóbico ou agressor de mulheres."

Luciana Britos, pesquisadora e psicóloga

Fonte: "freeedombuzios"

observação: a jornalista Renata Cristiane também publicou em seu site uma resposta dura à vereadora. Ver  o post "FISCAL DE GENITÁLIA' em "rc24h".