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domingo, 9 de junho de 2013

Momentos inesquecíveis do CILSJ (Consórcio Intermunicipal Lagos São João)

Entre 30 de junho de 2000 e 18 de junho de 2004 o Consórcio Intermunicipal Lagos São João realizou onze reuniões. As atas podem ser consultadas em "Consórcio Intermunicipal Lagos São João". Registram elas momentos inesquecíveis e alguns deles são aqui destacados. Não houve preocupação em corrigir a redação, apenas foram omitidos os nomes das pessoas que se manifestaram com exceção do Dr. Luis Firmino Martins Pereira, secretário-executivo do Consórcio à época e atual subsecretário estadual do ambiente. Mais de quarenta pessoas participaram em cada reunião, muitos deles como representantes de órgãos municipais, estaduais e federais. Nota-se que muitas decisões podem ser questionadas como, por exemplo, a contratação de empresas do setor privado para executarem serviços por ordem do Consórcio. E outras, como a gestão para a obtenção de verba para a construção de uma nova ponte na Ponta do Ambrósio (reunião de 17/10/2002) e a decisão de enviar ofício diretamente para o Ministério do Meio Ambiente sem a preocupação de submetê-lo ao governador do estado do Rio ou, pelo menos, ao secretário estadual de meio ambiente (reunião de 14/03/2001). E há a questão de ter o Consórcio autoridade para enviar ofício à governadora do estado do Rio recomendando a alteração dos termos da licitação para a construção da ponte na Ponta do Ambrósio (reunião de 18/06/2004). Alguns desses momentos inesquecíveis são apresentados com mais detalhe, uma vez que permite que se tenha alguma idéia da dinâmica das discussões. É dada ênfase à questão da dragagem do canal Itajuru por ter sido esse fato um dos principais responsáveis pelo que aconteceu na laguna das Palmeiras, com o próprio canal, com a Lagoa de Araruama e por ter sido realizado ignorando a conclusão de um estudo que é descrito numa tese de mestrado na COPPE/UFRJ. A conclusão na tese é a de que a dragagem do canal pouco impacto teria na melhoria das condições na lagoa. De fato, o que o mestrando concluiu coincide com o que foi comprovado em 1955 e com o que concluiu a Dra. Renata Perpetuo Reis cujo trabalho de pesquisa é citado em texto anterior sob o título “A reunião que mudou o destino da Região dos Lagos”. O que foi registrado nas duas últimas reuniões em 12/03/2004 e 18/06/2004 deve, espera-se, levar o leitor a refletir sobre tudo o que aconteceu desde 30/06/2000 quando ocorreu a primeira reunião do Consórcio. Na reunião de 12/03/2004 o Consórcio tomou ciência de que a licença para a dragagem havia terminado, que não seria concedida nova licença e que estava operando sem licença, ou seja, ilegalmente. E na reunião de 18/06/2004 é informado de que a concessionária Prolagos não pode cobrar a tarifa pelo serviço de coleta de esgoto e por uma razão bastante simples: o sistema de coleta de esgoto em tempo seco, tão ardorosamente defendido pelo Consórcio e pelo Instituto Estadual do Ambiente, não é contemplado na lei que regula a cobrança de tarifas. Quatro anos depois, portanto, do início da implantação do sistema o Consórcio é informado desse, digamos, lapso técnico por parte do subsecretário estadual do ambiente  e, à época,  secretário-executivo do Consórcio. Essa situação se prolongou até 2008 quando, finalmente, a questão foi resolvida com a assinatura do segundo termo aditivo ao contrato entre a concessionária Prolagos e o governo estadual. A reunião de 18/06/2004 deve ter sido um tanto ou quanto melancólica para todos os presentes. A seguir os momentos inesquecíveis. Em artigo que se seguirá será apresentado um relato da contradição entre a decisão do Consórcio em dragar o canal Itajuru e a conclusão do estudo realizado na COPPE/UFRJ, que o julgou ser ineficaz, estudo este que é citado em reuniões e que estaria orientando as decisões do Consórcio. Confuso, sim: o que é não é o que foi concluído que não dever ser. Mas, não fosse assim, o Consórcio não teria vivido seus momentos inesquecíveis. Entre aspas os registros verbatim. Entre parêntesis o nome da pessoa, cargo ou instituição. 

Reunião de 14/03/2001.
“A dragagem do canal de Itajuru, está sendo feita com intuito de desobstrução do canal de navegação, em paralelo a Prefeitura de Cabo Frio fez estudo de impacto ambiental para projeto de dragagem com a finalidade de engorda de praias no canal, que será analisado pela FEEMA; este grupo pede que o Consórcio oficie a PMCF, para colocar pedras no enrocamento (sic) do canal na Praia do Siqueira”. “O Secretário Executivo esclarece que a fiscalização é competência do BPF, IBAMA e Prefeituras. Informa ainda que o Consórcio encaminhou o projeto de “ordenamento pesqueiro” da lagoa para o Ministério do Meio Ambiente”.

Reunião de 25/01/2002.
"Com a suspensão temporária da dragagem do Canal de Itajuru no mês de julho de 2001 a draga foi levada para São Pedro da Aldeia, onde as mesmas Instituições que participaram das discussões para dragagem dos pontos críticos do Canal de Itajuru, apontaram os pontos críticos que precisariam ser dragados no Canal do Boqueirão. Após muitas interrupções como por exemplo a mudança do Comando da Capitania em Cabo Frio, que paralisou a dragagem por atraso na documentação da draga e constantes quebras mecânicas na draga”. “O Consórcio aguarda para o final do mês de fevereiro, a conclusão dos estudos da hidrodinâmica da Lagoa, que estão sendo realizados pela COPPETEC”. 

