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segunda-feira, 21 de julho de 2014

Desigualdade social e violência na Região dos Lagos

Iguaba Grande é o município mais desigual da Região dos Lagos com índice GINI igual a 0,56. No município, os 10% mais ricos (2.285 pessoas) apropriam 46,03% de toda renda municipal. No Mapa da Violência de 2014 o município ficou em 1123º no Brasil com taxa de 20,8 homicídios por 100 mil habitantes. Pode parecer pouco mas, para padrões civilizados, é uma verdadeira epidemia de violência. A taxa da Alemanha, e de quase todos os países da Europa, é inferior a 1. Também pudera, o índice GINI da Alemanha é de 0,27. 

A desigualdade social é condição necessária mas não suficiente para que o município apresente altos índices de violência. Outros fatores podem tornar um município menos desigual mais violento. Mas uma coisa é certa, quanto mais igualitária for uma sociedade rica menos violenta ela será. Aqui na Região temos três municípios muito ricos- Rio das Ostras, Armação dos Búzios e Cabo Frio-, mas muito desiguais. |Talvez por isso muito mais violentos que os outros municípios mais pobres. 

“Nós somos ricos e extremamente desiguais: baixa escolaridade, ¾ da população são analfabetos funcionais, piores índices na educação, ridícula competitividade, precária inovação, serviços públicos de quinta categoria, transporte público indecente, saúde doente, Justiça injusta e morosa, escola analfabeta etc. Somos, não por acaso, o 85º país do mundo (dentre 186) em termos de qualidade de vida”. (Brasil e Alemanha: nossa derrota fora do gramado é mais vergonhosa, Luiz Flávio Gomes).

Como combater a violência na Região dos Lagos sem transformar esta triste realidade que os dados a seguir revelam?

Índice Gini:
1)Iguaba Grande - 0,56 (4º município mais desigual do Estado do Rio de Janeiro)
2) Araruama - 054 (12º)
    Cabo Frio - 0,54 (12º)
3) Rio das Ostras - 0,53 (14º)
4) Saquarema - 0,52 (16º) 
5) Armação dos Búzios - 0,51 (23º)
6) São Pedro da Aldeia - 0,50 (31º)
7) Arraial do Cabo - 0,47 (59º) - o município mais igualitário da Região dos Lagos. Não por acaso, também é o município menos violento. Em 2012, ocorreram apenas 4 homicídios no município. O que gera uma taxa por 100 mil de 14,1, a menor da Região. 

Percentual da renda apropriada pelos 10% mais ricos:
1º) Iguaba Grande - apenas 2.285 pessoas apropriam 46,03% de toda renda gerada no município.
2º) Cabo Frio - 18.622 apropriam 43,78%
3º) Araruama - 11.200 apropriam 42,84%
4º) Armação dos Búzios - 2.756 apropriam 41,55%
5º) Saquarema - 7.423 apropriam 41,28%
6º) Rio das Ostras - 10.567 apropriam 40,61
7º) São Pedro da Aldeia - 8.787 apropriam 39,38%
8º) Arraial do Cabo - 2.771 apropriam 36,28%.

Mapa da violência 2014:
1º) Cabo Frio; Homicídios (2012): 123; Taxa: 63,0; Posição Est: 2º; Posição Nac: 124º
2º) Armação dos Búzios; Homicídios (2012): 16; Taxa: 55,2; Posição Est: 4º; Posição Nac: 209º
3º) Rio das Ostras; Homicídios (2012): 52; Taxa: 44,8; Posição Est: 11º; Posição Nacional: 357º
4º) Araruama; Homicídios (2012): 48; Taxa: 41,2; Posição Est: 15º; Posição nacional: 429º
5º) São Pedro da Aldeia; Homicídios (2012):33; Taxa: 36,0; Posição Est: 16º; Posição Nac: 540º
6º) Iguaba Grande; Homicídios (2012): 5; Taxa: 20,8; Posição Est: 34º; Posição Nacional: 1.123º
7º) Saquarema; Homicídios (2012): 14; Taxa: 18,1; Posição Est: 40º; Posição Nacional: 1.324º

8º) Arraial do Cabo RJ; Homicídios (2012): 4; Taxa: 14,1; Posição Est: 53º; Posição Nac: 1.652º

