domingo, 8 de fevereiro de 2015

A quem interessa A IMOBILIDADE do Povo de Búzios?

Engarrafamento na entrada da Ferradura, fim de 2014

A gente avisa, mas não tem jeito. As pessoas querem fazer as coisas do modo delas, sem que a população possa participar amplamente. Tornei-me até chato, repetindo, nas consultas e audiências públicas de que participei, que estabelecer pergunta escrita em papel cerceia o debate, tornando-o menos dinâmico. Falei para a Secretária Alice que as regras estabelecidas no Estatuto das Cidades deveriam ser seguidas religiosamente, sob pena de alguém se sentir no direito de ingressar no Ministério Público Estadual requerendo a nulidade de todo processo. Mas de nada adiantou. Não me deram ouvidos. 

Agora lendo o Decreto nº 242, publicado no B.O. nº 655, de 4/9/2014, que "dispõe sobre o procedimento de elaboração do Plano de Mobilidade de Armação dos Búzios", observo que a Secretaria de Planejamento não obedeceu a dois de seus artigos. E olha que o Decreto foi assinado pelo próprio Prefeito. É óbvio que ele o publicou com estes artigos não por sua alta formação democrática mas porque assim exigia a Lei Federal 12.587, de 3/01/2012, aquela que instituiu as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana.

Artigo 9º - Fica instituído o Núcleo Gestor, com a atribuição de coordenar as ações dos órgãos e entidades da Administração Pública Municipal e de promover a participação de representantes da sociedade civil e da comunidade nos trabalhos de elaboração do Plano de Mobilidade Urbana de Armação dos Búzios. 

& 1º- O Núcleo Gestor é composto pelos seguintes membros: 

I-1 (um) representante da Secretaria de Planejamento;
II-1 (um) representante da Assessoria da Comunicação;
III-1 (um) representante da Secretaria de Governo;
IV-1 (um) representante da secretaria de Ordem Pública e Defesa Civil;
V-1 (um) representante da Secretaria de Ciência e Tecnologia. 

& 2º - Os membros do Núcleo Gestor serão nomeados por ato do Prefeito.

& 3º - As decisões do Núcleo Gestor serão tomadas por maioria simples de votos, cabendo ao Presidente, o voto qualificado em caso de empate.   

Artigo 10º - Fica instituído o Grupo Consultivo, com o objetivo de promover o debate sobre temas relevantes para o desenvolvimento ao Plano de Mobilidade Urbana de Armação dos Búzios.

& 1º- O Grupo Consultivo será composto por representantes do Poder Público, do setor privado e da comunidade, a saber:

I-1 (um) representante da Secretaria de Planejamento;
II-1 (um) representante da Assessoria da Comunicação;
III-1 (um) representante da Secretaria de Governo;
IV-1 (um) representante da secretaria de Ordem Pública e Defesa Civil;
V-1 (um) representante da Secretaria de Ciência e Tecnologia. 
VI -1 (um) representante das lideranças comunitárias de Armação dos Búzios
VII- 1 (um) representante dos empresários de Armação dos Búzios.

& 2º - A Presidência do Grupo Consultivo cabe a Secretaria de Planejamento.

& 3º - Os membros do Grupo Consultivo mencionados nos incisos VI e VII do & 1º serão indicados pelas entidades que representam e nomeados pelo Prefeito.

& 4º - Os membros do Grupo Consultivo não farão jus a remuneração de qualquer sorte pelas atividades que desempenharem  e não lhes é atribuído poder de decisão. 

& 5º- O Grupo Consultivo reunir-se-á em dia, hora e local pré-determinado para tratar de assuntos previamente definidos.

Meu comentário: 

Tanto a Secretária de Planejamento Alice Passeri quanto o Sub-Secretário da pasta Humberto Alves não cumpriram a Lei. Nem mesmo o Núcleo Gestor foi constituído. Para tanto fazia-se necessário que o Prefeito publicasse no BO a nomeação de seus membros. Consultando as atas disponíveis no site
"mobilidadeurbana" da Prefeitura tomamos conhecimento de reuniões com participação de funcionários das  secretarias citadas no Decreto. Mas são participações informais, pois ninguém foi nomeado formalmente pelo Prefeito. 

