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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
Povo nas ruas destitui Renan da Presidência do Senado
Este blogueiro pedindo o afastamento de Renan na Praça Santos Dumont, foto Márcia de Búzios |
Ministro
do STF afasta Renan da presidência do Senado
Em decisão liminar,
Marco Aurélio Mello argumentou que, por ser réu, Renan Calheiros
não pode estar na linha de sucessão da Presidência da República.
O Ministro
do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello concedeu
liminar (decisão provisória) nesta segunda-feira (5) para afastar
Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado. Ele, porém,
mantém o mandato de senador.
O
ministro atendeu
a pedido do partido Rede Sustentabilidade e
entendeu que, como Renan Calheiros virou réu no Supremo, não pode
continuar no cargo em razão de estar na linha sucessória da
Presidência da República.
"Defiro
a liminar pleiteada. Faço-o para afastar não do exercício do
mandato de Senador, outorgado pelo povo alagoano, mas do cargo de
Presidente do Senado o senador Renan Calheiros. Com a urgência que o
caso requer, deem cumprimento, por mandado, sob as penas da Lei, a
esta decisão", afirma o ministro no despacho.
Renan
Calheiros ainda pode recorrer ao plenário do Supremo. Além disso, a
ação ainda terá que ser analisada pelo plenário da Corte mesmo
sem o recurso do peemedebista, mas isso ainda não tem data para
ocorrer.
O
afastamento efetivo de Renan Calheiros só ocorrerá após a entrega
de uma notificação, assinada pelo ministro Marco Aurélio, no
Senado. Até o início da noite desta segunda, o documento ainda
estava sendo produzido pela secretaria judiciária do STF. Segundo
apurou o G1,
Marco Aurélio estaria disposto a assinar o documento ainda nesta
noite, para enviá-lo ao Senado.
Com
o afastamento do peemedebista da presidência, o senador
oposicionista Jorge Vianna (PT-AC), primeiro-vice-presidente do
Senado, assumirá o comando da Casa.
Réu
no STF
Na
semana passada, o plenário do Supremo decidiu, por oito votos a
três, abrir
ação penal e tornar Renan réu pelo
crime de peculato (apropriação de verba pública).
Segundo
o STF, há indícios de que Renan fraudou recebimento de empréstimos
de uma locadora de veículos para justificar movimentação
financeira suficiente para pagar pensão à filha que teve com a
jornalista Mônica Veloso.
A
Corte também entendeu que há indícios de que Renan Calheiros usou
dinheiro da verba indenizatória que deveria ser usada no exercício
do cargo de Senador para pagar a locadora, embora não haja nenhum
indício de que o serviço foi realmente prestado.
Além
da ação penal por peculato, Renan Calheiros é alvo de outros 12
inquéritos no STF, sendo oito no âmbito da Operação Lava Jato. Em
um dos inquéritos, ele já foi denunciado pelo Ministério Público.
O STF, porém, ainda não analisou a denúncia.
Réu
na linha de sucessão
Em novembro, o Supremo começou a julgar ação apresentada pela Rede
sobre se um réu pode estar na linha sucessória da Presidência.
Para
seis ministros, um
parlamentar que é alvo de ação penal não pode ser presidente da
Câmara ou presidente do Senado porque
é inerente ao cargo deles eventualmente ter que assumir a
Presidência.
O
julgamento, porém, não foi concluído porque o ministro Dias
Toffoli pediu vista, ou seja, mais tempo para analisar o caso.
Apesar
de o julgamento não ter sido concluído, a Rede argumentou no pedido
de afastamento de Renan que isso não impedia Marco Aurélio Mello de
analisar a liminar. O partido lembrou que isso já aconteceu em
outros casos, de um ministro pedir vista sobre um tema e outro
conceder liminar sobre o mesmo tema.
Decisão
O
ministro Marco Aurélio destacou, em sua decisão, que a permanência
de Renan Calheiros na presidência do Senado após virar réu
compromete a segurança jurídica. Ele lembrou que seis ministros do
Supremo já decidiram que um réu não pode ocupar cargo que esteja
na linha sucessória, mas frisou que o julgamento ainda não foi
retomado.
"O
que não havia antes veio a surgir: o hoje Presidente do Senado da
República, senador Renan Calheiros, por oito votos a três,
tornou-se réu [...]. Mesmo diante da maioria absoluta já formada na
arguição de descumprimento de preceito fundamental e réu, o
Senador continua na cadeira de Presidente do Senado, ensejando
manifestações de toda ordem, a comprometerem a segurança
jurídica", disse o ministro.
