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segunda-feira, 4 de abril de 2016

Posição oficial do governo de Cabo Frio sobre o Club Med

Folha – Qual a posição da prefeitura no caso Club Med?
Jaílton – O licenciamento é feito pelo estado. O processo está judicializado, tem bastante coisa complicada, então por que mexer no que está complicado? Assim que o estado se pronunciar, a gente se pronuncia. Nada vai acontecer sem a gente verificar a documentação porque a obra é dentro do município. Não há nenhuma liberação do município. Eles não tem nada nosso.

(Jaílton Nogueira, Secretário de Meio Ambiente de Cabo Frio, jornal Folha dos Lagos)


Comentários no Facebook:

Sergio Murad Sou a favor desde Que se cumpra todos os requisitos
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Pedro Rodrigues Luiz, isto foi jogada. O Club Med nunca teve interesse neste projeto.
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Luiz Carlos Gomes Pedro, sei disso. Na verdade se chama de club MED o empreendimento RESERVA DO PERÓ. Publiquei porque achei importante registrar depoimento do secretário. Grande abraço.
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Ricardo Guterres Se não for o Club Med vai ser uma favela.....
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Luiz Carlos Gomes Esse discurso é velho: Ocupar pra não favelizar. É o discurso dos entesouradores de terras (especuladores). Diziam o mesmo da Azeda, da Prainha e de Grumari.
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Ricardo Guterres Do lixão em Arraial do Cabo....da Mata Atlântica....e de milhares de outros exemplos da competência do estado de cuidar dos bens públicos......
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Luiz Carlos Gomes Essas áreas só favelizaram porque não houve fiscalização por parte dos Prefeitos e governadores, que você há de convir são financiados pelos grandes especuladores. Esse é o mote. Largam pra lá, pra ver se começa a favelização. Depois dizem que é preciso ocupar pra não favelizar.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Ricardo Amaral: a história de um embuste



Salvador Dali ficaria assustado com o surrealismo. Não havia projeto na Reserva do Peró. Era um enorme pedaço de papel com muitos quadradinhos, círculos, retângulos, triângulos e várias outras formas que parecem terem sido inseridas com o uso de um processador de texto, todos coloridos. Era um embuste, um crime quase perfeito como o conto do vigário em que se usa uma nota de R$100 sobre um pacote de papéis em branco que o vigarista diz conter R$5.000. Os bancos estão fechados, diz ele, não quer andar com tanto dinheiro e precisa de alguém de confiança para guardá-lo. Alega ter pressa, aceita R$500 e voltará para pegar o resto. A ganância induz o otário a aceitar a proposta e o vigarista desaparece. Mas, sempre deixa rastros.

No caso do "projeto", inicialmente divulgado em 2007, com muito espalhafato em um anúncio de uma empresa de nome Lakpar de propriedade de Ricardo Amaral, constavam as construções de seis hotéis (Sheraton, dois Boutique, Bora-Bora, Moorea e Club Med), campo de golfe, áreas residenciais, etc. O embuste adquiriu legitimidade e legalidade quando foi solicitada a licença para a construção, ainda em 2006, uma vez que ocuparia uma área de preservação ambiental. Àquela época o incomparável Luiz Firmino Martins Pereira, então secretário-executivo do CILSJ, participou de uma reunião onde foram feitas recomendações quando às localizações dos hotéis. A ata da reunião foi a nota de R$100 que o vigarista usa e que, além do mais, era falsa. Mas serviu.

Acontece que nada em que Ricardo Amaral e Firmino tocam, cheira bem. Mas, o quê, no caso?
Da releitura da ata salta aos olhos de onde vem o mau cheiro: o projeto seria executado numa área que está sob o controle do município de Cabo Frio, mas, curiosamente, não se encontram os documentos onde o proprietário de cada hotel concorda e autoriza a empresa de Ricardo Amaral a executar as obras. É como se alguém solicitasse licença para construir um hotel cinco estrelas do grupo Othon no terreno em frente à rodoviária em Cabo Frio e não apresentasse algum documento onde aquele grupo concorda com a empreitada. E mais: sem custo algum para o grupo! Bom demais para ser verdade.