A Secretária de Planejamento e seu Sub "esqueceram" que tinham que convocar assembleias das entidades comunitárias e empresáriais para que elas escolhessem seus representantes no Grupo Consultivo do Plano de Mobilidade Urbana. 

O que duas pessoas- um liderança comunitária e um empresário- dando palpite, mesmo sem direito a voto, iriam incomodar tanto ao gestores do Planejamento de Búzios? Medo do quê? Ou, o que se pretende esconder?

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Maria Elena Olivares não se póde confiar neles é melhor fazer um pacote e mandar para o MPE, chega de blablablá..falta de democracia não dá mais meu povo!!!!
           

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Crise, Alair Corrêa? Que nada! 2

Jornal Noticiário dos Lagos, 5/2/2015



Município rico é outra coisa. A Prefeitura de Cabo Frio está pagando R$ 253.788,00 por ano para limpar, segundo o jornal Folha dos Lagos de ontem (6), a "piscininha da Praça das Águas". São R$ 21.149,00 por mês! A felizarda ganhadora é de Búzios: PERES DE BÚZIOS SERVIÇOS LTDA ME. Pergunto de novo: a autarquia municipal COMSERCAF não tinha uma equipe em seu quadro de funcionários que pudesse fazer o serviço? Não está na hora de economizar, Alair? 

Pode isso, Flávio Machado?

Observação: quem quiser acompanhar as publicações oficiais de Cabo Frio acesse o blog

Crise, Alair Corrêa? Que nada! 1

Jornal Noticiário dos Lagos, 5/2/2015

Município rico é outra coisa. A Prefeitura de Cabo Frio está pagando R$ 644.400,00 por ano pelo "serviço de limpeza, manutenção e conservação dos banheiros dos quiosques da praça da alimentação da praia do Forte". Isso dá R$ 53.700 por mês para, segundo a Folha dos Lagos de ontem (6), "a manutenção de três banheiros na Praça dos Quiosques". Ou seja: a limpeza de cada banheiro sai por R$ 17.900,00. Os banheiros devem ficar um brinco!   

A felizarda ganhadora é a NOVA TAMOIOS CONSERVADORA LTDA ME. 

Outra coisa: A COMSERCAF não possui uma pequena equipe de faxineiros em seu quadro de funcionários capaz de realizar a tarefa?

E aí ex-vereador Flávio Machado, buziano, funcionário de Alair Corrêa: lá pode e aqui não pode? Cuméquié?

Observação: quem quiser acompanhar as publicações oficiais de Cabo Frio acesse o blog
http://difusaoatosadmcf.blogspot.com.br/

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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Dou um doce pra quem conseguir ler

RREO publicada no BO 682, de 5/2/2015

O governo de Búzios está publicando informações públicas com letras em tamanho tão minúsculo que ninguém consegue ler. Esta publicação aí de cima é o importante Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO). Não consegui ler os números nem mesmo com lupa. Parece que o pessoal do governo está gozando com a cara da gente. Só pode ser!

O Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2015 já foi publicada em BO anterior da mesma forma. Ou seja, ilegível. 

Alô vereadores! alô Ministério Público! É uma nova forma de esconder informações?  

Observação: por que o governo não publica o Boletim Oficial em seu site oficial como fazem inúmeras Prefeituras do Estado do Rio de Janeiro? Por que a Câmara de Vereadores não designa um dos seus 110 funcionários para a tarefa de publicar o BO no site oficial da Casa Legislativa?

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Prefeitura de Buzios, sempre inovando! Camara Buzios, sempre ignorando!

Contribuição à Crítica da Economia Política dos Royalties de Petróleo - parte 2 (Final)

Foto do blog dinheirodigital

Costumo dizer que os prefeitos dos municípios da Região dos Lagos (RL) só não privatizam suas almas políticas porque o Diabo não quer, pois tudo o que se possa imaginar em obras e serviços destas prefeituras estão terceirizados. Quase todas as suas atividades fins estão sendo realizadas por terceiros. Se pudessem, passavam também para mãos privadas a gestão da Educação e Saúde. Bem que estão tentando com as Organizações Sociais (OS) da Saúde.