Reunião de 14/06/2002.
“O Secretário Executivo do Consórcio informou, que as verbas para desassoreamento prometidas para a Lagoa de Araruama, não saíram. Em relação a verba garantida pela bancada federal do estado, o Secretário esclareceu que tecnicamente o projeto apresentado pelo Consórcio à Agencia Nacional de Águas – ANA, para remoção da ponte da Ponta do Ambrósio e dragagem da lagoa, foi aprovado e, falta empenho  político para liberação dos recursos. O Secretário informou também que o presidente do Consórcio irá a Brasília no próximo dia vinte e cinco, para tentar viabilizar a liberação do recurso, uma vez que as verbas federais só poderão ser liberadas até o final do mês de julho”.

Reunião de 17/10/2002.
 “A draga da Álcalis que atua no canal de Itajurú a serviço do Estado está parada no momento, aguardando a chegada de peças”. “[O secretário-executivo] informou a situação das obras da Prolagos”. “ETE de Iguaba está com a construção paralisada e processo na delegacia de polícia”. “As Prefeituras de Iguaba e Araruama colocam à disposição o apoio financeiro para as ações de desassoreamento visando a recuperação das praias. (omitido) se posiciona contrário a qualquer intervenção; há 15 mil pessoas que vivem da pesca na lagoa e que as dragas tiram substrato que serve de alimentação para os peixes endêmicos na Laguna, a carapeba e a perumbeba; a colônia e os pescadores devem ser chamados para opinar e participar das decisões; os pescadores, legítimos e primeiros usuários da lagoa, sempre são relegados a planos secundários; solicitam intervenção do IBAMA e nada é feito; sempre o pescador é punido; Sr. (omitido) e (omitido) corroboram com as afirmações. O Sr (omitido) argumenta que em sendo a Laguna uma APP, nem pesca poderia haver. (omitido) argumenta que o problema da pesca do camarão não é a remoção das conchas. (omitido) contesta informando que quanto ao camarão a afirmação é correta, entretanto várias  espécies de peixes são afetadas pelas dragagens. (omitido) informa haver estudos da USP afirmando que essa atividade é benéfica. (omitido) informa nada ter contra a continuação da atividade na lagoa desde que se prove que as conchas são recursos renováveis; que serão repostas em curto prazo; que as dragas tenham condições de operar com segurança; que no momento se posiciona contra qualquer plano de uso das dragas tendo em vista que os termos acordados; que as dragas estão em precárias condições e vazam óleo com freqüência”. “A dragagem está sendo efetuada de maneira inversa”. “Quanto à remoção da Ponte do Ambrósio serão feitas gestões junto ao Governo Federal para liberação do recurso da verba de bancada reservada para esse fim”. “Fazer gestões para liberar verba com vistas a construir ponte sobre o canal do Ambrósio em substituição à atualmente existente”.

Reunião de 21/11/2002.
“(omitido) propôs transferir o gerenciamento da draga para o Consórcio, não deixando sob a prefeitura de Cabo Frio. (omitido) informou, que a draga está a serviço do Governo do Estado. Foi levantando a questão de segurança da integridade da draga. (omitido) da PMCF informou, que a prefeitura já colocou guarda no local”. (omitido) esclareceu que se trata de uma dragagem cara e que a Álcalis deverá contratar uma empresa especializada para executar o serviço”. 

Reunião de 14/01/2003.
“(omitido) perguntou a representante da Prolagos, se Portugal não vai mas investir na região, ficando sem reposta”. “(omitido) colocou que o contrato de concessão é com a Prolagos, não importando da onde vem o recurso, na sua opinião tem que se partir para multas e acha que o CILSJ deve contratar um jurista especialista para que esse contrato com a Concessionária seja cumprido a risca na justiça”. “O Sr. Luiz Firmino informou que cada prefeitura disponibilizará uma quantia de 2 mil reais por mês para garantir o funcionamento da draga”. “O representante da Álcalis esclareceu que será dragado primeiro as áreas livres e depois o trecho do Palmer até o  Boqueirão. (omitido) colocou que ao dragar o trecho das Palmeiras vai entrar muita lama em direção a São Pedro da Aldeia, por isso acha que se deve dragar primeiro o Boqueirão. (omitido) colocou que se deve dragar em primeiro lugar os pontos de gargalo e depois partir para dentro da lagoa, sempre ouvindo os pescadores. (omitido) colocou que deve ser realizada uma audiência pública para definir a dragagem. Foi colocado em votação e não foi aprovado”. “O Sr. Luiz Firmino sugeriu a criação de uma comissão de acompanhamento e que a Álcalis faça o projeto executivo da dragagem. Foi colocado em votação e aprovado”. “O representante da empresa TERPASA informou, que o Projeto Executivo da dragagem foi feito pela empresa AQUAMODELO Consultoria e Engenharia em dezembro de 2002 e foi intitulado de “Projeto Básico de Dragagem do Canal de Itajurú na Enseada das Palmeiras – Lagoa de Araruama – RJ". “A empresa TERPASA terá trinta dias para mobilização da draga e está ata funcionará como Ordem de Serviço”. 