Como pode esse fato, tão elementar, passar despercebido? A prefeitura, o CILSJ, o INEA e a SEA não notaram? Ninguém notou? A discussão ficou centrada na nota de R$100 no topo do pacote com papéis em branco: a aplicação correta da lei. Afinal, tratava-se de Ricardo Amaral, o famoso cozinheiro de feijoadas que preparava para os deslumbrados da elite carioca, íntimo de ex- presidentes da República, ministros de Estado e escritores famosos. Como suspeitar que seria o autor de tamanho trambique, um dos maiores contos-do-vigário na história dos empreendimentos imobiliários no Brasil?

Por outro lado teriam percebido o embuste e trataram de ficar calados e continuar a enganar a prefeitura de Cabo Frio? Bem possível. De fato, mais do que possível: altamente provável. Mas, havia mais. Tal como o otário no golpe do vigarista, a ganância do setor imobiliário e agências de turismo aflorou: seus olhos ficaram cobertos por cifrões. Trataram de dar ampla visibilidade ao projeto, imaginando navios de cruzeiros ancorados em Cabo Frio e levas de turistas comprando pacotes de viagens. A questão jurídica se resolveria, imaginaram, e, claro, a favor do visionário Ricardo Amaral e comparsas.

A história continuava a cheirar mal e foi muito simples verificar o que estava acontecendo: consultar as administrações dos operadores de cada hotel. E vieram as respostas: do Sheraton, do Boutique, do Bora-Bora e do Moorea, que negaram terem projetos, não só na Reserva do Peró como em qualquer lugar no Brasil. Já o escritório do Club Med no Brasil fez extenuantes exercícios de retórica para escapar de uma resposta definitiva. Era sabido, porém, que seu representante no Brasil, Janyck Daudet, estava e continua a estar, preocupado com a sobrevivência da empresa Club Med com sede em Paris, que por pouco não faliu em 2008. Mas, junto com Ricardo Amaral, teve a ousadia de em setembro de 2013 vir a Cabo Frio e assegurar ao prefeito Alair Corrêa haver interesse na construção de um Club Med na Reserva do Peró. Mas, e eis nisso um dos erros que todo vigarista comete: uma consulta aos atuais e principais controladores do Club Med, os grupos Fosun e Ardian, mostrou que continuam a manter a posição de que o interesse é investir na China, embora os acionistas restantes do Club Med original - e que retêm 8% da empresa - continuem a imprimir relatórios que falam em "futuros" resorts no Brasil e na Rússia.

Não se pode dizer que Daudet mentiu. Apenas omitiu fatos, entre eles o de que Giscard d´Estaign foi mantido na presidência da empresa Club Med como uma cortesia do bilionário chinês Guo Guangchang, presidente do grupo Fosun. Omitiu o fato de que d´Estaign retém, apenas, 0,01% das ações do Club Med e de que todas as decisões que toma são submetidas para aprovação de Guo. Atualmente Guo e o milionário italiano Bonimi estão numa disputa pelo controle da empresa cujo valor está estimado em mais de um bilhão de dólares. Essa disputa já estava em curso quando Daudet esteve em Cabo Frio com Ricardo Amaral. Os dois omitiram essa importante informação. Talvez Daudet tenha sido pressionado por Amaral. Talvez tenha se encantado com a oportunidade de ter uma foto sua junto ao empresário para ser divulgada nas redes sociais, o que de fato aconteceu.

De qualquer forma, os anos haviam se passado desde a concessão da licença para a execução das obras com base na lei municipal (Cabo Frio) 1968 de 23/11/2006, sancionada pelo prefeito Marcos da Rocha Mendes. (Cabe uma pergunta: será que o prefeito também não percebeu que estava em andamento um bem elaborado embuste?).

Há anos, também, um dedicado grupo de cidadãos vem liderando uma batalha na Justiça destacando várias irregularidades na execução do projeto. É mais um componente do embuste.

A Juíza Sheila Draxler Pereira de Souza concedeu uma liminar, em 19/12/2014, no processo nº: 0037499-92.2014.8.19.0011, Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, sendo dois dos réus Costa do Peró Participações Ltda., Estado do Rio de Janeiro e Instituto Estadual do Ambiente - INEA ordenando a paralisação das obras e proibindo a concessão de nova licença para sua continuação. Nessa liminar consta um detalhe bastante significativo e importante.