Dados educacionais: 

% de 18 anos ou mais com ensino fundamental completo:
1º) Rio das Ostras: 66,52:
2º) Iguaba Grande: 66,03
3º) Arraial do Cabo: 62,72
4º) Cabo Frio: 60,62
5º) Armação dos Búzios: 58,03
6º) São Pedro da Aldeia: 57,81
7º) Araruama: 55,57

Esperança de vida ao nascer (em anos): 
1º) Rio das Ostras: 76,26 
2º) Iguaba Grande: 75,44
3º) Araruama: 75,32 
4º) Cabo Frio: 75,16         
5º) Armação dos Búzios: 74,44
6º) Arraial do Cabo: 73,3
7º) São Pedro da Aldeia: 73,03

Mortalidade até 5 anos de idade (por mil nascidos vivos):
1º) São Pedro da Aldeia: 19,0
2º) Arraial do Cabo: 18,6
3º) Cabo Frio: 17,3
4º) Armação dos Búzios: 16,7
5º) Araruama: 16,0
6º) Iguaba Grande: 15,2
7º) Rio das ostras: 12,3

% de crianças de 4 a 5 anos fora da escola:
1º) Rio das Ostras: 18,08 
2º) Armação dos Búzios: 15,01        
3º) Araruama: 14,79
4º) Cabo Frio: 12,59
5º) São Pedro da Aldeia: 10,48
6º) Iguaba Grande: 9,70
7º) Arraial do Cabo: 4,64

Percentual de jovens de 15 a 17 anos que não frequentavam a escola:
1º) Armação dos Búzios: 16,16%
2º) Cabo Frio: 13,71%
2º) São Pedro da Aldeia: 12,67%
3º) Rio das Ostras: 12,17%
4º) Araruama: 10,12%
5º) Arraial do Cabo: 8,82%.
6º) Iguaba Grande:  4,54%

Os anos esperados de estudo indicam o número de anos que a criança que inicia a vida escolar no ano de referência tende a completar.
1º) Iguaba Grande: 9,66 anos
2º) Arraial do Cabo: 9,49 anos
3º) Rio das Ostras: 9,18 anos
4º) Armação dos Búzios: 9,09 anos
5º) São Pedro da Aldeia: 8,98 anos
6º) Araruama: 8,84 anos
7º) Cabo Frio: 8,61 anos

Nível educacional dos ocupados 
                           
% dos ocupados com fundamental completo - 18 anos ou mai:
1º) Iguaba Grande: 71,42
2º) Rio das Ostras: 68,96
3º) Arraial do Cabo: 68,72
4º) Cabo Frio: 64,22
5º) São Pedro da Aldeia: 61,94
6º) Armação dos Búzios: 61,27
7º) Araruama: 60,63

Rendimento médio   
                   
% dos ocupados com rendimento de até 2 s.m. - 18 anos ou mais:
1º) Araruama: 76,21
2º) Iguaba Grande: 71,35
3º) São Pedro da Aldeia: 70,89
4º) Cabo Frio: 69,60
5º) Arraial do Cabo: 69,52
6º) Armação dos Búzios: 66,53
7º) Rio das Ostras: 54,53

Indicadores de Habitação 

% da população em domicílios com água encanada:
1º) Araruama: 96,08
2º) Arraial do Cabo: 93,91
3º) Rio das Ostras: 90,61
4º) Cabo Frio: 90,22
5º) São Pedro da Aldeia: 88,41
6º) Iguaba Grande: 83,97
7º) Armação dos Búzios: 83,53

Vulnerabilidade Social
Jovens

% de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam nem trabalham e são vulneráveis à pobreza:
1º) Araruama: 10,76
2º) São Pedro da Aldeia: 10,68
3º) Iguaba Grande: 10,67
4º) Cabo Frio: 9,02
5º) Arraial do Cabo: 6,24
6º) Rio das Ostras: 5,53
7º) Armação dos Búzios: 5,47

% de mulheres de 15 a 17 anos que tiveram filhos
1º) São Pedro da Aldeia: 7,74
2º) Arraial do Cabo: 7,68
3º) Cabo Frio: 7,15
4º) Rio das Ostras: 6,31
5º) Araruama: 5,77
6º) Armação dos Búzios: 5,57
7º) Iguaba Grande: 1,78