Reunião de 09/05/2003.
 “(omitido) colocou sobre a necessidade de um estudo em relação à saída de esgoto na Boca da Barra do Canal de Itajurú, que poderá contaminar a Praia do Forte. O Sr. Luiz Firmino respondeu que a Praia só ficará contaminada se não forem feitos os tratamentos de esgoto, que estão previstos para a Lagoa de Araruama”. “(omitido) colocou que a enseada das Palmeiras é berçário da lagoa, portanto os pescadores não irão aceitar nenhum aterro na sua orla e já entraram com ações no MP estadual e federal”. 

Reunião de 19/09/2003.
“O Sr. Luiz Firmino fez a apresentação do projeto de dragagem que está em andamento no canal de Itajuru”. 

Reunião de 12/03/2004
O Dr. Luiz Firmino esclareceu que a Licença de Operação emitida pelo IBAMA para dragagem do Canal de Itajuru teve seu prazo terminado em 2003, não sendo renovada pelo motivo do IBAMA não ter aceitado as condicionantes do EIA/RIMA apresentadas pela PMCF. Atualmente a dragagem está sendo feita sem licença”. “Esclareceu algumas duvidas e questionamentos em relação à cobrança pelo tratamento do esgoto, informando que houve consenso por parte dos poderes concedentes (estado e prefeituras) e concessionárias, para ser cobrado 34% a mais do valor atual da tarifa de água”. 

Reunião de 18/06/2004
“O projeto da Ponte será agora encaminhado para a governadora a fim de ser licitado. Plenária aprova que o CILSJ oficie à governadora no sentido de colocar a obra da ponte dentro da licitação da duplicação da estrada“. “O promotor perguntou sobre como estaria sendo conduzida a cobrança da captação e tratamento do esgoto. Firmino explica que a captação em tempo seco criou uma situação inusitada, pois não está prevista na lei. A forma de cobrar não pode ser um para um, pois não existe a rede”.

Cerrem-se as cortinas e que o último a sair acenda a luz.

Ernesto Lindgren
19/08/2010

sábado, 8 de junho de 2013

A reunião que mudou o destino da Região dos Lagos


Em 30/06/2000 às 10h30min horas, na sede da Álcalis, reuniram-se pela primeira vez os membros do Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ), sua história de criação estando descrita em "Consórcio Intermunicipal Lagos São Joao".  Consta da ata da reunião que “iniciou-se (sic) os trabalhos com a palavra do Secretário Executivo do Consórcio Ambiental, Dr. Luis Firmino Martins Pereira, [então agente regional da FEEMA], explanando o plano de ação de gestão ambiental e a estratégia de trabalho através de Grupos de trabalho”. A pauta da reunião era “Renovação da Água na Lagoa de Araruama”.

“Variações Morfológicas da Chlorophyta da Lagoa de Araruama, Rio de Janeiro, relatório de pesquisa de Renata Perpetuo Reis, do Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro e “Aspectos Ambientais e atividade de Pesca em Lagoas Costeiras Fluminenses”, relatório de pesquisa de Lisia Vanacôr Barroso e Marcelo Corrêa Bernardes, ambos do IBAMA, importantíssimos para subsidiar as decisões que o Consórcio iria tomar, já haviam sido publicados em revistas técnicas em 1994 e 2000, respectivamente, mas foram ignorados por todos os membros do Consórcio. Passaram a viver um mundo próprio. Mais tarde, em 2003, iriam também ignorar outro importantíssimo documento, a tese de mestrado de Antônio Carlos Bittencourt Cunha. Desde 2002 vinha desenvolvendo o estudo hidrodinâmico da Lagoa de Araruama que chegou a ser mencionado numa reunião do Consórcio pelo secretário-executivo Dr. Luis Firmino Martins Pereira, atual sub-secretário estadual do ambiente. Não se deram ao trabalho de consultá-lo. Tivessem feito isso, ou pelo menos entrado em contato com ele, até mesmo com um simples telefonema, teriam evitado as trágicas consequências das decisões que tomaram. O Consórcio se bastava e se basta, porque continua a agir.   

A escolha da pauta, e tudo mais o que se seguiu, mudou o destino da Região dos Lagos, definiu o futuro da Lagoa de Araruama, chegando-se à atual condição. Naquela manhã já havia o entendimento de que era necessário dragar o canal Itajuru, as dragas da Álcalis já estando à disposição. Um único participante da reunião alertou “que uma dragagem sem estudo prévio deve acarretar graves danos ambientais de maior conseqüência que o estado atual da Lagoa. Danos até irreversíveis”.

A leitura da ata deixa claro que nenhum dos participantes tinha conhecimento dos relatórios das pesquisas citadas acima. O que dizem elas? Leia-se o que Renata Perpetuo Reis concluiu: “Do Boqueirão [São Pedro da Aldeia] até o interior da lagoa a salinidade varia de 56 a 76 não havendo ai influência da maré. A circulação da água nesta porção é devida a corrente eólica...”. O que a pesquisadora confirmou é o que havia sido comprovado em 1955: a lagoa de Araruama é, para todos os efeitos, fechada, a troca de água com o oceano através o canal Itajuru sendo desprezível; a corrente marinha no interior da lagoa é devida ao vento.