SMJ esses dois réus conspiraram para que os relatórios técnicos que produziram tivessem conclusões pré-estabelecidas, qual seja beneficiar a empresa Costa do Peró Participações Ltda., de propriedade de Ricardo Amaral. Dessa conspiração participou um especialista brasileiro que presta serviços à Costa do Peró. Ocorre que a credibilidade de um documento técnico ou científico depende da credibilidade do(s) seu(s) autor(es), quase sempre ocorrendo discordância de outro(s) autor(es) no que concerne a metodologia utilizada ou as conclusões. No caso, portanto, é válido questionar todos os relatórios produzidos pelos dois réus e, ainda, pelo especialista. A posição desse especialista se agravou quando, talvez numa tentativa de elevar o nível de credibilidade de seu trabalho, fez uso de papel timbrado da instituição da qual se havia se aposentado, o Instituto de Geociências (IGEO) da UFRJ. Dessa forma envolveu aquela universidade, mesmo que indiretamente, no embuste perpetrado por Ricardo Amaral. O comportamento desse especialista está registrado numa carta, incluída nos autos do processo, endereçada ao MP pelo diretor do IGEO afirmando que o IGEO não autorizava o uso de seu nome até porque outros pesquisadores possuem opiniões diferentes daquele especialista. Eis que, com isso, SMJ, quer parecer que a participação de outros especialistas na oitiva marcada para 16/01/2015 para que os relatórios e/ou pareceres emitidos passem pelo crivo do contraditório é desnecessária. Afinal, o próprio diretor do IGEO já afirmou que existem opiniões diversas sobre o que tratam aqueles relatórios e/ou pareceres.

O que parece ficar evidente é que Costa do Peró Participações Ltda., com a colaboração do especialista que contratou, e o INEA fizeram uso de documentos deliberadamente fraudados.
Talvez àquele queira especialista o MP oferecer o benefício da já notória prática da delação premiada a fim de ajudar a esclarecer a extensão do embuste perpetrado por Ricardo Amaral e por seu comparsa Paulo Pizão.

Para o bem de todos Cabo Frio será poupado de qualquer reação dos embusteiros: a Câmara de Vereadores, percebeu ter sido enganada e em uma história reunião, em 23/12/2014, revogou a lei 1968/2006.

Foi o fim do embuste.

Chegaram ao fim as ações de quem tratou e trata a população da Região dos Lagos como cidadãos de segunda classe. Tipifica o comportamento dos arrogantes, dos prepotentes, dos que agem com desdém, dos que ignoram os direitos de todos.

A população da Região deve um agradecimento especial aos vereadores de Cabo Frio e aos que nunca desistiram de lutar contra o absurdo que ocorreu na Reserva do Peró: Anna Bina Mehdi, Paulo Klem, Profa Kátia Leite Mansur/Geologia/UFRJ – IGEO, Davi Moura Neves, Sérgio Ricardo Verde, Professor Cyl Farney Sá/JBRJ, Professor Guilherme Fernandez/Geografia - UFF, Juarez Lopes, Professora Desirée Freire/Geografia - UFF, Thais Figueiredo, Profa Thais Rocha/Geografia - UERJ, Daniel Bastos/Herpetofauna - Museu Nacional, Rafael Cunha Pontes/Herpetofauna - Museu Nacional, Professor Mauricio Vecchi Brandão/UERJ, Professora Cristina Ariani, Antônio Revail, Deputada Janira Rocha, Deputado Paulo Ramos, Cacau Agostini, Maryanne Medeiros, Martin Moulton/Geografia - UFF, Igor Zelada, Claudia Souza, Zeca Nader, Paula Richard, Cris Paramita, Vanda Marcelino, Elias Brito, Grimalda Magalhães, Niete Martinez/Revista Cidade, Manoel Santos, Renata Moura e Luiz Lyra, Sabata Belgrano, Rosa Espinosa, Douglas Santana, Hilarion Faggioli, Luiza Gerhard, Janete Veiga, Mabel Mow, Kitty Ayala, Ativa Buzios, Wagner Silvano, Luiz Carlos Gomes/IP Buzios, Ong Ecoar, OAB de Cabo Frio, Dr. José Carlos Sícoli Seoane/Geologia UFRJ, Anna Maria Croce, Anderson Inacio e Karina Ramos, Profa Dalila Mello/Biologia – IFF, Mauro Spacenkopf e Isabela Mariz, Alejandra de Luca, Chico Tatoo, Profa Maria Alice dos Santos Alves/Ecologia, IBRAG – UERJ, Prof Elizeu Fagundes de Carvalho/Ecologia – UERJ, Prof. Carlos Frederico da Rocha/ Ecologia – UERJ, Prof. Dr. João Wagner Alencar Castro/Lab Geologia Costeira(Museu Nacional) – UFRJ, Prof Wilson Costa /Ictiofauna - UFRJ, Vila Jaghanata.

