Infográfico retratar desfile de desigualdades na Sapucaí. Imagem: Banco Mundial |
Em
1971, o economista holandês Jan Pen publicou um tratado sobre a
distribuição de renda no Reino Unido, no qual descreveu um desfile
reunindo das pessoas mais pobres, na abertura, às mais ricas, no
fim. Neste mês, um estudo do Banco Mundial propôs o mesmo exercício
para o Brasil, colocando na Sapucaí “o desfile mais estranho da
história”.
Favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro. Foto: Agência Brasil/Tomaz Silva |
Em
1971, o economista holandês Jan Pen publicou um célebre tratado
sobre a distribuição de renda no Reino Unido, no qual descreveu um
desfile reunindo das pessoas mais pobres, na abertura, às mais
ricas, no fim. Daí surgiu o termo “O Desfile de Pen”. Neste mês,
um estudo do Banco Mundial para a América Latina e Caribe propôs o
mesmo exercício para o Brasil, colocando na Sapucaí “o desfile
mais estranho da história”.
“Por
muito tempo, só se veriam pessoas incrivelmente pequenas (apenas
alguns centímetros de altura), um incrível desfile de anões.
Levaria mais de 45 minutos para os participantes alcançarem a mesma
altura que os espectadores. Nos minutos finais, gigantes incríveis,
mais altos do que montanhas, apareceriam”, descreve o relatório,
produzido pelo Gabinete do Economista-Chefe da regional do Banco
Mundial.
O
encerramento seria feito pelos milionários brasileiros, que teriam
dois terços de seus corpos a 100km acima do nível do mar.
No
mês em que a comunidade internacional lembra o Dia Internacional
para a Erradicação da Pobreza, 17 de outubro, o Banco Mundial
divulgou um infográfico que retrata esse desfile na Sapucaí.
Dados
do Banco Mundial mostram que a contração da economia brasileira em
2015 e 2016 freou uma década de redução continuada da pobreza.
Entre 2003 e 2014, a parcela da população brasileira vivendo com
menos de 5,50 dólares por dia (na paridade do poder de compra de
2011) caiu de 41,7% para 17,9%. Essa tendência se reverteu em 2015,
quando a pobreza aumentou para 19,4%.
“As
crescentes taxas de pobreza do Brasil têm sido acompanhadas por um
salto na taxa de desemprego, que cresceu quase seis pontos
percentuais do primeiro trimestre de 2015 e chegou a 13,7% da
população no primeiro trimestre de 2017”, aponta o organismo
financeiro.
Em
2018, como o crescimento econômico deve ser abaixo do esperado –
ficando em 1,2% –, as taxas de pobreza devem se manter altas.
A
miséria se distribui de forma desigual pelo país: afeta 6,1% dos
cidadãos no Rio Grande do Sul, mas chega a 44,9% no Amapá. O
problema é mais grave na zona rural, onde mais de um terço (38,1%)
da população vive em pobreza, comparado a menos de um quinto
(17,6%) nas áreas urbanas.
Já
a desigualdade social, depois de diminuir 8,5% entre 2001 e 2014,
voltou a aumentar com a crise econômica a partir de 2015. O índice
de Gini, que tinha caído de 59,4 para 51,5 no período, foi a 53,1
em 2016, tornando o desfile carnavalesco das classes sociais
brasileiras cada vez mais estranho.
Na Região dos Lagos, dados de 2010, indicam que Arraial do Cabo é o município menos desigual com índice de Gini igual a 47,0, seguido de São Pedro da Aldeia com 50,0. Em terceiro, temos Armação dos Búzios, 51,0.Em quarto, Rio das Ostras, com 53,0. Empatados, em quinto, temos Cabo Frio e Araruama, com índice 54,0. E Iguaba Grande, como o município mais desigual da Região dos Lagos, com índice de Gini igual a 56,0
Na Região dos Lagos, dados de 2010, indicam que Arraial do Cabo é o município menos desigual com índice de Gini igual a 47,0, seguido de São Pedro da Aldeia com 50,0. Em terceiro, temos Armação dos Búzios, 51,0.Em quarto, Rio das Ostras, com 53,0. Empatados, em quinto, temos Cabo Frio e Araruama, com índice 54,0. E Iguaba Grande, como o município mais desigual da Região dos Lagos, com índice de Gini igual a 56,0
Para
a elaboração do infográfico, o Banco Mundial utilizou dados da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2018, do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Relação
Anual de Informações Sociais (RAIS) 2017, do Conselho Nacional de
Justiça e do relatório do Banco Mundial Dos
Riscos Desconhecidos aos Cisnes Negros: como Gerenciar o Risco na
América Latina e Caribe.
Fonte: "Nações Unidas"