Taxa de atividade - 10 a 14 anos (Trabalho Infantil)
1º) Arraial do Cabo: 8,67
2º) Iguaba Grande: 5,28
3º) Cabo Frio: 4,96
4º) Araruama: 4,51
5º) São Pedro da Aldeia: 4,12
6º) Rio das Ostras: 3,15
7º) Armação dos Búzios: 2,48

Família
                              
% de mães chefes de família sem o ensino fundamental completo e com filhos menores de 15 anos:
1º) Cabo Frio: 19,28
2º) Armação dos Búzios: 17,27
3º) São Pedro da Aldeia: 16,13
4º) Araruama: 15,75
5º) Iguaba Grande: 13,98
6º) Arraial do Cabo: 13,63
7º) Rio das Ostras: 13,17

Trabalho e Renda 
                                         
% de vulneráveis à pobreza:
1º) Araruama: 32,86
2º) São Pedro da Aldeia: 27,34  
3º) Cabo Frio: 25,76
4º) Iguaba Grande: 25,37
5º) Arraial do Cabo: 23,61
6º) Armação dos Búzios: 17,24
7º) Rio das Ostras: 17,08
                                          
% de pessoas de 18 anos ou mais sem fundamental completo e em ocupação informal:
1º) Araruama: 35,36
2º) São Pedro da Aldeia: 32,40
3º) Cabo Frio: 29,63
4º) Arraial do Cabo: 29,19
5º) Armação dos Búzios: 28,96
6º) Iguaba Grande: 28,76
7º) Rio das Ostras: 25,23

Observação: Arraial do Cabo só recentemente passou a fazer parte do clube dos ricos dos royalties de petróleo.

Fontes:




sábado, 19 de julho de 2014

Por que Cabo Frio é a segunda cidade mais violenta do Estado do Rio?

Vista aérea de Cabo Frio, foto site overmundo

As "políticas públicas"- se é que elas existem- de combate ao crime violento em nossa Região dos Lagos já provaram que não resolvem nada. Estamos há muito tempo enxugando gelo. De nada adianta clamar por "mais policiais", "mais viaturas", "mais presídios" e leis "mais severas" ("Quanto mais igualdade, menos crimes violentos", Luiz Flávio Gomes). A política de segurança dos países europeus mais igualitários (Suécia, Noruega, Holanda, Finlândia, Dinamarca, etc) nos aponta um caminho para obter êxito no combate à criminalidade. A realidade desses países nos mostra que se obtém segurança pública quando  ao ser humano é oferecido um ensino de qualidade que lhe permita conseguir no mercado de trabalho  um emprego estável com salário digno. É óbvio que quanto mais igualitária e rica for a sociedade, menos delitos violentos ocorrerão. A desigualdade de renda dificulta a coesão social, gerando entre os mais pobres um sentimento de não pertencimento à sociedade.

A taxa de homicídios por 100 mil na Noruega em 2012 foi de 0,6. Em Cabo Frio, de 63,0. O índice GINI, que mede a igualdade social, na Noruega foi de 0,25 e, em Cabo Frio, de 0,54. Quanto mais próximo de zero for o índice mais igualitário é o país. Temos uma sociedade muito desigual em Cabo Frio, onde 10% da população (18.622 pessoas) detém 43,78% da renda total do município.

Vejam os dados abaixo extraídos Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 do PNUD- Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Como pretender combater a criminalidade sem alterar esta triste e vergonhosa realidade socioeconômica e educacional? Os dados são de 2010, mas, com certeza, posso afirmar que nestes últimos quatro anos muito pouca coisa foi feita para mudar este quadro.  

Cabo Frio, RJ

Educação           
% de 18 anos ou mais com ensino fundamental completo = 60,62. 
% de 5 a 6 anos na escola = 94,81. 
% de 11 a 13 anos nos anos finais do fundamental ou com fundamental completo = 79,87
% de 15 a 17 anos com fundamental completo  = 51,32
% de 18 a 20 anos com médio completo = 37,39

Renda per capita = R$ 815,75. 