Mas o Consórcio, refratário às idéias de outrem, adotou como verdadeira a noção de que a água da Lagoa de Araruama é renovada através o canal Itajuru. Não se sabe como surgiu essa noção, uma lenda, melhor dizendo. A verdade é que fora as observações do grupo de geógrafos que esteve na Região dos Lagos em 1955, nunca foi realizada ou proposta uma pesquisa cujo objetivo fosse determinar o tempo dessa suposta troca. E a lenda ganhou força, tornando-se uma verdade inquestionável. Em 14/11/2006 a página na Internet do G1-Globo.com publicou a seguinte nota: “o tempo de renovação completa da água da lagoa chegou próximo a um ano contra os cerca de 90 dias que eram registrados na década de 80. Com as obras do programa de revitalização, este tempo será ainda menor, de entre 30 e 60 dias”. De onde saiu essa informação? Quem fez o estudo na década de 80? Quem fez o estudo para concluir que o tempo seria reduzido para 30 dias? O jornal não revela o nome do informante e não verificou a autenticidade da informação. Se tivesse feito isso descobriria que o que foi afirmado não aconteceu nem poderia acontecer. Mas poderia ter feito as contas. A lagoa tem um volume de cerca de 600 milhões de metros cúbicos e no canal Itajuru, com oito quilômetros, se acomodam 3 milhões de metros cúbicos. Se a renovação da água ocorrer em 30 dias tem-se, diariamente, 20 milhões de metros cúbicos entrando no canal num período de seis horas, ou 3,5 milhões de metros cúbicos por hora. Seriam quatro tsunamis diários, se alternando na entrada e na saída da água. Na entrada varreria a Ilha dos Anjos; na saída, o Forte São Mateus, duas vezes por dia, durante um mês, doze vezes por ano. Tais contas bastariam e bastam para, pelo menos, desconfiar de que há algo bastante errado com as informações passadas ao jornal. Informações que permanecem na Internet, circulando o mundo.  

A história da Região dos Lagos ficou inexoravelmente ligada às deliberações do Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ) e do presidente do INEA. Trataram desde a imposição da implantação do sistema de coleta de esgoto em tempo seco nos municípios atendidos pelas concessionárias Prolagos e Águas de Juturnaíba, até as dragagens no canal Itajuru, na lagoa das Palmeiras e na lagoa de Araruama. E de coisas como a questão de como deve ser conduzida a pesca na lagoa e a distribuição de cestas básicas para as famílias prejudicadas pelas suas ações. A leitura das atas de onze reuniões, entre junho de 2000 e junho de 2004, proporciona uma visão bem nítida de porque, em apenas quatro anos, o destino da Região dos Lagos tomou um rumo inesperado.

De cada ata foram selecionados alguns registros que, juntos, constituem os momentos inesquecíveis ao longo daqueles quatro anos. Serão apresentados em um artigo, parte de uma série que descreve em linha gerais o cenário caótico no contexto do qual se inserem os empreendimentos imobiliários que foram objeto de notícias publicadas por CIDADE-ONLINE.

Por estarem disponíveis para leitura na Internet as atas das reuniões do CILSJ, dos comitês e dos grupos de trabalho, tornou-se possível se ter uma noção do que aconteceu e como aconteceu. Lembra o caso da guarda dos arquivos do período nazista na Alemanha e das famosas fitas de Richard Nixon. Deveriam tê-las destruído. Há nelas coisas realmente bizarras.

Ernesto Lindgren

Rota do Esgoto


           
Em 06/02 deste ano os governos do Estado do Rio e dos municípios de Cabo Frio, Arraial do Cabo, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande e Búzios, assinaram um protocolo de intenções que prevê: 1) transposição do que sai dos Liquidificadores de Fezes em São Pedro da Aleia e em Iguaba Grande diretamente para o rio Una; 2) implantação de redes separativas de esgoto em Búzios e duas elevatórias no bairro de Geribá.

            É impossível prever o que pode ou vai acontecer. De acordo com dados da Prolagos, Cabo Frio produz 201 litros de esgoto por segundo, São Pedro da Aldeia 163 e Iguaba 42. O esgoto de Cabo Frio vai para a ETE no Jardim Esperança onde bactérias produzidas pelo esgoto o tratam, sendo depois despejado no rio Una. Os 205 de São Pedro da Aldeia e Iguaba Grande passam pelos Liquidificadores de Fezes e seguirão para despejo no mesmo rio Una. No total o pobre do rio vai receber, diariamente, 406 litros de esgoto por segundo que correspondem a 3.240 caminhões, com capacidade de 10 mil litros de esgoto cada.

            Que não se deixe de perceber a precisão das estimativas: 201, 163, 42. Nem um litrinho a mais, nem um litrinho a menos. 

Veja na ilustração a Rota do Esgoto.

Ernesto Lindgren

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terça-feira, 4 de junho de 2013

Chegou a vez das praias


"Joga no mar.

Foi a decisão tomada pelo governo do Estado do Rio de Janeiro.

Os resultados dos exames dos efluentes na ETE em Iguaba Grande, ao longo de 2012, variaram de 540 coliformes fecais por 100 mililitros em fevereiro a 1.733 em julho. Na em São Pedro da Aldeia de 495 em junho a 995 em novembro. Não é possível continuar com os despejos na Lagoa de Araruama. Até para uso na agricultura se deve ter cuidado. (Ver tabelas abaixo).

Tomada a decisão redigiu-se o protocolo de intenções citado no artigo anterior, "Rota do esgoto" nessa revista. A transposição não estava prevista no contrato com a Prolagos e o Estado do Rio de Janeiro arcará com o custo de R$10,9 milhões, incluindo a rede separativa e duas elevatórias em Búzios.