Diferentemente dos empresários que só terceirizam serviços quando é compensador financeiramente fazê-lo, nossos prefeitos os terceirizam por um preço bem maior do que aquele que dispenderiam se a própria Prefeitura realizasse o serviço ou obra. Afinal de contas o dinheiro não é deles. É da Viúva! Em alguns casos, paga-se até mesmo o dobro do valor do serviço no mercado. Duvido que a limpeza pública de AB saísse por mais de 7 milhões de reais por ano se um gestor público responsável se encarregasse da tarefa. Terceirizada, custa mais de 14 milhões aos cofres públicos. Nos outros principados os preços também são equivalentes. E todos sabemos o porquê!

Como os números não mentem jamais, algumas continhas simples revelam o descalabro administrativo a que estamos submetidos pelos gestores públicos dos municípios da RL. Se você compromete mais de 50% de suas receitas totais com a folha de pagamento e se o gasto com o custeio (folha mais manutenção da máquina pública) gira em torno de 90%, conclui-se que a despesa com as terceirizações alcançam algo próximo de 40% das receitas totais. Em Armação dos Búzios (AB), em 2012, de uma receita de 192 milhões de reais, o gasto com a manutenção da máquina pública alcançou o montante de 76 milhões de reais, quase o valor total recebido de royalties. Ou seja, economizando-se 40% do que é gasto com as terceirizações- na maioria das vezes, superfaturadas e desnecessárias- o rombo nos repasses dos royalties do petróleo seria facilmente coberto. Com os outros municípios da RL acontece a mesma coisa.

Cabo Frio (CF), por exemplo. Em 2012, gastou 607 milhões de reais com o custeio: 368 com a folha e 239 milhões de reais com a manutenção. Considerando os dados desse ano, uma perda de 40% nos repasses dos royalties equivaleria a 130 milhões de reais. Ora, se conseguisse reduzir o gasto com as terceirizações caras e desnecessária à metade de seu valor economizaria 120 milhões de reais, muito próximo do suficiente para cobrir o rombo dos repasses. Elementar meu caro Watson.

Mas tem o outro lado. Sempre tem o outro lado. O lado das receitas. Nadando em dinheiro dos repasses dos royalties, os prefeitos dos principados da RL não moveram uma palha para aumentar as suas receitas próprias. Indolentes, e cúmplices dos grandes sonegadores de IPTU e ISS, viram a divida ativa municipal alcançar cifras milionárias. E nada fizeram. Só se mexeram quando foram cutucados pelo MPE-RJ. Em 2012, o estoque da dívida ativa de Cabo Frio era de 267,774 milhões de reais. Já dava para pagar dois anos do rombo atual do repasse dos royalties, sem considerar que a cada ano são inscritos na dívida ativa algo em torno de 41 milhões de reais, metade do que CF teve de receita tributária própria no ano em estudo. Com a cutucada do MP-RJ, o município passou, já há alguns anos, a recuperar mais ou menos míseros 7,7 milhões por ano desse estoque. Até mesmo os municípios pobres da RL se dão ao luxo de estocar dívidas ativas: AR, 115,332; SP, 55,999; e IG, 20,661 milhões de reais. Parece que a coisa é contagiante.

Falamos no post anterior da grande dependência dos repasses dos royalties do petróleo por parte dos municípios considerados principados, mas se considerarmos todas as transferências constitucionais do Estado, da União, e de royalties, a dependência é quase total e abarca todos os municípios da RL. Em 2012, em CF, estas transferências mais repasses de royalties representaram mais de 81% de suas receitas totais. É importante que se atente bem para estes números porque os outros dois entes federativos-  Estado e União- estão imersos em uma enorme crise econômico-financeira que ocasionará, inevitavelmente, uma diminuição do valor no aporte desses recursos. Tem gente que acredita que pior do que está não pode ficar. Mas pode sim.

As receitas tributárias próprias de CF, de 82,298 milhões de reais,  representaram apenas 11,2% de suas receitas totais em 2012. Foi o município mais dependente de recursos de terceiros entre os municípios da RL nesse ano. Em segundo lugar, temos um outro principado, RO, com 89,179 milhões de reais, representando apenas 12,2% das suas receitas totais. O menos dependente foi AB com 36,338 milhões de reais, significando 18,9% das suas receitas.