Mortalidade até 1 ano de idade (por mil nascidos vivos) = 15,4
Mortalidade até 5 anos de idade (por mil nascidos vivos) = 17,3

Educação
Crianças e Jovens
A proporção de crianças e jovens frequentando ou tendo completado determinados ciclos indica a situação da educação entre a população em idade escolar do município e compõe o IDHM Educação.

Em 2010, 48,34% dos alunos entre 6 e 14 anos de Cabo Frio estavam cursando o ensino fundamental regular na série correta para a idade.

Entre os jovens de 15 a 17 anos, 25,48% estavam cursando o ensino médio regular sem atraso. 
Entre os alunos de 18 a 24 anos, 11,22% estavam cursando o ensino superior em 2010. 

Nota-se que, em 2010 , 3,11% das crianças de 6 a 14 anos não frequentavam a escola, percentual que, entre os jovens de 15 a 17 anos atingia 13,71%.

Frequência escolar de 6 a 14 anos - Cabo Frio - RJ – 2010
Não frequenta (3,11%)
Fundamental sem atraso(48,34%)
Fundamental com um ano de atraso (25,50%)
Fundamental com dois anos de atraso (19,57%)
No ensino médio (1,37%)
Outros (2,11%)

Frequência escolar de 15 a 17 anos - Cabo Frio - RJ – 2010
Não frequenta (13,71%)
No ensino médio sem atraso (25,48%)
No ensino médio com um ano de atraso (10,53%)
No ensino médio com dois anos de atraso (3,53%)
Frequentando o fundamental(33,45%)
Frequentando o curso superior (1,18%)
Outros (12,12%)

Frequência escolar de 18 a 24 anos - Cabo Frio - RJ – 2010
Não frequenta (70,09%)
Frequentando o curso superior (11,22%)
Frequentando o fundamental(3,87%)
Frequentando o ensino médio (8,07%)
Outros (6,75%)

População Adulta
A escolaridade da população adulta é importante indicador de acesso a conhecimento e também compõe o IDHM Educação.
Em 2010, 60,62% da população de 18 anos ou mais de idade tinha completado o ensino fundamental e 40,57% o ensino médio. Na noruega, 99,0% tinham completado o ensino fundamental, e 100,0% o ensino médio. 

Escolarização da população com 25 anos ou mais:
Com fundamental completo= 18,10%. 
Médio completo= 27,71% . 
Superior completo= 12,08%. 
Analfabetos= 6,05%. 
Outros= 36,06%

Anos Esperados de Estudo
Os anos esperados de estudo indicam o número de anos que a criança que inicia a vida escolar no ano de referência tende a completar. Em 2010, Cabo Frio tinha 8,61 anos esperados de estudo. 

Renda
A renda per capita média de Cabo Frio=  R$815,75.
A extrema pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 70,00, em reais de agosto de 2010) = 2,35%
o Índice de Gini = 0,54

Renda, Pobreza e Desigualdade - Cabo Frio - RJ
Renda per capita = 815,75
% de extremamente pobres = 2,35
% de pobres = 8,73
Índice de Gini = 0,54. .

Porcentagem da Renda Apropriada por Extratos da População - Cabo Frio - RJ 
20% mais pobres = 3,52
40% mais pobres = 10,81
60% mais pobres = 22,33
80% mais pobres = 40,86
20% mais ricos = 59,14

Trabalho
Ocupação da população de 18 anos ou mais - Cabo Frio - RJ
Taxa de atividade - 18 anos ou mais= 68,74
Taxa de desocupação - 18 anos ou mais =8,94
Grau de formalização dos ocupados - 18 anos ou mais = 57,38

Nível educacional dos ocupados                             
% dos ocupados com fundamental completo - 18 anos ou mais = 64,22
% dos ocupados com médio completo - 18 anos ou mais = 44,79

Rendimento médio                      
% dos ocupados com rendimento de até 1 s.m. - 18 anos ou mais = 13,66
% dos ocupados com rendimento de até 2 s.m. - 18 anos ou mais = 69,60

Habitação
Indicadores de Habitação - Cabo Frio - RJ
% da população em domicílios com água encanada = 90,22
% da população em domicílios com energia elétrica = 99,86
% da população em domicílios com coleta de lixo  = 99,13


Vulnerabilidade Social - Cabo Frio - RJ
Crianças e Jovens           
Mortalidade infantil = 15,41
% de crianças de 4 a 5 anos fora da escola = 12,59
% de crianças de 6 a 14 anos fora da escola = 3,11
% de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam nem trabalham e são vulneráveis à pobreza = 9,02
% de mulheres de 10 a 14 anos que tiveram filhos = 0,20
% de mulheres de 15 a 17 anos que tiveram filhos = 7,15
Taxa de atividade - 10 a 14 anos = 4,96.