Segundo
ele, a decisão liminar de afastamento visa implementar
provisoriamente decisão já tomada pela maioria do Supremo.
"Urge
providência, não para concluir o julgamento de fundo, atribuição
do Plenário, mas para implementar medida acauteladora, forte nas
premissas do voto que prolatei, nos cinco votos no mesmo sentido, ou
seja, na maioria absoluta já formada, bem como no risco de
continuar, na linha de substituição do Presidente da República,
réu, assim qualificado por decisão do Supremo", argumenta
Marco Aurélio Mello.
Inquéritos
no STF
1) INQ
4326 - investiga
se Renan Calheiros e o deputado Aníbal Gomes atuaram e se
beneficiaram do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. Esse
é o principal inquérito da Lava Jato e envolve dezenas de políticos
(INQUÉRITO EM ANDAMENTO).
2) INQ
3993 - investiga
se Renan e Aníbal Gomes atuaram para manter Paulo Roberto Costa como
diretor da Petrobras e em troca receberam propina (INQUÉRITO EM
ANDAMENTO).
3) INQ
4172 - investiga
se Renan, o senador Jader Barbalho e Aníbal Gomes receberam propina
no esquema da Petrobras, conforme delação do ex-diretor da estatal
Nestor Cerveró (INQUÉRITO EM ANDAMENTO).
4) INQ
4215 - investiga
se Renan e Aníbal Gomes receberam propina de contratos da Transpetro
(INQUÉRITO EM ANDAMENTO).
5) INQ
4216 -
investiga se
Renan e Aníbal Gomes atuaram em suposto conluio para contratação
de uma empresa terceirizada da Petrobras (INQUÉRITO EM ANDAMENTO).
6) INQ
4213 - investiga
se Renan recebeu dinheiro de um dos delatores, o "Ceará",
enviado pelo doleiro Alberto Youssef (INQUÉRITO EM ANDAMENTO).
7) INQ
4171 - investiga
se Renan, Jader e o senador Delcídio do Amaral receberam US$ 5
milhões para manter Nestor Cerveró na diretoria Internacional da
Petrobras (INQUÉRITO EM ANDAMENTO).
8) INQ
4075 - investiga
se Renan recebeu dinheiro desviado das obas da Usina de Angra 3
(INQUÉRITO EM ANDAMENTO).
9) INQ
4267 - investiga
se Renan recebeu dinheiro desviado das obras de Belo Monte. A
investigação foi retirada do âmbito da Lava Jato (INQUÉRITO EM
ANDAMENTO).
10) INQ
4211 - investiga
se Renan foi beneficiado com esquema investigado na Operação
Zelotes (INQUÉRITO EM ANDAMENTO).
11) INQ
4202 - investiga
movimentação financeira suspeita de R$ 6 milhões nas contas de
Renan (INQUÉRITO EM ANDAMENTO).
12) INQ
2593 - investiga
se Renan teve despesas pessoais de uma filha paga pela empreiteira
Mendes Júnior. O inquérito está sob relatoria do ministro Luiz
Edson Fachin, já teve denúncia oferecida, mas ainda não tem
previsão de julgamento. O STF recebeu a denúncia mas ainda não
abriu formalmente a ação penal contra Renan.
Fonte: G1
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STF
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
Juízes protestarão na hora em que o STF julga Renan
Inquérito de Renan no STF |
Magistrados
e procuradores fazem manifestação no Supremo Tribunal Federal, na
quinta-feira, contra projetos articulados no Congresso.
A
manifestação que a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e
a Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público
(Frentas) programou para esta quinta-feira (1) na marquise do salão
branco do Supremo Tribunal Federal será realizada no mesmo horário
em que a Corte julgará denúncia contra o presidente do Senado,
Renan Calheiros.
A
pauta da sessão foi divulgada pelo STF em 5 de outubro último.
O
primeiro item é o inquérito 2593, que tem como relator o ministro
Edson Fachin. Em investigação iniciada há nove anos, a
Procuradoria Geral da República acusa Renan de usar dinheiro de uma
empreiteira para pagar a pensão de uma filha que teve fora do
casamento com a jornalista Mônica Veloso.
Em
nota, o presidente do Senado afirmou que foi ele quem “pediu
oficialmente” a investigação e “é o maior interessado nesse
julgamento”.
O
presidente da AMB, João Ricardo Costa, divulgou na sexta-feira
(25) uma carta a todos os associados convocando a magistratura e o
Ministério Público para participarem do ato público contra
projetos que estão sendo articulados no Congresso, como a anistia ao
caixa 2 e a criminalização de juízes e procuradores, entre outros.
