"O ex-Secretário
de Planejamento, Orçamento e Gestão da Administração Municipal de Búzios, Ruy
Ferreira Borba Filho, foi preso, na manhã desta quarta-feira (10/10), por
descumprir decisão judicial que determinou, em julho deste ano, seu
afastamento das funções públicas pela acusação de fraude em licitações. A
decretação da prisão preventiva de Ruy foi requerida pelo Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do
Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), depois de ouvir depoimentos de testemunha
afirmando que o réu continua trabalhando em gabinete, no prédio da
Prefeitura, despachando documentos e atendendo a servidores. A prisão foi
decretada pelo Juízo da 1ª Vara da Comarca de Búzios. Ruy Borba foi preso em
casa.
A medida cautelar
suspendendo exercício das funções públicas foi decidida pela Justiça há três
meses após denúncia do MP em face de Ruy, do Secretário de Serviços Públicos
da Administração Municipal, Carlos Henriques Pinto Gomes; do Presidente da
Comissão Permanente de Licitação, Sérgio Eduardo Batista Xavier de Paula; e
dos integrantes da Comissão Faustino de Jesus Filho e Elizabete de Oliveira
Braga. As investigações foram um trabalho conjunto entre o GAECO, o Grupo
Especial de Atuação Integrada Regional (GEAIR) e os Promotores de Justiça
locais. A Justiça determinou à época que a Prefeitura comprovasse o
afastamento dos denunciados em 36 horas. Segundo a denúncia, de março a julho
de 2009, na sede da Prefeitura de Armação dos Búzios, os denunciados
fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório, cujo objeto era
a contratação de empresa de engenharia para a execução dos serviços de
varrição manual, capina/roçada manual e mecânica, catação e remoção de
resíduos sólidos, provenientes das ruas e avenidas setorizadas.
De acordo com a
testemunha que prestou depoimento no MP, mesmo com o afastamento cautelar,
Ruy Borba permanece nas dependências da Prefeitura com frequência, ocupando o
gabinete da Secretaria da Ouvidoria. Segundo o relato, o ex-Secretário, às vezes,
fica no prédio durante o expediente inteiro, saindo somente para almoçar,
mantém contato com servidores e atende ligações telefônicas. Além do
testemunho, no requerimento da prisão, Promotores de Justiça do GAECO citam
outras ações que envolvem Ruy Borba. "Com efeito, dentre os inúmeros
registros contra o seu nome constantes da inclusa Certidão do Cartório
Distribuidor da Comarca de Armação dos Búzios, por crimes de lesão corporal,
ameaça, dano, injúria racial, violação de domicílio, calúnia, injúria e
difamação, coletam-se quatro ações penais, já recebidas, por violação ao
artigo 10 da Lei 7347/85, que configura uma espécie de 'desobediência
qualificada', consistente na "recusa, o retardamento ou a omissão de
dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil, quando
requisitados pelo Ministério Público", descreve o requerimento.
A denúncia,
subscrita em julho, explica que o edital de abertura do procedimento
licitatório permitia que uma mesma empresa pudesse apresentar proposta a mais
de um setor do Município, entretanto, caso vencesse a concorrência em uma das
áreas, ficava automaticamente vedada a sua participação nas demais. Porém, de
acordo com a denúncia, às vésperas da concretização da licitação, os
denunciados alteraram substancialmente o conteúdo do edital, excluindo a
cláusula que impedia uma mesma empresa de vencer a concorrência para mais de
um setor disponibilizado na licitação.
No início deste
mês, Ruy Borba foi condenado pelo Juízo da 2ª Vara de Armação dos Búzios, que
julgou parcialmente procedente a denúncia do MP. Jornalista e ex-sócio do
jornal "Primeira Hora", daquele município, Ruy Borba foi condenado
a uma penal total de seis anos, a ser cumprida em regime semiaberto, pelos
crimes de lesão corporal, invasão de domicílio, injúria, dano, ameaça e
desacato; e Kauê Alessy Torres, à pena de um ano e 3 meses, substituída por
prestação pecuniária de 20 salários mínimos, pelos crimes de lesão corporal,
invasão de domicílio e dano. Na denúncia, oferecida em fevereiro de 2011, o
MP narra que "no interior da sede do jornal 'O Peru Molhado', os
denunciados agrediram as vítimas Roberto Medina Neves e Marcelo Sebastian
Lartigue, destruíram e inutilizaram coisa alheia (computadores e material de
escritório), além de Ruy Borba ter ameaçado de morte e injuriado a vítima
Marcelo, e ameaçou de morte a vítima Roberto Medina Neves, policial civil e
cliente do jornal".
Fonte: http://www.mp.rj.gov.br/portal/page/portal/Internet
Observação: os grifos são meus.
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sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Ministério Público: porque Ruy Borba foi preso
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