Família                                
% de mães chefes de família sem fundamental completo e com filhos menores de 15 anos = 19,28
% de pessoas em domicílios vulneráveis à pobreza e dependentes de idosos = 1,32
% de crianças extremamente pobres = 4,26

Trabalho e Renda                                          
% de vulneráveis à pobreza = 25,76
% de pessoas de 18 anos ou mais sem fundamental completo e em ocupação informal= 29,63

Condição de Moradia                                  
% de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário inadequados = 4,98

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Pobreza e miséria na Região dos Lagos





Proporção dos indivíduos com renda domiciliar per capita igual ou inferior a R$ 255,00 mensais, em reais de agosto de 2010, equivalente a ½ salário mínimo. O universo de indivíduos é limitado àqueles que vivem em domicílios particulares permanentes

% de vulneráveis à pobreza

                                                      1991              2000         2010

Brasil                                          58.53                48.39         32.56
Araruama (RJ)                             68.06                46.30         32.86
Armação dos Búzios (RJ)             45.49                29.67          17.24
Arraial do Cabo (RJ)                    50.64                30.85          23.61
Cabo Frio (RJ)                             57.15               40.52          25.76
Iguaba Grande (RJ)                      67.46                35.88          25.37
Rio das Ostras (RJ)                      66.97                37.45          17.08
São Pedro da Aldeia (RJ)                   63.56                    41.23            27.34


Apesar do progresso alcançado no combate à pobreza e extrema pobreza, nas últimas duas décadas, tanto a nível nacional quanto a nível regional, vale destacar mais uma vez o resultado alcançado pelo município de Rio das Ostras que, na última década, superou Búzios em termos percentuais. Reparem que, em 1991, Rio das Ostras ocupava o penúltimo lugar, com 66,97% de sua população vulneráveis à pobreza. Em duas décadas, foi o município que mais reduziu a pobreza de sua população. Reparem também que um município rico como Cabo Frio, em 2010,  tinha mais de um quarto de sua população vivendo com menos de 1/2 salário mínimo. Más gestões públicas da última década (2000-2010) dão nisso!    

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Remuneração média dos trabalhadores da Região dos Lagos




Rendimento médio dos ocupados - 18 anos ou mais

                                                                   2010

Brasil                                                    1.296,19

Araruama (RJ)                                      1.045,51
Armação dos Búzios (RJ)                        1.269,96
Arraial do Cabo (RJ)                               1.098,09
Cabo Frio (RJ)                                        1.242,58
Iguaba Grande (RJ)                                  1.089,39
Rio das Ostras (RJ)                              1.712,72

São Pedro da Aldeia (RJ)                        1.151,92

Em todos os municípios da Região dos Lagos- exceto Rio das Ostras- os trabalhadores têm rendimento médio inferior ao rendimento médio nacional. Mais uma vez- como quase sempre- Rio das Ostras é destaque positivo.   


domingo, 4 de agosto de 2013

A desigual distribuição de renda na Região dos Lagos




O município menos desigual da Região dos Lagos é Arraial do Cabo.

- Os 10% mais ricos de Arraial do Cabo se apropriaram de 36,28% da renda total do município em 2010. 
Os 40% mais pobres, de 13,25%. 

Em segundo lugar, temos São Pedro da Aldeia.

- Os 10% mais ricos de São Pedro da Aldeia se apropriaram de 39,38% da renda total do município em 2010. 
Os 40% mais pobres, de 11,90%. 

Terceiro colocado: Rio das Ostras.

