Em
depoimento prestado ao ministro do TSE Herman Benjamin, relator da
ação que apura se a chapa Dilma-Temer cometeu abuso de poder
político e econômico para se reeleger em 2014, o ex-diretor de
relações institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar disse que
o então tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva (PT), propôs a “compra de
tempo de TV de cinco partidos para a chapa de Dilma Roussef: PROS,
PCdoB, PRB, PDT e PP”.
O objetivo era ter, “aproximadamente, 1/3
(um terço) a mais de horário de TV para a chapa. ”Inicialmente,
seriam 7 milhões de reais a serem distribuídos igualmente para cada
partido”. O pagamento “seria feito via caixa dois”, em dinheiro
vivo, “entregue em hotéis e flats”.
Alexandrino
disse que ficou encarregado dos três primeiros partidos da lista e
que cada um desses partidos eram chamados por codinomes: PROS era
“onça”; PC do B, “vermelho”; e PRB, “doutor”.
Os
outros dois partidos do bloco, PDT e PP, tiveram tratativas
conduzidas pelo ex-presidente
da Odebrecht Ambiental Fernando Reis, um dos delatores da empreiteira
na Operação
Lava Jato.
Fernando
afirmou que Marcelo Odebrecht ordenou que ele
procurasse Alexandrino de Alencar, então executivo da
empreiteira, para auxiliá-lo no contato com lideranças do PDT.
Segundo Reis,
o acerto foi feito e os pagamentos, realizados em quatro parcelas de
um milhão de reais cada, entre agosto e setembro de 2014. O acordo
teria sido fechado com o então tesoureiro do PDT, Marcelo
Panella, que foi chefe de gabinete do ministério do Trabalho,
quando o titular da pasta era o presidente do PDT, Carlos Lupi.
Quanto
a Alexandrino Alencar os seus interlocutores teriam sido “pelo
PROS, o seu presidente, Eurípedes Junior;
pelo PCdoB, foi o senhor chamado Fábio (...), que é de Goiás aqui;
e pelo PRB, o atual Ministro Marcos Pereira, que era presidente do
PRB.”
Fontes: Veja, Carta Capital, jornal O Dia
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