A transposição será para o rio Una, diretamente, uma vez que a ETE no bairro de Jardim Esperança não tem condição de tratar os 205 litros por segundo que jorram das duas ETE´s. São 15 a 17 milhões de litros de esgoto diluído, por dia. Diz-se "esgoto diluído" porque as duas ETE´s são Liquidificadores de Fezes (LF), "Fossas Caseiras Melhoradas". ETE que é ETE, e que se preze, na posição em que estão os LF´s ou FCM´s, tem efluente com 250 coliformes fecais por mililitros e menos.


Aos 15 a 17 milhões de esgoto diluído somam-se outros tantos oriundos da ETE no Jardim Esperança. 30 a 35 milhões de esgoto diluído, com 800 ou mais coliformes fecais por 100 mililitros irão desaguar no oceano, na foz do rio Uno. É inevitável que desçam na direção de Búzios, e além, tornando as praias impróprias para o banho".

Tabelas: 


Foi-se a lagoa de Araruama, foram-se as lagunas Cabo Frio e Maracanã e o canal Itajuru, estando ameaçado o Reservatório de Juturnaíba. Chegou a vez das praias.
É a herança maldita gerada no ciclo de abusos de poder iniciado em 30/06/2000 às 10h30min horas, na sede da Álcalis, quando se reuniram pela primeira vez os membros do Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ).

Ernesto Lindgren
CIDADE ONLINE
03/06/2013

Fonte: http://www.revistacidade.com.br/colunas/ponto-de-vista/3244-chegou-a-vez-das-praias

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  • Cada vez que eu leio essas coisas, mais triste eu fico com a situação que arrumaram pra Búzios!

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Má fé


Foto do grupo Mangue de Pedra do Facebook

Constituição Federal de 1988, capítulo IV, Dos municípios, artigo 30: “Compete aos municípios, VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano”. IX: “promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual”.

Isso basta para que o poder público municipal, se de fato estiver interessado em proteger Zona de Preservação Ambiental, negar a licença de construção de um barraco de papelão na Zona. O Plano Diretor, aprovado pela Câmara Municipal, pode até autorizar que certo percentual da área da Zona seja ocupado. Pode estabelecer que seja 1%, 5%, 27%, 83%. Não importa. O Plano Diretor pode ser alterado e se nele consta que 5% da área da Zona podem ser ocupados esse percentual pode ser reduzido para zero num caso excepcional como é o Mangue de Pedra.

Tem razão um leitor que preferiu não se identificar quando, em comentário feito em um blog que discute a questão do empreendimento próximo ao Mangue de Pedra, em Búzios, que a suspensão da licença para a construção não passa de jogo de cena.

A administração do governo do Sr. Mirinho Braga, e o Poder Legislativo, poderiam ter feito uso da legislação estadual, por exemplo, para no caso específico do Mangue de Pedra negar a licença, mesmo que o Plano Diretor permita, como se alega, que 5% da Zona de Preservação Ambiental onde está o mangue possam ser ocupados. Se os tais 5% da área já estão degradados, poderiam adotar medidas para recuperá-los.

O que se configura no caso do empreendimento Gran Reserva 95 é uma subserviência dos poderes público municipal, executivo e legislativo, ao setor imobiliário. Agiram e agem de má fé.

Ernesto Lindgren

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Maldito Comitê Lagos São João!


Maldito Comitê Lagos São João! Malditos! 

Levaram 12 anos para admitir que o sistema de coleta em tempo seco não funciona. Diz o relatório de uma câmara técnica do governo estadual, junho 2012: “Foi recomendado enfaticamente que os efluentes de origem sanitária não devem ser despejados na Lagoa Araruama”.

Passaram-se 12 anos para que esse bando de incompetentes admitisse a estupidez que é o sistema de coleta de esgoto em tempo seco.

“Voz das Águas” é o nome do jornaleco que o Comitê da Bacia Hidrográfica Lagos São João (CBHLSJ) manda imprimir e distribuir em toda a Região dos Lagos. Foram 5.000 exemplares para o número 9, ano 2, maio/junho 2012. A lista de “mamadores de tetas do governo estadual” está na página 2. São várias dezenas.

Quanto custou para imprimir e distribuir essa imundice? Deveria se chamar “Voz das Águas Podres”. 
Chamem o Joaquim Barbosa!

Foram inúmeros os eventos aos quais essa turma participou, com passagem, estadia e diárias, pagos com dinheiro público. Sem contar os salários mensais que recebem para produzirem relatórios onde explicitam o óbvio.

Disse Roberto Jefferson para José Dirceu em 4 de agosto de 2005 no depoimento na CPI para investigar um esquema irregular de pagamentos de "mesadas" a parlamentares da base de apoio do governo: “Vossa Excelência desperta em mim os instintos mais primitivos”. É exatamente esse o sentimento que a população da Região dos Lagos está manifestando, em todos os lugares, em todos os veículos de comunicação com respeito às conseqüências das ações dessa excrescência, dessa aberração, como órgão do governo estadual, que é esse Comitê, que começou como Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CLSJ). 

Não se pode ter idéia do que de mais desastroso, de mais pernicioso, de mais asqueroso ainda poderá propor para manter a continuada destruição do patrimônio público na Região dos Lagos. Do que de mais cínico poderá ser nas manifestações que faz publicar em relatórios, em jornalecos como esse chamado de Voz das Águas, mas de águas podres no qual se banha.