Eis
a íntegra da carta:
***
Prezados
(as) associados (as),
A
situação que temos acompanhado no Congresso Nacional é
extremamente grave. Um momento sem precedentes na história
republicana brasileira, em que estamos vendo uma série de ações
orquestradas que buscam cercear a atuação da magistratura e
paralisar o Poder Judiciário.
Mais
do que nunca, a magistratura nacional e os membros do Ministério
Público precisam unir esforços para combater fortemente tais
medidas. A AMB convoca toda a magistratura nacional para uma grande
mobilização em protesto às retaliações promovidas pelo
Legislativo. No próximo dia 1º de dezembro, quinta-feira, todas as
entidades que compõem a Frentas (Frente Associativa da Magistratura
e do Ministério Público) estarão reunidas para um importante ato
no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, a partir das 14h.
Nos estados, as associações regionais estarão também mobilizadas
de acordo com as decisões de suas assembleias, com a possibilidade
de paralisação de um dia sem prejuízo das medidas urgentes.
A
“pauta especial” defendida pelo Parlamento, caso venha a ser
aprovada, vai consolidar um modelo de Estado sem Judiciário, um
sistema completamente desprovido das prerrogativas, de independência
e autonomia. A começar pelo pacote de medidas contra a corrupção,
observamos se avizinhar uma manobra que não é mais velada, mas
feita sob todos os holofotes e defendida por grande parte da Câmara
dos Deputados: transformar um projeto de iniciativa popular em um
pacote pró-corrupção.
Medidas
como a anistia ao caixa 2 e a criminalização de juízes e
procuradores, que poderão ser incluídas no parecer por meio de
emenda de plenário, que jamais teremos conhecimento antes da
votação, pretendem absolver todos aqueles que sugaram o País e
criminalizar os agentes públicos que têm a função constitucional
de reprimir e punir os crimes de corrupção.
Não
só a inclusão de crime de responsabilidade, típico de agentes
políticos, vai ser imputado à magistratura, possibilitando que
políticos julguem juízes em face de tipos penais extremamente
subjetivos e abertos. Existe ainda a proposta da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB) que se articula fortemente para promover a
criminalização dos juízes nos casos de violação das
prerrogativas de advogados. Com isso, 1 milhão de advogados terão o
poder de iniciar ação penal contra juízes, dando, ainda, às
seccionais da OAB a iniciativa da ação penal. Em meio a esse caos,
em nenhum momento vimos a OAB se manifestar contra a anistia ao caixa
2 ou em favor de medidas sérias para retomada do Brasil, o que é
lamentável e demonstra uma postura que nega a história de lutas da
entidade e induz a negociação da submissão dos juízes pela
impunidade dos que saquearam o Estado.
No
Senado Federal, se orquestra a urgência para aprovação do PLS da
lei de abuso de autoridade, o que também torna a magistratura e o
Ministério Público reféns diante da possibilidade de
responsabilidade criminal de suas atuações, comprometendo a
autonomia e a independência jurisdicional. Juntamente com a PEC
55/2016, a chamada PEC do Teto, também tramita no Senado a PEC
62/2015, que já conta com propostas de plenário para redução do
teto constitucional para R$ 15 mil, sem contar o último atentado, a
PEC 63/2016, do senador José Aníbal. Junto com isso, há ainda a
Comissão Especial dos chamados supersalários, na qual visivelmente
o alvo é o Poder Judiciário.
Não
podemos permitir que setores do Congresso permaneçam pautados por
ações que visam interromper as investigações, se debruçando
sobre projetos com o objetivo de atender a interesses pessoais de uma
parcela de parlamentares. Toda essa ofensiva demonstra o quanto,
nesse momento de crise em que o Legislativo deveria ter como foco
pautas relevantes para o Brasil como a discussão que propõe o fim
do foro privilegiado, muitos priorizam formas de paralisar e
amordaçar o Poder Judiciário, invalidando importantes operações
de combate à corrupção e buscando caminhos para perpetuar os
mesmos quadros e esquemas que saquearam o País.
É
muito importante que consigamos reunir o maior número de magistrados
neste ato para dar voz à magistratura nacional, com o apoio da
sociedade. Esse é um momento único e decisivo para evitarmos o
enfraquecimento da autonomia e das prerrogativas das carreiras do
Judiciário. Os interesses que ora defendemos transbordam questões
associativas. São questões fundamentais para o Brasil, para a
República e para a democracia.
Somos
magistrados e formamos a AMB.
Conto
com todos vocês!
