“Surgiu o PTemer no Senado. O PT chama quem votou pelo impeachment de golpista, mas se une ao PMDB para aprovar o projeto sobre abuso de autoridade” (Cristóvam Buarque - Senador (PPS).
A maioria dos votos que derrotaram juízes e procuradores na votação das medidas de combate à corrupção vieram de deputados que integram os partidos que apoiam o governo Temer. A emenda do líder do PDT, Weverton Rocha, recebeu 313 votos e destes 203 foram de governistas.
Votaram a favor das mudanças, contra as posições do Judiciário, os líderes governistas Baleia Rossi (PMDB), Aguinaldo Ribeiro (PP), Aelton de Freitas (PR), Jovair Arantes (PTB), Tadeu Alencar (PSB -- em exercício), Genecias Noronha (Solidariedade) e Márcio Marinho (PRB).
O partido do presidente Temer, o PMDB, foi o campeão de votos. Votaram contra o Judiciário 46 dos 56 deputados presentes à votação. Entre estes estão um dos históricos da legenda, Jarbas Vasconcelos (foto), e o irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, Lúcio Vieira Lima.
O DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, compareceu com 17 de seus 25 votos, entre eles, um de seus quadros, José Carlos Aleluia. O relator do projeto 4850/2016, Onyx Lorenzoni, foi derrotado em seu própio partido. O PSDB deu sua ajudinha com nove votinhos de 42 presentes. Mas os demais 42 votaram com o Judiciário. Juízes e procuradores também venceram no PPS (sete de oito), no PSOL (quatro de quatro) e no PV (quatro de um).
O PRB, do prefeito eleito do Rio, Marcello Crivella, também votou contra o Judiciário. Foram 17 de seus 25 deputados presentes. O partido (PSD) do ministro Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia), deu 20 votos de 33. O PSB, do ministro Fernando Coelho Filho (Minas e Energia) com 16 dos 28 presentes.
O PP entrou com 35 votos. O partido, que dirige o ministério com maior orçamento, o da Saúde, tinha 42 deputados no plenário da Câmara. O vice-presidente da Casa, o folclórico Waldir Maranhão votou a favor da emenda de Weverton Rocha.
No PR, foram 29 de 35 votos. Entre estes, o de José Carlos Araújo, que presidiu a Comissão do Impeachment do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O Solidariedade entrou com oito de seus 12 votos, inclusive o de seu fundador, Paulinho da Força.
A oposição também contribuiu para aprovar as mudanças que são rejeitadas pelos Juízes e procuradores do Ministério Público. Votaram contra o Judiciário 75 dos 78 presentes. No PT, que teve muitos de seus quadros degolados no mensalão (2012) e no petrolão (2016), foram 54 votos contra. Um voto solitário contrário a posição petista, a do ex-presidente do Corinthians Andres Sanchez.
Entre os que votaram sim estão os ex-presidentes da Câmara Arlindo Chinaglia e Marco Maia. O líder Afonso Florence (foto), ex-líderes (como José Guimarães e Henrique Fontana) e ex-ministros do governo Dilma (Patrus Ananias e Pepe Vargas). Vale citar ainda, o filho do ex-ministro do governo Lula e condenado no Mensalão, Zeca Dirceu.
O PCdoB votou sim. Foram sete votos, entre eles o do líder Daniel Almeida. No PDT, foram 14 votos com o autor da emenda, o líder Weverton Rocha. Um deles, ligadíssimo a Ciro Gomes, Leônidas Cristino.
Os demais 35 votos vieram de deputados de pequenos partidos: PSC (do candidato à presidência, Jair Bolsonaro), PHS (do prefeito eleito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil), PV (do ministro Sarney Filho), PEN, PTN e PTdoB.
RIO DE JANEIRO
A maioria da bancada do Rio também votou contra o Judiciário. Foram 30 votos. Nestes estão: o ex-ministro (Dilma) Celso Pansera; o ex-secretário de Transportes do Rio Júlio Lopes (foto); os candidatos a prefeito do Rio, Pedro Paulo, Índio da Costa e Jandira Feghali; Clarissa, filha do ex-governador Anthony Garotinho; a presidente do PTB, Cristiane Brasil; o ex-líder do PT Luiz Sérgio; e a deputada Benedita da Silva.
Entre os 11 que votaram a favor do que defendiam juízes e procuradores estão: o candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro; o candidato a prefeito Alessandro Molon; e os deputados Jean WYllys e Otávio Leite.
Presidente da Casa, o deputado Rodrigo Maia não vota.
Fonte: Panorama Político, de Ilmar Franco