Todos os municípios da RL, pobres ou principados, não possuem autonomia financeira pois suas receitas tributárias próprias não dão para cobrir nem mesmo 20% das suas despesas de custeio. Enquanto o comprometimento das receitas totais com estas despesas cresceram de 2000 para 2012, as receitas tributárias próprias tiveram diminuída suas participações no total das receitas realizadas. Cabo Frio comprometia 72% de suas receitas com o custeio de sua máquina pública em 2000. Doze anos depois, em 2012, aumentou este comprometimento em 10%, passando a 82% o comprometimento, enquanto a participação da receita tributária na receita total diminuía de 19%, em 2000, para 11,2%, em 2012. Da mesma forma AB, passou de 73% para 90% o comprometimento, enquanto as receitas tributárias próprias diminuíam de 20% para 18,9%. Os dois únicos municípios em que estas receitas cresceram nesse período foram RO e AC. RO, que comprometia apenas 45% em 2000, passou a comprometer 75% de suas receitas com custeio em 2012, enquanto as receitas tributárias próprias passaram de 4,5%, em 2000, para 12% das receitas totais em 2012. Ou seja, os gestores dos municípios da RL, a exceção de AC, em vez de diminuírem a dependência financeira dos outros entes da Federação e dos royalties de petróleo, a aumentaram. Além de gastarem mal, também arrecadaram mal. A chamada maldição petróleo os tornaram preguiçosos, malemolentes e perdulários. Ou melhor, Moloides, como diz Alair Corrêa.

Rio das Ostras conseguiu, em 12 anos, passar suas receitas tributárias próprias de 3,868 para 89,179 milhões de reais, em 2012, porque fez o seu dever de casa criando a Zona Especial de Negócios (ZEN) como alternativa ao modelo de desenvolvimento econômico baseado no tripé royalties-construção civil-turismo predatório. Antes da criação da ZEN, RO gerava 6,223 milhões de reais de ICMS em 2006. No ano seguinte, já gerava o dobro, 12,863. Nos dias de hoje, gera 120,696 milhões de reais (2011). Para efeito de comparação, CF, que não criou sua Zona Industrial, gerou 18,171 milhões de reais de ICMS em 2006. Em 2011, apenas 39,662 milhões de reais. 

Nossos gestores públicos gastam mal e arrecadam mal. Esse modelo de gestão, que privilegia gastos com o curral eleitoral do Prefeito e empreiteiros amigos, não permite que se façam investimentos na melhoria das condições de vida das populações dos municípios da RL, investimentos que tragam benefícios diretos e indiretos para a maioria da população. RO vem sendo há anos um dos municípios do Estado do Rio de Janeiro que menos compromete seus recursos financeiros com o custeio. Gastando pouco, pode investir 31% de suas receitas em melhoria da qualidade de vida de seus moradores. Em 2012 foi o município que apresentou o maior grau de investimento do Estado. Entre os municípios da RL, CF investiu 11,89% em 2012, mas, ao que tudo indica, na atual gestão de Alair Corrêa vem investindo menos. Todos os outros municípios, ricos ou pobres, investiram menos de 10% de suas receitas: SP 9,741 milhões de reais, 7%; AB 12,382, AC 6,654, AR 11,760, 6%; e IG 2,753 milhões de reais, 4%. Para se ter uma ideia da ordem de grandeza do que estou falando, cito como exemplo o investimento feito por RO, de 31% de suas receitas de 733 milhões de reais, equivalentes a 224,760 milhões de reais em obras novas e melhorias para o povo do município. São mais de 224 milhões de reais de dinheiro limpinho para investir no NOVO! Este valor é superior ao orçamento total de AB (192,69), de AC (116,940), de AR (211,499), de IG (66,625) e de SP (138,41).

Os 224,760 milhões de reais de investimentos feito pela Prefeitura de Rio das Ostras em 2012 significam que cada habitante da cidade recebeu da Administração Pública, na forma de investimentos, o equivalente a R$ 1.935,35. Se considerarmos que cada cidadão rioostrense contribuiu para os cofres municipais com R$ 837,57 de carga tributária per capita em 2012, a quantia de R$ 1.935,35 representaria praticamente que 231% dos tributos pagos retornaram como investimentos públicos. Ou seja, o morador de RO recebeu como investimento mais do que o dobro do que gastou em tributos. Em todos os outros municípios da RL, os moradores receberam menos em investimentos do que o que gastaram em tributos. O que prova que sustentar curral eleitoral e remunerar empreiteiros financiadores de campanha sai caro, muito caro. E quem paga a conta é o povo trabalhador desses municípios. Vejam a seguir de quanto foi o "preju" em cada município.