O Comitê se reuniu no chamado “Dormitório das Garças”, mas lá não mais há garças. Reuniu-se sim, seus participantes enterrados no esgoto in natura até o limite do lábio inferior, tendo sido proibido fazer marola.

Ernesto Lindgren
23/08/2012

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Frita o peixe


Tem razão o Professor Chicão, avisando em artigo neste blog: “Mar de fezes será atirado no rio Una”.

Este colaborador submeteu ao MP em Cabo Frio duas petições solicitando providências quanto às ações do Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ), destacando, principalmente, o fato de que ao impor o sistema de coleta de esgoto em tempo seco, na primeira reunião realizada em 30/06/2000, já havia reconhecido que o sistema desrespeita a Constituição do Estado do Rio de Janeiro. O MP, em seu despacho, apresentou as mesmíssimas justificativas encontradas nos documentos pseudotécnicos do pseudocientista Luiz Firmino Martins Pereira, então secretário-executivo dessa excrecência que é o CILSJ: a de que, eventualmente, - significando até 2023 -, todo o esgoto seria coletado e tratado em ETE´s. Quanto ao desrespeito à constituição, nenhuma palavra.
Se o MP, por conta própria, quer-se desmoralizar, problema dele. Resta o povo, representado por associações de bairros, mas que não participem as ONG´s que se sustentam à custa desse órgão, o CILSJ, onde atua gente despreparada para lidar com assunto técnico como é a questão da coleta e do tratamento de esgoto.

No meio dessa história está a Prolagos. Vejamos.

a Prolagos anunciou, referindo-se à ETE no Jardim Esperança que entrou em operação em 08/07/2011: “A operação da nova ETE - a quinta construída pela concessionária na região - eleva para mais de 70% o índice de atendimento em coleta e tratamento de esgotos da Prolagos em sua área de concessão... A unidade realizará o tratamento secundário de esgoto (biológico) e é composta por duas lagoas de aeração e duas lagoas de decantação, com capacidade para tratamento de até 160 litros de esgoto por segundo”. Essa área de concessão para coleta e tratamento de esgoto contem os municípios de São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande Cabo Frio e Búzios. Em www.censo2010.ibge.gov.br/dados_divulgados/index.php?uf=33está a resposta para a população que produz o esgoto: 305.975. Quanto produzem de esgoto por segundo? Quem quiser se dar ao trabalho, confira: 980 litros de esgoto por segundo. 70% disso estaria sendo tratado, ou 690 litros de esgoto por segundo.

O que a Prolagos anuncia é que as quatro outras ETE´s tratam 805 litros de esgoto por segundo. 1) O decantador em São Pedro tem capacidade para tratar 200 litros por segundo. 2) Anuncia-se que a ETE de Cabo Frio tem capacidade para tratar 400. 3) A em Iguaba, 75. 4) A em Búzios, 130. Acrescendo a ETE no Jardim Esperança tem-se 965 litros de esgoto por segundo. Isso quer dizer que 98% do esgoto produzido nos quatro municípios são tratados e não apenas 70%? A Prolagos está sendo modesta? Não, não está. Embora a capacidade seja para tratar 965 litros por segundo está tratando 690. (É como caixa de água com capacidade para 1.000 litros, que na verdade acomoda 800 ou menos).

Moral da história: 980 - 690 = 290 litros de esgoto por segundo não são tratados. Pensemos nisso: o sistema de coleta de esgoto em tempo seco instalado nos quatro municípios permite que sejam lançados diretamente na lagoa de Araruama, nas lagunas Cabo Frio e Maracanã, e na bacia do rio Una mais de 25 milhões de litros de esgoto por dia, in natura. Puros, leves e soltos. Como comparação, a lagoa de Araruama retém cerca de 650 milhões de litros de água. Multiplique os 25 milhões por 3.650 (10 anos) e tem-se o tamanho da estupidez, da boçalidade, da cretinice imposta por essa excrecência, o Consórcio Intermunicipal Lagos São João, que tem a desfaçatez de manter na Internet a afirmação de que metade do volume da água da lagoa é renovada a cada 84 dias, coisa impossível, uma vez que a lagoa é fechada: a maré não tem força para passar do Boqueirão, em São Pedro da Aldeia.

Repetindo: tem razão o Professor Chicão, avisando em artigo neste blog: “Mar de fezes será atirado no rio Una”.


Ernesto Lindgren
29/12/2011

De costas para o mar e de frente para a burrice

Tem-se que ser repetitivo. O que aconteceu na Região dos Lagos se compara ao 11 de setembro em Nova Iorque. Não vamos esquecer: aqui destruíram a maior lagoa de água salgada do mundo e os responsáveis devem ser imortalizados. Alair Corrêa, Luiz Firmino Martins Pereira, Arnaldo Villa Nova, Márcio Flávio Moreira, Marilene Ramos, e há outros, são seus nomes e o resultado está ai: na laguna de Cabo Frio vive-se de costas para o mar, como alerta o artigo na revista CIDADE ONLINE (www.revistacidade.com.br), e de frente para a burrice. Alair, autointitulado porta-bandeira na campanha para a prefeitura em 1999, é uma prova de que bacharel não tem competência para assumir a responsabilidade de um engenheiro. Foi dele a estúpida ideia de canalizar os três valões no 1º distrito de Cabo Frio usando manilhas de concreto em lugar da tradicional vala sem fundo com laterais de concreto e coberto, coisa que se encontra em manual de “Como se faz” comprado em banca de jornal. A ele se juntaram o pseudocientista Firmino e puxa-sacos mamadores de tetas governamentais. Não bastou a burrice. A ela somaram-se as boçalidades registradas nas atas das reuniões dessa excrecência, o Consórcio Intermunicipal Lagos São João, uma vergonha para a engenharia nacional.       