- Os 10% mais ricos de Rio das Ostras se apropriaram de 40,61% da renda total do município em 2010. 
Os 40% mais pobres, de 11,03%.

Quarto: Armação dos Búzios.

- Os 10% mais ricos de Armação dos Búzios se apropriaram de 41,55% da renda total do município em 2010. 
Os 40% mais pobres, de 12,70%.

Quinto: Araruama 

- Os 10% mais ricos de Araruama se apropriaram de 42,84% da renda total do município em 2010. 
Os 40% mais pobres, de 10,79%.

O segundo município mais desigual da Região dos Lagos é Cabo Frio

- Os 10% mais ricos de Cabo Frio se apropriaram de 43,78% da renda total do município em 2010. 
Os 40% mais pobres, de 10,81%.

O município mais desigual da Região dos Lagos é Iguaba Grande.

- Os 10% mais ricos de Iguaba Grande se apropriaram de 46,03 da renda total do município em 2010. 
Os 40% mais pobres, de 10,57%.

Observação: 

Em três municípios da Região- Armação dos Búzios, Arraial do Cabo e Cabo Frio- houve um aumento da desigualdade na década de 1991-2000 e uma diminuição na década seguinte 2000-2010. Em Araruama, o movimento foi no sentido contrário: houve um aumento da desigualdade na última década. Apenas em Rio das Ostras a desigualdade de renda vem diminuindo há duas décadas.  

Fonte:
http://www.atlasbrasil.org.br/2013/consulta

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Andando pra trás na Região dos Lagos



Em 2000,  Armação dos Búzios ocupava o 771º lugar entre os 5.565 municípios brasileiros avaliados em estudo realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e publicado no  Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (2003). Dez anos depois, caímos para o 1081º lugar.

Como já cansamos de afirmar aqui no Blog, antecipando o que o estudo comprova, os governos Mirinho (2001-2004), Toninho (2005-2008) e Mirinho (2009-2012) foram um desastre para a população de Búzios. Uma década perdida:  em vez de evoluirmos em termos humanos, regredimos, não só em termos absolutos mas também em relação aos outros municípios brasileiros. 

Vale a pena repetir que "Fica a lição: se o povo de Búzios quiser desenvolvimento humano, nunca mais deve eleger os Mirinhos e Toninhos da vida, ou qualquer governo assemelhado. Deve também nunca mais eleger os vereadores que deram sustentação politica a esses governos do atraso. Quem diz isso não sou eu, mas a ONU".

Três outros municípios da Região dos Lagos também regrediram: Cabo Frio, Arraial do Cabo e São Pedro da Aldeia. O tombo maior foi do município de São Pedro da Aldeia: caiu do 1.067º lugar em 2000 para 1546º em 2010. Os prefeitos Paulo Lobo (2001-2008) e Carlindo (2009-2012) são os grandes responsáveis pelo desastre.

Arraial do Cabo pulou do 793º para o 940º lugar durante as gestões de Henrique Mellman (2001-2008) e Andinho (2009-2012), ambas causadoras do retrocesso municipal.  

Cabo Frio regrediu menos: passou do 745º para 897º. Aos prefeitos Alair Correa (2001-2004) e seu sucessor, Marquinhos Mendes (2005-2012), podem ser imputadas as responsabilidades pelo resultado. Gestores públicos muito semelhantes, apesar da ruptura política.  

Como nem tudo é retrocesso, alguns municípios da Região melhoraram suas posições no ranking. Araruama avançou de 1693º para 1362º em uma década. Méritos para os prefeitos Chiquinho da Educação (2001-2008) e André Mônica (2009-2012). Iguaba Grande galgou quase 300 posições no ranking nacional, pulando do 645º para o 350º lugar. Os prefeitos Rodolfo Pedrosa (2001-2004), Hugo Canelas (2005-2008) e Oscar Magalhães (2009-2012) são os responsáveis pela conquista. Parabéns.  

Finalmente, Rio das Ostras, que apesar de não pertencer à Região dos Lagos, é nosso vizinho, e pode muito bem servir de exemplo de gestão. O município deu um salto fenomenal em termos de desenvolvimento humano na última década: de 1.188º para 197º lugar no ranking nacional. Parabéns para os prefeitos Sabino (2001-2004) e Carlos Augusto (2005-2012). Não custa nada aprender com eles. O desenvolvimento humano agradece.     