Que o prefeito de Cabo Frio respeite a vontade do povo e sancione a lei.

Vigaristas, porém, nunca desistem: se flagrado na Estação Central do Brasil e desmascarado, muda-se para a Estação da Leopoldina. Que se acompanhem os próximos passos de Ricardo Amaral. É bem capaz de tentar vender seu "projeto" em alguma cidade litorânea.

Por essa razão a investigação em curso pelo MP não deveria se limitar às conclusões de relatórios e/ou pareceres técnicos. Tudo o que consta neste artigo, até esse ponto, pode ser considerado como ilação, mas a decisão da Câmara de Vereadores de Cabo Frio, revogando a lei 1968/2006, traz à luz fatos que devem ser investigados. Por exemplo, em seu discurso na seção de 23/12/2014, declarou o vereador Luiz Geraldo "sentir-se enganado quando da aprovação da Lei 1968, em 2006, e sentia-se, agora, muito à vontade para derrubá-la", declaração corroborada pelo vereador Paulo Henrique. Que fatos chegaram ao conhecimento dos vereadores para que concluíssem que "no local, se vendia a ideia que seriam construídos quatro resorts, sendo um deles o Club Méd, mas apenas loteamentos estão sendo implantados"? (Ver artigo nesta revista em 
O leitor poderá consultar, por exemplo, a página cujo link se segue, onde consta a notícia de 10/10/2007, de que o Club Med investiria USD$45 milhões na construção de eu quarto resort no Brasil. Cita também os demais cinco hotéis mencionados no início deste artigo. De que maneira essa notícia chegou ao conhecimento do autor da notícia? Além disso, se a informação era verdadeira, deveria ter sido assinado um contrato com a empresa Lakpar, de Ricardo Amaral, que àquela época já a havia divulgado em sua página que, aliás, foi retirada da Internet. Qual a razão para Ricardo Amaral omitir esse importante detalhe? Se contrato houve ou havia, porque razão essa informação não passada ao prefeito Alair Corrêa, por Janyck Daudet e Ricardo Amaral, em setembro de 2013? (Ver

A ousadia de Ricardo Amaral parece não ter limites. Em 27/11/2014 foi publicada uma notícia divulgando a assinatura de um contrato da empresa Club Med com uma construtora ligada à Costa do Peró Participações Ltda. para a construção de um resort na Reserva do Peró. É muito estranho que o Club Med em Paris não tenha dado notícia sobre a assinatura desse contrato e é válido concluir de que há pessoas em Cabo Frio dispostas a servirem de capacho de Ricardo Amaral e espalharem notícias falsas. Além do mais a notícia confirma que Ricardo Amaral estava usando, sem permissão, a marca do Club Med para validar o embuste.

Por qual razão as ações de Ricardo Amaral são sempre anunciadas indiretamente? Nada o impediu de apresentar à prefeitura de Cabo Frio o original desse contrato. Essa postura parece indicar que em novembro de 2014 já tinha conhecimento da decisão sobre a ação movida pelo MP e que, afinal, foi divulgada em 19/12/2014. Talvez, também, tenha tomado conhecimento da discussão que ocorria na Câmara de Vereadores de Cabo Frio e a divulgação da notícia tenha sido uma tentativa de alterar a decisão que foi tomada em 23/12/2014 pelos vereadores. Eis ai a oportunidade para que o MP exija a apresentação do original desse contrato, mesmo porque sua existência leva a uma conclusão oposta a que chegaram os vereadores de Cabo Frio um mês depois (23/12/2014).

Todos esses fatos devem ser investigados uma vez que os danos causados na Reserva do Peró resultaram das ações de pessoas que agiram, deliberadamente, de má fé. A eles deve ser cobrada uma indenização, devida ao estado do Rio de Janeiro e à sua população, e exemplarmente punidos.


Ernesto Lindgren
CIDADE ONLINE

02/01/2015


domingo, 9 de novembro de 2014

Salvem o Peró!


Foto do perfil do Facebook "Vamos salvar o Peró da especulação imobiliária!"