Toda essa gente deveria ser processada por ter cometido crime ambiental e falsidade ideológica. O consórcio promoveu a dragagem do canal Itajuru pretendendo renovar a água da lagoa de Araruama. Desistiu, depois de onze anos, uma confissão de que fez burrice, já que a lagoa é e sempre foi fechada. Desperdiçou dinheiro público enchendo os bolsos de profissionais que por dever de ofício deveriam se ter recusado a participar da farsa. 

Ricardo Fernandes, que mantem um escolinha de vela na praia das Palmeiras, Cabo Frio, comenta que para cá veio em 1975 com seu irmão Ronaldo, considerando que a enseada é ideal para ensinar crianças a velejar. Sempre foi. Muita gente, na década de 1950, enfrentava seis horas de viagem do Rio até Cabo Frio, cruzando a baia de Guanabara com pequenos veleiros acomodados sobre carros. O que chama de assoreamento sempre existiu. Na saída do canal, passando a Ilha do Anjo, na maré vazante o banco de areia fica exposto sendo, portanto, natural. Foi anotado pelo grupo de geógrafos do antigo Conselho Nacional de Geografia - atual IBGE - que pesquisou a Região em 1956. 

Se Ricardo e Ronaldo tivessem vindo bem antes de 1975 teriam observado que a enseada das Palmeiras ficava lotada de gente com pranchas a vela, hobiecats, lasers, cataventos, dingues. 

A burrice se instalou em Cabo Frio no final da década de 1990. Até então era possível fazer tudo o que os irmãos Fernandes pretendem fazer agora. O problema é conseguir a permissão dos pais das crianças, que seriam seus alunos, para que se arrisquem a entrar na imundice na laguna.


Ernesto Lindgren

30/12/2011
          

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Na rota do esgoto e do óleo


“O óleo derramado pela Chevron no campo de Frade, na Bacia de Campos, pode chegar às praias do Rio, sobretudo Búzios e Angra, e também do Espírito Santo e São Paulo (Ubatuba) dentro de duas semanas. O alerta foi dado por técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, (Ibama) e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) em reunião com o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc”.

É preciso saber se o secretário-executivo desse aborto parido pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, o Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ), vai ter coragem de mandar um e-mail para todos os veículos de comunicação, nacionais e internacionais, pedindo ao secretário Carlos Minc para que não “vomite” asneiras. Aqui está o comentário que enviou sobre o artigo “Na rota do esgoto” datado 09/05/2011, publicado na revista CIDADE ONLINE: “Resposta ao Alienado Ernesto Lindgren Ter, 17 de Maio de 2011 21:38 Mario Flavio Moreira Prezado Lindgren, Solicito por gentileza que não "vomite" asneiras numa conceituada revista como essa. Se você tem alguma dúvida em relação ao sistema de captação de esgoto em nossa região, nos procure no Consórcio, estarei a sua disposição para dirimir suas dúvidas. Ou procure alguem que saiba”.

E agora? Não só a praia do Peró está na rota do esgoto como também está na rota das pelotas do óleo que vazou na Bacia de Campos.

Que se imagine o que aconteceria se tivesse sido possível trocar a água da lagoa de Araruama fazendo dragagens no canal Itajuru. Tentaram, não por teimosia, mas por 100% de incompetência.

O secretário deveria ter sido genérico: todas as praias na costa sudeste estão ameaçadas, uma vez que todas recebem parte do esgoto in natura que é despejado pelo emissário submarino em Rio das Ostras. Essa gente do CILSJ e do INEA sempre tratou o oceano Atlântico com se fosse um penico e, não se sabe como chegaram ao ponto de imaginar que água salgada tem o poder de tratar esgoto. Ou que o esgoto não será transportado pelas correntes marítimas.

A Chevron foi multada. E o CILSJ? E o INEA? Não serão punidos pelos crimes ambientais que vem cometendo há mais de dez anos, “vomitando” uma montanha de asneiras em palestras, entrevistas, declarações publicadas na Internet?

Teremos dois novos produtos para fotografar nas praias da Região: “óleo esgotado” e “esgoto oleado”.

Ernesto Lindgren
23/11/2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O número que voltou pra casa

            6.622 é o número.

            5.161.239 turistas entraram no Brasil em 2010. Desses, 1.037.409 (20,1%) vieram para o estado do Rio de Janeiro, 478.245 (46,1%) declarando que lazer era a principal finalidade da viagem. 287.425 (60,2%) destacaram que “sol e praia” era a principal motivação. Onde? 2,3% selecionaram Búzios, quinto na lista, “para todos os motivos da viagem”.


Rio de Janeiro (13,1%) = 56.327
Foz do Iguaçu (6,7%) = 28.808
Florianópolis (5,6%) = 24.079
Salvador (3,2%) = 13.759
Búzios (2,3%) = 6.622

Onde estavam os 6.622 turistas? Resposta: nos navios que aportaram em Búzios. Porque aportaram em Búzios? Resposta: porque estava no itinerário.

Se o leitor fosse um desses turistas, dentro do navio ancorado ao largo de Búzios, e recebesse um questionário e tivesse que responder à pergunta, “Qual o destino de sua viagem?”, as opções sendo São Gabriel da Cachoeira, Tribobó de Deus Me Livre, Ouro Branco, Moscou, Berlim, e em letras miudinhas “Búzios”, qual seria a escolha do leitor?