Cada cidadão cabofriense pagou R$ 461,22 em tributos e recebeu de volta R$ 449,15 (97%) em investimentos. AC, R$ 590,67 de tributo e R$ 235,18 (40%) de investimento. AB, R$ 1.375,49 e R$ 427,39 (31%). AR, R$ 360,67 e R$ 101,02 (28%). IG, R$ 422,25 e R$ 114,00 (27%).           

Acredito que os gestores atuais dos municípios da RL, sem exceção, não conseguirão resolver a crise econômico-financeira atual. Seria  a morte política deles cortar cabeças de seus currais eleitorais, demitindo mais da metade dos funcionários comissionados e contratados. Da mesma forma nunca mais se elegeriam se reduzissem drasticamente os custos das terceirizações e o número delas, re-estatizando alguns serviços hoje terceirizados. Os empreiteiros, financiadores de caras campanhas eleitorais como as nossas, os abandonariam. Atrasados politicamente, acabarão por jogar nas costas do povo pobre e trabalhador os ônus da crise, com aumento impostos e rebaixamento da qualidade dos serviços públicos prestados, que já não é grande coisa. Antevejo que os problemas estruturais de nossas cidades se agravarão em todas as áreas mais sensíveis: na Educação, na Saúde, no Trabalho, na Renda, na Regularização Fundiária, no Meio Ambiente,  na Mobilidade Urbana e a na Segurança. Dias muito difíceis virão, a não que o povo trabalhador saia às ruas e tome na mãos o destino das suas cidades!

Fonte: TCE-RJ

Observação: Gostaria de ter utilizado dados mais recentes. Tive dificuldade de encontrar dados de 2014, ou mesmo de 2013, de todos os municípios da Região dos Lagos. Encontrava de alguns e não de outros, o que não servia para fazer comparações. Os portais da transparência destes municípios são uma porcaria. Em quase nenhum deles você encontra os RGFs ou RREOs cujas publicações são obrigatórias. Nem mesmo no site do Tesouro Nacional eles são encontrados. Os municípios não os enviaram. Utilizei os Estudos Socieconômicos de 2013 de cada município da Região dos Lagos pois este foi o último estudo publicado. Com os dados de 2012.              

Reunião aberta para discutir Mobilidade Urbana em Búzios



"O povo julga, por certo, conhecer algo fixo, pronto, permanente; na verdade, há em cada instante luz e escuro, amargo e doce lado a lado e presos um ao outro, como dois contendores, dos quais ora um ora o outro tem a supremacia. (...) Da guerra dos opostos nasce todo vir-a-ser ... (...) É exatamente esse conflito que manifesta a eterna justiça." (Heráclito de Éfeso, Filósofo) - Tudo isso para dizer que urbanidade e humildade são indispensáveis para ouvir e considerar o diferente. O convite está feito!
(Extraído do Facebook de Cristina Pimentel)

Correção

Esta semana estive no MP da Tutela Coletiva de Cabo Frio e recebi de um funcionário a informação equivocada de que o inquérito do MP com base na CPI do BO já havia sido judicializado. Com base nessa informação publiquei, no dia 02/02/2015, o post "Inquérito do MP com base na CPI do BO é judicializado". Na verdade, o processo de nº 0005552-13.2014.8.19.0078 refere-se à Ação Civil Pública de improbidade administrativa em que o Prefeito André Granado é réu por ter publicado em 2014 um orçamento diferente do que foi aprovado pela Câmara de Vereadores. Só descobri o erro ao ter acesso ao processo físico no Fórum de Búzios no dia de hoje (5). Perdoem a nossa falha!