Link: https://www.facebook.com/groups/522768567799056/







Vídeo do Canal do Youtube: Suma Filmes

Link: https://www.youtube.com/watch?v=g3rMOAfmqms



domingo, 22 de dezembro de 2013

Os que se prestam a qualquer coisa


Foto do grupo "Vamos Salvar o Peró..." do Facebook


Tendo em vista o debate a respeito da construção do Club Med  no Peró republico a resposta de Cristina Pimentel  (jornal O Perú Molhado) ao artigo de Sandro Peixoto.

Adianto que o texto de Cristina Pimentel me representa.
O texto de Sandro Peixoto não me representa.

"Um dos fenômenos mais interessantes que ocorre com a leitura é a construção de imagens, de dentro para fora, ao contrário das artes visuais, cujas imagens estão diante de nossos olhos, e que também convidam o apreciador a outras viagens. Pois ao ler o artigo “Só a riqueza transforma”, publicado no último número do Jornal “O Perú Molhado”, a imagem que me veio foi a de quem atira pedras. E só atira pedras quem tem certezas demais e por serem tantas as certezas, são pedras desconectadas da História, portanto, de efeito catástrofe bem maior do que opiniões “erradas”.


Cabe esclarecer, antes, que Mônica Casarin a quem Sandro Peixoto, autor do texto, atribui “opiniões erradas” é Presidente da AMOCA – Associação de Moradores e Caseiros da Ferradura e que ela não está sozinha em seu posicionamento contra o empreendimento intitulado Club Med, nas Dunas do Peró. Com a Presidente da AMOCA, inúmeras entidades, pesquisadores e cientistas se colocam contra esse empreendimento, no local.

O título do artigo de Sandro Peixoto já é um engano, pois não é a riqueza que transforma, mas a educação é que é transformadora. Foi, através da educação, que a Coreia do Sul se transformou em um dos países mais ricos do mundo e, o mais importante, a prosperidade alcançou toda a nação. Ao final de seu artigo, o autor do texto atira Karl Marx. Pedrada terrível, pois, se não me falha a memória, foi esse filósofo que, entre outros, introduziu o conceito da “mais-valia”, que, grosso modo, pode ser entendido como lucro. Não existem registros, na História do Brasil, de que aqueles que detenham o capital tenham por prática dividir o lucro com seus empregados. Historicamente, o Brasil não superou a perversa concentração de renda, em especial, os empresários da construção civil, mestres em pagar pessimamente mal a um exército de pedreiros e empregados, tratando-os, ainda hoje, a semelhança de escravos. E, aí sim, Sandro Peixoto está correto: “somente a economia, o mercado, a grana, o crescimento econômico, a fartura são capazes”. Capazes de quê e para quem? Sempre para uma minoria, como nos mostra a História.

Se construções do tipo Club Med, nas Dunas do Peró, trouxessem o “desenvolvimento”, então, todos os problemas sociais de Tucuns estariam resolvidos, porque o Breezes ali se instalou. Nessa mesma esteira, todos os problemas sociais de Itaparica e de Angra estariam resolvidos, porque grandes resorts ali se instalaram. Estariam resolvidos os problemas de Fortaleza, de Brasília e até de Cabo Frio. O fato é que o próprio IBGE não nos dá trégua e esfrega em nossa cara os índices de exclusão social e de violência que atingem patamares dolorosos, em especial nas capitais. É a própria História que nos mostra para onde vão os pedreiros e suas famílias, esses que não têm acesso à grana, ao mercado, ao crescimento econômico: dirigem-se, em geral, para áreas ambientais, ocupando-as desordenadamente. A Ditadura acabou, mas as relações promíscuas entre governantes e empresários, especialmente os da construção civil, ah! Isso é um vício! O povo brasileiro, mesmo lutando e reclamando muito, não tem conseguido fazer valer a probidade, nessas relações.

Financiadores de campanhas, de jornais, sempre cobiçosos de um pedaço de patrimônio ambiental, como a Praia Azeda, por exemplo, ou gordas fatias de um negócio qualquer, são bem capazes, dia desses, de transformar pacifistas, como Mahtma Gandhi, Golda Meyeir, Martin Luter king, Nelson Mandela em verdadeiros bandidos, já que não pertenceram ao seleto mundo da economia, do mercado, da grana e do crescimento econômico, que é o que sustenta gente que se presta a qualquer coisa. Pouco importa que a economia, o mercado, a grana, o crescimento econômico, a cobiça é que tenham assassinado Chico Mendes. Quem sabe, ainda vejamos circular na imprensa que Chico Mendes era um grande proprietário de seringais, um grande corrupto, safado e sem-vergonha?   