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Andando pra trás 1




Estudo divulgado pelo PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento- intitulado "Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013", prova que o município de Armação dos Búzios, em comparação com o mesmo estudo de 2003, piorou em termos de desenvolvimento humano. Nosso IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) caiu de 0,791 (2003) para 0,728 (2013). Como já cansamos de afirmar aqui no Blog antecipando o que o estudo comprova, os governos Mirinho (2000-2004), Toninho (2005-2008) e Mirinho (2009-2012) foram um desastre para a população de Búzios. Uma década perdida:  em vez de evoluirmos em termos humanos, regredimos. 

Em termos de renda, regredimos de 0,763 (2003) para 0,750 (2013). Em termos de educação, descemos ladeira abaixo de 0,878 (2003) para 0, 624 (2013). Em um único critério evoluímos: saúde (longevidade). Passamos de 0,732 (2003) para 0,824 (2013). 

Fica a lição: se o povo de Búzios quiser desenvolvimento humano, nunca mais deve eleger os Mirinhos e Toninhos da vida, ou qualquer governo assemelhado. Deve também nunca mais eleger vereadores que sustentaram politicamente esses governos do atraso. Quem diz isso não sou eu, mas a ONU.

Observação: Quando o PNUD  divulgou o IDH (0,730) do Brasil em 2012 revelando que o país permanecera na 85.ª posição no ranking que mede a qualidade de vida em 187 países, motivou protestos oficiais do governo brasileiro. O Pnud reconheceu que utiliza em seus cálculos dados menos atualizados que os do governo brasileiro. Se os dados mais recentes tivessem sido considerados, o IDH seria de 0,754, segundo o órgão da ONU. Por razões metodológicas, esse número não pode ser comparado aos dos demais países.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,brasil-e-destaque-em-relatorio-do-idh-mas-nao-avanca-no-ranking-,1008947,0.htm

Os protestos do governo brasileiro levaram o PNUD a alterar sua metodologia e os limites da tabela que classifica o desenvolvimento humano alcançado por cada país. Na tabela antiga, só era considerado país de "alto desenvolvimento" aquele que conseguisse pontuação acima ou igual a 0,800. Com os novos limites do relatório de 2013, acima de 0,800 é considerado "muito alto" desenvolvimento. Com os novos critérios, o Brasil com o índice 0,727 passa a ser considerado de "alto desenvolvimento", enquanto na tabela antiga, era de "médio desenvolvimento".

A nova metodologia também alterou os índices municipais dos anos de 1991 e 2000, passando a ideia de que teria ocorrido um desenvolvimento linear crescente. Veja abaixo os novos números para Búzios:

IDH-M (1991)- o índice anteriormente divulgado de 0,691 passou para 0,489.
IDH-M (2003) - de 0,791 para 0,604.
IDH-M (2013) - 0,728.       

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sustentabilidade e justiça social

 "Apesar do progresso alcançado nos últimos anos em termos de desenvolvimento humano, a distribuição de renda piorou, as desigualdades graves de gênero ainda persistem e a progressiva destruição ambiental origina um “fardo duplo de privação” para as famílias e comunidades mais pobres, diz o RDH. Metade de toda a desnutrição do mundo é atribuída a fatores ambientais, como a poluição da água e a seca, perpetuando um círculo vicioso de empobrecimento e danos ecológicos, observa o relatório.

Padrões elevados de vida não precisam ser abastecidos por carbono, seguindo os exemplos dos países mais ricos, diz o relatório. O documento apresenta evidências de que as emissões de CO2 estiveram estreitamente associadas ao crescimento da renda nacional nas últimas décadas, mas, por outro lado, este consumo de combustíveis fósseis não apresentou correlações com outras variáveis do IDH, como expectativa de vida e educação. De fato, muitas nações industriais avançadas estão conseguindo reduzir suas emissões de carbono enquanto mantêm o crescimento.

“O crescimento impulsionado pelo consumo de combustíveis fósseis não é um pré-requisito para uma vida melhor em termos de desenvolvimento humano mais amplo”, afirma Helen Clark (Administradora mundial do PNUD). “Os investimentos que melhoram a equidade – no acesso, por exemplo, a energias renováveis, água e saneamento e saúde reprodutiva –, poderiam promover tanto a sustentabilidade como o desenvolvimento humano.”