Vejam trechos do Inquérito do MP:



quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Os prefeitáveis de Búzios: Resultado Final




RESULTADO FINAL DA ENQUETE DOS PREFEITÁVEIS DE BÚZIOS:

Votantes: 5.403
79 (1%) não votaram em nenhum dos prefeitáveis citados.
15 (0%) responderam "não sei".
Total de votos válidos: 5.309

A GRANDE VENCEDORA 

1º) Drª Shirlei Coutinho - 2.077 votos (38%)

Drª Shirlei Coutinho, foto do blog doutorashirlei

2º LUGAR


2º) Alexandre Martins - 1.549 votos  (28%)

Alexandre Martins, foto do blog visaolaflora

3º LUGAR

3º) Evandro - 1.183 votos  (21%)

Evandro, foto Jornal Primeira Hora

4º LUGAR

4º) Muniz -   259 votos  (4%)


Muniz, foto do blog do professor hamilton

5º LUGAR

5º) Felipe Lopes – 90 votos  (1%)

Felipe Lopes, foto do seu site

6º LUGAR

6º) Professor Luiz - 70 votos (1%)

Foto do Jornal Primeira Hora

7º LUGAR

7º) Cristina Braga - 39 votos (0%)


Cristina Braga, foto comunicabuzios

8º LUGAR

8º)André Granado- 28 votos (0%)

André Granado, foto buziosturismo

9º LUGAR

9º) Joãozinho Carrilho - 10 votos (0%)

Joãozinho Carrilho, foto TSE


10º LUGAR


10º) Valmir da Rasa - 4 votos (0%)

Valmir da Rasa, foto maxresdefault

Meu comentário:

A enquete foi um tremendo sucesso. Acredito que o número de votantes será difícil de ser alcançado por outras enquetes de blogs da Região dos Lagos. Confesso que não esperava um número tão expressivo de votantes.

Parabenizo a grande vencedora Drª Shirlei Coutinho, esposa e herdeira política do ex-prefeito Toninho Branco. Não é qualquer um(a) que consegue obter mais de 2.000 votos em uma enquete. Quem sabe não chegou a hora de Búzios ser administrado por uma mulher?

Parabéns também para o segundo colocado Alexandre Martins, ex-vice-prefeito da cidade e candidato a Deputado Estadual nas últimas eleições, com votação significativa.

Bom desempenho na enquete também teve o ex-vereador Evandro. Pelo que parece vem forte em 2016, depois do aprendizado com a derrota em 2012.

Em quarto mais um vice-prefeito. O atual, Muniz. Por não ter nada a ver com os desmandos atuais, deve ter um bom desempenho em 2016.

O desempenho firme e corajoso na condução da CPI do BO credencia o Vereador Felipe Lopes  a disputar o cargo de Prefeito nas próximas eleições. Deve vir como forte candidato.

Finalizando agradeço a todos pela participação e aos 70 (e)leitores que votaram em mim. Usando clichês de candidatos: agradeço a confiança depositada no meu nome, mas não deu nessa, quem sabe na próxima. Só não gostei de ter perdido para "nenhum" dos citados, que teve 79 votos, 7 a mais do que eu.

Concluindo mesmo, registro que a enquete não tem nada de científico. É apenas uma sondagem entre os leitores do blog.
   

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Contribuição à Crítica da Economia Política dos Royalties de Petróleo - parte 1

Arte do blog dinheirodigital.sapo

Todos os municípios da Região dos Lagos (RL) recebem repasses de royalties de petróleo do governo Federal. Uns mais, outros menos. Quanto a este fator, podemos dividi-los em dois grandes grupos: o grupo dos municípios que recebem pouco e o grupo dos municípios- verdadeiros "principados"- que recebem uma fortuna de repasses. No primeiro grupo, dos pobres, temos os municípios de Iguaba Grande (IG) que, em relação às suas receitas totais, recebeu, em 2012, 12% de repasses de royalties; São Pedro da Aldeia (SP), 8%; e Araruama (AR), 6%. No grupo dos "principados" temos Cabo Frio (CF), que recebeu, em 2012, 44%; Armação dos Búzios (AB), 43%; e Arraial do Cabo (AC), 43%. Para efeito deste estudo acrescentarei ao grupo dos principados o município de Rio das Ostras (RO), por sua proximidade à nossa Região e, principalmente, pelo modelo de gestão adotado , que apresenta algumas diferenças fundamentais em relação aos municípios da Região dos Lagos.     