E diante de tudo isso, nada mais me espantaria. O que seriam as Dunas? “Dunas são somente areia trazida pelos ventos”! – como faz circular os que se prestam a qualquer coisa".

Cristina Pimentel
Servidora pública e estadual.

Fonte: jornal O Peru Molhado, nº 1.173, de 20/12/2013

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Denise Morand

comentou em uma postagem do Blogger.
Compartilhada publicamente  -  13:42
 
Muito bom Cristina! É ótimo ter esse dom de escrever porque além do desabafo, ainda se pode contribuir para a formação de uma opinião pública crítica e consciente. Parabéns!

sábado, 30 de novembro de 2013

Para o Prefeito de Cabo Frio Alair Corrêa ver, ler e meditar!

Minc e Ricardo Amaral, foto Facebook. Só falta o Alair.
Foto Facebook, grupo Vamos Salvar o Peró da especulação imobiliária

"De fato uma vergonha pública. De concreto, a ação daqueles que nunca se vergaram a vergonheira desse processo nojento, asqueroso e sujo. Vergonha continuar sabendo que deslavadamente que a cúpula (cúpula ? que cúpula é essa ??!) do Governo Estadual não está nem aí...mas vai estar, é só continuarmos a mostrar nossa não satisfação e inconformismo em ceder (??) áreas públicas (sesmarias!) para espertalhões que ainda estão no período colonial e acham que Cabo Frio ainda é uma feitoria !!", (Cyl Sá) (facebook, grupo Vamos Salvar o Peró da Especulação Imobiliária)

domingo, 13 de outubro de 2013

Vamos salvar o Peró: discurso do ambientalista Juarez Lopes




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  • Ulisses Martins Se é uma APP e área de Restinga que é que se tem de discutir ainda? Não seria só derrubar as autorizações municipais, responsabilizar os servidores públicos que desrespeitaram a lei e mandar os empreendedores procurarem um lugar apropriado aos seu empreendimento? Qual é a dificuldade se a lei existe? Sinceramente não consigo compreender...

sábado, 12 de outubro de 2013

domingo, 29 de setembro de 2013

Vamos salvar o Peró da especulação imobiliária 1

Manifestantes e secretáriode meio ambiente de Búzios na entrada do Peró  
Vegetação destruída por incêndio muito provavelmente criminoso
Obras a todo vapor
Dunas aplainadas
OAB de Cabo Frio presente na luta

Tem certas coisas que só acontecem na Região dos Lagos. Em atitude muito suspeita, há quatro dias de terminar seu mandato, ex-prefeito de Cabo Frio autoriza obra no Peró. Uma obra de tamanho vulto deveria, no mínimo, passar pelo crivo da nova administração. Novo Prefeito cassa a licença de obra por não estar de acordo com o projeto original, liberando-a logo em seguida, após se reunir com os empresários responsáveis por ela. Longe de mim suspeitar do Prefeito Alair Corrêa, mas este tipo de procedimento é muito comum por estas bandas: morde e assopra, facilidades e dificuldades. Até mesmo o insuspeito blogueiro mestre Chicão postou em seu blog: "- Se a obra embargada por Alair for liberada pelo prefeito depois, saberemos que houve algum acerto nada republicano por baixo dos panos" ( ver em "josefranciscoartigos").

Usar o argumento de que "é preciso ocupar pra não favelizar" é fazer o jogo da especulação imobiliária. Como raposas elas não estão nem aí para a Cidade, geração de emprego, etc. Elas só estão afim de comer os ovos da galinha de ovos de ouro. Depois que destroem um paraíso, saem em busca de outro. É a sua sina, determinada pelo lucro. Sabemos muito bem que eles vivem rondando as portas das Prefeituras e das Câmaras de Vereadores de nossa querida Região dos Lagos. Vejam o exemplo do Breezes em Búzios. Agora me digam quantos buzianos trabalham lá? Com quem estão os melhores empregos? É público que muitos buzianos que trabalhavam lá abandonaram a empresa devido aos salários de fome que eles pagam. Já imaginaram a Azeda ocupada?