João
Ricardo Costa
Presidente
da AMB
POR FREDERICO VASCONCELOS
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STF
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
Fora Renan 3
Renan Calheiros, foto G1 |
O
jornal O Estado de São Paulo publicou recentemente reportagem em que
garantia que o "Palácio do Planalto teria atuado nos
bastidores, nos últimos dias, para que o Supremo Tribunal Federal
(STF) adiasse o julgamento que podia complicar a vida do presidente
do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)". O
jornal se referia ao julgamento da "ação pedindo que réus
sejam impedidos de ocupar cargos na linha sucessória da Presidência
da República", que ocorreu ontem (3), quinta-feira. O governo
pretendia adiar o julgamento porque avaliava que "este
cronograma seria inconveniente do ponto de vista político".
Ainda
segundo a reportagem, "dois auxiliares do presidente Michel
Temer teriam procurado informalmente ministros da Corte para falar do
momento inoportuno de se julgar a ação apresentada pelo partido
Rede Sustentabilidade. Na prática, o Planalto tem feito de tudo para
não contrariar o senador peemedebista, às vésperas da votação da
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 no Senado, que na Casa
segue como PEC 55".
Assim,
alastrou-se fortemente o boato de que o presidente Michel Temer teria
pressionado o STF para salvar Renan Calheiros.
O
temor no governo era de que uma decisão imediata do STF, proibindo
que um réu ocupe cargo na linha sucessória da presidência, pudesse
atingir Renan Calheiros. Presidente do Senado e segundo na linha
sucessória, Renan não é réu, mas é investigado no STF em 11
inquéritos, dos quais oito da Operação Lava Jato.
Recentemente o ministro do STF Edson Fachin liberou para julgamento uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Renan. Na denúncia a Procuradoria-Geral da República considerou que Renan recebeu propina da construtora Mendes Júnior para apresentar emendas que beneficiariam a empreiteira. Em troca, o senador peemedebista teria as despesas pessoais da jornalista Monica Veloso, com quem o parlamentar mantinha relacionamento extraconjugal, pagas pela empresa. A investigação tramita na Corte desde 2007 e a acusação foi formalizada em 2013. Caso o plenário do Supremo aceite a denúncia, ele se tornará réu e responderá a uma ação penal por peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso. A data desse julgamento, no entanto, ainda não foi definida.
A
avaliação no governo é que, se a decisão no STF sobre linha
sucessória tivesse saído nesta quinta, teria havido pressão para que essa denúncia contra o presidente do Senado fosse aceita pela Corte.
O
temor no Planalto era que, nesse cenário, o Senado passaria a ser
comandado pelo vice-presidente da Casa, o petista Jorge Viana. Além
disso, criaria uma instabilidade política no momento em que o
governo espera a conclusão, ainda neste ano, da análise da PEC que
estabelece um teto nos gastos públicos.
"O
cenário ideal para o Planalto seria que a decisão sobre a linha
sucessória fosse postergada, mesmo porque Renan deixará a cadeira
de presidente do Senado em fevereiro de 2017, quando haverá eleição
para renovar o comando do Congresso".
"O
feriado da quarta-feira ainda poderia ajudar o governo. Com um
plenário esvaziado, o STF poderia acabar mesmo adiando o julgamento
da ação movida pela Rede. Para que houvesse quórum e a matéria fosse apreciada seria necessária a presença de oito dos onze ministros".
"O
ministro Gilmar Mendes não participou do julgamento por ter tirado
dias de folga no exterior. Ricardo Lewandowski, por sua vez, esteve
na quinta-feira em Porto Seguro, na Bahia, onde fez a palestra de
abertura do 6.º Encontro Nacional de Juízes Estaduais
(Enaje). Existiria ainda a possibilidade de que um dos ministros
presentes à sessão se declaresse suspeito para analisar o caso ou pedisse vista, adiando o julgamento".
Realmente um dos ministros se declarou suspeito. Luís Roberto Barroso não participou do julgamento, porque membros do seu antigo escritório de advocacia participaram da elaboração da peça. Embora, pelas regras do Tribunal não exista impedimento em ações constitucionais, Barroso costuma não participa de nenhum julgamento que envolva interesse de seus antigos colegas de escritório. Foi o que explicou o blog do Moreno.
Mesmo assim o julgamento prosseguiria, pois estavam aptos a votar 8 dos ministros. Era necessária mais uma declaração de suspeição ou pedido de vista, para o governo Temer conseguir o que queria. E não foi o que aconteceu! Um dos ministros do
STF, Dias Toffoli, pediu vistas, adiando o julgamento sine die. Com
isso, o senador Renan Calheiros não foi contrariado às vésperas da
votação da PEC 241, atual PEC 55 no Senado. Cabe então a pergunta:
o que leva um ministro do STF a ajudar o governo Temer? O Poder Judiciário não é independente?