Como afirmamos acima, 44% das receitas totais de CF do ano de 2012 foram provenientes dos repasses dos royalties, o que significa dizer astronômicos 325,47 milhões de reais em um orçamento cuja receita total foi de R$ 737.410.057,00. O principado de CF é o 4º município que mais recebe royalties de petróleo entre os 91 municípios do Estado do Rio de Janeiro, excluindo-se a capital. Campos é o primeiro, com 1,364 bilhões de reais, seguido de Macaé com 565,35 milhões de reais. Em terceiro, temos RO com 356,48 milhões de reais. Entre os municípios considerados principados da Região, AB recebeu 83,16 e AC, 45,48 milhões de reais. Entre os municípios pobres da RL, AR recebeu 12,8, SP 11,20 e IG 8,12 milhões de reais. 

Mal acostumados durante 15 anos, quando gestores incompetentes e/ou corruptos viam cair mensalmente em seus colos uma fortuna em repasses de royalties, sem que precisassem mover uma palha para tanto, e sem que houvesse qualquer controle popular da aplicação desses recursos, nenhuma administração municipal da RL construiu um modelo alternativo ao modelo baseado no tripé royalties-construção civil- turismo predatório. Preguiçosos, sem funcionários preparados em cargos de chefia e liderança, ocupados, em geral, por membros desqualificados dos seus currais eleitorais, os prefeitos da RL gastaram mal, muito mal, e à vontade, como se não houvesse o amanhã, quando, inevitavelmente, a riqueza proveniente do petróleo pudesse acabar ou a economia baseada nos royalties pudesse passar por uma crise como a atual.

Para se ter uma ideia da ordem de grandeza do que foi dito acima, em 2012 caía todo mês no colo do Prefeito Marquinhos Mendes R$ 27.122.500,00. Ele poderia ir à praia que de qualquer maneira esta grana era depositada na conta da Prefeitura que ele tinha o privilegio de administrar. Com o Prefeito atual, Alair Corrêa, aconteceu o mesmo, nestes dois anos de mandato, em valores ainda maiores.   

Do lado da despesa, todos os municípios da RL absurdamente comprometeram suas receitas quase que totalmente com despesas de custeio. Estas despesas são aquelas que "destinam-se à manutenção dos serviços prestados à população, inclusive despesas de pessoal, mais aquelas destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens móveis, necessárias à operacionalização dos órgãos públicos" (Estudos Socieconômicos do TCE-RJ). Simplificando, são despesas com pessoal e manutenção. 

AC, um principado recente, em 2012, comprometeu 94% de suas receitas com estas despesas. No mesmo ano, AB, comprometeu 89%. CF que havia comprometido 82% apenas, também em 2012, nos anos seguintes, na gestão Alair Corrêa, desandou a gastar exageradamente com o custeio. E a gastança não se resumiu apenas aos principados. Como que por contágio, os pobres também gastaram mal em 2012, e continuam gastando mal, muito mal: AR comprometeu 91%; IG, 90%; e SP, 89%.

Como todos os prefeito da RL não foram eleitos com base em um programa ou ideologia política, eles precisam contar com um imenso curral eleitoral de reserva, devidamente sustentado com dinheiro público, e lotear praticamente quase todas as obras e serviços para as empreiteiras financiadoras de suas campanhas eleitorais que, por sinal, são muito caras. Consequentemente, a maior parte destas despesas com custeio destina-se à folha de pagamento, com quase todos os Prefeitos da RL encontrando-se atualmente no limite da irresponsabilidade fiscal por comprometerem mais de 50% de suas receitas com o pagamento de pessoal.

Em 2012, AB gastou irresponsavelmente 49,60% (94,234 milhões de reais) de suas receitas totais com folha de pagamento. Em 2013, mais ainda, 54,86%, ultrapassando o limite de 54% estabelecido pela LRF. CF comprometeu 45,45% (368,685 milhões de reais) com a folha, em 2012. No ano seguinte, com o gastador Alair Corrêa, comprometeu 53,01% (415.959.407,60).