O RDH alerta para a necessidade urgente de se providenciar acesso a energia elétrica a 1,5 bilhão de pessoas que não estão atualmente cobertos pelos serviços de rede elétrica e diz que isso pode ser feito de forma sustentável e acessível, sem um aumento significativo nas emissões de carbono. Esta nova ‘Iniciativa de Acesso Universal à Energia’ apoiada pela ONU poderia ser alcançada com investimentos inferiores a 15% do montante atualmente gasto em subsídios para combustíveis fósseis – um valor estimado em US$ 312 bilhões em todo o mundo em 2009, segundo o relatório.

O RDH se junta também àqueles que apoiam uma taxa internacional sobre as negociações cambiais ou impostos maiores sobre as transações financeiras mais amplas com o objetivo de financiar o combate às alterações climáticas e à pobreza extrema. Uma taxa de apenas 0,005% sobre as negociações cambiais poderia angariar anualmente US$ 40 bilhões ou mais, segundo a estimativas do documento. Isto impulsionaria significativamente os fluxos de ajuda para os países pobres – equivalentes a US$ 130 bilhões em 2010 – em um momento em que os financiamentos ao desenvolvimento não estão acompanhando os compromissos assumidos anteriormente devido à crise financeira global.

“O imposto possibilitaria que aqueles que mais se beneficiam com a globalização ajudassem os que menos se beneficiam”, argumenta o relatório, estimando que cerca de US$ 105 bilhões anuais são necessários só para financiar a adaptação às mudanças climáticas, especialmente no Sul da Ásia e na África Subsaariana.

O Relatório ainda examina fatores sociais nem sempre associados à sustentabilidade ambiental:

• A expansão dos direitos reprodutivos, dos cuidados de saúde e do acesso a contraceptivos abriria uma nova frente no combate à desigualdade de gênero e à pobreza, diz o relatório. Os direitos reprodutivos podem reduzir ainda mais as pressões ambientais através de uma desaceleração do crescimento demográfico global. As projeções de crescimento da população do mundo apontam para um aumento dos atuais 7 bilhões para 9,3 bilhões dentro de 40 anos.

• O relatório argumenta que a transparência oficial e os observadores independentes, incluindo a mídia, a sociedade civil e o judiciário, são vitais para a participação cívica na elaboração de políticas ambientais. Cerca de 120 constituições nacionais garantem proteção ambiental, mas em muitos países a aplicação destas disposições ainda é reduzida, diz o RDH.

• São urgentemente necessárias medidas globais arrojadas para o desenvolvimento sustentável, mas as iniciativas locais de apoio às comunidades pobres podem ser, ao mesmo tempo, ambientalmente vantajosas e altamente eficientes em termos de custos, realça o estudo.

Os autores prevêem que deteriorações ambientais fora de controle – que vão desde a seca na África Subsaariana até a elevação do nível do mar que poderia inundar áreas baixas de países como Bangladesh – podem causar aumento de até 50% nos preços dos alimentos e reverter os esforços para a expansão do acesso à água, ao saneamento e à energia a bilhões de pessoas, especialmente no Sul da Ásia e na África Subsaariana.

Até 2050, em um cenário de “desafio ambiental” quanto aos efeitos do aquecimento global sobre a produção de alimentos e a poluição, o IDH médio seria 12% menor no Sul da Ásia e na África Subsaariana, segundo as estimativas do relatório. Em um cenário ainda mais adverso, de “desastre ambiental”, com grande desmatamento, dramático declínio da biodiversidade e fenômenos meteorológicos extremos, o IDH mundial ficaria 15% abaixo da projeção inicial para 2050, com perdas mais significativas para as regiões mais pobres.

A deterioração do meio ambiente poderia minar décadas de esforços para a expansão do acesso a água, saneamento e eletricidade nas comunidades mais pobres do mundo: “Estas privações absolutas, importantes em si mesmas, constituem violações significativas dos direitos humanos”, dizem os autores".

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
Copenhague, 02/11/2011