Vejam o que diz o porta-voz da especulação imobiliária de Búzios:

Marcelo Lartigue parabens aqualusa, parabens gabriel, já é hora de invadir tucuns! quero ver essa praia favelizada como o bairro do peró ao lado. o turismo não é nossa praia, o club med é ruim para o desenvolvimento da região toda, melhor invadir logo. aí vinha bem um morro do alemão, dou forza aqualusa! vamos socializar as invasões na rasa (alguem se importa no TEU grupo com isso) e levar tambem a peró.... estou com vocês (ver "facebook") 

O que temos que fazer é cobrar dos Prefeitos da Região que cuidem muito bem de nosso patrimônio ambiental raríssimo. Quem ama, cuida. Se não o fazem, que sejam responsabilizados. Onde está escrito que os Prefeitos podem deixar favelizar! Criar Parques Naturais abertos a visitação pública, gerando empregos e renda. E principalmente, preservando esse patrimônio raríssimo para o deleite de nossos filhos e netos. 

Outra coisa: não me importo se as pessoas que estão lutando atualmente pelo defesa do Peró antes não o faziam por participar de governo A ou B. Levando ao absurdo esse raciocínio, toda luta de Dom Helder Câmara não deveria ser considerada porque na juventude ele foi integralista. Um absurdo! Sejam bem vindos ao movimento!

Observação: quem quiser participar desta luta acessem o grupo do Facebook "Vamos salvar o Peró da especulação imobiliária". Veja o link:

https://www.facebook.com/groups/522768567799056/?fref=ts

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Jose Moura

Compartilhada publicamente  -  15:51
é bom salientar que nesta foto estão várias pessoas que apoiaram Janio e Marquinho, este último o grande responsável pelo empreendimento, pois deu todas as autorizações, juntamente com o governador que eles (Janio e e MM)  tanto babam o ovo


quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Ricardo Amaral enganou o prefeito de Cabo Frio?

Janyck Daudet, presidente do Club Med para a América Latina, repetiu para o prefeito, na reunião realizada em 17/09/2013, o que Amaral vem anunciando desde 2007, mas o prefeito não solicitou comprovação formal de que um Club Med seria construído no Peró, ao custo de US$70 milhões (R$154 milhões) que se tem anunciado como um investimento do Club Med.

Para esclarecer a controvérsia este colunista enviou e-mails para a Fosun International e para a AXA Private Equity, que desde 27/06/2013 controlam 92% do Club Med, solicitando informações. A AXA ainda não respondeu, mas em nota distribuída à imprensa apenas faz referência à parceira com a Fosun na compra d Club Med. A Fosun enviou o endereço do link onde constam as informações.  

Em http://ir.fosun.com/phoenix.zhtml?c=194273&p=irol-calendar encontra-se o relatório “Interim Results 2013”, de 08/08/2013, que pode ser baixado, e um vídeo com áudio em inglês ou chinês.

Em artigo publicado em 01/06/2011, nesta coluna, “Acionistas no Peró desistem do Club Med” anunciou-se que o empreendimento não mais constava da pauta de expansão da empresa, no Brasil, determinante sendo a participação da Fuson International no seu gerenciamento.

O relatório “Interim Results 2013” esclarece o que ocorreu. Em 2009 o Club Med teve um prejuízo de R$160 milhões. Em 2010 a Fosun investiu R$123 milhões e o prejuízo caiu para R$52 milhões. Em 2011 teve lucro de R$6 milhões, que se repetiu em 2012 em razão de investimentos na China, construindo o Club Med Yabuli, que opera desde 2011 e o Club Med Guilin, inaugurado em agosto passado. Já sob o controle da Fosun e da AXA o lucro em 2013 já é de R$54 milhões. Outros três resorts serão construídos na China até 2015 e não há referência para construção de outros resorts em qualquer outro país. Investimentos no Brasil se limitarão a aumentar, até 2015, as vendas nos resorts em Itaparica, Rio das Pedras e Trancoso.

A credibilidade do Sr. Ricardo Amaral fica comprometida uma vez que não procura esclarecer a origem dos US$70 milhões (R$154 milhões), mas que se divulga como sendo do Club Med. Ignora-se que esse investimento seria direcionado para a construção de um único resort enquanto que a Fosun investiu R$123 milhões para recuperar uma empresa que opera 71 resorts. A coisa não faz sentido.

Obras estão em andamento no Peró, mas sem conhecimento, aval e suporte financeiro da Fosun, da AXA ou dos 400 gerentes do Club Med que detêm, apenas, 8% do seu controle.

Ernesto Lindgren

CIDADE ONLINE

Fonte: "revistacidade"

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  • Monica Werkhauser O Pinoquio Ricardo Amaral aprendeu a lição , mais um mentiroso na área