6.622 turistas escolheram “Búzios” e o número foi mandado para a Embratur.

Acontece que a Embratur encomendou uma pesquisa à FIPE para verificar os destinos e as motivações das viagens. A FIPE consultou as tabelas da Embratur, encontrou o número 6.622 e publicou o relatório onde consta que Búzios foi a quinta cidade mais visitada no Brasil em 2010. O número voltou pra casa.

O prefeito de Búzios deu entrevistas, a Internet está coalhada de comentários sobre o fantástico número de turistas que visitaram Búzios em 2010.

6.622. Dá em média 550 por mês, 18 por dia. É gente pra caramba!

Ernesto Lindgren
15/11/2010

740

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Ao blogueiro Totonho

Recebi email da minha amiga Marcia Bispo- também blogueira do Anjo Vadio- me informando que o senhor Totonho lhe dissera no Twitter que eu havia "surrupiado" fotos do blog dele.

@marciabispo Entre outras coisas surrupiou imagens do Jornal do Totonho sem autorização.

Fui lá no twitter dele e confirmei:


JORNAL DO TOTONHO

@
Entre outras coisas surrupiou imagens do Jornal do Totonho sem autorização.

Lembrei que havia postado textos com fotos do Ernesto Lindgren sobre a lagoa de Araruama.
Mandei um email pra ele que recebeu a resposta abaixo:

Ernesto Lindgren para mim
Ai está um e-mail para o Totonho. Deve ter sido como você comentou. Eu cortei uma foto do Jornal do Totonho, inclui num texto, que mandei para você e Niete. Fique tranquilo. Tudo se esclarece. Abraço

From: celindgren9@hotmail.com
To: contato@jornaldototonho.com.br
Subject: Esclarecimento
Date: Wed, 5 Oct 2011 16:40:01 -0300
Faz tempo que não mando texto. Nem para você nem para o Luiz do PT. Finalmente  escrevi dois textos para a Niete. Seguinte. Recebi um e-mail do Luiz comentando que teria havido um comentário num blog (Anjo Vadio) de que o Luiz teria usado fotos suas, sem autorização. Deixe-me esclarecer. Lembro-me de ter recortado fotos de seu blog (tiradas pelo Ângelo) que inclui em textos que enviei para o Luiz. Talvez tenha sido isso. Mais tarde o Ângelo me enviou as mesmas fotos. Aliás,ao que parece, o esgoto sai pela Boca da Barra em dias de lua minguante, que causa maré vazante forte. O Ângelo está atento quanto a isso. Como vai o problema da vista?... (coisas pessoais)....Abraços para você e Valéria. Envie uma resposta sobre essa questão da foto,para que eu possa informar o Luiz. Obrigado
Tudo isto foi enviado para o Totonho que não teve até agora a dignidade de se retratar com um pedido de desculpas. 
Totonho, estou aguardando.

domingo, 4 de setembro de 2011

Obras do Club Med no Peró


Recebi no dia 30/08/2011 email de Ernesto Lindgren:





"Favor atualizar seu blog, pois a diretoria do Med confirmou o inicio das obras em janeiro.





Se não acontecer escreverei "Club Med Virtual no Peró" com uma ilustração de projeto de prédio usando computação gráfica".



Ver: "Acionistas desistem do Club Med no Peró"

Ver: "Sheraton desmente a construcao de hotel no Peró"

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Governador! Fecha esse Consórcio!










            Inúteis. Duplamente inúteis são as duas dragas estacionadas, talvez atoladas no esgoto in natura que se depositou nos fundos do Canal Itajuru e na parte submersa do Canal Palmer na enseada das Palmeiras, laguna de Cabo Frio.





            As provas da incompetência de como o Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ) conduziu a questão da contratação das duas dragas é bastante para mandar embora essa turma de charlatões que há anos vem desperdiçando dinheiro público.





            Primeiro. Não é possível ignorar e perdoar a estupidez inicial. Consta da Constituição Federal, Capitulo II, Da União, Artigo 20 e, Inciso IX: “São bens da União: - os recursos minerais inclusive do subsolo”. Ora, se as dragas foram contratadas e agora permanecem paradas, já que não se sabe o que fazer com o material que seria retirado, por pertencer à União, de duas, uma, ou ambas: 1) o Consórcio sabia da restrição e do que iria acontecer, tendo, portanto, havido má fé; 2) malandragem.





            Segundo. A intenção era a de dragar o canal Itajuru para que a água da lagoa de Araruama fosse renovada. Isso jamais irá acontecer, já que está mais do que provado que a lagoa é fechada.





A combinação de má fé com malandragem é coisa de charlatão que fez curso de mestrado, doutorado e pós-doutorado com o Urubu Malandro.





            Governador! Fecha esse Consórcio!





A prova do charlatanismo do CILSJ

Esgoto in natura no canal do itajuru






"Vídeo feito de um celular no Canal do Itajuru nas imediações da antiga Casa Canal (centro). O evento é de uma caixa de esgoto feita no governo Alair para acabar com as inundações da Rua Raul Veiga. Quando enche a caixa, a bomba liga e lá se vai nossa laguna. Pergunto onde está o tratamento desta caixa e outra que vem da Rua 13 de Novembro com o mesmo esquema".



Ver: http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/8887



Visitem meu outro blog: "Iniciativa Popular Buzios"