Segundo
o site jornal da cidade online o ministro
que pedir vista no processo de Renan estará demonstrando
subserviência a Temer. "Uma
coisa parece clara, caso algum ministro peça vistas no processo e,
em consequência, adie a votação, estará evidenciado o seu
envolvimento com o executivo. O Judiciário tem que ser
independente e não pode, em hipótese alguma, caminhar atrelado ao
executivo. Os ministros do STF estão lá, em tese, para fazer
prevalecer a Justiça. Depois de tanto tempo, não cabe agora
pedido de vistas".
Moreno, em seu blog, diz não crer "que o Supremo atenda apelos pró-Renan". "Mas se a sessão de
amanhã for adiada, terei todo o direito de pensar mal da nossa
Corte... Se a
sessão for adiada por conta de pedido de vista, se alguém fizer
isso é porque tá de maracutaia com Renan. Anotem o nome de quem
pedir vista".
Em
nota, Renan disse que a decisão do STF não pode prejudicá-lo. “O
presidente do Senado não é réu em qualquer processo e, portanto,
não está afetado pela manifestação do STF, ainda inconclusa”,
escreveu. Afirmou ainda que os inquéritos contra ele, por “ouvir
dizer” ou por “interpretações de delatores”, e premonitório, garante que todos eles serão
arquivados. Renan Calheiros disse a aliados que "não está preocupado" com o julgamento no STF, segundo o Estadão. Os jornalistas do site antagonista concordam, pois ele "pode contar com Michel Temer, com Dias Toffoli, com o foro privilegiado e com o tempo de prescrição. Não há motivo para se preocupar".
Segundo o jornalista Josias de Souza, o STF
mostra que a Justiça tarda, mas não chega. "O
Supremo Tribunal Federal demonstrou nesta quinta-feira que a Justiça
não é apenas cega. Sua balança está desregulada. E a espada
perdeu o fio... Costuma-se
dizer que os ministros do Supremo estão sentados à direita de Deus.
No caso de Toffoli, ficou entendido que, o ministro está sentado ao
lado de alguém que se considera acima de Deus". Com o seu pedido de vista, "beneficiou
uma única e suprema divindade: o presidente do Senado Federal".
"Ao
protelar o veredicto, o Supremo estendeu um tapete vermelho para que
Renan Calheiros desfile seu rastro pegajoso de processos no comando
do Senado até fevereiro de 2017, quando termina sua presidência. O
senador responde a 12 processos no Supremo. Uma denúncia que poderia
convertê-lo em réu aguarda por um julgamento há 3 anos e oito
meses".
"Ao
poupar Renan, o Supremo ajuda o investigado. Socorre também o
governo Michel Temer, que trata o encrencado como herói das reformas
no Senado. A Suprema Corte só não ajuda à sociedade brasileira,
atormentada pela constatação de que a Justiça tarda, mas não chega".
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terça-feira, 24 de maio de 2016
Sérgio Machado gravou também Sarney e Renan.
Sergio Machado, FOTO de MARCOS DE PAULA |
Após ser alvo de busca e apreensão em sua casa, em Fortaleza, durante a Operação Catilinárias (meados de dezembro), o ex-senador e ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado entrou em pânico e passou a tentar acordo de delação. Claudio Humberto, do site "Diario do poder" narra que, após a busca em sua casa, "Sérgio Machado mudou o número do celular e sumiu. Familiares diziam que ele estava morando no exterior. Após três meses sumido, Sérgio Machado reapareceu procurando velhos amigos e “alvos”, entre os quais Jucá, Calheiros e Sarney".
Segundo as jornalistas Andreza Matais e Vera Rosa do jornal "O Estadão" a delação premiada de Sérgio Machado "deve ser homologada nos próximos dias. Há
quem diga que nas próximas horas. Os depoimentos já estão na mesa
do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato, no Supremo Tribunal
Federal (STF)". Sérgio Machado teria gravado também Sarney e Renan. "Quem teve acesso, diz que com relação a
Calheiros, os áudios são muito mais comprometedores do que os que
derrubaram Jucá do Ministério do Planejamento. Seriam a
materialidade que a PGR precisava para fechar o cerco contra Renan".
De acordo com "Lauro Jardim", de O Globo, as gravações "foram feitas no âmbito da delação
premiada que Sérgio Machado está negociando com a
Procuradoria-Geral da República desde março. O acordo com a PGR foi
selado na semana passada". Apesar de ter gravado apenas os três políticos citados, Sérgio teria comprometido dois outros senadores do PMDB: Jáder Barbalho e Edison Lobão.
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