É óbvio que para resolver a crise atual, os prefeitos da RL precisam reduzir drasticamente os gastos com a folha de pagamento. Como os funcionários concursados não podem por Lei ser demitidos, a não ser por justa causa, não resta outra saída para eles do que rifar muitas cabeças de gado de seus currais eleitorais. AC tinha, em 2012, 3.718 funcionários, o que dá absurdos 131 funcionários por cada 1.000 habitantes, a terceira maior proporção entre os municípios do Estado do Rio de Janeiro. Destes funcionários, apenas 914 eram concursados. Relacionados pelo TCE-RJ na categoria "outros" encontramos o curral eleitoral do Prefeito Andinho constituído de 2.562 funcionários, entre comissionados e contratados, quase o triplo do número dos concursados, que muito deve tê-lo ajudado a conseguir a reeleição em 2012. Claro que é aceitável a existência, na estrutura administrativa de qualquer prefeitura, de um certo número de funcionários contratados temporariamente. Mas, com certeza eles estão ali como exército eleitoral de reserva para serem usados no dia da eleição. Daí seu número excessivo.

Nos outros municípios da RL, principados ou não, a situação não é muito diferente. AB terminou o ano de 2012 com 3.149 funcionários, o que dá uma razão de 109/1.000 habitantes, a 7ª maior do Estado. Destes, apenas 1.003 eram concursados. CF, 11.400, 58   por 1.000 habitantes, com apenas 5.897 concursados. SP, 3.979, 43 por 1.000, com 1.934 concursados. AR, 7.752, 66 por 1.000, com 3.042 concursados. IG, 1.861, com 843 estatutários. 

Como a folha de pagamento dos municípios da RL consomem mais de 50% das suas receitas totais e como o número de funcionários do curral eleitoral é superior ao número de concursados, cada Prefeito de cada principado pode muito bem economizar, a grosso modo, 25% de suas receitas, demitindo a metade do número de funcionários dos quadros da Prefeitura. Ainda restará um número suficiente de funcionários comissionados para cargos de chefia e direção e de funcionários contratados verdadeiramente como funcionários temporários. Do ponto de vista administrativo quase nenhuma mudança será sentida, porque quase todos os membros dos currais eleitorais não trabalham mesmo, por serem incompetentes ou fantasmas.  

Apenas esta corajosa medida- enxugamento radical da máquina pública- já solucionaria, de imediato, o problema da possível perda de 40% dos repasses dos royalties de petróleo como se noticia. Tomando como exemplo o município de Cabo Frio: se Alair Corrêa demitir metade dos funcionários da Prefeitura, a grosso modo economizará 184,342 milhões de reais (a metade da folha de 2012 de 368,685 milhões de reais). Todos os empregos dos funcionários concursados serão preservados e ainda restarão empregados um bom número de membros do curral eleitoral. Alair terá a chance de preservar os mais capazes, ou os menos moloides, usando seu linguajar. Havendo realmente o corte de 40% dos repasses, Alair perderia 130,188 milhões de reais. Os 184 milhões de reais economizado com o corte de cabeças de gado do curral eleitoral cobriria o déficit e ainda sobraria uma "merrecona" de 54 milhões de reais para investir em Educação e Saúde de qualidade.   

E olha que não falamos ainda dos gastos com a manutenção da Prefeitura. Como é um grande ralo de perda de recursos públicos, pois quase todas as obras e serviços terceirizados estão com sobrepreços para remunerar financiadores de campanha, facilmente se conseguirá uma redução de 20 a 30% dos valores pagos. 

Observação 1: No próximo post continuarei o texto ainda falando das terceirizações e analisando o outro lado da moeda, o lado das receitas dos municípios da RL.

Observação 2: os dados utilizados foram extraídos dos "Estudos Socioeconômicos´" dos Municípios da Região dos Lagos, de 2013, que contém informações referentes ao ano de 2012. Estes "Estudos" podem ser encontrados no site do TCE-RJ.

Comentários no Facebook: 


  • Nilo Cruz Nenhum prefeito gosta de funcionários concursados pois eles não são manipulados e votam em quem quiserem. Os prefeitos preferem os ASPONEs (Assessor de P... Nenhuma) e os ASMENEs (Assessor de M ... Nenhuma).


    • Jose Figueiredo Sena Sena Luiz Carlos Gomes pelo o andar da carruagem e com a mudança da Presidência na Petrobrás o negocio vai ficar muito pior do que estão pintando, é claro que vão colocar em vigor algumas cláusulas que na quebra da produção em primeiro lugar a Petrobrás e depois se ajeita no resto , agora é só esperar o tempo vai dizer . ( Obs: se tirar os " Royalties " depois pra voltar vai ficar um pouco difícil né .)

    segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015